Corte de cabelo 2014 : feminino e masculino




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A melancolia fora de lugar


Gravura "Mellancolia", de Albrecht Dürer
 Albrecht Dürer, Melancolia


Arlindenor Pedro


Refletir, pensar, saber o porquê: eis uma das características marcantes dos seres humanos – que se acentua em alguns, noutros menos.



Sentir, provar, viver intensamente o que se apresenta, eis outra característica que também se acentua em uns, em outros não tanto.

Ser melancólico e saber o que é melancolia, creio, sempre acompanhou o homem em sua trajetória pela terra. Melancolia, então, tornou- se um grande enigma: por uns vivido, por outros pretensamente desvendado.

Embora presente em todas as culturas, foi entre os gregos da Antiguidade que se destacou a sua racionalização, ou seja, a real compreensão do que poderia ser. 

Em Aristóteles conseguimos ter sua sistematizacão, que chegou até nós após ter influenciado várias sociedades. Ele faz uma clara associação entre melancolia e criatividade.

“Por que razão todos os que foram homens de exceção, no que concerne à filosofia, à ciência do Estado, à poesia ou às artes são manifestamente melancólicos, e alguns a ponto de serem tomados por males dos quais a bile negra é a origem (…)?” (Aristóteles, “O Problema XXX”).

Talvez guiados por essa pergunta, artistas procuraram retratar tal comportamento, cientistas buscaram suas causas e, naturalmente, melancólicos trataram de vivê-la na sua intensidade, como na Renascença e no Romantismo, quando era “doença bem-vinda”, pois enriquecia a alma.

Provavelmente a gravura Mellancolia, de Albrecht Dürer, produzida nesse período, seja a obra mais conhecida sobre o tema, atravessando os tempos e nos colocando frente a frente com tal enigma.

No nascimento da era industrial, com o texto Luto e Melancolia, de Freud, parece que nos aproximamos mais do momento de desvendá-la. Para Freud, a melancolia é um estado emocional semelhante ao processo de luto – semelhante, não igual, pois não há a perda que o caracteriza. A melancolia pode ocorrer sem causa definida.

Mas, na sociedade moderna, principalmente na contemporaneidade, constatamos que a melancolia não é mais bem-vinda, pois se choca com o espírito hedonista necessário a um “bem-viver” e a uma padronização normótica.

No início do século XX, Edward Bernays, sobrinho de Freud que vivia nos Estados Unidos, apropriou-se dos estudos do renomado cientista – que via no interior da mente humana áreas ainda não conhecidas, a que chamou de inconsciente, onde existiriam forças que moldavam seu comportamento. 

Observou, então, que essas forças podiam ser controladas e desenvolveu, através de técnicas da psicanálise e de conselhos de seu tio, mecanismos que pudessem induzir ao consumo de bens, mesmo que desnecessários ao pretenso consumidor.

Em Bernays vemos a gênese do que foram as técnicas de propaganda e controle da mente que deram à humanidade tanto as grandes ações de propaganda do nazi-fascismo e do “socialismo real” da terceira internacional, quanto o desenvolvimento das campanhas de massa do agressivo capitalismo norte-americano. Aquilo que Guy Debord chamou de “espetáculo concentrado”, contido nas sociedades totalitárias e no “espetáculo difuso das sociedades ditas democráticas (“A Sociedade do Espetáculo”).

Após apropriar-se da força de trabalho do homem o capital parte, então, através das técnicas de propaganda (das quais Bernays é pioneiro), para o controle e a manipulação do que poderiam ser seus gostos, sentimentos, desejos… enfim: da sua alma.

É por demais conhecido o estudo de caso da campanha de marketing criada por Bernays no início do século passado, que levou as mulheres americanas a fumar em público (coisa até então inimaginável) .

Ocorre, então, que a melancolia se apresenta como necessária de ser controlada, por todos os meios disponíveis criados pela psicologia, pela psicanálise e pela psiquiatria.

No mundo racional, em que tudo é previsível, a melancolia não tem lugar. Tem que ser substituída por atitudes que todos julguem ter sob controle. As emoções serão então contidas, dando lugar a relações humanas totalmente reificadas.

Mas será que esse controle se dá na sua totalidade? Ou, deve a humanidade reagir a tal desígnio, traçado por um sistema sem sujeitos? 

Mais ainda: a melancolia deve ser extirpada e tratada como uma doença hostil ao homem?

