Cinco filmes polêmicos sobre religião


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Ao quebrar tabus, arte instiga sociedade a perceber que nada deve ser inquestionável. Obras sugeridas sofreram boicotes e censuras, mas abriram debates necessários.


Rafael Lopes, do Cinetoscópio

O cinema enquanto expressão artística não poderia jamais fechar os olhos para temas polêmicos. Lembre-se que quando Chaplin te fazia rir enquanto apertava uns parafusos dentro das engrenagens da indústria, denunciava também a exploração do empregado na selvageria das indústrias.

Por essas e outras, o cinema sempre teve consigo o fardo de ao mesmo tempo em que diverte precisa documentar. A câmera vira, então, os olhos de quem enxerga uma situação de uma forma e disserta sobre de uma forma dinâmica, em 24 quadros por segundo.

A arte quebrando tabus tem sido uma das formas da sociedade demonstrar sua reflexão diante de situações que não são discutidas com mais naturalidade. O cinema já fez isso com homossexuais, casos de aborto, reféns das guerras no oriente médio e outros temas. O que será discutido aqui é a religião.

Nesta lista estão 5 filmes que de maneiras distintas oferecem discursos basicamente sobre o mesmo tema: a relação da fé com o ser humano. São 5 exemplos de como o cinema encarou esse assunto que certamente mexe com uma gigantesca parcela da sociedade, onde uns aceitam e outros torcem o nariz.

São filmes que sofreram com tentativas de boicotes, com recepções variadas pelo público mas que principalmente foram corajosos em abrir um debate que muitos se negam por motivos variados, sendo o principal dele a não reflexão de uma verdade que julgam absoluta. São 5 filmes que valem a pena pela sabedoria de tratar o tema com a responsabilidade de na linguagem cinematográfica além de nos entreter, informar.

5 – Dogma


Leia a crítica aqui. Dogma não é de fácil digestão. Pra começar nem todo mundo é fã do humor negro e é justamente esse que impera nesse filme. Mas e qual é o conceito de humor negro?

Muitos dirão ser o humor que trata de assuntos mais polêmicos, do humor que ofende. Trata-se de um humor apelativo, é verdade, mas que no fim das contas sequer chega a ofender.

O diretor Kevin Smith usa de itens básicos à religião cristã para criticar a forma com que as pessoas se apegam a símbolos religiosos e disso se desfazem até das próprias responsabilidades. Tal qual uma cena em que um anjo convence um cristão a ser ateu, Smith discute a dualidade do ser humano diante das próprias crenças, tal qual a escolha de levar uma vida dentro dos princípios religiosos com medo de ir para o inferno se logo em seguida fará alguma besteira fora desses princípios pensando ser perdoado só por se arrepender.

Dogma discursa muito bem sobre essa hipocrisia, o que rende momentos brilhantes dentro da trama e faz concluir que não se trata de um humor negro. Está mais para o bom e velho humor crítico que ninguém gosta porque a carapuça serve.

4 – A Vida de Brian


Leia a crítica aqui. Num debate na TV inglesa, John Cleese discutia com representantes religiosos sobre o “teor de blasfêmia” que seu novo filme tinha. Cleese em uma resposta quebrou os dois líderes religiosos, que o sabatinavam de maneira vergonhosamente tendenciosa, tentando colocar os Monty Python contra o público. Cleese questionou sobre a fé dos mesmos quando levantou a questão de que se um filme abala a fé de alguém é porque tem alguma coisa errada com a fé desse alguém.

E essa situação que John Cleese viveu na TV é um dos temas relacionados à religião que A Vida de Brian discute. O filme narra a história do pobre Brian, que quando menos espera é considerado santo, mas não passa de um ser humano comum.

A pretensão do filme não é recontar a história de Jesus às avessas, mas sim criticar a chuva de falsos profetas e charlatões que usam de uma retórica afiada (e muito eficiente) para pastorar as ovelhinhas, bem como os líderes fizeram com o Monty Python quando publicamente tocaram o zaralho para ver A Vida de Brian banido dos cinemas (ou como no programa onde acontecia o debate citado acima, faziam perguntas que mais se preocupavam em colocar o público contra os caras do que realmente chegar a algum entendimento sobre o assunto).

3 – Jesus Camp


Esse polêmico documentário abre espaço para um debate delicado acerca da influencia religiosa sobre os grandes líderes políticos e sobre os ensinamentos das doutrinas religiosas praticamente por meio da tortura.

O filme conta a experiencias de crianças em um acampamento onde simplesmente aprendem a ser fanáticos religiosos, onde o que mais querem na vida é ser um próximo Billy Graham (famoso líder religioso que fez muito sucesso na TV e ainda foi conselheiro espiritual de muitos presidentes americanos, incluindo Nixon, com quem teve um acalorado papo anti semita uma vez), onde o “real” objetivo de sua estadia lá era “recuperar, em nome de Cristo, os EUA”.

