Pausa





Aos queridos leitores

Estou fazendo uma pausa nas postagens deste blog por motivo de viagem por 5 dias.

Saúde, Felicidade e Paz para todos e até a volta !

Rosa Maria



Porto Alegre na Copa do Mundo





BarraShoppingSul Porto Alegre Copa do mundo Fifa 2014 02

VÍDEO: franceses e hondurenhos "duelam" em bar da Capital Isadora Neumann/Agencia RBS

Carrinhos levam idosos e cadeirantes até o estádio Rodrigo Muzell/







Torcedores franceses se aglomeram no centro da Capital Isadora Neumann/Agência RBS


Australianos comendo Entrevero na Fan Fest em Porto Alegre (Foto: Luiza Carneiro/G1)

Torcedores da Laranja Mecânica se juntaram a festa da banda no centro da cidade (Foto: Vinicius Guerreiro/G1)













Foto: Joel Vargas/ PMPA

Foto: Joel Vargas/ PMPA

Jaque e Marcela





Quem envergonhou o Brasil aqui e lá fora?


PERTENCE À CULTURA POPULAR DO FUTEBOL A VAIA A CERTOS JOGADORES, A JUÍZES E EVENTUALMENTE A ALGUMA AUTORIDADE PRESENTE. INSULTOS E XINGAMENTOS COM LINGUAGEM DE BAIXO CALÃO QUE SEQUER CRIANÇAS PODEM OUVIR É COISA INAUDITA NO FUTEBOL DO BRASIL. FORAM DIRIGIDOS À MAIS ALTA AUTORIDADE DO PAIS, À PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF, NA CERIMÔNIA DE ABERTURA DA COPA DO MUNDO 2014.


Leonardo Boff

Esses insultos vergonhosos só podiam vir de um tipo de gente que ainda têm visibilidade do pais, “gente branquíssima e de classe A, com falta de educação e sexista’ como comentou a socióloga do Centro Feminista de Estudos, Ana Thurler.

Quem conhece um pouco a história do Brasil ou quem leu Gilberto Freyre, José Honório Rodrigues ou Sérgio Buarque de Hollanda sabe logo identificar tais grupos. 

São setores de nossa elite, dos mais conservadores do mundo e retardatários no processo civilizatório mundial, como costumava enfatizar Darcy Ribeiro, setores que por 500 anos ocuparam o espaço do Estado e dele se beneficiaram a mais não poder, negando direitos cidadãos para garantir privilégios corporativos. 

Estes grupos não conseguiram ainda se livrar da Casa Grande que a tem entranhada na cabeça e nunca esqueceram o pelourinho onde eram flagelados escravos negros. 

Não apenas a boca é suja; esta é suja porque sua mente é suja. São velhistas e pensam ainda dentro dos velhos paradigmas do passado quando viviam no luxo e no consumo conspícuo como no tempo dos príncipes renascentistas.

Na linguagem dura de nosso maior historiador mulato Capistrano de Abreu, grande parte da elite sempre “capou e recapou, sangrou e ressangrou” o povo brasileiro. 

E continua fazendo. Sem qualquer senso de limite e por isso, arrogante, pensa que pode dizer os palavrões que quiser e desrespeitar qualquer autoridade.

O que ocorreu revelou aos demais brasileiros e ao mundo que tipo de lideranças temos ainda no Brasil. 

Envergonharam-nos aqui e lá fora. Ignorante, sem educação e descarado não é o povo, como costumam pensar e dizer. Descarado, sem educação e ignorante é o grupo que pensa e diz isso do povo. 

São setores em sua grande maioria rentistas que vivem da especulação financeira e que mantém milhões e milhões de dólares fora do país, em bancos estrangeiros ou em paraísos fiscais.

Bem disse a Presidenta Dilma: “o povo não reage assim; é civilizado e extremamente generoso e educado”. 

