Cuidados com a perda de memória devem começar cedo
Conexões neurais
André Felício*
Estima-se que nas próximas décadas, no Brasil, o número de pessoas com mais de 65 anos duplique, o que trará um impacto socioeconômico para o qual ainda não estamos preparados.
Em se tratando de saúde pública, surge a preocupação com doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, e de que forma evitá-las.
Infelizmente, ainda não existem tratamentos que mudem a história natural de doenças neurodegenerativas. Mas seria possível, através de hábitos saudáveis, brecar a perda neurológica com o passar da idade, por exemplo, a perda de memória e atenção?
O cérebro é ávido por informações novas e temos bilhões de neurônios à toa esperando nossas ordens.
Em primeiro lugar, um conceito fundamental da neurobiologia diz que "basta nascer para morrer". Isto significa que a cada dia que passa temos menos neurônios em nosso cérebro e, portanto, existe um processo de involução "natural" de nossa massa encefálica.
Entretanto, e isto a grande maioria das pessoas esquece, cada neurônio que antes fazia 10 mil conexões, agora, aos 50 ou 60 anos, faz 100 mil conexões. Por isso, essa faixa etária pode dizer que atingiu seu ápice de funcionamento cognitivo. Logo, o conceito aqui trata de "qualidade" das conexões nervosas e não "quantidade".
Outro ponto importante nesta discussão diz respeito ao fato de algumas pessoas apresentarem uma "perda mais rápida" de seus neurônios com a idade.
Algumas vezes, isso pode significar o início de um processo neurodegenerativo. Na verdade, estudos recentes com imagem funcional utilizando tomografia por emissão de pósitrons e radiotraçadores para proteína beta-amiloide estão demonstrando que indivíduos com essa perda mais acelerada estariam em maior "risco" para desenvolver Alzheimer.
Nunca é tarde para a prevenção
Finalmente, surge a pergunta sobre como evitar, em uma idade mais avançada, a perda de funções nobres como a memória e a atenção.
Aqui, o conceito de "quanto antes melhor" pode fazer toda diferença. Isso significa, então, que devemos nos preocupar aos 20 anos de idade com nosso cérebro de 65. "Quanto antes, melhor"...
E as dicas para todos, em particular, aos mais jovens, seriam incluir na dieta mais peixes, pequenas porções de carne vermelha, frutas e legumes, azeite de oliva, uma taça de vinho tinto e grãos da família das nozes, castanhas, etc.
Outra dica diz respeito à atividade física regular e atividade social, ou seja, interagir com as outras pessoas, conhecer gente nova, sair de casa e, finalmente, aprender algo novo sempre que puder - seja uma língua estrangeira, dirigir, costurar, qualquer coisa.
O cérebro é ávido por informações novas e temos bilhões de neurônios à toa esperando nossas ordens.
No fim do dia, aqueles que cuidarem do seu cérebro ao longo de toda a vida terão mais chances de experimentar a terceira-idade com tranquilidade.
*André Felício é neurologista.
Postado no blog Minha Vida no Portal R7
Eu maior
Olhe ao seu redor – quantas pessoas estão na busca da felicidade? Quantas pessoas tiveram coragem de abandonar o que a sociedade esperava deles, para ir ao encontro do que realmente gostam? Quantas pessoas estão revendo suas escolhas – tanto na área pessoal e profissional, quanto na área dos relacionamentos? Temos o privilégio de podermos viver nessa era tão transformadora, na qual basta um olhar mais atento para perceber que uma revolução está acontecendo e que não – não somos mais os mesmos, e não vivemos como os nossos pais.
No entanto, essa busca pelo que realmente significa para cada um nunca é fácil. Sair da zona de conforto significa enfrentar de perto seus fantasmas, seus medos, suas dúvidas. Significa desapontar pessoas que tinham expectativas sobre você, significa dizer para a sociedade que não, você não é e não vai ser aquilo que eles esperam de você. A trajetória do despertar é dolorosa, mas os frutos colhidos são absolutamente recompensadores.
Nós aqui do Hypeness adoramos tudo que tenha a ver com inspiração e também com busca de felicidade. Por isso, um tempo atrás, contamos para vocês sobre um filme incrível sobre felicidade e autoconhecimento que estava em processo de produção – o “Eu Maior.” O filme traz uma reflexão contemporânea sobre esses temas, por meio de entrevistas com expoentes de diferentes áreas, incluindo líderes espirituais, intelectuais, artistas, esportistas, entre outros.