Segundo a produtora Rachel Grady ”O documentário é muito profissional e informativo. A temática é real, e tem que ser conhecida pelo mundo” e acrescentou que “o governo deveria se separar da igreja”. Sim, as decisões políticas não precisam necessariamente ter nenhuma relação com religião.

É por isso que temas polêmicos e de real necessidade de a sociedade debater (como aborto, casamento homossexual ou liberação das drogas) não saem do estado estagnado em que se encontram porque desde cedo as crianças estão aprendendo o lado errado da fé.

O fanatismo não é o caminho, não existe verdade absoluta e o tratamento às crianças é realmente questionável. Seria a educação correta? Tire suas conclusões, veja o filme clicando AQUI.

2 – A Última Tentação de Cristo


E se Jesus Cristo tivesse levado uma vida como uma pessoa normal? E se ele tivesse aberto mão de ser o salvador da humanidade para viver como um homem?

A Última Tentação de Cristo é sem dúvida um dos filmes mais polêmicos comandados por Martin Scorsese na mesma proporção de ser um de seus momentos mais brilhantes como diretor.

O filme, baseado no livro do grego Níkos Kazantzákis, é uma dura reflexão a qual todo cristão se nega a imaginar. Será que em algum momento de sua vida, Cristo temeu seu destino? O filme reconta os eventos narrados pela bíblia sob um olhar humano e delicado sobre como Jesus reagiria ao seu destino messiânico. E se seguisse outro caminho?

As personagens da história ganham uma personalidade humanizada, dando à roupagem que o filme se propõe ainda mais autenticidade, e isso incomodou muita gente. O que essa muita gente não viu foi que o filme tenta a todo custo resgatar nas pessoas a compreensão da crença.

É um filme que busca explicar dentro do que é relatado na bíblia a capacidade da interpretação de seu significado e não somente crer naquilo como sendo uma verdade absoluta.

Diante do rebuliço causado pela obra (e de muita gente que ainda torce o nariz com relação a essa obra prima), cito a resposta de Kazantzákis: “Vocês me amaldiçoaram, pais sagrados, eu dou a vocês uma benção: possam as suas consciências ser tão claras quanto a minha e possam vocês ser tão morais e religiosos quanto eu”.

1 – Luz de Inverno


Leia a crítica aqui. Luz de Inverno é o mais perto que o cinema chegou de encontrar uma resposta para os mistérios da fé. Crer ou não crer? Como fazer isso num momento crítico, onde a humanidade parece não ter salvação? Fim dos tempos? Não, é dúvida na fé. 

O padre que questiona a própria fé é a forma que Ingmar Bergman encontrou para interpretar um dos maiores mistérios da humanidade. De onde vem o conceito de fé e de que maneira ela blinda o ser humano de seus temores são os assuntos mais intensos, retratados de maneira intimista e esclarecedora por um dos mais brilhantes cineastas da história. 

O tema tratado com certa audácia, em tempos em que turbulências diplomáticas ameaçavam a mais bela criação divina, nosso mundo, constrói com impressionante maturidade algo que deveria ficar como mensagem universal: fé é muito diferente de religião. 

Acreditar nessa fé é o caminho mais seguro do que seguir doutrinas interpretativas que em muitas vezes desviam da própria proposta. É reinterpretar o primeiro mandamento, tendo em mente a liberdade e o livre arbítrio (garantidos por Deus na bíblia) dessa crença se revelar da maneira que for, mas se revelando.

Postado no site Outras Palavras em 29/08/2013

A consulta




Otávio Mazza

– Doutor, eu não tenho nada.

– Bom, isso é ótimo! Mas então por que é que você está aqui?

– Você não entendeu, doutor. Eu não tenho nada. Absolutamente nada.

– Se é assim, eu posso lhe emprestar algum. Por sorte, eu estou com a carteira recheada, um homem prevenido vale por dois. Tenho até euros, se você preferir.

– Não, doutor, não é a isso que me refiro. Eu até tenho coisas. Muito mais do que preciso. Só que tudo o que eu tenho não me serve. Ou já não me basta. Não há nada de meu ali. A única coisa realmente minha é um grande vazio.

– E as pessoas? Você tem família, amigos?

– Tenho, mas eles não me veem, ou não me escutam. Ou falam outra língua: quando digo coisas tristes, eles riem; quando penso ser engraçado, eles choram. E eles se divertem muito com as coisas que eu tenho ou que eles julgam ter. Estão sempre muito entretidos.

– Você tem algum hobby, pratica um esporte…? Já cogitou ter uma amante?