Na ação concreta da obra de arte, o artista exercita claramente a sua liberdade livrando-se das amarras a ele impostas. A obra que apresenta ao mundo, e que a partir daí não mais lhe pertencerá, torna-se um instrumento de libertação, que cada um viverá de acordo com seu senso estético, suas considerações. Tocar a sensibilidade, chegar até a alma – eis aí o caminho do artista.

No filme Melancolia, o cineasta dinamarquês Lars Von Trier nos coloca diante da temática da euforia e do sofrimento através de um filme em que não existe saída, e o final não é feliz. Tenta dessa forma tocar a nossa alma com um tema sobre o qual, no passado, debruçaram-se tantos pensadores.

Trata-se de um filme de atmosfera especial, cheio de simbolismos. O espectador escolherá sua identificação com os personagens, numa situação-limite de fim próximo – não o fim de um ser, individualmente, mas da totalidade do mundo onde vivemos, com suas cidades, florestas, animais etc.

Vemos então o embate entre os diversos personagens, com sua postura perante o mundo, destacando-se a relação entre duas irmãs com visões diametralmente opostas perante a vida e o fim que se aproxima.

Para horror de muitos, Von Trier nos faz refletir sobre a morte (no sentido da extinção da espécie) e o sofrimento, que tanto queremos afastar de nós. Apresenta-nos um planeta com uma trajetória de colisão determinada, sem possibilidade de mudanças: o que fazer em um momento que não há nada a fazer?

Diante do desespero de sua irmã, Justine, a personagem afetada pela melancolia, vê como perfeitamente lógico o desfechar trágico de suas vidas. Como se fosse o esperado: afinal, não fará nenhuma diferença no Universo!

Trazendo este tema para reflexão, Von Trier nos mostra a sensibilidade dos melancólicos e o seu desajuste em relação ao mundo real. 

E ao mesmo tempo a necessidade de equilibrar razão e sentimento, em um mundo onde o deus da razão reina absoluto, afastando os sentimentos dionisíacos da humanidade.

Talvez não estejam errados os que veem no planeta, denominado Melancolia no filme, e que irá chocar-se com a Terra, uma alusão aos perigos que rondam a nossa e outras espécies em um mundo erigido pelo capitalismo, com sua devastação ambiental. 

Salta aos olhos de todos que o planeta está em perigo. E, nesse sentido, os melancólicos são mais conhecedores do perigo que corremos .

Não restam dúvidas de que o homem contemporâneo, aprisionado por um sistema que não lhe permite ver a totalidade do mundo em que vive, tornou-se limitado e regrediu na sua capacidade de observar e sentir a realidade. 

Muito por ter combatido e afastado a melancolia de sua existência, tornou pobre a sua alma – ao contrário do homem da Renascença e do Romantismo, este um ser mais completo por não temer essa forma de ser.


Postado no site Outras Palavras em 14/11/2013






JB, entre a ignorância e a maldade



Urariano Mota

Antes, quando escrevemos “Joaquim Barbosa, o herói da mídia”, pensávamos que o ministro Joaquim já havia ido longe demais no desprezo aos direitos, da lei, da natureza humana, e do que até então era norma no STJ, que ele, Joaquim, à semelhança de um rei que tudo pode, preside. 

Já em meses anteriores, era cada vez mais claro que a sua condução do julgamento era na essência política. 

Acompanhado e, mais que acompanhado, acompanhando a pauta da mídia, ele era o cara da telenovela que transformara o tribunal em cenário para um enredo de farsa, que vinha a ser a punição para os corruptos em um novo Brasil. 

Sob a sua figura de Batman, o Supremo Tribunal Federal se comportava em obediência à sociedade de classes, na feroz luta política.

Ali, o conceito de prova se reinventava. Indícios, que por definição seriam hipóteses, viravam fatos incontestáveis, sob o especioso argumento de que era “impossível que o acusado não soubesse”. 

Houve provas como deduções da retórica digna de sofistas, na base do se isso, então aquilo.

O elementar de qualquer tribunal do mundo civilizado, de que não basta supor, não basta desconfiar, nem ter como provável. Esse elementar foi jogado às favas.

O objetivo do “julgamento” eram as conquistas de um governo de esquerda, que, se trouxe ganhos maiores para o capital, também redistribuiu renda, e no que tem de pior, um governo que ameaçava uma insuportável democracia: leis de regulação da mídia, perdas irreparáveis de privilégios. 

