Lewandowski não solicita diárias, já o Joaquim Barbosa ... Ética e honra não são para os apequenados e manipulados pelo status quo !





Presidente em exercício do STF fez palestra e recebeu medalha de honra na Faculdade de Direito de Lisboa, dia 17; ministro interrompeu férias, mas não quis diárias de viagem.

Antes, no dia 3, presidente em férias Joaquim Barbosa recebeu R$ 14 mil por 10 dias de viagem entre os dias 20 e 30, nos quais teria apenas dois compromissos oficiais; debate ético que, para Barbosa, "é uma tremenda bobagem".

Para Ricardo Lewandowski tem significado moral; em latim, na medalha que ele recebeu sem querer benefício do Estado por isso, está escrito: Honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere (Viver honestamente para não lesar os outros e dar a cada um o seu próprio)

Mais uma diferença ética e de interpretação de direitos separa o presidente em férias do STF, Joaquim Barbosa, do presidente em exercício, ministro Ricardo Lewandowski

Enquanto Barbosa não viu problemas em requisitar e aceitar R$ 14 mil em diárias para 10 dias de passeio pela Europa, nos quais teve dois compromissos oficiais, em Paris e Londres, Lewandowski não recebeu nenhum tipo de gratificação para, também em seu período de férias, receber da Faculdade de Direito de Lisboa uma medalha de honra após proferir palestra.

A honraria contém gravada a expressão em latim Honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique tribuere (Viver honestamente para não lesar os outros e dar a cada um o seu próprio). O convite foi feito pela organização do evento, que foi realizado na capital portuguesa no último dia 17.

O site do STF registrou que Barbosa recebeu logo no dia 3 de janeiro o valor das diárias que usaria entre os dias 20 e 30 deste mês. No mesmo setor, porém, não há registro de recebimento de diárias por Lewandowski, que efetivamente não requereu o benefício.

Questionado, em Paris, se considerava adequado receber diárias funcionais mesmo desfrutando de férias, apenas por ter apenas dois compromissos oficiais em 10 dias a Europa, Barbosa afirmou que o debate não passava de "uma tremenda bobagem". 

Lewandowski mostrou ser diferente de "qualquer outro". Ao não requisitar diárias, o ministro, que interrompeu suas férias para receber a homenagem em Lisboa em seguida à realização de uma palestra, passou uma mensagem de ética. Se todos fizessem como ele, os cofres públicos seriam poupados e a imagem da Justiça sairia fortalecida.



Aplicando 5S na vida pessoal


Aplicando 5S na vida pessoal

Tom Coelho

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustăo.
Doze meses dăo para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovaçăo e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar,
que daqui para diante vai ser diferente".

(Carlos Drummond de Andrade)

Agora que você já fez a famosa contagem regressiva, bebeu champanhe, cumprimentou amigos e familiares, fez ótimas refeições e dormiu bastante, bem-vindo de volta ao cotidiano.

Para algumas pessoas, não passou de um dia como outro qualquer, uma passeadinha a mais dos ponteiros nos relógios, exceção feita a uma mesa mais farta e ao final de semana prolongado.

Todavia, prefiro seguir Drummond, aproveitando a magia do momento para refletir sobre os últimos 12 meses, repensar sobre os objetivos e metas traçadas, e recomeçar a luta e a caminhada.

Em Administração, utilizamos um expediente importado lá do Oriente, mais precisamente do Japão pós-guerra, chamado de "5S". Este nome provém de cinco palavras japonesas iniciadas pela letra "s": Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu e Shitsuke.

Os cinco sensos constituem um sistema fundamental para harmonizar os subsistemas produtivo-pessoal-comportamental, constituindo-se na base para uma rotina diária eficiente.

Praticar os 5S significa:

. Seiri (senso de utilização): separar as coisas necessárias das desnecessárias;

. Seiton (senso de organização): ordenar e identificar as coisas, facilitando encontrá-las quando desejado;

. Seisou (senso de zelo): criar e manter um ambiente físico agradável;

. Seiketsu (senso de higiene): cuidar da saúde física, mental e emocional de forma preventiva;

. Shitsuke (senso de disciplina): manter os resultados obtidos através da repetição e da prática.

A aplicação dos 5S em uma empresa, em especial do setor industrial, deve ser efetuada com critérios, inclusive com supervisão técnica dependendo do porte da companhia. Mas meu convite, neste instante, é para você praticar os 5S em sua vida pessoal.

Assim, que tal aproveitar estes primeiros dias do ano para fazer uma pequena revolução pessoal?

Aplique Seiri em sua casa e em seu escritório. Nos armários, nas gavetas, nas escrivaninhas. Tenha o senso de utilização presente em sua mente. Se lhe ocorrer a frase: "Acho que um dia vou precisar disto...", descarte o objeto em questão, pois você não o utilizará. 

