Iniciar o buffet com alimentos saudáveis evita o junk food (comida não saudável), diz estudo



Todos os dias, dezenas de frequentadores de restaurantes se servem em buffets e restaurantes self-service. Entretanto, muitas não param para pensar na ordem em que os alimentos aparecem nas bandejas e de que forma isso pode interferir em escolhas mais saudáveis.

Pesquisadores da Cornell University (EUA) descobriram colocar alimentos saudáveis na frente de um buffet, como frutas e iogurte, pode incentivar as pessoas a escolhê-los, em vez de alimentos gordurosos e fritos. 

Os resultados foram publicados em outubro da revista PLOS One.


Os autores recrutaram 124 participantes, que foram divididos em dois grupos.

Foi organizado um buffet de café da manhã com duas mesas separadas - uma incluía ovos, queijo, batatas e bacon, e a outra com pães de canela, granola de baixa gordura, iogurte desnatado e frutas. 

Cada grupo iniciou sua refeição em uma mesa diferente no buffet e os pesquisadores registraram os alimentos que foram selecionados.

Analisando os resultados, eles descobriram que os primeiros alimentos vistos eram os mais escolhidos - mais de 75% da amostragem pegou o primeiro ou os três primeiros alimentos que viram no buffet, sendo que esses alimentos compunham cerca de 66% da refeição.

Servir os alimentos menos saudáveis levou primeiro grupo a comer 31% a mais do que o segundo, além de terem escolhido alimentos menos saudáveis, como ovos com queijo e bacon ou ovos com queijo e batatas fritas.

Já o grupo que iniciou a refeição pelo buffet saudável era 85% menos propenso a comer alimentos menos saudáveis, optando só pelas frutas com granola ou o pão de canela.

Segundo os pesquisadores, está muito claro que o que acaba em nosso prato em um restaurante buffet é dramaticamente determinado pela ordem de apresentação dos alimentos. 

Reorganizar a mesa, começando pelo mais saudável e terminando no menos saudável, pode incentivar até o mais resistente a fazer uma refeição saudável, afirmam os cientistas.

Oito passos para almoçar no restaurante a quilo sem sair da dieta 

Quem trabalha fora de casa e não tem tempo ou disciplina para cozinhar e congelar refeições e não tem como fugir dos clássicos restaurantes a quilo, os self-services, o que, para muitos, é a grande razão do gradual ganho de peso. 

Mas, na verdade, esse tipo de restaurante pode oferecer vantagens para quem sabe o que escolher e para quem está de dieta. 

"É difícil termos tantas variedades de saladas e carnes em uma refeição caseira", aponta a nutricionista Karina Valentim, da PB Consultoria em Nutrição, em São Paulo. Assim, basta saber o que pegar para não extrapolar nas calorias e se manter firme na dieta. 

Confira, então, um guia de como comer bem em um desses restaurantes do tipo buffet:

Prato com muitas opções - Foto: Getty Images

Analise as opções

Antes de entrar na fila do self-service, analise as opções e monte uma combinação dos alimentos na sua cabeça. "Isso evita que você deixe passar algo que queria ou pegue algum alimento que não faz um bom casamento com as demais opções", explica a nutricionista Ana Paula Souza, da Clínica de Nutrição Santé e Consultoria, em Maringá.


Disposição no Self Service - Foto: Getty Images

Obedeça a disposição dos alimentos

Os restaurantes a quilo costumam disponibilizar os alimentos começando pelas saladas e é seguindo este fluxo que os visitantes devem montar o prato. "Por estarmos com bastante fome nas refeições principais, já que poucos fazem lanches intermediários, o ideal é começar pelos alimentos menos calóricos, que são as saladas", aponta a nutricionista Karina. Começando pelos carboidratos ou proteínas, há maior risco de exagerar na seleção desses alimentos e, assim, consumir mais calorias.



Prato equilibrado - Foto: Getty Images


Saiba dividir o prato

"Metade do prato deve ser reservado para legumes e verduras crus ou cozidos e com a maior variedade de cor possível", explica a nutricionista Karina. A outra metade deve ser dividida em duas partes: uma para alimentos fonte de carboidratos e outra para as opções com proteína. Entre os carboidratos, é comum encontrar arroz, grão de bico, batata e macarrão. Já as proteínas incluem carne, frango, peixe, ovo e soja.