Ele pode vaiar e muito. Mas não insulta com linguagem xula e machista a uma mulher, exatamente aquela que ocupa a mais alta representação do país. 

Com serenidade e senso de soberania pessoal deu a estes incivilizados uma resposta de cunho pessoal:”Suportei agressões físicas quase insuportáveis e nada me tirou do rumo”.

Referia-se às suas torturas sofridas dos agentes do Estado de terror que se havia instalado no Brasil a partir de 1968. O pronunciamento que fez posteriormente na TV mostrou que nada a tira do rumo nem a abala porque vive de outros valores e pretende estar à altura da grandeza de nosso país.

Esse fato vergonhoso recebeu a repulsa da maioria dos analistas e dos que saíram a público para se manifestar.

Lamentável, entretanto, foi a reação dos dois candidatos a substitui-la no cargo de Presidente. 

Praticamente usaram as mesmas expressões, na linha dos grupos embrutecidos:”Ela colhe o que plantou”. Ou o outro deu a entender que fez por merecer os insultos que recebeu. 

Só espíritos tacanhos e faltos de senso de dignidade podiam reagir desta forma. E estes se apresentam como aqueles que querem definir os destinos do país. E logo com este espírito!

Estamos fartos de lideranças medíocres que quais galinhas continuam ciscando o chão, incapazes de erguer o voo alto das águias que merecemos e que tenham a grandeza proporcional ao tamanho de nosso país.

Um amigo de Munique que sabe bem o português, perplexo com os insultos comentou:”nem no tempo do nazismo se insultavam desta forma as autoridades”. 

É que ele talvez não sabe de que pré-história nós viemos e que tipo de setores elitistas ainda dominam e que de forma prepotente se mostram e se fazem ouvir. São eles os principais agentes que nos mantém no subdesenvolvimento social, cultural e ético. Fazem-nos passar uma vergonha que, realmente, não merecemos.


*Leonardo Boff é professor emérito de Ética e escritor


Postado no Blog do Saraiva em 17/06/2014


Mulher bonita, inteligente, interessante... e sozinha!



Rosana Braga 

Você já viu este filme? Conhece a protagonista dele ou é a própria?

Sei que existe a crença que diz que homem tem medo de mulher inteligente e bonita, mas será que este é realmente o motivo para vermos tantas mulheres sozinhas, atualmente?

Sinceramente... creio que não! Sei que homens e mulheres têm vivido conflitos difíceis por conta das significativas mudanças sociais e, por conseqüência, comportamentais; mas daí a afirmar que tantas mulheres bonitas, inteligentes e interessantes estão sozinhas porque os homens fogem delas já acho parcial e tendencioso demais.

Então, a pergunta continua: o que acontece? Por que parece que as relações vão se tornando mais difíceis quanto mais cresce a lista das qualidades femininas? Por que elas falam e repetem que desejam encontrar alguém, viver um amor, mas se sentem cada vez mais cansadas e sem saber como agir para atingir este objetivo?

Começaria analisando a questão por um novo ângulo: será mesmo que o objetivo deveria ser encontrar alguém para viver um grande amor? Não seria isso a consequência, ao invés do objetivo?

E se o encontro é consequência, qual é o real objetivo?

Pensando bem, diante de todas as mensagens que recebo abordando esta mesma questão, fico com a impressão de que muitas pessoas – homens e mulheres – estão equivocadas em sua direção, em sua busca. 

Focam o outro por acreditarem que é este outro (ou o encontro com ele) que lhes trará a tão esperada solução para incômodos que chamamos de solidão, insegurança, falta de auto-estima.

Eu sei que é mesmo muito difícil lidar com estes sentimentos. Sei também que todos nós nos sentimos tomados por eles, em algum momento de nossas vidas (mesmo aqueles que estão casados ou comprometidos) e é exatamente neste momento que bate aquele medo terrível de que este cenário nunca mude.