Pode ser uma roupa que ganhou de presente ou comprou por impulso e nunca a vestiu, por não lhe agradar o suficiente, mas que acalentará o frio de uma pessoa carente. Podem ser livros antigos, hoje hospedeiros do pó, que contribuirão com a educação de uma criança ou um jovem universitário. 

Seja seletivo. Elimine papéis que apenas ocupam espaço em seus arquivos, incluindo revistas e jornais que você acredita estar colecionando. Organize sua geladeira e sua despensa - você ficará impressionado com o número de itens com prazo de validade expirado.

Na próxima fase, passe ao Seiton. Separe itens por categorias, enumerando-os e etiquetando-os quando adequado. Agrupe suas roupas obedecendo a um critério pertinente a você, como por exemplo, dividir vestimentas para uso no lar, daquelas destinadas para trabalhar, de outras utilizadas para sair a lazer. 

Organize seus livros por gênero (romance, ficção, técnico etc.) e em ordem de relevância e interesse na leitura. Separe seus documentos pessoais e profissionais em pastas, uma para cada assunto (água, luz, telefone...). Estes procedimentos lhe revelarão o que você tem e atuarão como "economizadores de tempo" quando da busca por um objeto ou informação.

Com o Seisou, você estará promovendo a harmonia em seu ambiente. Mais do que a limpeza, talvez seja o momento para efetuar pequenas mudanças de layout: alterar a posição de alguns móveis, colocar um xaxim na parede, melhorar a iluminação.

Agora, basta aplicar os últimos dois sensos já mencionados, o Seiketsu, que corresponde aos cuidados com seu corpo (sono reparador, alimentação balanceada e exercícios físicos), sua mente (equilíbrio entre trabalho, família e lazer) e seu espírito (cultive a fé) e o Shitsuke, tão simples quanto fundamental, e que significa controlar e manter as conquistas realizadas.

Faça isso e eu desafio você a ter pela frente 12 longos e prósperos meses!

Postado no site Somos Todos Um


Tudo que vicia começa com C



Luiz Fernando Veríssimo

Por alguma razão que ainda desconheço, minha mente foi tomada por uma ideia um tanto sinistra: vícios.

Refleti sobre todos os vícios que corrompem a humanidade. Pensei, pensei e, de repente, um insight: tudo que vicia começa com a letra C!

De drogas leves a pesadas, bebidas, comidas ou diversões, percebi que todo vício curiosamente iniciava com cê.

Inicialmente, lembrei do cigarro que causa mais dependência que muita droga pesada. Cigarro vicia e começa com a letra c. 

Depois, lembrei das drogas pesadas: cocaína, crack e maconha. Vale lembrar que maconha é apenas o apelido da cannabis sativa que também começa com cê.

Entre as bebidas super populares há a cachaça, a cerveja e o café. Os gaúchos até abrem mão do vício matinal do café mas não deixam de tomar seu chimarrão que também - adivinha - começa com a letra c.

Refletindo sobre este padrão, cheguei à resposta da questão que por anos atormentou minha vida: por que a Coca-Cola vicia e a Pepsi não? 

Tendo fórmulas e sabores praticamente idênticos, deveria haver alguma explicação para este fenômeno. Naquele dia, meu insight finalmente revelara a resposta. É que a Coca tem dois cês no nome enquanto a Pepsi não tem nenhum.
Impressionante, hein?

E o computador e o chocolate? Estes dispensam comentários.

Os vícios alimentares conhecemos aos montes, principalmente daqueles alimentos carregados com sal e açúcar. Sal é cloreto de sódio. E o açúcar que vicia é aquele extraído da cana.

Algumas músicas também causam dependência. Recentemente, testemunhei a popularização de uma droga musical chamada "créeeeeeu". Ficou todo o mundo viciadinho, principalmente quando o ritmo atingia a velocidade... cinco.

Nesta altura, você pode estar pensando: sexo vicia e não começa com a letra C. Pois você está redondamente enganado. Sexo não tem esta qualidade porque denota simplesmente a conformação orgânica que permite distinguir o homem da mulher. O que vicia é o "ato sexual", e este é denominado coito.

Pois é. Coincidências ou não, tudo que vicia começa com cê. Mas atenção: nem tudo que começa com cê vicia. 

Se fosse assim, estaríamos salvos pois a humanidade seria viciada em Cultura...


Fundamentalismo midiático: zumbis amestrados defendem liberdade de "nossa" imprensa



Washington Araújo

Existe um novo tipo de fundamentalismo. E é tão letal quanto o religioso e perigoso quanto o ideológico. É o fundamentalismo midiático.

Esse fundamentalismo padece das vãs fantasias, como de costume, levadas ao extremo: julga-se auto-suficiente, tem certeza de sua superioridade intelectual, aferra-se à ideia maniqueísta do “somos moralmente imbatíveis e os demais destituídos de qualquer predicado moral”.