Várias opções de comida - Foto: Getty Images

Não caia na tentação de experimentar tudo

Embora comer bem seja comer de forma variada, isso não significa que você precisa pegar um pouquinho de tudo no por quilo para sair bem alimentado. "Fazendo isso há um risco maior de extrapolar nas calorias do que respeitando as divisões e elegendo apenas alguns alimentos para preencher cada divisão do prato", aponta a nutricionista Ana Paula. No caso dos legumes, escolha pelo menos quatro opções. Carboidratos e proteínas devem se restringir a duas variedades apenas.


Preparo da comida - Foto: Getty Images

Fique atento ao preparo

Cuidado para não cair nas pegadinhas do buffet. Couve flor no vapor, por exemplo, não é o mesmo que a couve flor à milanesa. Carne assada não é igual bife à parmegiana. Enquanto as opções mais elaboradas ganham calorias pelo processo de fritura e graças à adição de farinha, ovo e queijo no preparo, as mais simples são menos calóricas. Por isso, não basta preencher cada pedaço do prato com os alimentos certos. É necessário escolher o melhor preparo dentro das opções oferecidas. "Grelhados, assados e cozidos devem estar no topo da lista, enquanto que frituras e alimentos à milanesa ou à parmegiana devem ser evitados", aponta a nutricionista Ana Paula. Do contrário, seu prato será enriquecido com calorias e gorduras, o que irá favorecer o ganho de peso. 



Molhos e temperos - Foto: Getty Images


Identifique as calorias disfarçadas

Mesmo seguindo todas as regras anteriores para montar um prato saudável no self-service, você ainda corre o risco de cair em mais uma armadilha: molhos e temperos. Eles parecem inofensivos, já que são apenas um complemento, mas podem camuflar muitas calorias. Segundo a nutricionista Ana Paula, os mais calóricos são os que contêm maionese, leite, creme de leite e queijo. "Alguns também são ricos em sódio que, em excesso, pode favorecer a retenção de líquido e a hipertensão", alerta. Por isso, prefira dar sabor à comida com alimentos naturais, como limão, alecrim e outras frutas e ervas.

Água com limão - Foto: Getty Images

Peça água ou suco

"Vários estudos mostram que consumir líquidos nas principais refeições pode atrapalhar a digestão e a absorção dos nutrientes", afirma a nutricionista Karina. Isso acontece porque os líquidos aumentam o volume do estômago, fazendo com que ele leve mais tempo para esvaziar, o que pode causar mal estar. Pior ainda quando a bebida é gaseificada, pois o gás potencializa o efeito dilatador. Se for muito difícil comer sem beber nada, a profissional recomenda limitar a ingestão até 200 ml e escolher sucos naturais ou água para acompanhar o prato.


Sobremesas

Resista às sobremesas

Bolo, pudim, brigadeiro e mais uma enorme lista de opções de sobremesa costumam estar disponíveis nos restaurantes aquilo, mas é preciso ter disciplina e resistir a essas opções extremamente calóricas. Gelatinas, comuns nesses estabelecimentos também não são uma boa opção, pois, apesar de parecerem saudáveis e leves, contêm muito açúcar e corante. A melhor alternativa é apostar em frutas que, em casos como o abacaxi, até facilitam o processo de digestão. De acordo com a nutricionista Ana Paula, a sensação de que faltou algo doce após a refeição é típica de quem nunca pula a sobremesa, mas sentir-se satisfeito somente com o almoço também é algo que pode ser aprendido.



Postado no blog Minha Vida do Portal R7


Após mandado de prisão, Dirceu divulga "Carta ao povo brasileiro"


Reprodução: O ex-ministro José Dirceu disse que campanha de Dilma não deve ter salto alto

"Fui condenado sem ato de oficio ou provas, num julgamento transmitido dia e noite pela TV, sob pressão da grande imprensa", escreve o ex-ministro, em carta que foi divulgada logo depois da ordem de prisão determinada pelo presidente do Supremo, Joaquim Barbosa; ele afirma que foram ignoradas "provas categóricas de que não houve qualquer desvio de dinheiro público" e garante que "continuará lutando" para provar sua inocência e anular esta "sentença espúria"

Leia a carta na íntegra:

O julgamento da AP 470 caminha para o fim como começou: inovando - e violando - garantias individuais asseguradas pela Constituição e pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário.

