Ir sendo feliz




Todo meu coração é gratidão.

E não é porque tudo vai bem, e tenha cessado as intempéries da vida.

Mas porque tem uma hora que você percebe que mesmo diante de todas as dificuldades, se consegue no seu íntimo um reduto de paz.

Que mesmo sozinho, no fechar dos olhos, se sente o abraço de Deus e daqueles que você ama.

E se vier a alegria, eu jubilarei. Vou compartilhá-la.

E se vier a dor, eu aprenderei algo. Vou resignar-me.

Felicidade é bem mais que um estado de espírito.

Aliás, nada tem a ver com estado, pois não é estática.

É a capacidade de crescer com tudo na vida e isso é dinâmico.

É perceber-se crescendo. É ir sendo feliz. 

Davi Marcelo Galdino


Postado no blog Passarinhos no Telhado


A erosão do sentido da vida e as manifestações de rua



Leonardo Boff


Está lentamente ficando claro que as massivas manifestações de rua ocorridas nos últimos tempos no Brasil, e também pelo mundo afora, expressam mais que reivindicações pontuais, como uma melhor qualidade do transporte urbano, melhor saúde, educação, saneamento, trabalho, segurança e uma repulsa à corrupção e à democracia das alianças sustentada por negociatas. 

Fermenta algo mais profundo, diria quase inconsciente, mas não menos real: o sentimento de uma ruptura generalizada, de frustração, de decepção, de erosão do sentido da vida, de angústia e medo face a uma tragédia ecológico-social que se anuncia por toda a parte e que pode pôr em risco o futuro comum da humanidade. Podemos ser uma das últimas gerações a habitar este planeta.

Primeiro, é um mal-estar face ao mundo globalizado. O que vemos nos envergonha, porque significa a racionalização do irracional: o império norte-americano, decadente, para se manter precisa vigiar grande parte da humanidade, usar da violência direta contra quem se opõe, mentir descaradamente como na motivação da guerra contra o Iraque, desrespeitar acintosamente qualquer direito e norma internacional como o sequestro do presidente Evo Morales, da Bolívia, feita pelos europeus mas forçados pelos corpos de segurança norte-americanos.

Negam os valores humanitários e democráticos de sua história e que inspiravam outros países.

Segundo, a situação de nosso Brasil. Não obstante as políticas sociais do governo do PT que aliviaram a vida de milhões de pobres, há um oceano de sofrimento, produzido pela favelização das cidades, pelos baixos salários e pela ganância da máquina produtivista de cariz capitalista que, devido à crise sistêmica e à concorrência cada vez mais feroz, superexplora a força de trabalho.

Só para dar um exemplo: pesquisa feita na Universidade de Brasília apurou que entre 1996 e 2005 a cada 20 dias um bancário se suicidava, por causa das pressões por metas, ex-cesso de tarefas e pavor do desemprego.

Nem falemos da farsa que representa nossa democracia. Valho-me das palavras do cientista social Pedro Demo, professor da UNB, em sua ‘Introdução à sociologia’ (2002): ”Nossa democracia é encenação nacional de hipocrisia refinada, repleta de leis bonitas mas feitas sempre, em última instância, pela elite dominante para que sirva a ela do começo até o fim. Político é gente que se caracteriza por ganhar bem, trabalhar pouco, fazer negociatas, empregar parentes e apaniguados, enriquecer-se às custas dos cofres públicos e entrar no mercado por cima… Se ligássemos democracia com justiça social, nossa democracia seria sua própria negação” (págs. 330-333).

Agora, entendemos por que a rua pede uma reforma política profunda e outro tipo de democracia em que o povo quer codecidir os caminhos do país.

Terceiro, a degradação das instâncias do sagrado. A Igreja Católica ofereceu-nos os principais escândalos que desafiaram a fé dos cristãos: pedofilia de padres, de bispos e até de cardeais. Escândalos sexuais dentro da própria Cúria romana, o órgão de confiança do papa.

Manipulação de milhões de euros dentro do Banco do Vaticano (IOR), onde altos eclesiásticos se aliaram a mafiosos e a corruptos milionários italianos para lavar dinheiro. Igrejas neopentecostais atraem em seus pro-gramas televisivos milhares de fiéis, usando a lógica do mercado e transformando a religiosidade popular num negócio infame. Deus e a Bíblia são colocados a serviço da disputa mercadológica para ver quem atrai mais telespectadores. Setores da Igreja Católica não escapam desta lógica com a espetacularização de showmissas e dos padres-cantores com sua autoajuda fácil e canções melífluas.