No entanto, penso que está na hora de parar de apostar todas as fichas no outro; e perceber, finalmente, que se o seu grande amor não vem, é porque de alguma forma, a sua porta está fechada.

Certamente, muitas mulheres responderiam: De forma alguma. Estou absolutamente disponível, mas não acontece, não rola, não há homens interessados em relacionamentos estáveis. 

Ok! Talvez esta seja a maneira como você vê, mas não é a minha. Não acredito nisso. 

Estou certa de que existem homens interessados, disponíveis e em busca de relacionamentos estáveis. Se ele não chega até você ou você não chega até ele é, seguramente, uma outra questão...

Em primeiro lugar, percebo que existem mulheres cujo discurso sustenta a idéia fixa de que querem encontrar alguém. No fundo, não querem, não estão dispostas. Gostam da vida independente e livre que levam. Saem aos finais de semana, viajam, curtem os amigos e... para não dizer que se esqueceram de sua má sorte, voltam para casa sozinhas e reclamando que não encontraram ninguém. 

Bobagem. Estão felizes, mas ainda não se deram conta de que isso é possível. Estão apegadas à crença de que só é possível estar bem quando estão com alguém. Por isso, sustentam a sensação de que falta algo.

Se estas mulheres conseguissem se desapegar desta crença e simplesmente aproveitassem o que têm de bom, muito provavelmente o amor chegaria naturalmente, no momento exato em que os desejos interno e externo estivessem em sintonia. Sem esforço, sem tristeza, sem desespero.

É uma simples questão de viver o que há de bom, agora, sem se tornar refém de uma situação que não existe, e que nem precisa necessariamente existir para garantir a alegria!

Um outro tipo de mulher bonita, inteligente, interessante e... sozinha é aquele em que a ansiedade já se tornou tão desmedida, tão inconsciente e tão autônoma, que toda beleza se perde no olhar angustiado. Toda inteligência se cala na postura tensa, descrente, desconfiada, sempre pronta a atacar o homem que se aproxima, tentando confirmar se ele é apenas mais um que veio para ir embora logo em seguida... 

E todas as suas características, que lhe colocam na posição de interessante, perdem o brilho e a força na certeza de que não vai rolar.

É um ciclo vicioso, uma crença-armadilha, uma auto-condenação pelo pavor de tentar de novo e não dar certo.

De novo, o amor não encontra espaço, porque a atuação não é solta, não é natural, não é consequência... 

E não poderá ser enquanto não houver disponibilidade interna, sem couraças e condutas que mais afastam do que atraem, que mais assustam do que conquistam.

Portanto, antes de acusar o masculino, o mundo, a sociedade ou a quem quer que seja, olhe para você.

Acredite na sua beleza e inteligência... e se for para ficar sozinha, que esta seja a sua grande chance de ser feliz... até que o amor chegue, para se transformar numa outra forma de felicidade!



Rosana Braga é Palestrante, Jornalista, Consultora em Relacionamentos 
e Autora dos livros "O PODER DA GENTILEZA" e "FAÇA O AMOR VALER A PENA", entre outros.

Postado no site Somos Todos Um

Torcida argentina invade o Rio de Janeiro !





O desabafo de Trajano : os gurus do ódio


Viralizou



Paulo Nogueira

E eis que José Trajano, da ESPN Brasil, viralizou.

Um vídeo em que ele cita quatro colunistas que instigam ódio circula freneticamente pela internet nestes dias.

Ele enxergou, com razão, uma relação espiritual entre os que xingaram Dilma no estádio e os colunistas que mencionou.

Trajano falou de Demetrio Magnolli, Augusto Nunes, Mainardi e Reinaldo Azevedo, mas poderia falar de muitos outros.

Outro dia li uma expressão do Nobel de Economia Paul Krugman e pensei exatamente no tipo de jornalista da pequena lista de Trajano.

São os “sicários da plutocracia”. São pagos, às vezes muito bem pagos, apenas para defender os interesses de seus patrões.

