Mundo em transe






Washington Araújo

A sociedade civil precisa ter protagonismo de fato e não mais apenas de direito. 

Não se trata de manter intacta a velha dicotomia claudicante e insustentável de governantes e governados, poderosos e ‘des-empoderados’.

Na verdade, novas vozes precisam ser ouvidas com urgência avassaladora: as vozes sofridas das massas anônimas da humanidade. E estas vozes jamais serão ouvidas a se manter o atual desenho da posse dos meios de comunicação. 

Estes meios encontram-se tão dissociados da realidade humana que não sabem fazer nada diferente salvo a manutenção do status quo – um mundo respirando por máquinas, saindo de uma para outra Unidade de Tratamento Intensivo, em estado vegetativo. 

Há que se desligar as máquinas e canalizar as energias na construção do novo mundo que por tantos milênios pacientemente aguardamos surgir.

O advento de um novo ciclo no poder humano demonstrado - de forma incontestável - com o surgimento e acesso de milhões de seres humanos à rede mundial de computadores, à Web, descortinam ante as presentes gerações de seres humanos infindáveis possibilidades de trazer a lume milhões de visões de mundo, percepções da realidade bem como a construção de mundos virtuais através de redes sociais congregando objetivos, metas, anseios, aspirações, sonhos e utopias.

Temos que aproveitar o momento antes que uma miríade de leis e regulamentos para se proteger os donos da informação venham engessar e criminalizar os usuários da ‘Grande Teia’. 

As relações que sustentam a sociedade precisam se repensadas, revistas, reexaminadas. Estas relações são as que fazem interagir estados nacionais, dentro e entre comunidades, entre indivíduos e instituições sociais, entre os próprios indivíduos, e entre a humanidade e a natureza ao seu redor. 

Nada, absolutamente nada, escapa ao imperativo da época em que vivemos: a percepção da unificação da espécie humana. Somos, com efeito, cidadãos e cidadãs de um único e mesmo país – o planeta Terra.

Uma dimensão crítica do desenho e implementação das novas estruturas econômicas e institucionais é o senso de uma guardiania mundial – a ideia de que cada um de nós ingressa no mundo sob a guarda do todo e que, por sua vez, possui como legado um certo grau de responsabilidade para com o bem-estar da coletividade. 

O princípio da guardiania questiona a eficácia das expressões atuais de soberania. Ele desafia a base ética das lealdades que não vão além do estado nacional. Embora o multilateralismo tenha fortalecido e expandido a cooperação entre estados nacionais, ele não foi capaz de eliminar os conflitos de poder que prevalecem nas relações entre esses estados.

A miopia de sucessivas gerações, esparramando-se no leito dos milênios, não mais pode ser tolerada, seja por qual princípio for. 

Temos que nos ver a todos como passageiros de uma mesma História humana. E não existem cabines diferenciadas para primeira classe e para os serviçais, simplesmente porque este padrão enraizado de injustiças não mais se sustenta e está desmoronando por si mesmo. De tão podre.

Temos que nos olhar como somos – sujeitos de nossa história e aptos a escrevermos, com nossas próprias mãos, nosso próprio futuro.

Neste vácuo de autoridade moral, nesses escombros de povos vítimas de seus governantes, massas de manobras de interesses inconfessáveis na velha e cruel luta do (e pelo) poder, há que surgir novos personagens que articulem uma estrutura visionária e ambiciosa que permita o florescimento humano.

Washington Araújo é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pela UNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil, Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org

Postado no site Carta Maior em 28/02/2013





E por falar em amor ...










Atitudes que fortalecem seu cabelo e previnem a queda dos fios


Lavar o cabelo - Foto Getty Images
Manter os cabelos sempre limpos: Os cabelos não caem porque estamos lavando o couro cabeludo, e sim porque estão programados para cair, independente do banho. "Quando deixamos de lavar para evitar a percepção de queda dos fios durante o banho, acabamos deixando o couro cabeludo sujo por mais tempo e esta sujeira poderá favorecer e agravar a queda de cabelos", diz o dermatologista Ademir Jr.