A Suprema Corte do meu país mandou fatiar o cumprimento das penas. O julgamento começou sob o signo da exceção e assim permanece. 

No início, não desmembraram o processo para a primeira instância, violando o direito ao duplo grau de jurisdição, garantia expressa no artigo 8 do Pacto de San Jose. Ficamos nós, os réus, com um suposto foro privilegiado, direito que eu não tinha, o que fez do caso um julgamento de exceção e político.

Como sempre, vou cumprir o que manda a Constituição e a lei, mas não sem protestar e denunciar o caráter injusto da condenação que recebi. A pior das injustiças é aquela cometida pela própria Justiça.

É público e consta dos autos que fui condenado sem provas. Sou inocente e fui apenado a 10 anos e 10 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha - contra a qual ainda cabe recurso - com base na teoria do domínio do fato, aplicada erroneamente pelo STF.

Fui condenado sem ato de oficio ou provas, num julgamento transmitido dia e noite pela TV, sob pressão da grande imprensa, que durante esses oito anos me submeteu a um pré-julgamento e linchamento.

Ignoraram-se provas categóricas de que não houve qualquer desvio de dinheiro público. Provas que ratificavam que os pagamentos realizados pela Visanet, via Banco do Brasil, tiveram a devida contrapartida em serviços prestados por agência de publicidade contratada.

Chancelou-se a acusação de que votos foram comprados em votações parlamentares sem quaisquer evidências concretas, estabelecendo essa interpretação para atos que guardam relação apenas com o pagamento de despesas ou acordos eleitorais.

Durante o julgamento inédito que paralisou a Suprema Corte por mais de um ano, a cobertura da imprensa foi estimulada e estimulou votos e condenações, acobertou violações dos direitos e garantais individuais, do direito de defesa e das prerrogativas dos advogados - violadas mais uma vez na sessão de quarta-feira, quando lhes foi negado o contraditório ao pedido da Procuradoria-Geral da República.

Não me condenaram pelos meus atos nos quase 50 anos de vida política dedicada integralmente ao Brasil, à democracia e ao povo brasileiro. 

Nunca fui sequer investigado em minha vida pública, como deputado, como militante social e dirigente político, como profissional e cidadão, como ministro de Estado do governo Lula.

Minha condenação foi e é uma tentativa de julgar nossa luta e nossa história, da esquerda e do PT, nossos governos e nosso projeto político.

Esta é a segunda vez em minha vida que pagarei com a prisão por cumprir meu papel no combate por uma sociedade mais justa e fraterna.

Fui preso político durante a ditadura militar. Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites.

Mesmo nas piores circunstâncias, minha geração sempre demonstrou que não se verga e não se quebra. 

Peço aos amigos e companheiros que mantenham a serenidade e a firmeza.

O povo brasileiro segue apoiando as mudanças iniciadas pelo presidente Lula e incrementadas pela presidente Dilma.

Ainda que preso, permanecerei lutando para provar minha inocência e anular esta sentença espúria, através da revisão criminal e do apelo às cortes internacionais. 

Não importa que me tenham roubado a liberdade: continuarei a defender por todos os meios ao meu alcance as grandes causas da nossa gente, ao lado do povo brasileiro, combatendo por sua emancipação e soberania.


Postado no site Brasil247 em 15/11/2013
Trechos do texto grifados por mim


Folhas secas



Rivalcir Liberato

Ah! se viver fosse fácil não teríamos tantas dores e problemas espalhados em todos os cantos do planeta.

A dor visita a cada uma das pessoas com tarefas que às vezes, à primeira vista, parecem injustas demais, mas que acabam sendo necessárias para o amadurecimento do ser humano. 

