Abandone sete mitos sobre a Síndrome de Down






Histórias de superação mostram que é possível conviver muito bem com a alteração genética




Mito: a criança com Down só pode estudar em uma escola especial 

O geneticista Zan recomenda exatamente o oposto: a família deve colocar o filho em uma escola comum. "Com o incentivo da aceitação dessa criança dentro da sala de aula, tanto ela quanto os colegas crescem acostumados às diferenças e derrubam barreiras de preconceito presentes na sociedade", afirma o profissional. 

A psicóloga clínica e psicopedagoga Fabiana Diniz, da Unimed Paulistana, conta que a pessoa com a síndrome pode ter um retardo mental que vai do leve ao moderado, mas isso não a impede de se desenvolver cognitivamente. "Além da intervenção precoce na aprendizagem, é preciso carinho e estímulo por parte da família, terapias e tratamento medicinal quando necessário, além de incentivo à brincadeiras com jogos educativos", diz a especialista. 



Mito: atividades físicas estão proibidas, somente a fisioterapia é liberada 

Quem tem Down pode - e deve - praticar exercício físico, mas é preciso passar por uma avaliação médica antes e preferir atividades de baixo impacto. 

"A alteração genética pode causar problemas no coração, espaçamento da coluna vertebral e redução da força muscular", afirma a educadora física Natália Mônaco, do Instituto Olga Kos, que atende na cidade de São Paulo crianças, jovens e adultos com Síndrome de Down. 

Leonardo Hasegava, 19 anos, apresentou grandes melhoras de força, flexibilidade, equilíbrio e agilidade por praticar Taekwondo no Olga Kos. 

A mãe, Marisa, conta orgulhosa que ele fez a sua primeira apresentação sozinho ano passado. "Em um ano de prática, ele já consegue chutar bem com a direita, mesmo sendo canhoto, e aprendeu a fazer um salto com dois pés juntos, algo de difícil coordenação", comenta. 

Já o Leonardo Ferrari, 18 anos, de Jundiaí-SP, destacou-se na natação: ficou em primeiro lugar classificação no Brasil para disputar a Special Olympcs 2011, na Grécia, que é a versão das olimpíadas para pessoas com deficiência intelectual. "Colocamos o Léo na natação aos oito anos de idade por causa da tendência maior a engordar e do sistema respiratório mais frágil, comum em quem tem a síndrome, e ele teve resultados muito além do esperado", afirma a mãe Berenice. 



Mito: a Síndrome de Down bloqueia o amadurecimento 

Essa crença já foi defendida por alguns especialistas do passado, mas hoje não passa de um grande mito. 

Thiago Rodrigues, de 25 anos, serve como prova: é auxiliar administrativo de uma empresa de agronegócio e está em Nova York para divulgar um manual de acessibilidade para pessoas com deficiência intelectual, que escreveu junto com colegas que também possuem Síndrome de Down

"Viajar para fora do país era um dos meus maiores sonhos, mas ainda tenho muitos outros, como voltar a estudar pra fazer faculdade de ciência da computação", afirma o jovem. 

A geneticista Fabíola Monteiro, da APAE de São Paulo, afirma é possível chegar a um desenvolvimento como o de Thiago com estímulo precoce e acompanhamento de profissionais, que pode envolver desde fisioterapia e fonoaudiologia até exames periódicos com um cardiologista. 

"É importante agir quando o cérebro ainda está em formação, para fazer com que a criança forme o máximo de conexões possíveis", afirma. 



Mito: casais com a síndrome não podem ter filhos 

O geneticista Zan explica que um casal pode ter filhos mesmo que ambos tenham Síndrome de Down. 

"A principal diferença é que as chances de o filho também apresentar a alteração genética são maiores: 80% se os dois tiverem Down e 50% se apenas um do casal tiver", diz. 

Em pessoas que não apresentam a síndrome, a chance de a criança nascer com o cromossomo a mais é de um para cada 700 pessoas. 

