Quem morre?





Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar. 

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou 
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos 
Olhos e os corações aos tropeços. 

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz 
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto 
Para ir atrás de um sonho, 
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos... 

Viva hoje !
Arrisque hoje ! 
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

Martha Medeiros




Mundo em transe






Washington Araújo

A sociedade civil precisa ter protagonismo de fato e não mais apenas de direito. 

Não se trata de manter intacta a velha dicotomia claudicante e insustentável de governantes e governados, poderosos e ‘des-empoderados’.

Na verdade, novas vozes precisam ser ouvidas com urgência avassaladora: as vozes sofridas das massas anônimas da humanidade. E estas vozes jamais serão ouvidas a se manter o atual desenho da posse dos meios de comunicação. 

Estes meios encontram-se tão dissociados da realidade humana que não sabem fazer nada diferente salvo a manutenção do status quo – um mundo respirando por máquinas, saindo de uma para outra Unidade de Tratamento Intensivo, em estado vegetativo. 

Há que se desligar as máquinas e canalizar as energias na construção do novo mundo que por tantos milênios pacientemente aguardamos surgir.

O advento de um novo ciclo no poder humano demonstrado - de forma incontestável - com o surgimento e acesso de milhões de seres humanos à rede mundial de computadores, à Web, descortinam ante as presentes gerações de seres humanos infindáveis possibilidades de trazer a lume milhões de visões de mundo, percepções da realidade bem como a construção de mundos virtuais através de redes sociais congregando objetivos, metas, anseios, aspirações, sonhos e utopias.

Temos que aproveitar o momento antes que uma miríade de leis e regulamentos para se proteger os donos da informação venham engessar e criminalizar os usuários da ‘Grande Teia’. 

As relações que sustentam a sociedade precisam se repensadas, revistas, reexaminadas. Estas relações são as que fazem interagir estados nacionais, dentro e entre comunidades, entre indivíduos e instituições sociais, entre os próprios indivíduos, e entre a humanidade e a natureza ao seu redor. 

Nada, absolutamente nada, escapa ao imperativo da época em que vivemos: a percepção da unificação da espécie humana. Somos, com efeito, cidadãos e cidadãs de um único e mesmo país – o planeta Terra.

Uma dimensão crítica do desenho e implementação das novas estruturas econômicas e institucionais é o senso de uma guardiania mundial – a ideia de que cada um de nós ingressa no mundo sob a guarda do todo e que, por sua vez, possui como legado um certo grau de responsabilidade para com o bem-estar da coletividade. 

O princípio da guardiania questiona a eficácia das expressões atuais de soberania. Ele desafia a base ética das lealdades que não vão além do estado nacional. Embora o multilateralismo tenha fortalecido e expandido a cooperação entre estados nacionais, ele não foi capaz de eliminar os conflitos de poder que prevalecem nas relações entre esses estados.

A miopia de sucessivas gerações, esparramando-se no leito dos milênios, não mais pode ser tolerada, seja por qual princípio for. 

Temos que nos ver a todos como passageiros de uma mesma História humana. E não existem cabines diferenciadas para primeira classe e para os serviçais, simplesmente porque este padrão enraizado de injustiças não mais se sustenta e está desmoronando por si mesmo. De tão podre.

Temos que nos olhar como somos – sujeitos de nossa história e aptos a escrevermos, com nossas próprias mãos, nosso próprio futuro.

Neste vácuo de autoridade moral, nesses escombros de povos vítimas de seus governantes, massas de manobras de interesses inconfessáveis na velha e cruel luta do (e pelo) poder, há que surgir novos personagens que articulem uma estrutura visionária e ambiciosa que permita o florescimento humano.

Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil, Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org

Postado no site Carta Maior em 28/02/2013





E por falar em amor ...










