Por Isabela Leal
Ter autoconfiança é confiar na própria capacidade de enfrentar as diversas situações impostas pela vida.
“É saber se relacionar consigo mesmo e com os outros de forma realista e positiva, tendo a honestidade de reconhecer quando existe algo a ser aprimorado, pois a pessoa autoconfiante sabe que o X da questão não é a perfeição, mas o constante aprendizado”, define Eduardo Shinyashiki, palestrante e escritor de livros, como Transforme seus Sonhos em Vida (Editora Gente).
Ou seja, autoconfiança tem a ver com autoconhecimento e com a avaliação que a pessoa faz de si mesma: conhecer seus pontos fortes e explorá-los; além de procurar melhorar os pontos frágeis.
“Os que confiam sem o equilíbrio do autoconhecimento se tornam presunçosas, arrogantes, teimosas”, diz Shinyashiki.
Elas acham que estão sempre certas. E esse não é o caminho: o mais importante é cada um avaliar suas habilidades e saber usá-las para alcançar metas.
Você sabe lidar com a inveja?
Normalmente as pessoas sentem dificuldade em admitir que sentem inveja. É mais fácil pensar em raiva, ciúme, mágoa e outros sentimentos que possam parecer mais inofensivos.
Acontece com todo mundo, o segredo é saber a causa desse sentimento e trabalhá-la. A psicóloga Vivien ressalta que a inveja é uma expressão natural de todos nós.
“Muitas vezes, a inveja não é um fato isolado. Por exemplo, não pela amiga ter aquele marido ou emprego, mas pela força, coragem e determinação que ela demonstra ao realizar os seus desejos”, esclarece.
Se esse é um sentimento que faz parte da sua vida, saiba que é possível lidar com ele, em vez de ficar se comparando com os outros e sempre se achar pior, menor em relação a eles. O único jeito de fugir dessa armadilha é fazer da inveja um estímulo para sua vida. Para ajudá-la nesse aprendizado, Miguel Lucas mostra alguns truques para se libertar desses sentimentos sufocantes e construir a autoconfiança.
Conscientize-se da real situação em que se encontra – faça uma lista das dez melhores coisas alcançadas nos últimos tempos, é importante sentir-se lisonjeado com suas conquistas. Todos temos histórias de sucesso e podemos repetir pequenas receitinhas que deram certo.
Faça um balanço de seus pontos fortes – reflita sobre sua vida e faça uma análise concreta. Avalie o que realmente importa para você, o que quer atingir hoje e a longo prazo.
Defina metas para si mesma, tomando como base suas prioridades: profissão, família, relacionamentos, finanças...
Comece a gerir a sua mente, mantendo-se motivada, combatendo pensamentos negativos que possam destruir sua confiança. Por fim, jamais perca o foco e a determinação.
Dicas que demonstram segurança pessoal
1. Não se preocupe com a avaliação alheia. O autoconfiante é um ser independente da aprovação do outro. Quem conhece suas capacidades e seus limites não precisa da opinião do outro para saber como agir ou se portar. Segundo Miguel Lucas, psicólogo da Escola de Psicologia de Leiria, de Portugal, colaborador do blog
www.escoladepsicologia.com, o autoconfiante age da maneira que acredita ser a melhor, mesmo que receba críticas.
2. Se abra para as mudanças. A autoconfiança é um fator dinâmico, sujeito a variações durante a vida, daí a importância de sempre refletirmos sobre nossos potenciais e ações. “Estamos constantemente em mudanças internas, portanto precisamos refletir sempre para encontrar outras saídas”, aconselha Vivien.
3. Timidez não atrapalha em nada. É comum pensar que as pessoas autoconfiantes são extrovertidas, mas não é sempre assim. O fato de uma pessoa ser calada ou introvertida não quer dizer que seja insegura.
4. Some forças e habilidades. Quem é seguro vê no companheiro, no colega de trabalho, um parceiro de caminhada, jamais um inimigo. Conte com a ajuda dos outros sem ter medo da competição e sem que isso represente uma ameaça. “O autoconfiante acredita na própria capacidade”, explica Vivien.
5. Ser racional é outro ponto forte a ser cultivado. Miguel Lucas afirma que a dose certa de autoconfiança permite dimensionar riscos de cada situação com coerência e lógica, o que ajuda a enfrentar o que for, e munir-se de estratégias para isso.
6. Responsabilizar-se por seus sucessos e também pelos fracassos é sinal de autoconfiança, porque a pessoa sabe que faz o possível em qualquer situação. Ela suporta as frustrações, porque enfrenta as próprias limitações.