É assim que o jornalismo praticado por Veja, Folha de S.Paulo, O Estado de São Paulo e Organizações Globo (TV Globo, Globo News, O Globo, Época e CBN) passa a ser referido como jornalismo-verdade, jornalismo-sério, jornalismo-tradição, jornalismo-isento.

Os demais meios de comunicação – notadamente na Web – simbolizam seus contrários, jornalismo-mentira, pândego, experimental e cooptado pelo governo de plantão nas esferas federal, estadual e municipal. Para esse jornalismo de segunda linha os “fundamentalistas” cunharam as expressões “jornalismo de esgoto/esgotofera”, “blogues sujos e mal-cheirosos”, “revistas QuantoÉ”.

O fundamentalismo midiático se apropria da ingenuidade das pessoas para transformá-las em meros autômatos, em zumbis amestrados, roubando-lhes o que têm de mais precioso – a capacidade de pensar por si mesmos.

Como guardiães de verdades inquestionáveis, esses fundamentalistas agem conscientes de seu poder de fogo: enfraquecem os governos com suas chamadas alarmantes e suas pesquisas feitas no calor da hora em que qualquer governo se sinta acuado ou fragilizado (vejam as manifestações populares de junho de 2013 e a imediata pesquisa Datafolha feita a toque de caixa); tratam os opositores do governo com extrema complacência (observem como a corrupção sobre os trilhos de São Paulo continuam sendo referidos como “suposto cartel”, não obstante a multiplicidade de provas, evidências, documentos, testemunhos e condenações judiciais dessas mesmas empresas corruptoras em Cortes da Suiça, Estados Unidos, França).

Os fundamentalistas brandem seu corporativismo tantas vezes quantas sejam necessárias. Como cartel bem estruturado administrativa e financeiramente, mexeu com um nexeu com todos. Seguem o lema de ‘Os Três Mosqueteiros’ – um por todos, todos por um.

E é assim que o escândalo regular forjado por Veja com repórteres acionados por controle remoto na semana anterior ganha capa na edição do sábado seguinte, recebe espaço generoso na edição do Jornal Nacional do mesmo dia, assegurando-se tratamento diferenciado com ‘testemunha-chave’ na revista dominical Fantástico e ao longo da semana será escândalo de uma nota só – editoriais e colunistas esbravejando nos jornais tradicionais do eixo Rio-São Paulo. Essa a receita do fundamentalismo sempre que se percebe ameaçado em seu monopólio de gerir o lucrativo negócio da comunicação.

Que ninguém se iluda, aos fundamentalistas só interessa atuar como força política capaz de proteger e alavancar seus interesses econômico-financeiros. Para ocultar essa sórdida agenda são trazidos à cena biombos com as surradas expressões “Liberdade de Imprensa”, “Pluralismo de Ideias”.

Só que, para ser verdade, far-se-ia necessária a inclusão do pronome possessivo “nossa”. Esses fundamentalistas midiáticos querem mesmo é ”Liberdade de Nossa Imprensa” e “Pluralismo de Nossas Ideias”.


Postado no blog Cidadão do Mundo em 26/01/2014


Esclarecimentos sobre a Direita Miami



Juremir Machado da Silva


O mais comum é que cada personagem não tenha consciência da sua personalidade. O Brasil vem sendo dominado, na classe média e na mídia, por um tipo muito especial, o lacerdinha, representante da direita Miami.

É um pessoal que se acha sem ideologia, pois, para o lacerdinha autêntico, ideologia é coisa de esquerdista comedor de criancinha. A direita Miami acredita que todo esquerdista é comunista de carteirinha e que sonha com uma sociedade no modelo da Coreia da Norte.

O ideal da direita Miami é comer hambúrguer na Flórida, visitar a Disney todos os anos, ler a Veja, ver BBB, copiar e colar artigos de colunistas que falam todo dia da ameaça vermelha – e não é o Internacional nem o América do Rio -, esbaldar-se em shoppings sem rolezinhos, salvo patricinhas e mauricinhos, e denunciar programas governamentais, exceto de isenções de impostos para ricos, como esmolas perigosas e inúteis.

A direita Miami tem uma maneira curiosa de raciocinar.

– Se você é esquerdista, por que vai à Europa?

– Não entendi a relação – balbucia o ingênuo.

– Se você é esquerdista, por que tem plano de saúde?

A direita Miami contabiliza as mortes produzidas pelo comunismo, no que tem razão, mas jamais pensa nas mortes produzidas pelo capitalismo no passado e no presente. Mortes por fome, falta de condições sanitárias e doenças evitáveis não impressionam os lacerdinhas. 