Ilka Farrath, de 33 anos, está muito feliz ao escolher o vestido que irá usar para se casar com Artur Grassi - os dois possuem síndrome de Down e se conheceram quando ainda eram adolescentes na APAE de São Paulo. "A correria pra ver DJ, filmagem, decoração e outras coisas é grande, mas não deixo de fazer pilates duas vezes por semana para melhorar o alongamento e conseguir emagrecer até dezembro, quando será o casamento", afirma. 



Mito: quem tem Down precisa sempre de um cuidador 24 horas por dia 

A geneticista Fabíola afirma que a pessoa com a síndrome geralmente precisa de algum tipo de supervisão, mas não significa superproteção a todo o momento. "Dependendo do estímulo e das características pessoais, é possível ter uma vida mais independente", conta. 

Thiago vive com a mãe, mas garante que tem muita autonomia: "Acordo cedo todo dia, troco de roupa, escovo os dentes, pego trem e ônibus até o trabalho e faço muitas outras coisas", afirma. 

A mãe de Leonardo, campeão de natação, também conta que ele viajou sozinho com a delegação para disputar as olimpíadas na Grécia. "Foi uma prova do quanto ele consegue ser independente, já que eu e meu marido só fomos para lá depois e não podíamos tirá-lo da vila olímpica", conta. 



Mito: há diferentes graus de Síndrome de Down 

A presença do cromossomo 21 extra é a mesma em todos os casos - não há graus. 

"A diferença entre uma pessoa e outra está nas oportunidades que cada uma tem de ser estimulada e nas características individuais que possui", comenta o geneticista Zan. 

É por isso que, como reforça a psicóloga Fabiana, é essencial um estímulo desde a infância. 

"Depende muito do grau de comprometimento da família para que o portador da síndrome possa enfrentar seus próprios medos e desafios e, dessa forma, levar uma vida normal, cercada de direitos e deveres como qualquer cidadão", comenta. 

Ilka, que tem a síndrome e está prestes a se casar, é um exemplo do estímulo precoce: teve um atendimento de profissionais da APAE de São Paulo desde que tinha dois anos e oito meses. 

"Costumo dizer que lá é a minha segunda casa, já que também contribuiu para que hoje eu possa trabalhar, viajar e planejar o meu casamento", diz. 



Mito: o cromossomo extra da síndrome vem apenas da mãe 

Nem sempre a cópia extra do cromossomo 21 vem da mãe, pode vir do pai também", afirma a geneticista Fabíola. 

Mas é verdade que, a partir dos 35 anos de idade da mulher, os riscos de o acidente genético acontecer são cada vez maiores. 

Zan Mustacchi explica que a mulher tem todos os óvulos formados dentro de si desde quando ainda é bebê, diferente do homem que produz espermatozoides a cada 72 horas desde a puberdade. 

"Ao longo dos anos, os óvulos também vão envelhecendo, o que pode aumentar o risco de ocorrerem alterações genéticas na formação do feto", diz o geneticista. 




Postado no blog Minha Vida no Portal R7

Angelina : mulher e mãe ... lindas !























Pérolas !



Estilo, elegância e sofisticação, para estes adjetivos eu só poderia mesmo estar falando das pérolas neh verdade?!  

Presente em vários blogs de moda e em diversas revistas relacionadas ao assunto, as clássicas pérolas estão de volta, e não é apenas nas pulseiras e colares que estou me referindo não. 

A moda agora é a aplicação de pérolas nos detalhes das roupas como: Golas, bolsos, ombros ou até mesmo em peças inteiras.

As produções simples podem ficar bem mais glamourosas com a ajuda das pérolas. Com diferentes tipos e tamanhos, acabam agregando mais sofisticação a qualquer produção, fugindo do tradicional para o moderno.



Postado no blog Antenadas em 27/05/2013



Mais pérolas...







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Sorrir faz bem !















Internet ferramenta útil e às vezes nem tanto



Já é exagero

José Inácio Werneck 

Bristol (EUA) – Existe na legislação americana o que se chama “statutory rape”. É o estupro presumido, que se aplica a todas as relações sexuais com um menor de 16 anos, por considerar-se que ele ou ela não tem ainda a maturidade suficiente para um consentimento consciente.

