Adoção à americana




Paulo Gleich

Recentemente, a agência de notícias Reuters publicou um artigo sobre o private re-homing, prática que vem crescendo nos Estados Unidos nos últimos anos. 


Trata-se da adoção informal de crianças e adolescentes, geralmente propiciada através de fóruns na Internet. 

A particularidade dessa “adoção à americana” – alusão à expressão “adoção à brasileira”, usada para adoções informais – é que se trata de pessoas que já haviam sido adotadas através do processo legal, muitas delas vindas de países do exterior. 

Seus novos pais, angustiados com dificuldades em criá-los – pois muitas vezes se revelam “problemáticos” – recorrem ao re-homing para lhes encontrar um novo lar mas, acima de tudo, para livrar-se de alguém que passou a ser um incômodo.

Um fenômeno como este não pode ser tomado de forma isolada, restrito a um determinado local ou grupo de pessoas, especialmente quando o lugar em questão ocupa posição central em nossa cultura como o são os Estados Unidos.

Tampouco trata-se de simplesmente demonizar aqueles pais que, em seu desespero, lançam mão desse recurso para livrar-se de seus filhos-problemas: com isso apenas localizamos um problema em alguns indivíduos para lavarmos as mãos daquilo que nos toca.

Penso que esse fenômeno serve para interrogar o lugar da infância e, talvez mais que isso, como se tecem os laços humanos nos tempos que correm.

Toda filiação é sempre uma adoção, independente da carga genética. Laços de sangue, apesar de poderosos, não são suficientes para garantir que um bebê torne-se um filho, é preciso que alguém deseje inclui-lo não apenas em sua família, mas na família que, queiramos ou não, constituímos com o meio social em que vivemos.

Somos deficientes instintuais, o “instinto” materno ou paterno não está nos genes, mas é fruto de uma combinação complexa de fatores – entre eles aquilo que uma mãe ou um pai experimentaram quando foram, eles mesmos, adotados por seus pais ou cuidadores. 

A cada nova chegada de um bebê é preciso que (re)nasçam também pais e mães, assim como o desejo de ter aquele filho.

A adoção à americana expõe uma faceta triste da infância contemporânea: a da criança como objeto, bem de consumo desejado, o que é diferente de desejar, de fato, um filho. 

Embora inexistente nas experiências concretas, a ideia da "família margarina" ainda rende muito ibope, muitos não querem ficar de fora dessa cena idealizada na qual estaria a chave da felicidade. 

A adoção também está em voga: para que por num mundo superpopulado mais uma criança se há tantas precisando de um bom lar e de uma vida com melhores possibilidades? 

As celebridades mostram que é uma prática admirável e, afinal, quem não quer ser belo e feliz como eles?

A vida em família, no entanto, não é apenas aquilo que os retratos e comerciais mostram. Assumir a responsabilidade pela vida de outro ser implica, além dos momentos de prazer e alegria, em renúncias, angústias, dores de cabeça, dúvidas, ambivalências, medos.

Um filho jamais é como se imaginou, salvo se os pais conseguem adaptar suas expectativas ao pequeno ser com quem se encontram – para sorte dele. 

Caso contrário, se não permitem que ele seja outra coisa que não o que esperam, este terá mais trabalho para vir a ser alguém.

Como em qualquer relação tecida pelo amor, é nos desencontros entre expectativa e realidade que está a potência para o crescimento, mas também para a ruptura deste laço sempre frágil. Se em uma relação amorosa uma ruptura é dolorosa e até aniquiladora, ainda mais o é no caso de uma criança, cuja vida depende do amor de quem a acolheu.

As adoções à americana trazem à luz repetidos fracassos de um laço construído sobre expectativas que raramente se realizam: a criança-produto não equivale à sua embalagem. 

Um pai chegou a fazer uma comparação com a compra de um carro usado do qual se ocultaram defeitos na hora da venda. Falas como essa revelam a lógica com que são tomadas estas adoções: trata-se da aquisição de um bem, não da acolhida de um ser com as características singulares que o compõem, fruto de sua história e dos laços que a teceram. Dentro dessa lógica, nada mais natural que desfazer-se do produto defeituoso, à falta de um Procon para adoções.

