Pede pra sair ! R7 vai à academia e testa nova aula que exige força, resistência e muito fôlego, trabalha os músculos em circuito de 50 minutos.
Quando recebi o convite para testar uma aula de treinamento funcional, pensei logo que só podia ser piada. Afinal, sou sedentária de carteirinha, daquelas que não passam na porta de uma academia há cinco décadas. O máximo de exercício que faço no meu dia a dia é carregar meu filho de um lado para o outro, e subir as três escadas do meu prédio sem elevador. Não tenho fôlego nem força, e meu braço já começa a dar sinais de não poder mais dar tchauzinho.
Ainda assim, aceitei o desafio e, mesmo temendo ter um piripaque, encarei todo o circuito, que exige resistência e força de vontade. Confira agora como foi.
O primeiro passo do circuito é o aquecimento, e o aluno pode escolher entre a esteira e a bicicleta ergométrica. Optei pela segunda alternativa, por estar mais acostumada a pedalar do que a correr. Foram cinco minutos em ritmo acelerado, em um aparelho que mede separadamente o esforço que cada perna está fazendo. O objetivo é igualar as duas, para trabalhar igualmente ambos os lados.
Parecia tudo muito fácil e eu já estava quase me achando uma atleta. Foi quando os exercícios começaram de verdade.
O professor André Trombini, da academia Bodytech, estendeu uma escada de agilidade no chão, equipamento que trabalha o aquecimento e a coordenação. A tarefa dessa vez é correr colocando um pé em cada espaço, mantendo a postura correta, com os braços dobrados e bem alinhados ao tronco.
Ao final da escada, o aluno precisa fazer uma prancha, que serve para fortalecer o CORE e ativar a musculatura que será usada no treino. No treinamento funcional, todas as séries obedecem sempre a uma sequência que incluiu um exercício moderado, um leve e um descanso que, no meu caso, como iniciante, era de 60 segundos.
Para quem não está acostumado com exercícios, a prancha é um tanto incômoda, porque exige força na região abdominal e postura alinhada, com o pescoço reto para a frente. São alguns bons segundos segurando a posição, para, em seguida, voltar à escada de agilidade.
A segunda série é o treinamento suspenso, em um aparelho chamado TRX. Nesta parte, trabalhamos as costas e os braços. Quanto mais o aluno ficar inclinado com as pernas para a frente, mais força se faz, e é aí que o bicho pega para os sedentários.
Junto com o TRX, a série traz um exercício de equilíbrio, em que é preciso ficar com uma das pernas levantada e dobrada por 40 segundos. Depois disso, descanso de um minuto para recuperar o corpo.
Para trabalhar a resistência dos braços, André escolhe as cordas. Na foto não é possível ver, mas elas são pesadas e, como o objetivo é batê-las no chão fazendo-as serpentear para cima e para baixo, é preciso fazer bastante força.
"Aqui também é preciso manter a postura correta, e isso ajuda no fortalecimento do abdome", explica o professor.
A sequência também tem um agachamento feito com uma bola daquelas de pilates, vendida em qualquer loja de materiais esportivos. Isso é legal porque dá para repetir em casa e fortalecer os membros inferiores, coxas e glúteos.
O bumbum tem que descer retinho, para não prejudicar a coluna. Encoste a bola em uma parede, se apoie nela e vá descendo como se fosse se sentar em uma cadeira.
As coisas começaram a ficar mais complicadas: eu precisava fazer abdominais. Comecei a rir de nervoso, e concentrei a força na barriga, para não machucar o pescoço.
Para trabalhar os glúteos, agora tiro o bumbum do chão. Como senti que o exercício ainda estava leve, André orientou então que eu levantasse a perna, para trabalhar a parte de trás dela.
Este é um dos melhores exercícios para as mulheres, porque mexe com um dos lugares em que se acumula muita gordura localizada.
É hora de trabalhar o peitoral e eu, como o recruta 02, quase peço para sair.
O mais difícil aqui é segurar nas argolas e fazer com que os braços não se abram, porque todo o peso do corpo está apoiado neles. Para quem quer repetir o exercício em casa e não tem um aparelho, André dá uma alternativa.
Apoiando as mãos no chão, o trabalho é exatamente o mesmo, fortalecendo os músculos dos braços e peito.
Como tenho tendinite no pulso direito, senti muita dor ao dobrá-lo e me apoiar sobre ele. André, então, sugeriu que utilizássemos os aparelhos que aparecem na foto de abertura da matéria. Com eles, os pulsos ficam retos.
Junto com o peitoral há a corridinha apoiada no banco que, em casa, pode ser feita com a ajuda de uma cadeira.
A ideia é treinar a agilidade. É preciso tirar bem os pés do chão e levantar os joelhos no alto, encostando nas mãos do professor.
Ao final de tudo, o professor passa uma sessão de alongamento, para relaxar os músculos..
Cheguei inteira ao final do treino, achando bacana principalmente o fato de ter malhado o corpo todo sem precisar dos aparelhos de musculação comuns, que muitas vezes podem ser repetitivos e um tanto chatos. No dia seguinte, fiquei com a barriga e os braços doloridos, e descobri que tinha músculos que nem fazia ideia que existiam. Segundo o professor, as regiões que incomodam depois do treino são justamente aquelas que não usamos com frequência.
Eu, que tenho pouco tempo durante a semana e uma certa preguiça de puxar ferro, adotaria facilmente o treinamento funcional como atividade física regular. Viraria uma mulher malhada, e finalmente entraria para a elite das pessoas dispostas e saudáveis.
Texto e apuração: Marcella Franco, do R7
Postado no Portal R7 em 15/10/2013