Por fim, não escapa ao mal-estar generalizado a situação dramática do planeta Terra.

Todos estão se dando conta de que o projeto de crescimento material está destruindo as bases que sustentam a vida, devastando as florestas, dizimando a biodiversidade e provocando eventos cada vez mais extremos.

A reação da Mãe Terra se dá pelo aquecimento global, que não para de subir; se chegar nos próximos decênios a 46 graus Celsius pelo aquecimento abrupto, este pode dizimar a vida que conhecemos e impossibilitar a sobrevivência de nossa espécie, com o desaparecimento de nossa civilização.

Não dá mais para nos iludirmos, cobrindo a feridas da Terra com esparadrapo. Ou mudamos de curso, preservando as condições de vitalidade da Terra, ou o abismo já nos espera.

Como insiste a Carta da Terra: ”Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados”; é esta interligação real mas, em parte inconsciente, que leva milhares às ruas querendo outro mundo possível e agora necessário.

Ou aproveitamos a chance para as mudanças ou não haverá futuro para ninguém. O inconsciente coletivo pressente este drama e daí o clamor das ruas por mudanças. 

Sem atender às demandas, poderemos protelar a tragédia mas não a evitaremos. Agora é ouvir e agir.


Postado no site Carta Maior em 08/07/2013




A sentença que condena a ladra da Globo condena o país do medo



Fernando Brito
O jornalismo independente fez, com méritos e sacrifícios, a sua parte. Desde que, há duas semanas, O Cafezinho, blog de Miguel do Rosário, levantou o caso da sonegação de impostos da Rede Globo, estamos trabalhando sozinhos para descerrar o véu de silêncio e cumplicidade que se formou em torno de um escândalo que, em qualquer país do mundo, teria repercussão semelhante à que teve o caso Murdoch na Inglaterra.

Qualquer país do mundo, menos o Brasil, onde todos se vergam ao poder imperial da Rede Globo.

Onde estão os senhores deputados, os senhores senadores, a Polícia Federal, o Ministério Público do Dr. Roberto Gurgel, com todos os seus poderes garantidos pela derrota da PEC 37, pela qual fizeram tanto alarde?

Onde está a imprensa brasileira, os profissionais que enchem a boca para falar que é o Estado e não o interesse patronal quem os quer censurar?

Desapareceram, como o processo da Globo?

Aí está o caso, nu e cru: uma funcionária da Receita Federal condenada por furtar um processo de sonegação de mais de R$ 600 milhões da mais importante empresa de comunicação do país.

Agora estão explicados os sete anos no limbo do “em trânsito” com que o processo constava no protocolo da Receita.

Aí está a resposta do “onde está o Darf?” que a Globo se negava a mostrar.

Aí está a vergonha de um país onde o poder do Império é maior do que o da República e torna legítimo que uma empresa concessionária de serviços públicos corrompa com uns trocados uma servidora desonesta e, assim, faça sumir R$ 600 milhões de dinheiro que deveria estar nos cofres públicos, pagando a saúde, a educação, o transporte que este câncer da comunicação alardeia defender e mostra mocinhas de rosto sorridente a exibir o pedido, nos estádios de futebol.

Todos têm medo.

Quase todos.

Nós, os blogueiros ditos “sujos”, não.

E estamos entregando ao país os documentos que provam o que todos sabiam e só nós dissemos.

Aí está, abaixo, a sentença.

A esta altura, numa democracia, dezenas de jornais e emissoras de televisão estariam postadas à porta da casa da corrupta condenada e à porta da corruptora que a fez delinquir, com câmara e microfones ávidos por desvendar o caso até o fim.

Aqui, não.

Porque o Brasil será sempre uma subdemocracia enquanto a coluna de nossas instituições e de nossos homens públicos estiverem vergadas ao poder do Império.

Enquanto frequentarem os seus camarotes em lugar de faze-los frequentar os tribunais, pelos crimes que cometem.

Derrubamos a Ditadura, é certo. Mas não o Império. Ainda não somos uma República, portanto, onde todos somos iguais perante a lei.


