Não quero padrão Fifa!




Clemente Ganz Lúcio na Rede Brasil Atual

Muitos lutam e trabalham para promover bem-estar, qualidade de vida, melhor viver e sustentabilidade ambiental para todos.

A igualdade é o sentido da direção para as transformações requeridas, cujo significado se materializa na justa distribuição da renda e da riqueza gerada pelo trabalho de todos.

Há muito para ser feito e é muito bom que a sociedade manifeste o desejo de mudança. Aliás, não há avanço no sentido da igualdade sem luta social, sem uma sociedade civil determinada a cobrar de suas instituições a promoção concreta do significado da justa distribuição da renda e da riqueza.

As transformações históricas são construídas no presente contínuo do aqui e agora que se sucede, especialmente porque na luta já se deve anunciar e promover o conteúdo e a forma do novo que se quer promover. 

Esse novo conteúdo se expressa, por exemplo, nas práticas que investem para reunir forças sociais para mudar; no modo democrático como ocorrem os debates e os convencimentos expressos em acordos, deliberações ou escolhas pelo voto; na qualidade das ideias e do imaginário que antecipa o futuro querido e que faz da utopia uma força que nos mobiliza para construir a transformação.

A sociedade, no Brasil, mais uma vez acordou para as mazelas do país e passou a manifestar o desejo de mudança. Ótimo! Faz um ano que, para manifestar o significado do que se quer como qualidade do serviço e dos bens públicos, cunhou-se o bordão “Eu quero padrão Fifa!”.

Considero que referenciar no padrão Fifa o imaginário da utopia da qualidade dos bens e serviços públicos que se busca no presente é subverter o sentido da transformação e dar-lhe um significado oposto. Trata-se de um atraso e de um equívoco!

Padrão Fifa significa uma institucionalidade marcada pelos meandros do poder dos grandes interesses financeiros e corporações, de conexões e ganhos ilícitos, de corrupção do privado e do público, algumas das mazelas já largamente denunciadas.

Padrão Fifa significa a ingerência sobre a soberania de Estados e Nações, com regras que violam a cultura, preceitos, regras, valores de diferentes sociedades. O interesse econômico subverte um encontro encantador entre nações por meio da prática de um esporte mágico que é o futebol, subvertendo a soberana oportunidade de um povo mostrar aos outros o seu jeito de ser feliz e de lutar, mesmo com suas contradições e mazelas.

Padrão Fifa significa transformar esse espaço de encontro, os estádios, em um espaço segregador e elitizado. Uma estética contrária ao encontro, cadeirinhas “bem comportadas”, destroem a nossa cultura de curtir a mágica do futebol em pé, na galera! Arena, esse infeliz nome, recupera a ideia da guerra, do sangue que corre pelas garras dos leões, da diversão oriunda do sofrimento e humilhação do outro.

Padrão Fifa significa excluir, pelos preços exorbitantes dos ingressos das “arenas”, a galera que sempre lotou os estádios. A alegria de ir ao estádio foi transformada em um negócio que exclui a maioria, mais uma vez colocada para fora de um espaço que era seu! Padrão Fifa significa exclusão.

Padrão Fifa significa colocar para fora dos estádios, e no seu entorno, todos aqueles que faziam do picolé, da pipoca, da água, do amendoim, da bandeira, o seu trabalho a serviço do lazer e da confraternização, do sofrimento e da alegria.

Padrão Fifa significa concordar com a mercantilização do futebol como máquina de fazer dinheiro – ou de lavá-lo – na qual elenco comissão técnica e os times viram máquinas do marketing de consumo a serviço da desigualdade. É recorrente o salário de todos os jogadores de um time ser menor que o salário de um dos jogadores do time adversário. O ganho mensal de um craque é maior que o salário de toda uma vida de um trabalhador. 

Padrão Fifa é desigualdade sem fim!

Padrão Fifa significa construir uma estética nos estádios desconectadas da cultura e das condições econômicas da nossa sociedade, um padrão que não permite o acesso a todos, que não é passível de universalização, que não nos leva ao encontro do outro. Padrão Fifa elimina o valor das nossas diferenças para promover a iniquidade da desigualdade.

Seríamos mais felizes com o futebol sem o padrão Fifa!

Não quero esse padrão nem para escola, nem para a saúde, nem para o transporte coletivo, nem para nada! Quero um padrão que seja a nossa cara, que nos permita ter qualidade para todos, sem ser suntuoso e, muito menos, segregador. Quero um padrão que traga o sentido da igualdade e da qualidade como um valor manifesto substantivamente nos bens e serviços públicos.