Escova - Foto Getty Images
Usar a escova certa: Ela também pode danificar os fios, deixando aquele aspecto de cabelos quebrados. "As escovas com pinos que apresentam bolinhas de massagem na ponta protegem o couro cabeludo e oferecem mais leveza na hora de desembaraçar", afirma o cabeleireiro da Condor, Gennaro Preite.

Relaxar
Reduzir seu estresse: Estudos mostram que uma boa parte das pessoas que reclama de queda capilar apresenta ou apresentou algum tipo de estresse que pode ter sido causador da queda capilar.

Exercícios - Foto Getty Images
Fazer exercícios físicos: "A pratica de atividades físicas libera endorfinas que diminuem o estresse e consequentemente a queda de cabelos", explica o dermatologista Ademir Jr.

Não prender os fios molhados: fazer isso uma vez ou outra não tem problema nenhum. Mas achar que vai domar o volume dos fios dando um bom nó em volta deles é assinar um atestado de raiva permanente. "Manter o couro cabeludo molhado por muito tempo faz juntar fungos e criar caspa, além de enfraquecer a raiz e provocar a queda" , afirma o cabeleireiro Paulo César Schettini. Usar um leave-in e evitar o vento enquanto a cabeça não seca são medidas suficientes para evitar o cabelo armado demais.

Couro Cabeludo - Foto Getty Images
Ficar atento ao couro cabeludo: Boa parte dos pacientes que chega à nossa clínica queixando-se de queda capilar relata que apresenta ou apresentou situações de caspa ou descamação, feridas, dor e coceira de couro cabeludo.

Álcool e Cigarro - Foto Getty Images
Evitar o álcool e o fumo: A ingestão de álcool provoca aumento da produção de radicais livres no nosso corpo. Radicais livres promovem inflamação em alguns tecidos, incluindo a pele do couro cabeludo. Toda inflamação poderá promover aumento da queda de cabelos. Além disto, o álcool, sozinho, desgasta o organismo já que exige de nosso corpo um esforço maior para metabolização o etanol. O desgaste do metabolismo é um dos fatores que podem levar à queda capilar. Cuidado também com o tabagismo. É provado cientificamente que o fumo, por produzir radicais livres em nosso corpo facilita a queda capilar.

Ansiedade - Foto Getty Images
Ficar longe da ansiedade: Cabelos não se recuperam da noite para o dia. Ficar olhando no espelho desesperadamente à procura de fios novos não ajuda em nada. Para piorar, a ansiedade agirá como o estresse, aumentando a queda capilar.

Cuidar da alimentação: A alimentação é essencial para fortalecer os fios e para estimular o crescimento deles. Alguns nutrientes específicos como os minerais (zinco, selênio, cálcio, silício e ferro), além das vitaminas (E, C e do complexo B), proteínas e grão integrais. "As propriedades desses nutrientes funcionam em cosméticos, mas seu maior benefício está quando estão presentes nos alimentos consumidos" , diz o dermatologista Marcelo Bellini.

Passar chapinha no cabelo seco: Fazer chapinha com os cabelos molhados, os fios são profundamente agredidos. Além de queimados, eles se quebram. O único jeito de consertar é cortando, alerta Paulo Schettini. Antes de usar a prancha, seque bem os cabelos. Nem úmidos eles podem estar.

Postado no blog Minha Vida no Portal R7



Crianças vítimas da ditadura militar. Ditadura e tortura nunca mais !






Justiça federal admite rever a privatização da Vale do Rio Doce





A Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada em 6 de maio de 1997 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, com financiamento do BNDES, por US$ 3,3 bilhões. 

Hoje a empresa comprada pelo empresário Benjamin Steinbruch vale US$ 196 bilhões – ou seja, na época foi um verdadeiro ‘negócio da china’. 

Denunciado como crime de lesa-pátria, o “negócio” patrocinado por FHC e José Serra, então Ministro do Planejamento, voltou a ser contestado na Justiça – assunto ignorado pela mídia - porque a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal de Brasília, reabriu o caso - como explica neste texto a jornalista Maíra Kubi Mano, de São Paulo. (OM)

Por Maíra Kubík Mano 

Se você tivesse um cacho de bananas que valesse R$9,00, você o colocaria à venda por R$0,30? Óbvio que não. 

Mas foi isso que o governo federal fez na venda de 41% das ações da Companhia Vale do Rio Doce para investidores do setor privado, em 1997. 