Postado no blog Tijolaço em 09/07/2013


Ela vai ter que explicar plimplim por plimplim



Antonio Mello

Só na blogosfera você ficou sabendo que a Globopar, controladora da Rede Globo, tinha uma dívida de R$ 600 milhões com a Receita Federal. Juiz deu a sentença a dois dias do Reveillon 2006/2007.


No dia 2 de janeiro de 2007, uma funcionária da Receita que estava de férias, apareceu no trabalho, pegou todo o processo contra a Globopar e deu uma Conceição nele, que sumiu, ninguém sabe, ninguém viu.

Por que a funcionária faria isso? Por que exatamente o processo da Globo? Pela teoria do domínio do fato, a quem interessaria o sumiço do processo? Claro que à Globopar, dos irmãos Marinho, filhos de Roberto Marinho.

Mas, por que essa história só apareceu agora? Porque o Anão despertou. A força da Blogosfera é cada vez maior, ela já é vista como poderosa alternativa à mídia corporativa, e uma pessoa resolveu vazar aos poucos o processo do calote da Globopar.

Tudo começou no Cafezinho, do Miguel do Rosário. Miguel, inteligente e ironicamente, chamou o vazador de Garganta Profunda, apelido do informante que levou ao escândalo Watergate e à renúncia do presidente dos EUA Richard Nixon.

O do nosso Garganta atual pode levar à queda do império da Rede Globo e à prisão de seus donos, os irmãos Marinho, caso fique provado que eles subornaram a funcionária para roubar o processo contra eles - e só esse processo.

Em seguida, Rodrigo Vianna conseguiu mais informações sobre o caso com o Garganta Profunda, que o levou à conclusão de que ali havia uma bomba atômica contra a Globo.

O que se confirmou ontem à noite, com a notícia publicada inicialmente no Cafezinho, no Viomundo e no Tijolaço: funcionária da Receita roubou e sumiu com o processo. Ela até já foi condenada por isso.

Falta(m) agora o(s) mandante(s). A história está apenas no começo e pode mudar o curso de nossa História, caso a Rede Globo, controlada pela Globopar, não consiga explicar plimplim por plimplim, essa trama agora policialesca.

A Blogosfera pôs as cartas na mesa. Vamos ver como vai reagir a mídia corporativa. Vai partir pra cima da Globo ou vai abafar o caso? Mas, será que podem, sem perder o pouco de credibilidade que ainda lhes resta?

E o governo, ministérios da Fazenda e da Justiça, o PT, os deputados e políticos, como vão reagir? Ministério Público, Polícia Federal. 

Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor.

Postado no blog DoLadoDeLá em 09/07/2013


Corte de cabelo masculino 2013














Cabelos masculinos, wetlook na moda, cuidados pessoais











Ao médico brasileiro !




Os Médicos Sem Fronteira trabalham nos lugares mais pobres do mundo, sem nenhuma estrutura e não recebem 10.000,00 para isto ! 


Muitas vezes é só um soro caseiro para desnutrição, sutura de cortes, alergias a picadas, um chiado, em fim, coisas que não necessitam de nenhuma máquina de ressonância magnética para serem diagnosticadas, mas que a presença de um médico fará toda a diferença.

O médico brasileiro desaprendeu a clínica médica básica e tornou-se, totalmente, dependente da tecnologia, que, sem dúvida, veio ajudar muito os diagnósticos nos lugares e cidades onde ela é possível, mas qualquer profissional de qualquer área que atue sabe que a situação ideal nem sempre é possível. 

Portanto senhores médicos atendam ao chamado do governo brasileiro ! 

Arregacem suas mangas e vão trabalhar ganhando um bom salário para início de carreira ! 

Garanto que se tornarão médicos muito melhores e com um olhar mais aguçado para diagnosticar, ganhando experiência e capacidade para todo o resto de suas vidas, nos 2 ou 3 anos que ficarem em contato com pessoas menos privilegiadas e realmente necessitadas.

E quanto ao trabalho no SUS é mais do que justo, pois os que pagaram faculdade particular, irão crescer como médicos e seres humanos e para os que fizeram o curso na universidade pública irão crescer como médicos, se tornarão seres humanos melhores e devolverão ao Povo um pouquinho de tudo que o Povo pagou para que eles estudassem sem pagar.

                                       Rosa Maria (editora deste blog)