Quero um padrão de bem público que nos leve ao encontro, que favoreça nosso relacionamento e que nos permita sermos diferentes – não desiguais – e, com os outros, felizes.

Quero um padrão que nos faça criativos para superar nossas iniquidades. Quero um padrão que faça de cada criatura um criador, pelo que é, pelo que pode oferecer ao outro e ao país.

Quero a descoberta, renovada a cada dia, de que a alegria é o contentamento compartilhado com o outro e que cada espaço deve ser construído com essa intencionalidade.

No padrão Fifa, o outro não existe e sem ele não há alegria! Não quero o padrão Fifa! Usar esse bordão é destruir a minha (ou a nossa!) utopia!

Vou me divertir com a Copa. Vou torcer pelo Brasil, vou torcer pelo bom futebol, vou curtir o espetáculo e o encanto desse campeonato. Vou esquecer e ignorar a Fifa.

Depois, vou continuar lutando para avançar no legado da Copa!



Clemente Ganz Lúcio é sociólogo, membro da Plataforma Política Social, diretor técnico do Dieese e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.



Dicas para enganar a sua mente e a das pessoas a seu favor




Viver em sociedade e lidar com as pessoas é uma tarefa que pode ser simplesmente excruciante, pois não há como saber o que se passa na cabeça de cada um para evitar situações desnecessárias.

Como se isso já não fosse o suficiente, há momentos em que nossas próprias mentes parecem não cooperar e insistem em nos trair em momentos que mais precisamos de confiança, por exemplo.

Não seria genial se pudéssemos driblar esses problemas de alguma forma? Não seria interessante se pudéssemos tirar proveito do comportamento das pessoas ou fazê-las pensar o que você quer que elas pensem de forma indireta?

E quanto a você mesmo, não seria legal saber como se programar para uma entrevista de emprego ou uma apresentação para uma platéia? Aqui vão dicas que podem ajudar você a enganar as mentes das pessoas e a sua própria a seu favor.

1. As pessoas são mais abertas àqueles que as olham nos olhos. Então quando você encontrar alguém pela primeira vez, tente descobrir a cor dos seus olhos, enquanto sorri para ela. Isso fará com que o seu olhar fixo torne a pessoa mais receptível às suas investidas, sejam elas quais forem.


2. As pessoas tendem a concordar em fazer determinada coisa pra você, se antes você as propuser a fazer algo mais simples.


3. Se você acha que uma pessoa vai recusar a fazer uma tarefa que você está prestes a pedi-la para realizar, faça o seguinte: peça primeiro que ela faça alguma coisa que vai dar muito trabalho. Ela muito provavelmente recusará; esse é o momento certo para pedir o que você realmente quer que ela faça. A pessoa vai achar que você a está poupando de algo muito dispendioso quando, na verdade, você está pedindo o que queria desde o início.


4. Se você fizer uma pergunta a alguém e a pessoa responder apenas parcialmente, continue olhando para os olhos dela e ela provavelmente continuará falando.


5. Se você sabe que vai passar por uma situação na qual ficará nervoso, como fazer uma prova, é só mascar chiclete. Ao fazer isso, seu cérebro pensa que você está se alimentando e, portanto, não havendo perigo iminente, pois ninguém se alimentaria em uma situação de risco. Dessa forma, a tensão deixará o seu corpo lentamente.


6. Sabe como evitar topar com uma pessoa que está vindo em sua direção na calçada? Olhe firmemente sobre um dos ombros dela ou entre as cabeças das pessoas, quando mais de uma; dessa forma, você mostra com o seu olhar por onde vai seguir e as pessoas farão o caminho oposto para não toparem com você.


7. Quer aprender algo de verdade? Ensine aquilo a alguém. Se você consegue ensinar bem é porque você entende bem.


8. As pessoas tendem a se lembrar mais do que você as fez sentir que daquilo que você falou a elas. Use isso a seu favor.


9. Para uma entrevista de emprego, prepare-se psicologicamente de antemão: finja que você encontrará um amigo que não vê há muito tempo e quer muito encontrar; pense desde vocês dando as mãos, se cumprimentando; pense em todas as coisas que você tem pra falar, visualize todo o momento em sua mente, não tenha pressa. Visualize sua posição corporal também: ombros para trás, mãos sobre o colo, sorriso no rosto (não precisa ser exagerado). Tudo isso soa clichê, mas você estará tomando controle do seu psicológico e se autossugestionando.


10. Quando você reage com alegria e empolgação ao ver alguém, você induz a pessoa a fazer o mesmo com você. Pode não funcionar da primeira vez, mas acontecerá na próxima.


11. Saia por cima quando uma pessoa fica zangada com você: permaneça em silêncio e ela ficará ainda mais brava; quando a raiva passar, ela ainda se sentirá envergonhada.