O filme foi lançado dia 21/11, em diversas plataformas, e o mais bacana é que foi disponibilizado pelos criadores na íntegra no Youtube. Ou seja – prepare a pipoca, um lugar bem confortável, e aperte o play:
Nota
Sugiro que você assista o filme em tela cheia, pois as imagens são lindas!
(Rosa Maria - editora do blog)
Viver com paixão
Elisabeth Cavalcante
O estado de paixão é familiar ao ser humano. Dificilmente encontraremos alguém que nunca tenha experimentado a sensação de euforia, êxtase, encantamento e motivação que o amor proporciona.
A vida ganha cores especiais, tudo ao nosso redor se torna novo e reluzente como se tivéssemos acabado de nascer. Sim, porque é exatamente nesta condição que chegamos ao mundo.
Não é muito difícil constatar isso. Basta observamos uma criança bem nutrida não apenas fisicamente, mas também afetivamente. Ela manifesta uma capacidade de maravilhar-se a cada instante, com todo e qualquer estímulo que lhe apresentemos.
Manter essa condição, no entanto, vai se tornando uma tarefa difícil, pois somos reprimidos o tempo todo na manifestação de nossa autenticidade. As reações espontâneas e entusiasmadas são vistas como de mau gosto, incivilizadas, e são, por essa razão, tolhidas por nossos pais e pela sociedade.
Só conseguimos recuperá-la no momento em que nos apaixonamos. Pois quando o coração vibra, redescobrirmos uma sensação maravilhosa que havia sido totalmente esquecida.
Mas a paixão pode e deve ser vivenciada não apenas no sentido romântico. A energia da vida pulsa em nós até o último instante, mas muitos infelizmente parecem ter se esquecido completamente disto.
Entusiasmo e uma disposição permanente, para desfrutar de todas as experiências gratificantes que a existência nos proporciona, são os motores que alimentam a capacidade de extasiar-se.
Resgatar estes sentimentos é possível desde que nos reconectemos com o divino que habita em nós. Ele é uma força intensa e poderosa, que nos permite resgatar este dom esquecido, o de viver num permanente estado de paixão pela vida.
Se você reprime sua paixão, você se tornará frio - é assim que toda a humanidade se tornou fria. Porque a paixão foi reprimida em todos.
Desde a infância sua paixão foi muito reprimida, aleijada. Sempre que você começou a se tornar apaixonado, houve alguém - sua mãe, seu pai, seu professor, a polícia - havia alguém que imediatamente começou a suspeitar de você. Sua paixão foi controlada, reprimida: "Não faça isso!" Imediatamente você se encolheu dentro de si mesmo.
E, aos poucos, aprende-se que, para sobreviver, é melhor ouvir as pessoas que estão ao seu redor, é mais seguro. Então, o que fazer? O que uma criança deve fazer quando ela se sente apaixonada, quando ela se sente cheia de energia, e quer pular e correr e dançar... e seu pai está lendo o jornal? É lixo, mas ele está lendo o jornal, e ele é um homem muito importante, ele é o dono da casa. O que fazer?
A criança está fazendo algo realmente grande - dentro é Deus que está pronto para dançar - mas o pai está lendo seu jornal e tem que haver silêncio. Ela não pode dançar, não pode correr, não pode gritar. Ela vai reprimir sua energia, ela vai tentar ser fria, recolhida, controlada.
Controle tornou-se tal valor supremo. Não é um valor. Uma pessoa controlada é uma pessoa morta, uma pessoa controlada não é necessariamente uma pessoa disciplinada. Disciplina é totalmente diferente. Disciplina vem da consciência, o controle vem do medo.
As pessoas que estão ao seu redor são mais poderosas do que você, elas podem puni-lo, elas podem destruí-lo. Elas têm todo o poder de controlar, para corromper, para reprimir. E a criança tem que se tornar diplomática.
Quando a energia sexual surge, a criança está em uma dificuldade. A sociedade está contra ela, a sociedade diz que tem que ser canalizado. E isso está fluindo em todo o filho. Ele tem que ser cortado.