– A palavra hobby me causa náuseas, doutor, não a repita de novo, por favor. Eu procuro me expressar de várias formas artísticas, mas a minha falta de talento briga com o meu bom gosto; o esporte ajuda a me manter vivo e fora de um manicômio judiciário; a amante eu já tive, mas só aumentou o meu vazio, e vazio a dois é muito triste…

– Entendo…

– Eu só queria muito querer muito algo, e que fosse realmente especial para mim. Queria ter certeza de que estou vivo.

– Quer que eu ausculte o seu coração?

– Doutor!!!

– Desculpe, foi automático. Bom, do pouco que eu conheço, o senhor parece padecer do mal-estar da civilização – li um capítulo do Freud na faculdade e gostei muito, especialmente de citá-lo em festinhas com o pessoal de humanas.

– Arrã…

– Apesar disso, eu tenho poucos recursos para ajudá-lo, pois sou apenas um ortopedista. Posso lhe indicar um psicólogo.

– Nãã. Já fui a muitos. Trocamos livros, CDs, impressões sobre filmes, uma até se apaixonou por mim, mas não achei de grande valia.

– Um psiquiatra, daqueles que receitam remédios tarja preta?

– Já tomei tudo junto e misturado.

– Um tango argentino?

– Os conheço de cor, assim como Bandeira e Fernando Pessoa.

– Bom, tentei tudo que está ao alcance da medicina, mas me sinto de mãos atadas.

– Eu também. Esse é o problema.
***
Epílogo

– Neide, você pode cancelar as consultas desta tarde, por gentileza?

– Sim, claro. Está tudo bem com o doutor? O doutor tem alguma coisa?

– Não tenho nada. Mas é contagioso.


Postado no site Outras Palavras em 26/08/2013


Padrão imposto, mulheres aprisionadas


cabelo envelhece

Adriana de Lorenzo

Nas últimas semanas, vem sendo exibida pela internet uma nova campanha publicitária da Pantene, uma famosa marca de produtos para cabelos femininos.

O vídeo em questão se inicia com o momento que uma modelo brasileira internacionalmente famosa faz uma revelação bombástica: cabelo envelhece.

A partir daí, a propaganda mostra várias mulheres chocadas e perturbadas com o próprio cabelo, explicando que todas as mulheres agora têm um novo motivo para se preocupar. O que fazer para evitar a humilhação de um cabelo com aparência envelhecida? A solução para esse suposto problema, segundo a marca, está na compra de seus produtos.

O fato de que a indústria de beleza é voltada para as mulheres não é uma descoberta recente. A feminista Naomi Wolf já havia escrito sobre o assunto em 1991, quando publicou “O Mito da Beleza”, livro onde explica como as duras cobranças sobre a aparência física feminina dificultam a vida das mulheres.

Embora as mulheres brancas tenham conquistado o direito de trabalhar fora e receber salário próprio, a exigência por uma aparência impecável torna sua renda – já inferior à masculina – ainda menos produtiva, uma vez que grande parte do dinheiro precisa ser utilizado com cosméticos e outros produtos similares.

Um recorte de raça torna a situação ainda mais complexa, pois a mulher negra precisa, antes de qualquer outra coisa, se embranquecer para obter aceitação social e conseguir empregos mais prestigiados.

Mas não é necessário ler a produção de Naomi Wolf para compreender as políticas feministas e analisar criticamente a nossa realidade. O padrão de beleza e sua indústria são uma das formas mais expressivas de repressão feminina.

Com fins lucrativos, as empresas de cosméticos e outros produtos relacionados criam problemas e plantam insegurança nas mulheres, de modo que possam oferecer em seus produtos a solução.

Por isso é tão evidente o quanto essa nova propaganda sobre o envelhecimento dos cabelos se encaixa nessa análise: o próprio vídeo mostra mulheres tomando conhecimento de um suposto novo defeito que precisa ser eliminado, questionando umas às outras como identificar tal problema e buscando solucioná-lo. 

É irônica a forma como o próprio comercial retrata a paranoia das mulheres sobre algo que passava despercebido e que que até o momento jamais havia incomodado ninguém: “tá vendo como tá mais fino? é porque envelhece!”. 

Se até ontem as mulheres gastavam grande parte de sua renda com cremes contra envelhecimento da pele, a partir de hoje bilhões de reais serão gastos com o mais novo xampu que evita o envelhecimento dos cabelos.

Outro ponto importante é que muito se reproduz a ideia de que a saúde feminina equivale a juventude, de modo que as mulheres simplesmente não podem envelhecer em paz. 

Sua utilidade estética em uma sociedade machista, como musa, enfeite ou objeto, não é mais possível quando a mulher envelhece. 

Nossa cultura provoca um grande pavor à possibilidade de envelhecer, mas com um viés extremamente sexista: quando em idade avançada, os homens não querem envelhecer porque temem se tornar sexualmente impotentes, ao passo que as mulheres enfrentam durante toda a vida uma corrida contra o tempo, tentando reverter cada ruga e cada fio de cabelo branco para se manter no padrão de beleza.