Crianças e jovens adotados trazem em sua bagagem a ruptura de seu primeiro vínculo amoroso, ferida que demanda não apenas tempo, mas amor para que possa ser curada, ou ao menos amenizada.

É frequente apresentarem sintomas que produzam rechaço em quem os acolhe: é a repetição ativa, inconsciente, do que viveram passivamente; uma tentativa fracassada, mas muitas vezes a única possível, de lidar com um desamparo que experimentaram precocemente. Não é, sem dúvida, motivo de alegria para quem os acolhe, mas tomar tais produções subjetivas como transtornos, falhas de caráter ou defeitos e, por conta disso, afastá-los é condená-los uma e outra vez à repetição da experiência traumática que as originou.

Não precisamos ir aos Estados Unidos para encontrar adoções à americana, embora o private re-homing seja talvez ainda restrito àquelas terras.

Também no Brasil são cada vez mais comuns casos em que crianças são adotadas, por compaixão ou obrigação, mas após alguns meses, quando começam a “incomodar” – ou seja, quando já não são mais os bibelôs comportadinhos e amorosos de um primeiro momento – são devolvidas a abrigos e lares de onde foram retiradas. 

A tolerância a suportar os impasses e conflitos da criança, que vêm à luz quando se sentem minimamente amadas para poder expô-los, revela-se baixa: ou se comportam, ou serão devolvidas. Em outras palavras, ou fazem o que lhes é demandado, ou perdem o amor e o lar que ganharam – o que corrói ainda mais a já frágil confiança nos laços afetivos como sustentadores da existência humana.

O que aparece de forma escancarada nos casos de adoção também está presente em muitas histórias de filhos biológicos. 

Impasses em serem adotados por seus pais produzem sintomas, sinais de que algo não vai bem: agressividade, desatenção, dificuldades de aprendizagem.

Em nossa cultura, no entanto, o que não vai bem não é apenas mal-visto, mas individualizado, precisa ser logo consertado, antes que interrogado.

O “conserto” oferecido é muitas vezes apenas eliminar o que incomoda, através de terapêuticas e medicamentos que pouco atentam às subjetividades às quais dizem respeito: as dos filhos, mas também as dos pais.

Nas relações amorosas, troca-se o parceiro incômodo por outro, na esperança de que com este “dê certo”; com filhos não é possível – ou bem mais complicado – trocar, então há de se consertar, de preferência com o mínimo possível de esforço: tempo é dinheiro, e ambos são muito caros para gastar à toa.

Talvez seja essa a pergunta que as adoções à americana lançam a todos, independentemente de sermos pais ou filhos, adotivos ou não: o que fazer com aquilo que nos incomoda no outro? 

Descartá-lo, trocá-lo por outro modelo, tentar consertar? Ou escolher o caminho mais difícil, porém talvez mais interessante, de tentar entender o que o incômodo revela sobre nós? 

Afinal de contas, não funcionamos tão bem como gostaríamos, e também corremos o risco, assim como as crianças, de nos tornarmos órfãos – não só dos outros, mas de nós mesmos.

Paulo Gleich é psicanalista e jornalista.


Postado no site Sul 21 em 24/09/2013







Cai por terra a versão oficial do 11 de Setembro



Investigadores dinamarqueses afirmam terem provas de que as torres gêmeas foram derrubadas pelos serviços secretos israelitas com a colaboração do FBI


Já muito se falou do ataque alegadamente terrorista de 11 de Setembro às torres gémeas do World Trade Center, surgiram teorias, e especialistas levantaram muitas questões. 

Mas quando o investigador Cientista Larry Silverstein encontra explosivos em destroços do World Trade Center cai por terra a ideia de que o ataque foi terrorista. 

Uma equipe de oito pesquisadores liderados pelo professor Niels Harrit da Universidade de Copenhaguem (Dinamarca), comprovaram a existência de explosivos altamente tecnológicos em amostra dos escombros das torres gêmeas.