Nas escolas, o que estamos fazendo? Na verdade, as escolas não são tanto instrumentos para transmitir o conhecimento como instrumentos de controle. Para seis, sete horas uma criança está sentado lá. Esta é para conter sua dança, para conter o seu canto, para conter sua alegria, isso é para controlá-lo.
Sentar-se por seis, sete horas todos os dias em uma atmosfera quase como a de uma prisão, amortece a energia, a criança torna-se reprimida, congelada. Agora não há transmissão, a energia não vem, ela vive no mínimo - que é o que chamamos de controle. Ela nunca vai para o máximo.
Os psicólogos são procurados e eles têm reconhecido um grande fator na desgraça humana - que normalmente as pessoas vivem apenas dez por cento. Elas vivem dez por cento, respiram dez por cento, amam dez por cento, desfrutam dez por cento - noventa por cento de sua vida simplesmente não é permitida. Isso é puro desperdício.
A pessoa deve viver cem por cento da sua capacidade, só então o florescimento é possível.
Vida
Música de Ricardo Engels e Carlos Lidwig
Nenhum de Nós
Vida é chuva, é sol
Uma fila, um olá
Um retrato, um farol
Que será, que será?
Vida é o filho que cresce
Uma estrada, um caminho
É um pouco de tudo
É um beijo, um carinho
É um sino tocando
Uma fêmea no cio
É alguém se chegando
É o que ninguém viu
É discurso, é promessa
É um mar, é um rio
Vida é revolução
É deixar como está
É uma velha canção
Deus nos deu, Deus dará
Vida é solidão
É a turma do bar
É partir sem razão
É voltar por voltar
Vida é palco, é platéia
É cadeira vazia
É rotina, odisséia
É sair de uma fria
É um sonho tão bom
É a briga no altar
Vida
É um grito de gol
É um banho de mar
É inverno e verão
Vida
É mentira, é verdade
E quem sabe a vida
É da vida a razão...
Vida!
Eles perderam de novo
Todo profissional da comunicação deveria conhecer, nem que fosse um pouquinho, o conceito de Jornada do Herói.
Existe na literatura épica e, sobretudo, na mitologia. É um recurso clássico, usado seja na Odisseia de Ulisses, nos Lusíadas, de Camões ou mesmo no popularíssimo Alquimista, de Paulo Coelho.
Se a turma que hoje conta histórias para a TV, Rádio, revistas e jornais soubesse do poder que um mito agrega ao despertar o imaginário coletivo, sobretudo em se tratando de um personagem popular, teria mais cuidado com a trama e seus personagens.
A mídia já experimentou essa mitificação em relação ao Collor (e funcionou por um tempo) e em relação à Lula (neste caso seu oposto complementar, a vilanização, que não funcionou).
Por que em Lula não colou? Porque Lula é um herói épico. Sua origem, sua história e seu destino são - na prática - o que ancestralmente experimentamos no nosso imaginário, ou na nossa fantasia.
E, por isso, toda vez que os eleitores se entendem trapaceados eles silenciosamente viram o jogo.
Foi assim em 2006 (com o dinheiro na cueca) e voltou a se repetir com Dilma em 2010 (com a bolinha de papel).
Em ambos os casos a mídia construiu farsas cujo caráter era exclusivamente o de derrotar seus adversários, porque não dizer inimigos políticos.
No caso de Genoíno, mais uma vez a farsa foi imposta via mídia e Joaquim Barbosa. Não convenceu.
Mais uma vez o povo entendeu que havia algo de errado na sanha justiceira.
Ao arrepio da Lei de Execuções Penais e sob bombardeio de uma empresa midiática que deve, e muito, a fraude foi desmascarada mais uma vez pela internet e foi preciso recuar.
Assim, Genoíno foi transformado, da noite para o dia, num mártir injustiçado; em alguém que, no fim da vida, luta pela verdade diante de inimigos poderosos, insensíveis, cruéis e desonestos.
O roteiro - forjado por incompetentes - pariu não um vilão, mas um novo herói; acendeu a chama da militância e desencadeou uma rejeição sem precedentes.
Foi preciso recuar, baixar as armas e entregar os soldados da linha de frente às "bestas-feras" que - agora - estão sedentas por sangue.
Barbosa puxa o cordão. Quem virá atrás dele é apenas uma questão de tempo. E todos serão julgados pela pior instância: o povo.
Postado no blog DoLadoDeLá em 21/11/2013
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