Ora, no dia 16 de fevereiro, em Vero Beach, na Flórida, uma lésbica de 18 anos, Kaitlyn Hunt (foto), foi presa na casa de seus pais, sob a alegação de que por três vezes tinha mantido relações sexuais com uma menina de 14 anos, chegando inclusive a induzi-la a fugir de casa.

A prisão foi efetuada por denúncia dos pais da menor, depois de terem sido informados na escola que as duas frequentavam do que vinha se passando. A última relação sexual ocorreu na casa dos pais de Kaitlyn Hunt, onde a menor se encontrava.

Kaitlyn Hunt reconheceu prontamente o fato de que vinha mantendo relações sexuais com a menor e foi defendida por seus pais, que consideraram o caso “normal”.

- Ela a ama – explicou o pai de Kaitlyn. A polícia prendeu minha filha apenas por discriminação contra os gays.

O promotor replicou que nada havia de discriminação no caso, apenas o cumprimento de um dispositivo legal, que se aplica tanto a heterossexuais quanto a homossexuais. 

Trata-se simplesmente de proteger a integridade moral de menores de idade, da mesma forma que seria feito no relacionamento de um homem com um menino menor de idade, de um homem com uma menina menor de idade ou de uma mulher maior de 18 anos com um menino menor de idade.

Afinal, pedofilia é pedofilia, sem distinção de sexo.

O promotor disse que inclusive está sendo leniente ao apresentar uma acusação apenas de ofensa sexual libidinosa, em vez de estupro presumido, que acarretaria uma pena mais grave.

À argumentação do pai de Kaitlyn, Steven Hunt Jr., de que a menor de 14 anos queria ter sexo com sua filha, o promotor explicou o que a lei estipula: uma menor de 14 anos não tem capacidade para consentimento.

É um caso simples e direto, sem controvérsias. Melhor dizendo, não deveria haver controvérsias, mas surgiu na Internet uma petição que já conta com mais de cem mil assinaturas pedindo “liberdade para Kaitlyn”, sob a alegação de que se trata de “discriminação contra os gays”.

Discriminação? Parece-me mais que eles querem tratamento especial e excessos desta ordem explicam porque no mundo afora já há uma boa resistência contra o movimento gay. 

A petição na Internet reclama contra o que considera “leis antiquadas”, mas proteger menores é um princípio moral imperecível.


 Sobre o autor deste artigo José Inácio Werneck - É jornalista e escritor com passagem em órgãos de comunicação no Brasil, Inglaterra e Estados Unidos. Publicou "Com Esperança no Coração: Os imigrantes brasileiros nos Estados Unidos", estudo sociológico, e "Sabor de Mar", novela. É intérprete judicial do Estado de Connecticut. Trabalha na ESPN e na Gazeta Esportiva.

Postado no site Direto da Redação em 23/05/2013

Gringos e macacos



Urariano Mota

Um jovem de grande inteligência e observação, que conhece muitos países europeus, me enviou esta mensagem ontem:

“Para muitos gringos, os brasileiros, os que não são europeus, não passam de macacos. Aquilo que o senhor escreveu em ‘O filho renegado de Deus’ ainda acontece na Europa. Aquilo não está só como os gringos viam um negro no Recife em 1961. Mas muita gente tenta esconder essa realidade. Ou fazer de conta que não acontece. Mas acontece, todos os dias, ainda hoje”.

E de fato, amigos, leio na Folha de São Paulo nesta quinta-feira que jovens da periferia, lá na exemplar Suécia, revoltados, queimaram carros. 

E que esses protestos começaram depois da repressão policial ter matado um imigrante velho. Pior, a mesma polícia que matou abre investigação sobre o crime. Mas nem com tal providência evitou a revolta dos jovens. 

Eles acusam as forças de segurança de abuso de autoridade, de bater em idosos e crianças e de chamar os imigrantes, na maioria negros, de ‘macacos’...”.