Problemas são como as folhas de uma árvore imensa que sempre vão cair, de uma maneira ou outra, num ciclo sem fim, o que muda é a forma como recolhemos essas folhas, ou como tratamos os problemas, pois muitas vezes deixamos as folhas acumularem-se pelo chão, sem dar importância devida para o monte que vai se formando, e quando vemos, as folhas já tomaram conta do chão, dos cantos, frestas e até dos quintais vizinhos. 

Junte as folhas diariamente, cate seus problemas e resolva-os, removendo o que não serve mais, separando o que é importante e o que não é. 

Folhas muito secas podem ser queimadas rapidamente, assim como os problemas pequenos, que muitas vezes damos importância demais, aumentando-os sem ao menos pensar em uma solução, paralisados pelo medo. 

Não espere o Outono chegar e derrubar todas as folhas de uma vez, mantenha seu jardim da vida sempre limpo, cultive flores (otimismo), regue com bom humor, espalhe as sementes (caridade) por todos os jardins e receba da própria natureza os lucros de sua dedicação: cheiro de terra molhada, cores e perfumes das flores, frutos que alimentam e paz que preenche o espírito. 

Problemas são folhas de árvores, você é o jardineiro e Deus o semeador da vida, e a vida pede cuidados diários.


Postado no site Somos Todos Um


O vinho amargo que será tomado para festejar a prisão de Dirceu




Paulo Nogueira

Colunistas da mídia estão festejando com sua habitual hipocrisia estridente a decisão do Supremo de ontem de mandar prender boa parte dos réus.

Dirceu preso era o sonho menos deles do que de seus patrões.

Num momento particularmente abjeto da história da imprensa brasileira, dois colunistas chegaram a apostar um vinho em torno da prisão, ou não, de Dirceu.

Você vai ler na mídia intermináveis elogios aos heróis togados, aspas, comandados pelo já folclórico Joaquim Barbosa.

Mas um olhar mais profundo, e menos viciado, mostra que o Mensalão representou, na verdade, uma derrota para a elite predadora que luta ferozmente para conservar seus privilégios e manter o Brasil como um dos campeões de desigualdade social.

Por que derrota, se a foto de Dirceu na cadeia vai estar nas manchetes?

Porque o que se desejava era muito mais que isso. O Mensalão foi a maneira que o chamado 1% encontrou para repetir o que fizera em 1954 com Getúlio e 1964 com João Goulart.

Numa palavra, retomar o poder por outra via que não a das urnas. A direita brasileira, na falta de votos, procura incansavelmente outras maneiras de tomar posse do Estado – e dos cofres do BNDES, e das mamatas proporcionadas por presidentes serviçais etc etc.

A palavra mágica é, sempre, “corrupção” – embora nada mais corrupto e mais corruptor que a direita brasileira. Sua voz, a Globo, sonegou apenas num caso 1 bilhão de reais numa trapaça em que tratou a compra dos direitos de transmissão de uma Copa como se fosse um investimento no exterior.

Foi assim como o “Mar de Lama” inventado contra Getúlio, em 1954. Foi assim com Jango, dez anos depois, alvo do mesmo tipo de acusação sórdida e mentirosa.

E foi assim agora.

Por que o uso repetido da “corrupção” como forma de dar um golpe? Porque, ao longo da história, funcionou.

O extrato mais reacionário da classe média sempre foi extraordinariamente suscetível a ser engabelado em campanhas em nome do combate – cínico, descarado, oportunista – à corrupção.

A mídia – em 54, 64 e agora – faz o seguinte. Ignora a real corrupção a seu redor. Ao mesmo tempo, manipula e amplia, ou simplesmente inventa, corrupção em seus adversários.

Agora mesmo: no calor da roubalheira de um grupo nascido e crescido nas gestões de Serra e Kassab na prefeitura, o foco vai se desviando para Haddad. Serra é poupado, assim como em outro escândalo monumental, o do metrô de São Paulo.

Voltemos um pouco.

A emenda que permitiu a reeleição de FHC passou porque foi comprado apoio para ela, como é amplamente sabido. Congressistas receberam 200 000 reais em dinheiro da época – multiplique isso por algumas vezes para saber o valor de hoje — para aprová-la.