Então a sentença foi proferida bem antes do processo e das imagens das togas à morcego entrarem no ar. No limite, o importante era preservar as aparências da fiel observância às leis, no mais encenado rito. 

Mas o mal, a maldade e a dura lei política havia de seguir até o fim.

Mal adivinhávamos que para o tamanho da sua ambição, Joaquim Barbosa desconheceria limites ou pagamentos em arbítrio antecipados para Sua maior sagração. E nesse particular, o onipotente ministro Joaquim Benedito, que Deus o aguarde, Barbosa foi além.

Avançou com risco de cadáveres de réus, como o de José Genoíno, que todos sabiam sofrer de enfermidade cardíaca, além de permitir a violência contra direitos básicos, assegurados em qualquer sentença de prisão.

Enquanto escrevo, corre um manifesto que denuncia as ilegalidades cometidas pelo presidente Joaquim Benedito Barbosa aqui Clique aqui. Nele se pode ver que:

“O presidente do STF fez os pedidos de prisão, mas só expediu as cartas de sentença, que deveriam orientar o juiz responsável pelo cumprimento das penas, 48 horas depois que todos estavam presos.

Um flagrante desrespeito à Lei de Execuções Penais que lança dúvidas sobre o preparo ou a boa-fé de Joaquim Barbosa na condução do processo.

A verdade inegável é que todos foram presos em regime fechado antes do ‘trânsito em julgado’ para todos os crimes a que respondem perante o tribunal.

Mesmo os réus que deveriam cumprir pena em regime semiaberto foram encarcerados, com plena restrição de liberdade, sem que o STF justifique a incoerência entre a decisão de fatiar o cumprimento das penas e a situação em que os réus hoje se encontram. 

Mais que uma violação de garantia, o caso do ex-presidente do PT José Genoino é dramático diante de seu grave estado de saúde. Traduz quanto o apelo por uma solução midiática pode se sobrepor ao bom senso da Justiça e ao respeito à integridade humana. 

Querem encerrar a AP 470 a todo custo, sacrificando o devido processo legal. 

O julgamento que começou negando aos réus o direito ao duplo grau de jurisdição conheceu neste feriado da República mais um capítulo sombrio”. 

Agora, vem a melhor do Bendito todo-poderoso: o ministro lança o Brasil numa crise institucional, num conflito entre poderes da República. 

Para caçar Genoíno, ele cassou o mandato de um parlamentar, ao mesmo tempo em que cassou uma prerrogativa do Poder Legislativo.

As últimas notícias falam que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, não vai cumprir a determinação do presidente do STF de cassar automaticamente o mandato do deputado licenciado José Genoino. 

Ainda que o STF determine o cumprimento dessa mera “formalidade”, a Câmara dos Deputados vai analisar com muita isenção, à semelhança de Joaquim Benedito, a cassação de um parlamentar por outro poder. 

E agora, Joaquim? O que desejas além da óbvia candidatura à presidência do Brasil? 

Será que não percebes o abismo que podes cavar com a tua imensa gula?

Melhor que a telenovela Amor à Vida, os próximos capítulos da política brasileira serão emocionantes.

Mas o verdadeiro papel jogado pelo César do Supremo ainda não passa na televisão. Por enquanto, ele ainda é o caçador de corruptos.


Postado no site Direto da Redação em 20/11/2013
Ilustração inserida por mim


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Você escuta o nome National Geographic e sabe que vem coisa boa por aí. 

Este é um vídeo em que, a partir da realidade aumentada, as pessoas puderam interagir com coisas fantásticas.

O que é realidade aumentada

Realidade Aumentada é uma “técnica” utilizada para unir o real com o virtual através da utilização de um marcador e uma webcam ou de uma câmera de celular, ou seja, é a inserção de objetos virtuais no ambiente físico, mostrada ao usuário em tempo real com o apoio de algum dispositivo tecnológico, usando a interface do ambiente real, adaptada para visualizar e manipular os objetos reais e virtuais.

Como funciona a Realidade Aumentada?

A realidade aumentada funciona de diversas formas, uma delas (a mais usada) funciona através do reconhecimento de um símbolo que chamamos de marcador.

O software processa a imagem captada por uma câmera (webcam) e identifica o posicionamento do símbolo, em seguida, o software disponibiliza um objeto virtual (realidade aumentada) com base neste posicionamento, veja na figura abaixo:



Postado no site Livros e Afins