Caio Fernando Abreu: o cara do Face


412599 Caio Fernando Abreu frases mensagens 1 Caio Fernando Abreu: frases, mensagens
Caio Fernando Abreu


Maykon Souza

No Shopping, puxei o livro da mochila e percebi que estava sendo observado. Mal virei a primeira página e ela se aproximou. Devia ter uns 20 anos. Ficou se contorcendo, tentando ler o nome que estava na capa. Conseguiu:

– Ai, que legal...

– O quê?

– Ele tem livro?

– Como assim?

– O Caio tem livro...

– Que Caio?

– Esse que você tá lendo...

– Tem... vários... um dos maiores escritores do Brasil...

Ela não acreditou muito.

– Caramba... achei que ele era só o cara do Face.

– Cara do...?

– Face... Facebook... internet... cê tem, né?!

– Tenho, tenho...

– Ele também.

– Quem?

– O Caio... tem um perfil todo fofo... Ele escreve cada coisa bonita.

– O Caio?

– Claro, pô. Não é dele que a gente está falando?!

– É que é impossível ele ter perfil.

– Por quê?

– Ele morreu...

– Impossível ele ter morrido!

Chegamos num impasse. Ela virou para o outro lado, como que digerindo a informação. Depois de um tempo, indignada:

– E quem atualiza o perfil dele, então?

– Ele é que não é.

– Cê ta brincando... não deve ser o mesmo... morreu de quê?

– Aids.

– Aids??? Então, ele era velhão?

– Velhão?

– É, ué! Aids não é aquele negócio que dava nos anos 80?

Novamente, um impasse. Dessa vez, eu é que virei para o outro lado para digerir a informação.

– Lê um pedaço aí pra mim.

– Qualquer um?

– É.

– Lá vai: “Aquele negrão, sabe aquele negrão de cabelo rastafári que fica sempre ali no Quênia’s Bar? Aquele que vende fumo, diz que tem vinte e cinco centímetros, já pensou? Isso não é uma jeba, é uma jiboia. Até vinte aguento numa boa, até o cabo. Vinte e cinco não sei, tenho até medo. Pode rasgar a gente por dentro, sei lá”*.

– Ele escreveu isso?

– Sim.

– O Caio?

– Claro, pô. Não é dele que a gente está falando?!

Ela se levantou, indignada:

– Ele escreve coisas fofas, não isso aí. Ele fala de amor, esperança, sorriso. Coisas pra valorizar a gente. Ele tem frases que se encaixam em todos os momentos da vida da gente.

– Isso é Minutos de Sabedoria, não Caio Fernando Abreu.

– Minutos de quê?

Reparei que outra garota tinha se aproximado. Resolveu entrar na conversa:

– Que foi?

– O cara aí tá dizendo que conhece o Caio.

– Que Caio?

– O do Face!

– Ah, tá... prefiro a Clarissa...

– Que Clarissa?

– Ah, sei lá. Acho que é Espectro.

– Não é Clarissa, é Clarice, sua burra!

Começaram a tirar sarro uma da outra e se foram sem dar tchau.

Da próxima vez que estiver em público, puxo um Dostoiévski. Duvido que ele também tenha perfil fofo no Face.


Maykon Souza é autor do blog Amenidades Crônicas. 


Postado no Blog Brasil de Fato em 01/03/2012










Nota

Este blog está fazendo 1 ano desde a sua criação. Para comemorar estou republicando algumas postagens antigas entre as 942 postagens já publicadas. 


Unidade Nacional



Nikelen Witter 

Basta falar em unidade nacional e logo o povo pensa em futebol. Pensa certo, claro. Mas não chega a ser uma unanimidade. Pasme você, amante do futebol, mas há quem não goste! Um horror! Mas é verdade. 

E, também, há quem não goste de carnaval. Eu sei o que o leitor que não é ruim da cabeça nem doente do pé está pensando: “gente sem noção” (deve também estar balançando a cabeça em negativas assombradas). 