12. Sabe aquela história de primeira impressão? Quando você cumprimenta alguém com um aperto de mão firme, mas acolhedor/agradável, você imediatamente ganha um ponto com aquela pessoa. Nada de mão mole, hein!


13. Pessoas possuem uma auto-imagem muito clara delas mesmas e que costumam defender com unhas e dentes. Quer se livrar ou fazer alguém desgostar de você? Ataque sem piedade a auto-imagem daquela pessoa.


14. Quando sair com uma pessoa pela primeira vez, leve-a a um lugar onde o coração dela baterá mais forte – literalmente – como num parque de diversões, num show de música ou até mesmo num filme de terror, se a pessoa quiser, claro. Esses momentos fazem a adrenalina do corpo subir e dar uma sensação boa que será associada mais à sua presença que ao evento em si. É como se a pessoa pensasse “eu gosto dele porque eu me sinto bem ao lado dele”.


15. A chave para a confiança é presumir que todos já gostam de você e o respeitam.


16. Os efeitos do estresse são muito parecidos com os efeitos físicos da coragem. Então, quando você se sentir estressado, imediatamente imagine – e visualize – que você está se sentindo mais corajoso para enfrentar determinada situação. Veja o problema como um desafio, não com uma ameaça.


17. Quer ficar marcado na mente de alguém que acabou de conhecer? Refira-se a ela pelo nome. As pessoas amam serem tratadas pelo nome e acabam por criar um elo de simpatia por quem as trata assim.


18. Se você der o maior sorriso que você puder, se sentirá um pouco mais feliz.


19. Sempre dê às crianças uma opção para fazê-las pensar que estão no controle. Por exemplo, pergunte “você quer usar os tênis do Ben 10 ou do Homem-Aranha?”. Independentemente da resposta, elas usarão tênis, que é a sua vontade.




Postado no site Tudo Interessante


Pedais Pensantes






(Brasil, 2014, 15 min. - Direção: Marcelo Zerwes)


A verdade nua e crua é que a cidade de São Paulo não comporta, há décadas, o transporte por automóveis, que destrói a cidade com seu barulho, sua poluição e sua intrínseca violência.

A média horária no trânsito em São Paulo é pouco maior do que a de uma pessoa andando e menos do que uma pessoa correndo, mesmo assim, a mídia promove um dogma que transforma os motoristas em escravos do trânsito, estressando-os, contaminando-os. 

A grande maioria da classe política não pensa sobre em políticas públicas que possibilitem um novo paradigma além do automóvel, querendo sustentar um modelo falido, que pouco a pouco vem sendo abandonado em metrópoles do primeiro mundo, como Nova York, Londres, Amsterdã, Barcelona, e Berlim (docverdade).


Sinopse Oficial:

Em uma megalópole dominada pelo carro, um grupo de pessoas batalha pelo direito da bicicleta não só como meio de transporte, mas também como ferramenta poderosa de transformação individual e coletiva.

Em "Pedais Pensantes", alguns dos principais cicloativistas de São Paulo questionam a realidade atual e propõe um novo conceito de cidade e cidadania tendo a bicicleta como elemento central.

Com Renata Falzoni, Arturo Alcorta, Marcelo Siqueira, Teresa D'Aprile, André Pasqualini e Thiago Benicchio.


Postado no site Docverdade em 09/06/2014


Homenagem dos Demônios da Garoa à Copa de 2014










As aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá


Gabinete Digital


Olho para os países onde morei nos últimos 4 anos e vejo que o RS não está nem um passo atrás em termos de democracia e participação.
Pelo contrário.

Bruna Santos (*)

O famigerado complexo de vira-latas brasileiro, diagnosticado por Nelson Rodrigues, tem sido recorrentemente citado ao longo das últimas semanas. Ele reflete a insegurança e descontentamento daqueles que repetem “só no Brasil mesmo” toda vez que se deparam com algum problema. 

A percepção do brasileiro sobre a situação atual do país piorou significativamente desde que os protestos tomaram as ruas em junho do ano passado. A mensagem era clara: o brasileiro quer eficiência, integridade política e, acima de tudo, quer ser ouvido.

A iminência da Copa do Mundo nos jogou no meio de uma nuvem de insegurança coletiva em relação à percepção alheia sobre o Brasil, nesse caso, a percepção de nada menos do que o restante do mundo. 

A fim de dar um empurrãozinho na disposição de alguns brasileiros a ver o copo meio cheio, proponho uma reflexão breve sobre democracia e participação.

Na última quinta-feira, “só no Brasil mesmo”, foi realizada a maior consulta pública da história da internet no país. 