Essa pesquisa vem confirmar um trabalho semelhante previamente executado pelo professor Steven Jones nos Estados Unidos.

Com esta descoberta explica-se a queda livre dos prédios num processo de demolição implosiva controlada.

Os aviões não poderiam derrubar as torres gêmeas devido à temperatura do combustível não ser suficiente para derreter aço.

O impacto também não pode ter afectado a estrutura no nível afirmado pelo governo americano, uma vez que o prédio foi desenhado para suportar aviões daquele tamanho. O ferro derretido na base dos prédios ficou vivo por várias semanas.

Nos três meses seguintes, fotos infravermelhas de satélites mostraram bolsões de alto calor nas três torres.

Larry Silverstein comprou o leasing do WTC entre 2000 e 2001, dois meses antes do “ataque”, tendo contratado um seguro para os prédios no valor de dois bilhões de dólares contra ataque terrorista.

Na opinião dos investigadores da Universidade de Copenhague, o ataque às torres gêmeas serviu para “criar ódio contra os árabes e fomentar as guerras americanas na saga pelo petróleo e a hegemonia Israelita no Médio Oriente”.

E ainda segundo os mesmos investigadores, “existem evidências de que agentes da Mossad (serviços secretos israelitas), foram capturados no mesmo dia na posse de explosivos. Todos foram libertados pelo FBI”.

Veja o vídeo:



Postado site Maior TV em 11/09/2013


O primeiro parlamentar negro na Alemanha


parlamentar negro alemanha

O primeiro parlamentar negro da história da Alemanha Karamba Diaby entre dois eleitores (Foto: Assessoria de Imprensa de Karamba Diaby)

Redação Pragmatismo

Um homem de 51 anos e nascido no Senegal fez história na Alemanha, no último domingo (22), Karamba Diaby é o primeiro negro eleito no país.

Ele vai ocupar uma cadeira no Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão.

Diaby, que se candidatou pelo Partido Social Democrata (SPD), não conseguiu a vaga diretamente, mas sim pela lista partidária.

Na Alemanha, cada eleitor deve votar duas vezes, a primeira em seu candidato e a segunda no partido.

A cidadania alemã foi conquistada em 2001 por Diaby, que chegou na Alemanha, ainda Oriental, em 1985. O afro-alemão estudou Química na universidade de Halle, onde concluiu o Doutorado.

O deputado, durante as campanhas, manteve no discurso o intuito de melhorar as condições para estrangeiros que vivem na Alemanha. 

No Parlamento, Diaby será oposição à coalização de governos democratas da chanceler Angela Merkel.

Em entrevista à BBC, Diaby chegou a afirmar que sua campanha era “uma loucura”. 

O “Ay, Karamba”, slogan da candidatura do deputado, aliado ao fato do candidato ser negro e carismático, fez com que por onde passasse ele fosse tratado como “celebridade”.


Postado no site Pragmatismo Político em 24/09/2013


O verdadeiro pecado é sofrer


FOTO: Oscar entra para o hall da fama do basquete pelas mãos de Larry Bird NATHANIEL S. BUTLER/NBAE / GETTY IMAGES / AFP
Oscar Schmidt (direita), que luta contra um câncer, é recordista mundial de pontos, com 49.737. E foi eternizado no "hall of fame" em Springfield, Massachusetts, em 08/09/2013



Bernardino Nilton Nascimento 

Uma vida repleta de felicidade e excessivo conforto, onde os dias passam sempre iguais, isenta de qualquer preocupação e da possibilidade do surgimento de um acontecimento inesperado, acabaria sendo impregnada de um tédio insuportável.