É fato que para nenhum dos gêneros a situação é de plena liberdade, mas há diferenças: a cobrança para que homens se enquadrem em um padrão de beleza está cada dia mais forte, mas essa exigência sempre foi e permanece mais cruel e impeditiva para o sexo feminino. 

Não importa o posicionamento profissional, político ou intelectual de uma mulher: sua aparência sempre será o tema de maior discussão a seu respeito. De presidenta da república à professora do ensino fundamental, todas recebem sua parcela de xingamentos, ofensas e insultos relacionados aos seus corpos e sua aparência; todas as mulheres são categorizadas como sexualmente usáveis ou dispensáveis.

Além de incitar um gasto exorbitante com produtos de beleza, provocar insegurança nas mulheres em troca de lucro financeiro também causa danos profundos e frequentemente irreversíveis. Em um mundo que cobra o humanamente impossível do sexo feminino, a hostilização, falta de oportunidades e baixa autoestima tornam as vidas das mulheres extremamente desafiadoras.

A insegurança das mulheres diante da possibilidade de confrontar o padrão de beleza faz com que debates pertinentes ao assunto encontrem poucos espaços efetivos.

Não obstante, é necessário um esforço genuíno para alcançarmos algo em termos de avanços políticos feministas. O padrão de beleza é como uma corrente que ludibria e limita as mulheres, permitindo que avancem somente até certo ponto e sob condições rígidas. 

Enquanto valores arbitrários e subjetivos como feminilidade e beleza, ou mesmo estados temporários como a juventude continuarem a ser exigidos das mulheres, não haverá libertação plena.

Postado no site Revista Fórum em 28/08/2013


A menina que foi à internet e disse um sonoro "não" à ditadura da chapinha



Seu nome é Julia Belmont, e seu vídeo já tem mais de duzentas mil visualizações na web.

A coragem e o bom humor de uma menina encantou milhares de pessoas na internet. A história da garota Júlia Belmont, que gravou um vídeo ensinando as pessoas a gostarem de seus cabelos, seja ele do jeito que é, foi mostrada no Domingo Espetacular desta semana.







Somos 7 bilhões e muitos desafios !







Os índigos entre nós




Flávio Bastos


"Melhorados os homens, não fornecerão ao mundo invisível senão bons espíritos; estes, encarnando-se por sua vez só fornecerão à humanidade corporal elementos aperfeiçoados. A Terra deixará, então, de ser um mundo expiatório e os homens não sofrerão mais as misérias decorrentes das suas imperfeições". (Allan Kardec)

Eles retornaram no corpo de crianças para mais uma jornada na dimensão da matéria. Hoje, muitos deles adultos, percebem o mundo com um olhar que vai além dos cinco sentidos.

São os adultos índigos que estão em toda parte tentando cumprir as suas missões as quais sentem fluir intensamente de suas almas.

Portadores de uma sensibilidade incomum e de uma inteligência acima da média, os índigos preparam-se para liderarem as mudanças que acompanham a fase de transição energética do planeta Terra.

Geralmente, de olhos brilhantes e olhar intenso, perceptivos e comunicativos, nem todos os índigos encontram-se preparados para a Nova Era. Alguns ainda sentem-se confusos na relação que mantém com o próprio ego, à medida que este tenta seduzi-los com as ilusões do materialismo.

Nos últimos anos de prática psicoterapêutica, tenho atendido alguns índigos adultos que ainda não despertaram para as suas jornadas de luz em um mundo em processo de consideráveis transformações. 

São pessoas lúcidas, sem comprometimento neurológico ou de âmbito psiquiátrico, que os limite ou incapacite para a vida produtiva, mas em crise de valores em relação a qual caminho trilhar, ou seja, a direção que indica o ego de influência materialista ou o rumo cuja inspiração emana da própria alma.

Em conflito entre o "ter e o ser", alguns índigos travam uma batalha íntima que gera ansiedade e angústia, pois, acima de tudo, são seres humanos suscetíveis às influências do mundo físico.

Outros, ainda mais influenciáveis, estabelecem vínculos obsessivos de natureza anímica, anímico-espiritual ou meramente espiritual, necessitando, desta forma, de ajuda no âmbito das psicoterapias de abordagem interdimensional.

Nos encontramos na Era da Sensibilidade e os índigos e os cristais são os principais agentes das transformações anunciadas para o milênio em curso. 

Portanto, preste atenção quando uma criança ou um adulto dirigir-lhe a palavra de uma forma na qual você se sinta sensibilizado ou simplesmente energizado com a sua presença, porque estas pessoas vieram para revolucionar o mundo em que vivemos.

Postado no site Somos Todos Um


Nota
Neste blog você encontra outras postagens sobre crianças cristal e crianças índigo.