Então ligo a mensagem recebida à notícia de hoje, e por isso navego pela internet para ver o quanto a Europa e os Estados Unidos em crise descontam nas costas dos imigrantes os problemas econômicos. 

O novo aqui – se novidade há – é o crescimento do ódio em velhos preconceitos contra os latinos, africanos, ou de um modo mais amplo, contra os não-europeus. Assim ocorre na Itália, onde a nova ministra da Integração, Cecile Kyenge, vem recebendo insultos por ser negra e mulher. Sites de extrema-direita a têm rotulado como “macaco congolês”.

Assim é com o jogador Mario Balotelli, o craque da seleção italiana, que tem sido vítima de humilhações nos estádios, como no San Siro, em que a torcida da casa fez barulhos e imitações de macacos para provocá-lo. No primeiro tempo, o atleta mandou a torcida adversária se calar, porém perto do fim do segundo tempo a situação ficou insustentável e o juiz teve que paralisar o jogo por alguns minutos.

Essas noticias falam que esse não foi um caso isolado. Em Portugal, a situação se repete com uma brasileira de nome Kelly dentro do BBB português. Recentemente, Macau, um dos participantes do Big Brother de Portugal, imitou um macaco enquanto Kelly tomava banho. 

Já na Espanha, depois de fazer uma falta no atacante Cristiano Ronaldo, na derrota do Barcelona para o Real Madrid, por 2 a 1, o lateral-direito Daniel Alves teve que ouvir insultos no Santiago Bernabéu, de acordo com a imprensa espanhola. O brasileiro, já nos últimos minutos do jogo, escutou sons de imitações de macacos vindos das arquibancadas do estádio.

Esse tem sido um comportamento repetido, da Inglaterra à França, mais a Grécia e onde a crise econômica desponta. O insulto e o desprezo por humanos diferentes não é novo.

A novidade é que os macacos antigos agora vão além dos negros, atingem os muçulmanos, imigrantes pobres, pessoas de pele clara, e tudo que for estranho.

Enquanto escrevo, recebo a informação de que os estrangeiros não gostam de ser tratados por “gringos” no Brasil. É natural e justo que não se sintam bem. Mas em um contexto de incompreensões e discórdia, creio que o leitor entenderá o título da coluna.

O trecho do romance “O filho renegado de Deus” a que o jovem se referiu é este:

“- Eu serei o seu guia e intérprete no Recife, excelência.

Então uma jovem ao lado de Ted Kennedy, com jeito de fina, educada, parecendo uma condessa, então essa senhora vai falar para Edward, em gíria do Sul dos Estados Unidos:

- Quem vai nos servir é este macaco?!

Sim, então nessa frase o negro Filadelfo sentirá, com tamanha raiva, mágoa que o deixará ferido, então o negrinho vai sentir que serão crescidas dentro de si florestas de macacos, um povo de grandes símios, um mato, uma cerrada população de árvores onde pulam chimpanzés como ele, como sua mãe, como sua avó escrava, um povo de caricatura a pular entre árvores, onde se confundem os colonizadores filhos de colonizadores, netos de colonizadores, todos de capacete e rifle em safáris. É natural que não diga nem ao padrinho Manoel de Carvalho, pois o espírito acima de tudo não o perdoaria, e Filadelfo não podia contar que apenas respondeu, quando deveria cuspir, escarrar no imaculado e gentil braço da suave dama, mas apenas disse:

- Senhora, eu não sou macaco.

- Oh, não, o senhor entendeu mal, ela não disse isso – meio a contragosto contemporizou o nobre representante dos Estados Unidos. Ao que ele, o macaco que falava, apenas disse:

- Senhor, eu falo inglês e entendo bem as suas gírias”.


 Sobre o autor deste artigo Urariano Mota - pernambucano, jornalista e autor dos livros "Soledad no Recife" e “O filho renegado de Deus”. O primeiro, recria os últimos dias de Soledad Barrett. O segundo, seu mais novo romance, é uma longa oração de amor para as mulheres vítimas da opressão de classes no Brasil.

Postado no site direto da Redação em 23/05/2013