Juremir Machado da Silva
– Tem censura no teu blog?
– Tem moderação.
– Moderação, não. Tem censura.
– Prova.
– Toda vez que eu tento te chamar, no teu blog, de corno, imbecil, obtuso, idiota, burro ou algo semelhante, coisas assim, não sou publicado.
– Por que tu não me chamas de tudo isso no teu blog?
– Aí não tem graça.
– Ninguém te impediria. Não haveria qualquer “censura”.
– Ah, mas eu quero te esculhambar no teu blog.
– Posso fazer o mesmo contigo no teu blog?
– Ninguém lê o meu blog.
– Tu publicarias todo dia uma mala que escrevesse sempre o mesmo insulto profundamente ideológico e no post seguinte se queixasse de censura?
– Está falando de mim?
– Serviu o chapéu?
– Não é só quem insulta que não sai. Tem outros também.
– Tem. Mala não entra.
– Quem é mala? É um conceito muito vago.
– Não acho. Sou capaz de localizar um mala a três quilômetros de distância. Mala com alça, sai de vez em quando. Mala com rodinhas, dependendo do que diz, pode ter algumas oportunidades. Mala sem alça e sem rodinhas não sai nunca. Mala é mala. Qualquer um sabe que uma mala é uma mala.
– Poderia conceituar?
– Mala repete post.
– Só isso?
– Mala tem pensamentos mesquinhos.
– Nada mais?
– Todo mala é um ideológico que se acha não ideológico. Tem mala que não insulta. Tenta fazer intrigas. Gosta de semear a maldade. Mala ruim.
– Algo mais?
– Mala nunca desiste.
– É uma ofensa ser mala?
– É pior do que homofobia e racismo. Ou é uma espécie disso. Todo mala deve ser cortado em benefício da saúde mental da humanidade.
– E se te chamarem de mala?
– Eu sou mala. De alguém. Cabe a esse alguém me cortar. Mala é sempre dos outros. Ninguém se acha mala. Ninguém é mala de si. A principal característica do mala é querer esculhambar os outros no seu terreno e chamar isso de liberdade de expressão. O mala não acredita nos seus meios.
– Não sente culpa de censurar?
– Censurar mala é obrigação de todo espírito livre.
Postado no blog Juremir Machado da Silva em 24/03/2013