Não parece possível à direita Miami que se possa recusar o comunismo e o capitalismo brasileiro. A social-democracia escandinava, por exemplo, não chama atenção dos sacoleiros de Miami. É uma turma que quer muito Estado para si e pouco para os outros. De preferência, muito Estado para impedir greves, estimular isenções fiscais para grandes empresas e reprimir movimentos sociais.

O mais curioso na direita Miami é que, embora defenda o Estado mínimo na economia, salvo se for a seu favor, gosta de Estado robusto em questões morais como consumo de drogas e de sexualidade, aquelas que, mesmo criticando, costuma praticar e exigir tratamento diferenciado quando o Estado flagra algum dos dela em conflito com a lei. 

A direita Miami fala ao celular, dirigindo, sobre a sensação de impunidade no Brasil e, se multada, denuncia imediatamente a indústria da multa.

A direita Miami é contra cotas, Bolsa-Família, ProUni e todos esses programas que chama de assistencialistas e eleitoreiros. Vive de olho no impostômetro e, para não colaborar com a excessiva arrecadação dos governos, faz o que pode para sonegar o que deve ao fisco. Roubar do Estado que gasta mal parece-lhe um dever moral superior.
Um imperativo categórico.

A direita Miami vive denunciando Che Guevara, mas nunca fala de Pinochet. Se dá uma melhorada na economia dos camarotes, pode torturar e matar. As vítimas são esquerdistas mesmo.

A direita Miami adora metrô em Paris, quando vai até lá, apesar de achar que tem muito museu chato e pouco shopping bacana, mas é contra estação de metrô no seu bairro. Tem medo que atraia “marginais”. A última moda da direita Miami é o sertanejo universitário. Quanto mais a tecnologia evolui, mas a direita Miami se torna primária. O que lhe falta, resolve com silicone.


Postado no Blog Juremir Machado da Silva em 25/01/2014


Emocionante crônica em homenagem às vítimas da tragédia da Boate Kiss em Santa Maria, Rio Grande do Sul. Incêndio em 27/01/2013 onde morreram 242 pessoas










A cara horrenda da injustiça  

Quando a meia-noite de domingo passar trazendo a segunda-feira eu quero estar acordado. Estarei vestindo uma camisa branca nos primeiros minutos do dia 27 de janeiro. 

Vou acender uma vela, pingando a cera num pires para assentá-la e depositá-la sobre a mesa de modo que a aura luminosa da chama me alcance. Então fecharei os olhos e esperarei o transcorrer da madrugada em minha vigília silenciosa. 

Sei que me ocorrerão sorrisos, abraços, afagos. E amigos bebericando, e namorados enlaçando-se, e desconhecidos jogando olhares uns aos outros no rito ancestral do cortejo mútuo a que os jovens se dedicam para formar novos casais, ainda que no escasso tempo de um verão.

Ouvirei música dançante, murmúrios e cochichos, o zunzum baladeiro da alegria reverberando no salão.

E quando a fenda do caos se abrir, sulcando o chão e engolindo sonhos e aspirações, tragando projetos de vida, fazendo levantar a poeira da saudade no espaço vazio, eu já quero estar de olhos bem abertos.

Eis o momento em que pegarei o pires com a minha vela para alumiar a escuridão da noite e enxergar todas as faces da dor. Não adianta esconder as mil caras da dor.

Quero olhar para cada uma delas, ocultas sob a máscara do engano, da omissão, do cinismo, do adiamento, da procrastinação e da indiferença, arrancando-lhes o véu para deixá-las escancaradas e nuas, com todas as suas vergonhas expostas.

Com minha vela erguida, sob o lusco-fusco de minha chama bruxuleante, verei a cara feia da injustiça. Ela me ofenderá com sua feiura, mas, mesmo enojado, mesmo acometido de engulhos, eu não tirarei os olhos dela um segundo sequer. 

Eis o desejo inconfessável dos omissos, dos egoístas e dos indiferentes: que a cara feia da injustiça nos assuste, que sua aparência repugnante nos faça desviar os olhos dela para que siga em sua missão de promover o esquecimento. 

Não lhes desviaremos o olhar antes de desmascará-la. Estarei com minha vela tímida mas insistente, ínfima mas acesa, e haverá ainda muitas outras velas na cidade, um toquinho aqui outro ali, formando um imenso farol de lucidez a fustigar os olhos horrendos da injustiça até que, por trás de sua mortalha opaca, apareça, enfim, a límpida cara da verdade.

Quando a manhã da segunda-feira chegar, com a triste lembrança de um trágico domingo, estaremos todos abraçados, cada pai, cada mãe, cada irmão, irmã, primos, avós, amigos, camaradas, cada conterrâneo, cada um com sua vela, olhando sem piscar para os olhos da injustiça até subjugá-la, até acuá-la, até que ela seja purgada e extinta. 

Aí, então, descansaremos e a cidade encontrará a sua paz.

 Marcelo Canellas