Militante petista que vaiou Barbosa processa revista Veja e lança um blog





Rodrigo Pilha é militante da esquerda. Rodrigo Grassi Cademartori, o Rodrigo Pilha, como ficou conhecido após organizar um pequeno ato de protesto contra o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), quando este saia de um bar em Brasília há algumas semanas, vai lançar um blog para confrontar os políticos e personalidades incensados pela mídia conservadora. 

Alvo de matérias da revista semanal de ultradireita Veja, que saiu em uma suposta defesa de Barbosa, Rodrigo Pilha, assessor da deputada Érika Kokay (PT-DF), divulgou um vídeo em que rebate as acusações da revista.


No vídeo, além de fazer críticas a Joaquim Barbosa e à publicação, Rodrigo Pilha avisa que irá processar a revista que o acusou, sem qualquer prova, de ser um “conhecido baderneiro”, “uma espécie de petista-playboy” e de “intimidar, inclusive fisicamente, qualquer um que avalie ser adversário do PT”.

– Agora que estou livre para exercer minha militância sem ser acusado de estar sendo pago, nós vamos fazer o blog Botando Pilha, para mostrar tudo o que a Veja, que a Globo, que a Folha de São Paulo não quer mostrar. A todos os políticos de direita que são protegidos por esses meios de comunicação, nós vamos fazer perguntas, nós vamos questioná-los. Logo, logo, vamos informar o dia e hora do lançamento desse blog – promete.




Postado no Blog do Saraiva em 21/04/2014

Os idiotas perderam a modéstia?



      

            

Sergio Saraiva, GGN em 19/04/2014

Vivemos momentos em que a modéstia, a prudência e o resguardo parecem ter sido deixados de lado.

Poucos souberam ler tão bem o momento em que o Brasil e eles mesmos viviam como Nelson Rodrigues. Cruel e visceral, como só os que têm uma úlcera como companheira podem ser, decretou:

“Existem situações em que até os idiotas perdem a modéstia”.

Pois bem, vivemos momentos de um recrudescimento tal da intolerância que parece-me que alguns agentes políticos se acham, se não a salvos de críticas, imunes à suas conseqüências e, assim, se permitem declarações que em momentos de maior cuidado não cometeriam.

O Ministro Joaquim Barbosa resmungando entre dentes, mas não em baixo tom como quem falasse a si, saiu-se com o revelador “Foi por isso mesmo, ora” e desnudou a manipulação das sentenças da AP 470 para garantir a condenação a regime fechado dos réus.

Depois, o Senador e candidato do PSDB às eleições presidenciais de 2014, Aécio Neves, em uma recepção em que era homenageado pela fina flor da plutocracia nacional, provavelmente sentindo-se protegido por estar entre iguais, entregou-nos sua proposta de governo: “Estou preparado para tomar as medidas necessárias, por mais que elas sejam impopulares”. Como não falava a populares e foi aplaudido, é certo que tais medidas não seriam o aumento dos impostos para os ricos.

Agora, outro senador pelo PSDB, Álvaro Dias, em entrevista relâmpago a Noblat nos deixa a todos boquiabertos com a sinceridade da revelação da estratégia de campanha tucana: “Ao mesmo tempo, precisamos desconstruir a imagem do governo, alimentando o noticiário negativo com ação afirmativa. A instalação da CPI da Petrobras vai ajudar nessa desconstrução”.

Sem dúvida, vivemos momentos em que parece que a modéstia, a prudência e o resguardo, assim como os pruridos de consciência em 68, foram mandados às favas. E por personagens que podem ser acusados de muitas coisas, mas não de serem idiotas.

Sinais de tempos novamente imprudentes?



Sorrir faz bem !

















A mídia é um partido de oposição !



Rostos maquiados, vozes treinadas, impostores

Carlos Motta

Passo os olhos pelo noticiário destes dias em que o país está parado.

Leio que o senador Álvaro Dias diz que o plano da oposição é alimentar a imprensa de notícias contra o governo Dilma - e o PT.

Leio também que Eduardo Campos mudou-se com sua família para São Paulo e pretende na sua campanha para a Presidência da República firmar-se como o continuador da obra de Lula e implacável crítico da presidenta Dilma.

As duas notícias resumem o momento político do país.

O senador Dias, nesse seu arroubo de honestidade, confessa o que qualquer brasileiro um pouco mais atento já sabe há muito: a oposição não tem programa, não tem ideias, não consegue formular nenhum projeto alternativo ao governo trabalhista - a não ser essa patética exumação de cadáveres ideológicos como o neoliberalismo.

Ou ameaçar a nação com "medidas impopulares".

Já Eduardo Campos, ao revelar a sua estratégia para deixar de ser um candidato nanico, mostra que, no mínimo, não está bom da cabeça.

Digo isso para não ofendê-lo.

Pois essa sua linha de ação parece ter sido preparada por algum desequilibrado mental.