7. Seja transparente e espontânea. “Em nenhuma situação é preciso ser outra pessoa, mas sim aprimorar a si mesmo”, aconselha Shinyashiki. O autoconfiante não tem máscaras, ele não precisa fingir o que não é.
8. “A autoconfiança baseia-se no equilíbrio”, diz Miguel Lucas. Isso porque quem tem essa característica mantém os pés sempre firmes na realidade, conhece suas capacidades e diante de um desafio extrai o melhor de si para enfrentar.
9. Crie um clima favorável a atitudes. “Reconhecer o próprio valor, mas também o valor do outro”, diz Shinyashiki. “Um bom exemplo disso é o chefe seguro e confiante que motiva a equipe, estimula o desenvolvimento de seus subordinados”, ilustra Vivien.
10. Tenha o foco no presente, tire lições do passado e tenha a visão do futuro. Essa é a senha. “O foco está sempre no que está a seu alcance”, diz Shinyashiki. O que significa ter a real dimensão de uma situação difícil e se preparar para ela, sem superestimar o problema e sem achar que está com a causa ganha.
11. Não se deixe abater depois de uma derrota ou objetivo não alcançado. O segredo realmente é tirar partido da experiência. Miguel Lucas garante: “O autoconfiante admite seus erros e aprende com eles”. Miguel Lucas valoriza a importância de estabelecer pequenas metas, especialmente para quem está construindo sua autoconfiança. E aconselha: “sempre que alcançar um objetivo, celebre. Assim, pouco a pouco, você começará a solidificar o seu padrão de sucesso”.
12. Desenvolva a inteligência emocional. Conseguir lidar bem com o estresse e a pressão é fruto do autoconhecimento, da capacidade de raciocinar, de dimensionar a própria força. Isso vale para as relações pessoais, o autocontrole é um grande aliado para resolver problemas graves sem descontar no outro suas aflições e seus receios internos.
13. Tenha senso prático. Ter empreitadas com prazos é algo que faz parte da vida de todos nós. Por isso é tão importante traçar prioridades e ter muita organização para evitar retrabalho e desgastes desnecessários.
14. Cautela com seus pontos frágeis. São eles que muitas vezes põem tudo a perder, mesmo para os autoconfiantes. Se você costuma perder a paciência com facilidade, nas decisões que exigem muito debate, procure se controlar racionalmente, nem que seja preciso fazer exercícios mentais dias antes. Outra opção é mandar um colega mais calmo para as reuniões. Outro exemplo: se você tende a falar além da conta, trace no papel pontos essenciais a serem debatidos. Na vida pessoal, respire fundo, peça para conversar em outro momento e estabeleça diálogos mais amenos com amigos, parentes e até mesmo o amado.
15. Comprometa-se com o sucesso. Sempre que se deparar com uma situação diferente e delicada, nem pense na possibilidade de algo dar errado. Assim, por instinto, você direciona suas atitudes para a direção certa e, quando der por si, já enfrentou e venceu a batalha.
16. Atenção com sua postura. Quem acredita em si transmite isso nas atitudes assertivas, na voz firme, na clareza de raciocínio, no jeito equilibrado de viver e passa essa segurança para quem convive com ela. Isso contagia as pessoas em volta e acaba facilitando as decisões e a execução das tarefas.
17. Cuidado com a autossuficiência. O excesso de confiança em si pode trazer maus frutos, intimidar os companheiros de trabalho e de vida, por isso é tão importante manter os pés no chão e lançar um olhar para os outros. Os extremamente confiantes acabam tendo efeito rebote, pois correm o risco de minar a própria segurança.
18. Supere as frustrações. Quando levar um tombo, procure identificar onde foi o deslize, com sinceridade e maturidade. Procure enxergar claramente que os impasses trazem grandes lições. Certamente da próxima vez sua postura será outra, mais certeira e pontual.
19. Aceite a ajuda dos outros, sem que isso seja motivo de vergonha. Receba essa contribuição com satisfação, sem se sentir inferiorizado por isso ou sem ter medo da competição. Essa é uma das características dos autoconfiantes descritas por Vivien.
20. É importante não confundir autoconfiança com autoestima. Apesar de serem aspectos interligados da personalidade, são diferentes. “O primeiro refere-se ao julgamento sobre as capacidades pessoais, o segundo tem a ver com valor pessoal. A autoestima é o pilar sobre o qual construímos a autoconfiança”, justifica Shinyashiki.
Postado no blog Uma Mulher em 26/02/2013