Em síntese, posso dizer, pois, que o entrechoque de opiniões e de inclinações, ou mesmo o aparecimento de contrariedades, a disparidade de inteligências, de idades, de temperamentos, de riscos constantes por contas das diferenças, o receio da morte, as alternativas, os altos e baixos que vamos tendo ao longo da vida, a inquietação que trazemos sempre dentro de nós e que nos faz temer o futuro, os obstáculos a vencer, a esperança de dias melhores, a convicção de que os momentos de felicidade são passageiros, pensamentos que viajam fora do controle, dos ciúmes exagerados, o medo da doença e a certeza de que a vida é curta são alguns dos fatores que nos fazem continuar amando desesperadamente e defendendo, com unhas e dentes sentados em cima das esperanças em nossa acidentada, mas sempre amada vida, neste belo planeta Terra.

Então, o pior pecado é o sofrimento. Digo até que o único grande pecado é sofrer. Não há nada que possa nos fazer trocar o aprimoramento pelo sofrimento, pois nem a dor na carne e nem as dores dos sentimentos deveriam nos tirar o prazer e a alegria de viver.

Temos no passado, e agora bem presente, exemplos de pessoas que trocaram o sofrimento da sua grave doença por uma vida alegre, aceitando que com ou sem ela, o maior pecado seria sucumbir à dor.

Nosso grande jogador de basquete de todos os tempos é um exemplo presente de como devemos encarar uma doença grave sem perder a alegria de viver. "Morrer, eu sei que vou. Doente ou não, não vou escapar da morte, então, de qualquer maneira, o melhor é viver e morrer com alegria".

Tudo o que é fornecido pelo criador não passa de aprimoramento, nosso crescimento e nossa evolução como ser humano.

Da mesma forma, uma das coisas que torna a vida interessante é a sua relativa brevidade e a ignorância do dia em que desapareceremos da face da Terra.

Que castigo tremendo se soubéssemos, com toda a certeza, que iriamos viver mais de trezentos anos, sempre fazendo e repetindo as mesmas coisas que já fizemos centenas de vezes assim é a vida da maioria das pessoas que estão acima dos noventa anos, uma repetição de coisas diariamente que em sua maioria sem o apoio desejado dos mais jovens, mesmo estando velhos também. 

Assim mesmo, eles querem viver para assistir e participar das esperanças dos filhos, dos netos e bisnetos. Querem viver a sua vida na vida dos outros e não são compreendidos. Mesmo com os mesmo rituais diários não querem morrer. 

Um certo grau de inquietação também faz parte da nossa evolução. Desde que não exceda determinados limites, essa inquietação é, sob alguns aspectos, útil, e mesmo necessária. Isso, na condição dela se converter em trabalhos construtivos ao seu espirito e ao seu coração.

Fazer algo pela evolução humana, nos preocuparmos sinceramente com o próximo, deixando de lado todos os nossos pensamentos egoístas, são atitudes que fazem com que amemos cada dia mais a vida, sem deixarmos nos abater pelo pecado do sofrimento.

Muita gente diz que sofre, porém, não olha o que acontece a sua volta. Quando aprendemos a olhar o todo, o nosso sofrimento passa a ser uma lição pequena diante de tantas outras grandes lições impostas pela vida. 

O nosso sofrimento não seria nada se fôssemos humildes, se olhássemos para o nosso irmão com compaixão, se praticássemos a caridade, se não fôssemos egoístas e sempre voltados ao nosso pequeno mundo particular, se desejássemos a felicidade do próximo, se fôssemos sempre gentis e amáveis. 

Os nossos sofrimentos, muitas vezes, são consequências dos próprios pensamentos, das nossas próprias atitudes, da nossa vida mesquinha e egoísta, do nosso verdadeiro pecado.

O que torna a vida apetitosa e digna de ser vivida é, justamente, o tempero com a qual preparamos.

Esse tempero é feito com uma pitada de inquietação, de inseguranças suavizadas e de leves incertezas quanto ao dia de amanhã. 

Tudo isso misturado à diversidade de temperamentos, de aptidões, de inclinações, de preferências, de combinações e, claro, do amor à vida e ao ser humano.

Sofrimento, seja como for, não irei partir com esse terrível pecado.


Postado no site Somos Todos Um

O mensalão, o STF e um julgamento medieval








Presidente Dilma Rousseff na ONU em 24/09/2013