Atitudes que fortalecem seu cabelo e previnem a queda dos fios


Lavar o cabelo - Foto Getty Images
Manter os cabelos sempre limpos: Os cabelos não caem porque estamos lavando o couro cabeludo, e sim porque estão programados para cair, independente do banho. "Quando deixamos de lavar para evitar a percepção de queda dos fios durante o banho, acabamos deixando o couro cabeludo sujo por mais tempo e esta sujeira poderá favorecer e agravar a queda de cabelos", diz o dermatologista Ademir Jr.

Escova - Foto Getty Images
Usar a escova certa: Ela também pode danificar os fios, deixando aquele aspecto de cabelos quebrados. "As escovas com pinos que apresentam bolinhas de massagem na ponta protegem o couro cabeludo e oferecem mais leveza na hora de desembaraçar", afirma o cabeleireiro da Condor, Gennaro Preite.

Relaxar
Reduzir seu estresse: Estudos mostram que uma boa parte das pessoas que reclama de queda capilar apresenta ou apresentou algum tipo de estresse que pode ter sido causador da queda capilar.

Exercícios - Foto Getty Images
Fazer exercícios físicos: "A pratica de atividades físicas libera endorfinas que diminuem o estresse e consequentemente a queda de cabelos", explica o dermatologista Ademir Jr.

Não prender os fios molhados: fazer isso uma vez ou outra não tem problema nenhum. Mas achar que vai domar o volume dos fios dando um bom nó em volta deles é assinar um atestado de raiva permanente. "Manter o couro cabeludo molhado por muito tempo faz juntar fungos e criar caspa, além de enfraquecer a raiz e provocar a queda" , afirma o cabeleireiro Paulo César Schettini. Usar um leave-in e evitar o vento enquanto a cabeça não seca são medidas suficientes para evitar o cabelo armado demais.

Couro Cabeludo - Foto Getty Images
Ficar atento ao couro cabeludo: Boa parte dos pacientes que chega à nossa clínica queixando-se de queda capilar relata que apresenta ou apresentou situações de caspa ou descamação, feridas, dor e coceira de couro cabeludo.

Álcool e Cigarro - Foto Getty Images
Evitar o álcool e o fumo: A ingestão de álcool provoca aumento da produção de radicais livres no nosso corpo. Radicais livres promovem inflamação em alguns tecidos, incluindo a pele do couro cabeludo. Toda inflamação poderá promover aumento da queda de cabelos. Além disto, o álcool, sozinho, desgasta o organismo já que exige de nosso corpo um esforço maior para metabolização o etanol. O desgaste do metabolismo é um dos fatores que podem levar à queda capilar. Cuidado também com o tabagismo. É provado cientificamente que o fumo, por produzir radicais livres em nosso corpo facilita a queda capilar.

Ansiedade - Foto Getty Images
Ficar longe da ansiedade: Cabelos não se recuperam da noite para o dia. Ficar olhando no espelho desesperadamente à procura de fios novos não ajuda em nada. Para piorar, a ansiedade agirá como o estresse, aumentando a queda capilar.

Cuidar da alimentação: A alimentação é essencial para fortalecer os fios e para estimular o crescimento deles. Alguns nutrientes específicos como os minerais (zinco, selênio, cálcio, silício e ferro), além das vitaminas (E, C e do complexo B), proteínas e grão integrais. "As propriedades desses nutrientes funcionam em cosméticos, mas seu maior benefício está quando estão presentes nos alimentos consumidos" , diz o dermatologista Marcelo Bellini.

Passar chapinha no cabelo seco: Fazer chapinha com os cabelos molhados, os fios são profundamente agredidos. Além de queimados, eles se quebram. O único jeito de consertar é cortando, alerta Paulo Schettini. Antes de usar a prancha, seque bem os cabelos. Nem úmidos eles podem estar.

Postado no blog Minha Vida no Portal R7



Crianças vítimas da ditadura militar. Ditadura e tortura nunca mais !






Justiça federal admite rever a privatização da Vale do Rio Doce





A Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada em 6 de maio de 1997 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, com financiamento do BNDES, por US$ 3,3 bilhões. 