Mas isso não é notícia. Isso não é corrupção, segundo a lógica da mídia.

O caso do Mensalão emergiu para que terminasse como ocorreu em 1954 e 1964: com a derrubada de quem foi eleito democraticamente sob o verniz da “luta contra a corrupção”.

Mas a meta não foi alcançada – e isso é uma extraordinária vitória para a sociedade brasileira. No conjunto, ela não se deixou enganar mais uma vez.

O sonho de impeachment da direita fracassou. Ruiu também a esperança de que nas urnas, sob a influência do noticiário massacrante, os eleitores votassem nos amigos do 1%: Serra conseguiu perder São Paulo para Haddad, um desconhecido.

O que a voz rouca das ruas disse foi: estão tentando bater minha carteira com esse noticiário.

O brasileiro acordou. Ele sabe que o que a Globo — ou a Veja, ou a Folha – quer é bom para ela, ou elas, como mostram as listas de bilionários brasileiros, dominadas pelas famílias da mídia. Mas não é bom para a sociedade.

E por estar acordado o brasileiro impediu que o Mensalão desse no que o 1% queria – num golpe.

Por isso, o vinho que será tomado pela prisão de Dirceu será extremamente amargo.


Postado no site Brasil247 em 14/11/2013
Ilustração inserida por mim

Preto, pobre, prostituta e petista




Eduardo Guimarães


“Num tempo

Página infeliz da nossa história

Passagem desbotada na memória

Das nossas novas gerações

Dormia

A nossa pátria mãe tão distraída

Sem perceber que era subtraída

Em tenebrosas transações”

Vai Passar (Chico Buarque)


O Brasil amanheceu pior do que ontem. A partir de agora, torna-se oficial o que, até então, era uma tenebrosa possibilidade: cidadãos brasileiros estão sendo privados de suas liberdades individuais apenas pelas ideologias político-partidárias que acalentam.

A “pátria mãe tão distraída” foi “subtraída em tenebrosas transações” entre grupos políticos partidários e de comunicação e juízes politiqueiros.

Na foto que ilustra este texto, o leitor pode conferir o único patrimônio de um político que foi condenado pelos crimes de “corrupção ativa e formação de quadrilha” pelo Supremo Tribunal Federal em 9 de outubro de 2012.

Junto com ele, outros políticos ou militantes políticos filiados ao Partido dos Trabalhadores, todos com evoluções patrimoniais modestas diante dos cargos que ocupavam na política.

José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato tiveram suas prisões decretadas com base em condenações por uma Corte na qual, ao longo de sua existência secular, jamais políticos de tal importância foram condenados.

A condenação desses quatro homens, todos de relevância político-partidária, poderia até ser comemorada. Finalmente, políticos começariam a responder por seus atos. Afinal, até aqui o STF sempre foi visto como a principal rota de fuga dos políticos corruptos.

Infelizmente, a única condenação a pena de prisão que aquela Corte promulgou contra um grupo político foi construída em cima de uma farsa gigantesca, denunciada até por adversários políticos dos condenados, como, por exemplo, o jurista Ives Gandra Martins, que, apesar de suas divergências com o PT, reconheceu que não houve provas para condenar José Dirceu, ou como o formulador da teoria usada para condenar os réus do mensalão, o alemão Claus Roxin, que condenou o uso que o STF fez de sua revisão da teoria do Domínio do Fato.

Dirceu e Genoino foram condenados por “formação de quadrilha” e “corrupção ativa” apesar de o primeiro ter estado infinitamente mais distante dos fatos que geraram o “escândalo do mensalão” do que estão Geraldo Alckmin e José Serra dos escândalos Alston e Siemens, por exemplo.

Acusaram e condenaram Dirceu apesar de, à época dos fatos do mensalão, estar distante do Partido dos Trabalhadores, por então integrar o governo Lula. Foi condenado simplesmente porque “teria que saber” dos fatos delituosos por sua importância no PT.

Por que Dirceu “tinha que saber” das irregularidades enquanto que Alckmin e Serra não são nem citados pelo Ministério Público, pela Justiça e pela mídia como tendo responsabilidade direta sobre os governos nos quais os escândalos supracitados ocorreram?