A Votação de Prioridades realizada pelo Gabinete Digital do Estado do Rio Grande do Sul encerrou as consultas com 255.751 votantes em três dias.

Com este resultado, o Rio Grande do Sul realizou a maior consulta pública da história da Internet no país e o maior processo de orçamento participativo digital do mundo. 

Tudo isso foi monitorado de perto por pesquisadores do Banco Mundial que estavam no estado para conduzir uma série de experimentos relacionados à participação cidadã.

Comparação e competição

Como quem olha o pão com manteiga que tem na frente e compara com o carré de cordeiro na foto do Instagram do vizinho, o brasileiro complexado olha para fora e se deprime. (Não cabe a mim explicar o porquê).

Ele se deprime porque pensa que em Miami a vida é mais fácil; que em Nova Iorque tem emprego pra todo lado e que em Pequim tudo funciona, pois o governo é eficiente.

Aos que pensam assim, fica o meu depoimento. Há algum tempo vivo entre Brasil, China e Estados Unidos. Ser expatriada foi uma opção de vida. Não saí do Brasil por que o país não funciona. Saí por inquietação intelectual.

Manhattan connection às avessas - com parada na Praça da Paz Celestial

Olho para os países onde morei nos últimos 4 anos e vejo que o Rio Grande do Sul não está nem um passo atrás em termos de democracia e participação. Pelo contrário.

Nos EUA, desde a década de 1990 tem-se tentado reinventar o governo. David Osborne foi o idealizador dessa reforma na administração Bill Clinton. Nos últimos 8 anos, Nova Iorque também passou por uma transformação intensa na forma de pensar a intersecção entre políticas públicas e tecnologia. 

Liderada pelo prefeito Bloomberg, a iniciativa de usar a tecnologia da informação a serviço dos cidadãos foi feita de maneira colaborativa. A prefeitura abriu seus dados e criou canais de participação para que a população inovasse criando soluções criativas para os problemas urbanos. Eu considero a experiência nova-iorquina admirável e replicável. 

No entanto, a cidade ainda carece de iniciativas de participação popular eficazes. 

Acredite, tendo Porto Alegre como exemplo, a esquina do mundo lançou apenas em 2012 seu modelo de orçamento participativo - 23 anos depois da implantação do OP em POA pelo então prefeito Olívio Dutra.

Depois da grande maçã, olhemos para a outra esquina do mundo: Pequim. Na China, se você não é filiado ao Partido Comunista Chinês (PCC), as suas chances de ser ouvido e de participar das decisões políticas do país são reduzidas a nada. 

O chinês de classe média hoje tem acesso às grandes marcas internacionais, carros de luxo e etc, mas ainda está encerrado em um modelo não participativo de governo. 

Lá vive-se era da informação, da velocidade, da internet e das redes sociais, mas ninguém pode usar o Google, a internet é censurada e os cidadãos leem com descrédito o que é dito na mídia local.

No mesmo 4 de junho que, no Rio Grande do Sul, comemorávamos o sucesso da participação popular na votação das prioridades, na China, o governo repetia, pela 25º vez, seu esforço anual para apagar da história os vestígios do massacre de estudantes que pediam democracia na praça de Tianamen.

Oportunidades

A era da informação, da internet, das redes sociais e dos dados abertos nos oferece a oportunidade única de reformular nossas instituições políticas.

O Rio Grande do Sul tem sido pioneiro nisso. Uma revolução na forma de fazer política é necessária. A desigualdade entre ricos e pobres é um abismo que os líderes mundiais passaram décadas tentando fechar. Mas, na realidade, a maioria dos cidadãos permanece insatisfeito com uma desigualdade diferente: a que existe entre os poderosos e os impotentes.

Mais uma vez, o Gabinete Digital deu poder à voz dos gaúchos. Elevou o volume dos que ainda falam baixo ou não são ouvidos.

Eu tenho orgulho disso e não vejo espaço para inseguranças e complexos, mas sim para avaliação crítica e construtiva. Melhoria, sugestões, participação e inovação. Que assim seja e que nossa voz nunca se cale. Os ouvidos dos poderosos estão abertos. Aproveitem!


(*) Bruna Santos é mestranda em Administração Pública na Universidade de Columbia, pesquisadora no projeto Public Management Innovation entre os Columbia Global Centers do Rio de Janeiro, Pequim e Mumbai e sócia-fundadora da empresa Ethos Intelligence, dedicada ao monitoramento e avaliação de projetos de impacto social. Contato: bsd2118@columbia.edu ::: b.santos.ri@gmail.com ::: LinkedIn.



Sorrir faz bem !


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