Pois é. Contudo, de fato, é tanta gente, que atualmente já não se pode citar o carnaval como elemento de unidade nacional de forma alguma.

Então, voltamos a velha busca do que faz do Brasil, Brasil e de nós os brasileiros. 

Alguns buscam no esporte, outros na música, outros em algum tipo de comportamento, como o “jeitinho”, por exemplo. De minha parte, cada vez mais tenho achado que nossa unidade nacional se constitui na mesa. 

Estudando a História da Alimentação no Brasil fica difícil não acreditar e aceitar que somos, antes de tudo, o país do arroz com feijão. Se um dia superarmos todas as fomes que nosso povo passa, será isso que emergirá: essa cultura de uma comida básica, que serve a todos e se aprende na infância.

Outro ponto de unidade e que tem se revelado a mim em estudos, em viagens, no contato com amigos e no contato com não brasileiros é a gula. 

Brasileiro come falando em comida, planejando a próxima refeição e trocando receitas. Somos gulosos por excelência e definição. Os viajantes já apontavam isso em seus escritos desde a aurora, ou, pelo menos, desde o século XVIII. Comida nos preocupa, nos toca, nos chama.

É, acredite, nossa principal herança portuguesa. Isso é tão forte que tomou de assalto nossos imigrantes, muitos deles, vindos a este país fugindo da fome em suas terras de origem. Podiam simplesmente ter chegado aqui e se saciado. Mas, não. Foram além. Aprenderam com os já aclimatados que mesas devem ter imensa fartura e mais, que comida é feita para sobrar. 

Ah, vergonha das vergonhas quando fica só um tantinho no fundo da panela que mal serve uma pessoa. Ah, supremo fiasco se os convidados, filhos e netos não saírem da mesa estrebuchando, implorando por um chazinho digestivo ou um anti-acido. Não há festa se ninguém for da mesa para a farmácia, em busca de alívio para o excesso.

Aí está! Essa é nossa característica, se não fundamental, uma das mais importantes. 

Nossas festas são para o excesso, para muita comida, para comer-se o dia inteiro. Gostamos de rodadas. Somos os maiores apreciadores de sequências. Morremos por um espeto corrido. Temos a felicidade suprema quando abre um novo rodízio da cidade. Se for de sushi, comida chinesa, mexicana, indicana, não importa. Podemos ser cosmopolitas. Só não nos peçam para ser comedidos, para ser nouvelle cuisine (a não ser que seja numa sequência longa, é claro).

Tenho aprendido essas coisas nas minhas aulas – sim, eu aprendo nas minhas aulas porque tenho muitos professores trabalhando comigo, mesmo quando os chamo de alunos. 

Sobre comida, tenho aprendido demais. De hoje, posso dizer que muito pouca coisa é típica deste ou daquele grupo quando se trata das formas de comer. 

Comemos como brasileiros: rápido durante a semana, muito nos finais de semana, festas, feriados e dias santos. A comida e a bebida pautam nossas festividades. Tudo acaba em pizza, em xis, em revirado, em sanduba, em pão de queijo com café, em chá com bolo.

Lorenzo um fofo de 6 meses filho de amigos

Além do arroz com feijão e da gula, acho que caminhamos atualmente (se já não chegamos lá) para um terceiro ponto de unidade, montando a base do tripé que sustenta o que somos. Claro, este último ainda é algo próprio do Brasil urbano, porém, vejo um crescimento cada vez maior de sua influência nos gostos nacionais. Revelarei o dito cujo numa história que me parece exemplar para o caso.

Durante o período de meu doutorado, fiz quatro meses de estudo na França (doutorado sanduíche, e lá vamos nós a outra referência culinária). Meu orientador de lá, um glutão por definição própria, costumava encerrar o semestre de suas aulas com uma festa em que pedia para cada aluno levar algum prato que lembrasse sua região. 