O caso Genoino é mais grave. Sua vida absolutamente espartana, seu microscópico patrimônio, sua trajetória ilibada, nada disso pesou ao ser julgado e condenado como um “corruptor” que teria usado milhões de reais para “comprar” parlamentares.

O caso João Paulo Cunha é igualmente ridículo, em termos de sua condenação. Sua mulher foi ao banco sacar, em nome próprio, com seu próprio CPF, repasse do partido dele para pagar por uma pesquisa eleitoral. 50 mil reais o condenaram por “corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro”.

O caso mais doloroso de todos, porém, talvez seja o de Henrique Pizzolato, funcionário do Banco do Brasil, filiado ao PT e que, por ter assinado um documento que dezenas de servidores da mesma instituição também assinaram sem que contra eles pesasse qualquer consequência, foi condenado, também, por “corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro”.

Isso está acontecendo em um país em que se sabe que dois governadores do PSDB de São Paulo, apesar de ter ocorrido em suas administrações uma roubalheira de BILHÕES DE REAIS, não são considerados responsáveis por nada.

Isso está acontecendo em um país em que um político como Paulo Maluf, cujas provas de corrupção se avolumam há décadas, jamais foi condenado à prisão.

Isso está acontecendo em um país em que um governador como Marconi Perillo, do PSDB, envolveu-se até o pescoço com um criminoso do porte de Carlinhos Cachoeira, foi gravado em relações promíscuas com esse criminoso e nem acusado foi pelo Ministério Público.

Isso está acontecendo, finalmente, no mesmo país em que os ex-prefeitos José Serra e Gilberto Kassab toleraram durante anos roubalheira dentro da prefeitura e quando essa roubalheira de MEIO BILHÃO de reais vem à tona, a mídia e o Ministério Público acusam quem mesmo? O PT, claro.

Já entrou para o imaginário popular, portanto, que, neste país, cadeia é só para pretos, pobres, prostitutas e, a partir de agora, petistas.

No Brasil, as pessoas são condenadas com dureza pela “justiça” se tiverem mais melanina na pele, parcos recursos econômicos, se venderem o que só pertence a si (o próprio corpo) para sobreviver ou se tiveram convicções políticas que a elite brasileira não aceita.

A condenação de alguém a perder a liberdade por suas convicções políticas, porém, é mais grave. É característica das ditaduras, pois a desigualdade da Justiça com os outros três pês deriva de falta de recursos para se defender, não de retaliação a um ideário.

Agora, pois, é oficial: você vive em um país em que se deve ter medo de professar e exercer suas verdadeiras convicções políticas, pois sabe-se que elas expõem a retaliações ditatoriais como as que levarão para cadeia homens cuja culpa jamais foi provada.


Postado no Blog da Cidadania em 14/11/2013
Ilustração inserida por mim


Mãe criativa coloca o filho dormindo em aventuras inimagináveis



Vicente Carvalho

Uma das coisas que a grande maioria dos pais adora fazer é observar o filho(a) dormindo, seja por preocupação (pais de primeira viagem), contemplação (quem nunca tentou imaginar o que o bebê está sonhando quando ele dá um lindo sorriso involuntário durante o sono?) ou alívio (afinal, o sono dos bebês é sinônimo de tempo para conseguir fazer as outras atividades do dia-a-dia).

Mas a mãe chinesa Queenie Liao, além de fazer tudo isso, ainda resolveu ilustrar os sonhos do seu filho Wengenn, aproveitando enquanto ele dorme para fazer montagens usando roupas, bichos de pelúcia, objetos domésticos – e um pouco de Photoshop.

Nas adoráveis fotos, vemos seu filho sonhando com aventuras na selva, salvando pássaros, voando em tapetes mágicos e por aí vai, aproveitando sempre a posição em que seu filho parou de se mexer e dormiu.

O resultado é fascinante e encantador, veja algumas das fotos:












Todas as fotos estão na fanpage criada pela mãe chamada Wengenn in Wonderland

Postado no site Hypeness