Os Marinhos, ou os Frias, ou os Civitas, ou os Mesquitas, não podem, eles mesmos, assinar artigos em defesa de suas próprias causas. Então contratam pessoas como as de que Trajano trata.

Muitos leitores, em sua ingenuidade desumana, vêem alguma coragem nos “sicários da plutocracia”.

É o oposto. Ao se alinhar aos poderosos – aqueles que fizeram o Brasil ser um dos campeões mundiais da desigualdade – eles têm toda a proteção que o dinheiro é capaz de oferecer.

Não correm risco de ficar sem emprego, por exemplo. Podem cometer erros grosseiros de avaliação, de prognóstico, de estilo, do que for.

Mesmo assim, estarão seguros porque cumprem o papel de voz dos que podem muito.

Vi em Trajano um desabafo, uma explosão, e entendo por duas razões.

Primeiro, Trajano sempre foi explosivo, temperamental. É um traço seu desde sempre, bem como a paixão pelo Ameriquinha.

Depois, Trajano ecoou um sentimento que representa o espírito do tempo.

Há um cansaço generalizado, uma irritação crescente com os “sicários da plutocracia”. Não apenas pela soberba vazia, pela arrogância de quem sabe que terá microfone em qualquer circunstância, não apenas pela vilania constante.

Mas pela compreensão de que eles representam um obstáculo brutal ao avanço social brasileiro.

Eles estão na linha de frente da resistência a um Brasil menos desigual.

Eles surgem em circunstâncias especiais. Seu papel é minar, perante a opinião pública, administrações populares.

O maior da espécie, Carlos Lacerda, se notabilizou ao levar GV ao suicídio e Jango à deposição.

Eles sumiram nas décadas que se seguiram ao Golpe de 64, por serem desnecessários. O Estado – com os incríveis privilégios e mamatas à base de dinheiro público — estava ocupado pela plutocracia. Já não tinham serventia.

Voltaram quando Lula ganhou, a despeito de todas as concessões petistas fixadas na Carta aos Brasileiros.

Voltaram com o PT, assim como voltariam com qualquer outros partido que representasse ameaça às vantagens de séculos, como livre acesso aos cofres do BNDES e outras coisas do gênero.

Neste sentido, é bom entender que não é algo contra o PT e sim contra o risco, real ou imaginário, do fim das regalias.

Você pode identificar claramente o processo de retorno dos sicários.

O primeiro deles foi Diogo Mainardi, na Veja. Logo depois, também na Veja, mas na internet, apareceu Reinaldo Azevedo.

Não eram conhecidos na elite dos jornalistas, mas ganharam um espaço privilegiado porque se dispuseram a fazer a propaganda, disfarçada de jornalismo, das causas de quem quer que o Brasil continue do jeito que sempre foi.

Aos poucos foram chegando outros, e hoje são muitos.

É um processo curioso: quanto menos votos têm os representantes da plutocracia, mais colunistas da direita vão aparecendo. É como se houvesse a esperança de, uma hora, aparecer um novo Lacerda e resolver o problema.

Mas a sociedade brasileira está cansada de tanta desigualdade, e é difícil acreditar que as lorotas dos sicários vão ter algum resultado parecido com o que houve em 54 ou 64.

O Brasil merece ser uma sociedade nórdica, escandinava, em que ninguém seja melhor ou pior que ninguém por causa do dinheiro, e na qual não haja os abismos de opulência e de miséria.

Os sicários aos quais Trajano se referiu simbolizam o oposto de tudo que escrevi acima.

Desta vez, ao contrário de 54 e 64, não triunfarão – até porque a internet deu voz a quem não tinha e retirou a exclusividade monopolística e predadora dos que favelizaram o Brasil enquando acumulavam fortunas extraordinárias.


*Paulo Nogueira é jornalista.

Postado no site Diário do Centro do Mundo em 15/06/2014