Como ele acha possível desvincular Lula de Dilma?

Dilma, todos sabem, não existiria politicamente sem Lula.

E Lula já afirmou milhares de vezes que apoia integralmente o governo de Dilma e ela é a sua candidata.

Lula é Dilma, Dilma é Lula.

Será que Campos não consegue entender algo tão básico?

Se essa é uma amostra de sua capacidade cognitiva, de sua inteligência política, deus nos livre e guarde...

Mas Dias e Campos não são os únicos protagonistas da cena política destes dias de feriado.

É preciso dar crédito a um outro personagem tão ou mais importante que esses dois.

Na verdade, eles não seriam nada sem a ajuda inestimável dessa amigona do peito chamada imprensa.

Essa sim tem feito milagres, como esse de transformar tais nulidades em estrelas fulgurantes da cena política.

É uma parceira e tanto.

Os Dias e Campos da vida, porém, devem tomar cuidado com ela.

De tanto serem ajudados, de tanto aparecerem nas páginas dos jornalões e na telinha da Globo, é bem capaz de, algum dia, as pessoas perceberem que não passam de rostos maquiados e vozes treinadas.

De impostores, em resumo.


Postado no blog Crônicas do Motta em 19/04/2014


Feliz Páscoa


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Os meninos de luz ceifados pela barbárie




Luis Nassif

Os mais espiritualizados diriam que a humanidade é composta pela massa informe dos que vieram de passagem pela vida, buscaram promoção pessoal ou não, acomodaram-se na carreira profissional ou não, mas fecharam-se em seu mundinho murado, não se expondo aos desafios da vida nem à luz dos sentimentos maiores, incapazes de celebrar a beleza ou se indignar com os absurdos da vida. Sobem quando encontram espaço; resignam-se, quando expostos a obstáculos.



Mas há as crianças de luz, aquelas que nasceram com a garra dos predestinados, com a indignação dos que jamais se curvariam às vicissitudes da vida. E aquelas que, dotadas da força interna dos iluminados, foram ceifadas pela força bruta dos bárbaros.

Com 8 anos de idade, morador da Vila Kennedy, na zona Oeste do Rio, o menino Alex Moraes Soeiro era um deles.

Morava com a mãe em Mossoró, Rio Grande do Norte. Ameaçada de perder a guarda do filho, por não leva-lo à escola, despachou-o para morar com o pai no Rio de Janeiro. 

Ex-presidiário, traficante, desempregado, o bárbaro acolheu a luz.

Alex foi matriculado na Escola municipal Coronel José Gomes Moreira. No primeiro bimestre tirou nota 88; no segundo, nota 100; no terceiro nota 90.

Segundo os colegas, era um menino afetuoso, que se dava bem com todos. Sensível, gostava de dança do ventre e de lavar louças, de forró e de brincar de carrinhos. E tinha uma força interna de tal ordem que escondia dos colegas os hematomas resultantes dos frequentes espancamentos a que era submetido pelo pai, “para ensiná-lo a andar como homem”.

De frente com a besta, o menino não cedia, não chorava, não gritava. Foi assim quando recusou-se a cortar o cabelo e foi espancado e não cedeu e continuou sendo espancado até que a pancadaria feroz dilacerou o fígado, provocando uma hemorragia interna. 

Com 8 anos morreu sem se curvar à bestialidade. No laudo final, os legistas encontraram escoriações nos joelhos, cotovelos, ouvido esquerdo, no tórax, na região cervical, equimoses no rosto, no tórax, no supercílio direito, no punho esquerdo, no braço e antebraços.

Se a besta não tivesse ceifado sua vida, seria um dos futuros meninos de luz a iluminar a construção de um país desigual, talvez um grande líder político ou comunitário, talvez um empreendedor destemido, talvez um artista consagrado.

Esta semana foi a vez de Bernardo Boldrini, de 11 anos, no município de Três Passos, perto de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Órfão da mãe, que supostamente se suicidou logo após se separar do marido, foi morar com o pai, médico cirurgião bem sucedido e a nova esposa.

Pelos amigos, era considerado dócil, obediente e carente, especialmente devido ao abandono a que foi relegado pelo pai. Muitas vezes refugiava-se em casa de amigos, sem jamais criticar o pai ou mencionar os problemas em casa.

Em um dia em que o pai prometeu mais atenção, comentou com os colegas sua felicidade, por poder brincar com a “mana”, a irmã de um ano e três meses do novo casamento.

Quando a vida tornou-se insuportável, não cedeu.

Com 11 anos, procurou o Conselho Tutelar da cidade para denunciar os maus tratos e o abandono pelo pai e propor ser criado pelo avó. 

No último dia 4 foi morto com uma injeção letal, aplicada provavelmente pelo pai e pela madrasta. 

Aos que desanimam com os problemas da vida real, que se abatem com os trancos do destino, iluminem-se com a luz desses meninos que não cederam.



Postado no site Luis Nassif Online em 18/04/2014