Hoje a empresa comprada pelo empresário Benjamin Steinbruch vale US$ 196 bilhões – ou seja, na época foi um verdadeiro ‘negócio da china’. 

Denunciado como crime de lesa-pátria, o “negócio” patrocinado por FHC e José Serra, então Ministro do Planejamento, voltou a ser contestado na Justiça – assunto ignorado pela mídia - porque a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal de Brasília, reabriu o caso - como explica neste texto a jornalista Maíra Kubi Mano, de São Paulo. (OM)

Por Maíra Kubík Mano 

Se você tivesse um cacho de bananas que valesse R$9,00, você o colocaria à venda por R$0,30? Óbvio que não. 

Mas foi isso que o governo federal fez na venda de 41% das ações da Companhia Vale do Rio Doce para investidores do setor privado, em 1997. 

Eles pagaram R$ 3,3 bilhões por uma empresa que vale perto de R$ 100 bilhões. A privatização da maior exportadora e produtora de ferro do mundo pode ser revertida.

Em 16 de dezembro do ano passado, a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, anulou a decisão judicial anterior e reabriu o caso, possibilitando a revisão do processo. 

“A verdade histórica é que as privatizações ocorreram, em regra, a preços baixos e os compradores foram financiados com dinheiro público”, afirma Selene. Sua posição foi referendada pelos juízes Vallisney de Souza Oliveira e Marcelo Albernaz, que compõem com ela a 5ª turma do TRF.

Entre os réus estão a União, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Eles são acusados de subvalorizar a companhia na época de sua venda. 

Segundo as denúncias, em maio de 1995 a Vale informou à Securities and Exchange Comission, entidade que fiscaliza o mercado acionário dos Estados Unidos, que suas reservas de minério de ferro em Minas Gerais eram de 7.918 bilhões de toneladas. 

No edital de privatização, apenas dois anos depois, a companhia disse ter somente 1,4 bilhão de toneladas. 

O mesmo ocorre com as minas de ferro no Pará, que em 1995 somavam 4,97 bilhões de toneladas e foram apresentadas no edital como sendo apenas 1,8 bilhão de toneladas.

Outro ponto polêmico é o envolvimento da corretora Merrill Lynch, contratada para avaliar o patrimônio da empresa e calcular o preço de venda. 

Acusada de repassar informações estratégicas aos compradores meses antes do leilão, ela também participou indiretamente da concorrência por meio do grupo Anglo American. De acordo com o TRF, isso comprometeu a imparcialidade da venda.

A mesma Merrill Lynch, na privatização da Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) da Argentina, reduziu as reservas declaradas de petróleo de 2,2 bilhões de barris para 1,7 bilhão.

Nova perícia

O Ministério Público entrou com um recurso junto ao TRF de Brasília, que foi julgado no ano passado. A sentença determinou a realização de uma perícia para reavaliar a venda da Vale.

No próximo passo do processo, as ações voltam para o Pará e serão novamente julgadas. Novas provas poderão ser apresentadas e os réus terão que se defender.

Para dar visibilidade à decisão judicial, será criada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Público. 

A primeira ação é mobilizar a sociedade para discutir a privatização da Vale. “Já temos comitês populares em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pará, Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso”, relata a deputada, uma das articuladoras da frente.

Entre os marcos da privatização, que serão estudados e debatidos nos próximos meses nos comitês, está o Plano Nacional de Desestatização, de julho de 1995.

“Vendendo a Vale, nosso povo vai ser mais feliz, vai haver mais comida no prato do trabalhador”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1996.

A dívida interna, entretanto, não diminuiu: entre 1995 e 2002 ela cresceu de R$ 108 bilhões para R$ 654 bilhões. 

Na época, a União declarou que a companhia não custava um centavo ao Tesouro Nacional, mas também não rendia nada.

