Adriana Mangabeira
Desde a 1ª notícia que assisti sobre as manifestações dos recentes dias, fui inspirada a uma reação que NUNCA ANTES experimentei.
Nunca fui afeita à política, não participei do "Fora Collor", pois sabia que podia ficar dormindo, pois não eram os jovens que o estavam expulsando, mas sim outros movimentos políticos. Nunca acreditei em política e sempre vi a corrupção como um reflexo do povo. Sim, um povo tão explorado e, depois de ditadura militar e uma confortável paz em seqüência, não se sentiu com suporte para ser proativo, mas seguiu sendo reativo e tentando garantir sua fatia e ficando satisfeito se permanecesse vivo.
Policiais mal-remunerados e sem suporte algum das autoridades para conter uma criminalidade crescente ao extremo, inspirada pela escolha de jovens, cada vez mais jovens, a jogar no time que está ganhando, o do lado negro da força.
Impostos dos maiores do mundo com a pior infra-estrutura em relação a tal arrecadação, perpetuando o sistema de escravidão e colonização.
Minha geração é a do "cada um por si". Em meu amadurecimento, fui passando pro lado espiritual do SOMOS TODOS UM. Mas, sinceramente, nunca havia conseguido vislumbrar isso em conexão com o social, de fato, em 3D. Talvez para muitas gerações à frente da minha, quando o planeta já estivesse quase todo "seco", em todos os sentidos. Mas não que eu imaginasse que poderia ser testemunha.
Acredito no despertar de consciência e expansão individual que leva a um coletivo. Ao mesmo tempo, fui aprendendo que não há vítimas ou algozes, cada um está onde tem que estar para garantir a homeostase que acontece todos os dias, até para garantir nossa respiração.
Digo há tempos que a juventude não está perdida não. Ela nasceu pronta e se anestesia em drogas, álcool ou criminalidade enquanto nós dormimos; eles nos esperam despertar para estarmos prontos a acompanhar o nível de consciência de quem já veio pronto o suficiente para não se encaixar nesse sistema opressor e ser julgado de hiperativo ou desajustado por quem não entende que, de algum lugar, uma revolução de consciência teria que começar.
São os índigos e cristais, que somam a grande maioria da geração jovem, de até 20-25 anos de idade em sua maioria.
Sempre divulgo sobre o despertar da Nova Era que, claro não é só energético e esotérico. Não existe pertinência na espiritualidade se não for para aplicar na materialidade, na vida cotidiana, na autoestima para criarmos o mundo que queremos e merecemos ao invés de reagir somente.
Evoluir espiritualmente é a ultima armadilha do ego, porque o espírito não precisa evoluir, ele só precisa de permissão pra ser, nesta vida num corpo físico.
"Seja a mudança que deseja ver no mundo" - disse Gandhi com propriedade.
A Nova Era, Era de Aquário, fala de responsabilidade e escolha, de criação do Paraíso na Terra. E não, não vamos retornar a Adão e Eva e nem viveremos em anarquia. Não é isso. É uma transformação. Que começa dentro de cada um e se espalha como uma grande onda. E já vivemos esta Era. Já vínhamos sendo preparados e começamos a pensar sustentabilidade para sobrevida da humanidade desde os últimos anos, final da Era de Peixes.
Desde a 1ª notícia sobre as atuais manifestações, senti uma onda tsunâmica espiritual de amparo e de disparo no que mobilizou a tantos e, com certeza, não reclama R$ 0,20, mas sim o cansaço e decreto popular de que "CHEGA!".
Sim, chega de abusos. Não preciso mencionar, as reclamações sabemos de cor. Mas algo aconteceu dentro de cada um de nós. Aqueles que não apoiam, apenas têm medo de acreditar que dessa vez é de verdade. Esses são os mais fortes, aqueles que têm medo da própria intensidade. Mas a hora de cada um vai chegar. Já estão fazendo seu trabalho, até mesmo provocando posicionamento em quem está chegando na frente.
Eu não tenho estrutura para aguentar estar em grandes massas por conta do meu trabalho energético. Mas vi que podia ajudar incitando essa força de transformação onde eu pudesse estar. Vi que eu podia vibrar pelas redes sociais e chegar mais longe. E, agora, com a invasão do Congresso, que eu nunca achei que viveria pra ver, vi como é maravilhoso vibrar amor, puro amor incondicional para as manifestações.
Para quem quiser tentar, vai sentir como a luz se expande, expande e expande ao infinito e nosso coração acelera, mostrando uma linda e inexplicável troca de energia de amor e de tesão pela vida com todos os envolvidos.
Essa troca se intensifica e cada um, na sua posição, hoje, logo mais, amanhã, todos os dias, pode irradiar mais e mais e mais no seu trabalho, família, amigos e vai irradiando para esta grande Rede que somos nós. SOMOS TODOS UM. Agora sim.
Os detentores do poder político e econômico continuarão decidindo, mas agora se sentem pressionados.
Pela 1ª vez vi que manipulamos o sistema. Há alguns dias eram chamados de vândalos os manifestantes pela imprensa poderosa. No dia seguinte, após a pressão nas redes sociais, o discurso mudou.
A onda foi se espalhando e boa parte dos chamados de reacionários decidiram não levar em conta somente as noticias do plin plin e ajudaram neste movimento. Tenho certeza que foram despertos também para seus hábitos de basear suas vidas e escolhas na mídia.
Hoje, 2ª manifestação no RJ e em várias capitais, a multidão aumentou. Os policiais foram orientados a não abusar do poder. Amanhã, dias se passam e passo a passo vai sendo revisto.
Lá em cima pode ser pouca a mudança, mas a mudança em cada brasileiro que, de "Deitado em Berço Esplêndido" muda para "Verás que um filho teu não foge à luta", já aconteceu. Nossos filhos e netos estão assistindo isso e eles têm um tesão e uma coragem juvenis que mudam o mundo sim!
Agora repensamos e decidimos a vida que merecemos.
A TRANSFORMAÇÃO JÁ COMEÇOU E É IRREVERSÍVEL.
"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta.
Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?" Na verdade, quem é você para não ser tudo isso? ...Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.
E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo".
(Discurso de posse, em 1994 - Nelson Mandela)
Postado no site Somos Todos Um