Eles pagaram R$ 3,3 bilhões por uma empresa que vale perto de R$ 100 bilhões. A privatização da maior exportadora e produtora de ferro do mundo pode ser revertida.

Em 16 de dezembro do ano passado, a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, anulou a decisão judicial anterior e reabriu o caso, possibilitando a revisão do processo. 

“A verdade histórica é que as privatizações ocorreram, em regra, a preços baixos e os compradores foram financiados com dinheiro público”, afirma Selene. Sua posição foi referendada pelos juízes Vallisney de Souza Oliveira e Marcelo Albernaz, que compõem com ela a 5ª turma do TRF.

Entre os réus estão a União, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Eles são acusados de subvalorizar a companhia na época de sua venda. 

Segundo as denúncias, em maio de 1995 a Vale informou à Securities and Exchange Comission, entidade que fiscaliza o mercado acionário dos Estados Unidos, que suas reservas de minério de ferro em Minas Gerais eram de 7.918 bilhões de toneladas. 

No edital de privatização, apenas dois anos depois, a companhia disse ter somente 1,4 bilhão de toneladas. 

O mesmo ocorre com as minas de ferro no Pará, que em 1995 somavam 4,97 bilhões de toneladas e foram apresentadas no edital como sendo apenas 1,8 bilhão de toneladas.

Outro ponto polêmico é o envolvimento da corretora Merrill Lynch, contratada para avaliar o patrimônio da empresa e calcular o preço de venda. 

Acusada de repassar informações estratégicas aos compradores meses antes do leilão, ela também participou indiretamente da concorrência por meio do grupo Anglo American. De acordo com o TRF, isso comprometeu a imparcialidade da venda.

A mesma Merrill Lynch, na privatização da Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF) da Argentina, reduziu as reservas declaradas de petróleo de 2,2 bilhões de barris para 1,7 bilhão.

Nova perícia

O Ministério Público entrou com um recurso junto ao TRF de Brasília, que foi julgado no ano passado. A sentença determinou a realização de uma perícia para reavaliar a venda da Vale.

No próximo passo do processo, as ações voltam para o Pará e serão novamente julgadas. Novas provas poderão ser apresentadas e os réus terão que se defender.

Para dar visibilidade à decisão judicial, será criada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Público. 

A primeira ação é mobilizar a sociedade para discutir a privatização da Vale. “Já temos comitês populares em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pará, Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso”, relata a deputada, uma das articuladoras da frente.

Entre os marcos da privatização, que serão estudados e debatidos nos próximos meses nos comitês, está o Plano Nacional de Desestatização, de julho de 1995.

“Vendendo a Vale, nosso povo vai ser mais feliz, vai haver mais comida no prato do trabalhador”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1996.

A dívida interna, entretanto, não diminuiu: entre 1995 e 2002 ela cresceu de R$ 108 bilhões para R$ 654 bilhões. 

Na época, a União declarou que a companhia não custava um centavo ao Tesouro Nacional, mas também não rendia nada.

“A empresa é medíocre no contexto internacional. É uma péssima aplicação financeira. Sua privatização é um teste de firmeza e determinação do governo na modernização do Estado”, afirmou o falecido deputado Roberto Campos (PPB/SP) em 1997. No entanto, segundo os dados do processo, o governo investiu R$ 2,71 bilhões durante toda a história da Vale e retirou R$ 3,8 bilhões, o que comprova o lucro.

“O governo que concordou com essa iniciativa não tinha compromisso com os interesses nacionais”, diz a deputada doutora Clair.

A Vale se tornou uma poderosa força privada. Hoje ela é a companhia que mais contribui para o superávit da balança comercial brasileira, com 54 empresas próprias nas áreas de indústria, transporte e agricultura.

“Aqui na região de Eldorado dos Carajás (PA), a Vale sequestra todo mundo: governos municipais e governo estadual. Como o seu Produto Interno Bruto é quatro vezes o PIB do estado Pará, ela se tornou o estado econômico que colonizou o estado da política. Tudo está em função de seus interesses”, coloca Charles Trocate.

Trocate vivencia diariamente as atividades da empresa no Pará e a acusa de gerar bolsões de pobreza, causados pelo desemprego em massa, desrespeitar o meio ambiente e expulsar sem-terra e indígenas de suas áreas originais.