“A empresa é medíocre no contexto internacional. É uma péssima aplicação financeira. Sua privatização é um teste de firmeza e determinação do governo na modernização do Estado”, afirmou o falecido deputado Roberto Campos (PPB/SP) em 1997. No entanto, segundo os dados do processo, o governo investiu R$ 2,71 bilhões durante toda a história da Vale e retirou R$ 3,8 bilhões, o que comprova o lucro.

“O governo que concordou com essa iniciativa não tinha compromisso com os interesses nacionais”, diz a deputada doutora Clair.

A Vale se tornou uma poderosa força privada. Hoje ela é a companhia que mais contribui para o superávit da balança comercial brasileira, com 54 empresas próprias nas áreas de indústria, transporte e agricultura.

“Aqui na região de Eldorado dos Carajás (PA), a Vale sequestra todo mundo: governos municipais e governo estadual. Como o seu Produto Interno Bruto é quatro vezes o PIB do estado Pará, ela se tornou o estado econômico que colonizou o estado da política. Tudo está em função de seus interesses”, coloca Charles Trocate.

Trocate vivencia diariamente as atividades da empresa no Pará e a acusa de gerar bolsões de pobreza, causados pelo desemprego em massa, desrespeitar o meio ambiente e expulsar sem-terra e indígenas de suas áreas originais.

“Antes da privatização, a Vale já construía suas contradições. Nós temos clareza de que a luta agora é muito mais ampla. Nesse processo de reestatização, vamos tentar deixar mais claro quais são as mudanças que a empresa precisa fazer para ter uma convivência mais sadia com a sociedade na região”, diz Trocate. 

De acordo com um levantamento do Instituto Ipsos Public Affairs, realizado em junho de 2006, a perspectiva é boa: mais de 60% dos brasileiros defendem a nacionalização dos recursos naturais e 74% querem o controle das multinacionais.

Patrimônio da Vale em 1996

● maior produtora de alumínio e ouro da América Latina

● maior frota de navios graneleiros do mundo

● 1.800 quilômetros de ferrovias brasileiras

● 41 bilhões de toneladas de minério de ferro

● 994 milhões de toneladas de minério de cobre

● 678 milhões de toneladas de bauxita

● 67 milhões de toneladas de caulim

● 72 milhões de toneladas de manganês

● 70 milhões de toneladas de níquel

● 122 milhões de toneladas de potássio

● 9 milhões de toneladas de zinco

● 1,8 milhão de toneladas de urânio

● 1 milhão de toneladas de titânio

● 510 mil toneladas de tungstênio

● 60 mil toneladas de nióbio

● 563 toneladas de ouro

● 580 mil hectares de florestas replantadas, com matéria-prima para a produção de 400 mil toneladas/ano de celulose

Fonte: Revista Dossiê Atenção – “Porque a venda da Vale é um mau negócio para o país”, fls. 282/292, da Ação Popular nº 1997.39.00.011542-7/PA.

Quanto vale hoje

● 33 mil empregados próprios

● participação de 11% do mercado transoceânico de manganês e ferro-liga

● suas reservas de minério de ferro são suficientes para manter os níveis atuais de produção pelos próximos 30 anos

● possui 11% das reservas mundiais estimadas de bauxita

● é o mais importante investidor do setor de logística no Brasil, sendo responsável por 16% da movimentação de cargas do Brasil, 65% da movimentação portuária de granéis sólidos e cerca de 39% da movimentação do comércio exterior nacional

● possui a maior malha ferroviária do país

● maior consumidora de energia elétrica do país

● possui atividades na América, Europa, África, Ásia e Oceania

● concessões, por tempo ilimitado, para realizar pesquisas e explorar o subsolo em 23 milhões de hectares do território brasileiro (área correspondente aos territórios dos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte)

Fonte: 5ª Turma do TRF da 1ª Região


Maíra Kubik Mano – Jornalista, foi editora do jornal “Le Monde Diplomatique” Brasil e editora-assistente da revista “História Viva”, além de trabalhar como freelance para publicações como “Carta Maior”, “Caros Amigos”, “Carta Capital”, “TPM” entre outras.