“Antes da privatização, a Vale já construía suas contradições. Nós temos clareza de que a luta agora é muito mais ampla. Nesse processo de reestatização, vamos tentar deixar mais claro quais são as mudanças que a empresa precisa fazer para ter uma convivência mais sadia com a sociedade na região”, diz Trocate. 

De acordo com um levantamento do Instituto Ipsos Public Affairs, realizado em junho de 2006, a perspectiva é boa: mais de 60% dos brasileiros defendem a nacionalização dos recursos naturais e 74% querem o controle das multinacionais.

Patrimônio da Vale em 1996

● maior produtora de alumínio e ouro da América Latina

● maior frota de navios graneleiros do mundo

● 1.800 quilômetros de ferrovias brasileiras

● 41 bilhões de toneladas de minério de ferro

● 994 milhões de toneladas de minério de cobre

● 678 milhões de toneladas de bauxita

● 67 milhões de toneladas de caulim

● 72 milhões de toneladas de manganês

● 70 milhões de toneladas de níquel

● 122 milhões de toneladas de potássio

● 9 milhões de toneladas de zinco

● 1,8 milhão de toneladas de urânio

● 1 milhão de toneladas de titânio

● 510 mil toneladas de tungstênio

● 60 mil toneladas de nióbio

● 563 toneladas de ouro

● 580 mil hectares de florestas replantadas, com matéria-prima para a produção de 400 mil toneladas/ano de celulose

Fonte: Revista Dossiê Atenção – “Porque a venda da Vale é um mau negócio para o país”, fls. 282/292, da Ação Popular nº 1997.39.00.011542-7/PA.

Quanto vale hoje

● 33 mil empregados próprios

● participação de 11% do mercado transoceânico de manganês e ferro-liga

● suas reservas de minério de ferro são suficientes para manter os níveis atuais de produção pelos próximos 30 anos

● possui 11% das reservas mundiais estimadas de bauxita

● é o mais importante investidor do setor de logística no Brasil, sendo responsável por 16% da movimentação de cargas do Brasil, 65% da movimentação portuária de granéis sólidos e cerca de 39% da movimentação do comércio exterior nacional

● possui a maior malha ferroviária do país

● maior consumidora de energia elétrica do país

● possui atividades na América, Europa, África, Ásia e Oceania

● concessões, por tempo ilimitado, para realizar pesquisas e explorar o subsolo em 23 milhões de hectares do território brasileiro (área correspondente aos territórios dos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte)

Fonte: 5ª Turma do TRF da 1ª Região


Maíra Kubik Mano – Jornalista, foi editora do jornal “Le Monde Diplomatique” Brasil e editora-assistente da revista “História Viva”, além de trabalhar como freelance para publicações como “Carta Maior”, “Caros Amigos”, “Carta Capital”, “TPM” entre outras.








Marilena Chauí e a classe média



Juremir Machado da Silva


Não faz muito, a professora Marilena Chauí, filósofa, militante do PT, comentarista de Spinoza e intelectual engajada, teve um surto de sinceridade. 

Ela disse sem medir as palavras nem as reações : “A classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante. Fim”

A classe média acha que tem impunidade no Brasil com as prisões lotadas de pobres. Quer penas perpétuas e, se possível, pena de morte.

A classe média não quer cotas.

Odeia o bolsa-família.

Quer manter prisões infectas.

Gosta da meritocracia como sistema de hierarquia social reprodutor da desigualdade e útil para afagar o seu ego de classe básica.

É sexista.

Não aceita beijo gay em novela.

Fura sinal de trânsito, mas não quer ser multada.

Sonega imposto de renda, mas discursa contra a corrupção.

Corre para comprar o último livro de Dan Brown.

Talvez Marilena Chauí esteja errada.

Não é a classe média que pensa assim.

Ou não é toda a classe média.

É boa parte do Brasil.

O Brasil médio, mediano, medíocre, submisso, cabeça feita por décadas de ditadura, coronelismo, moral e cívica, novelismo global e lacerdismo.

O Brasil é uma abominação.

Uma abominação que se tenta impedir de mudar.


Postado no Blog Juremir Machado da Silva em 09/06/2013
Imagem inserida por mim