Naquela época, ele tinha duas orientandas brasileiras, uma baiana e eu. Ele falou das dimensões continentais de nosso país e de como deveriam ser diferentes nossas cozinhas, o que ambas confirmamos.

No entanto, nos vimos, cada uma de seu lado, numa saia justa. Eu me viro bem na cozinha, mas a Casa do Brasil – local em que estava morando – não nos permite ter muitos utensílios e tampouco os fornece. Minha conterrânea, descobri mais tarde, tinha vários utensílios à sua disposição, mas mal sabia cozinhar. 

Cada uma resolveu, então, sem comentar com a outra, levar o melhor que nossas limitações permitiam. Resultado: irrompemos à festa com grandes pratos de brigadeiros em nossos maiores esforços.


Ao longo da festa, rimos muito dessa nossa “unidade nacional”, e, quando a sobremesas foram liberadas, percebemos que o diálogo interno é mais fácil do que aquele travado com o externo. 

Nossas petit truffes brésiliennes fora rechaçadas pelos franceses por serem trop sucré. 

Como responder se não lembrando Gilberto Freyre: é o açúcar que, antes de tudo, faz de nós o que somos como civilização. E, acredito, em especial, o açúcar do brigadeiro, esse “negrinho” com gosto de Brasil.


Nikelen Witter : Escritora, historiadora e professora. O ativismo pela leitura é para não dizer que: não fiz nada de útil.

Postado no blog Sul 21 em 15/11/2012

Nota: A foto do fofinho Lorenzo foi acrescentada ao texto por mim.

Maxi brincos : tendência verão 2013










07

04



Sophia Bush aposta nos maxi brincos












Adote, junto com seu cãozinho, uma Criança !





"Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu sangra todo dia"
José Saramago


"Somos responsáveis pelo mal que fizermos e pelo bem que deixarmos de fazer"
Emmanuel - Francisco Cândido Xavier


"Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração sorriso nos lábios"
Martin Luther King



Rosa Maria Feijó


Gosto de cães, pois são alegres, fiéis, amorosos, mas constato todos os dias que estamos vivenciando uma enorme inversão de valores!

Dou-me conta que surgem, na mídia, grandes campanhas para adoção de cães, mas não na mesma medida, uma única campanha para adoção de crianças.

Gasta-se com petshop, cosméticos, creches, roupas para os cãezinhos, mas fecha-se a janela do carro quando uma criança de rua se aproxima.

Ao mesmo tempo que pessoas e famílias compram ou adotam animaizinhos de estimação, deveriam pensar com carinho em adotar ou apadrinhar crianças, que só querem o que todos queremos, a segurança de um lar e a chance de terem um futuro.

A conta do alto investimento só com animais de estimação virá cedo ou tarde.

A criança não nasce má, mas torna-se má se o meio não lhe favorece, pois tendo que lutar pela sobrevivência envolve-se no submundo e suas mazelas.

A violência aumenta a cada dia, mais grades em nossas portas e janelas, os impostos são gastos com mais armas e presídios, temos menos liberdade para ir e vir, em suma, trabalhamos muito para termos, mas não podemos usufruir do que temos. E acima de tudo, podemos perder, para a violência, nosso bem maior que é a nossa vida.

A criança merece prevalecer sempre, mas por que não unir estas duas coisas lindas, adotar uma criança e ter um animalzinho de estimação?


Rosa Maria Feijó ( editora deste Blog ) em 15/11/2012


Adoção no Brasil


1. Conceituando adoção

Para a língua portuguesa, adotar “é um verbo transitivo direto” (AURÉLIO, 2004), uma palavra genérica, que de acordo com a situação pode assumir significados diversos, como: optar, escolher, assumir, aceitar, acolher, admitir, reconhecer, entre outros.

Quando falamos da adoção de um filho, porém, esse termo ganha um significado particular: Nesta perspectiva adotar significa acolher, mediante a ação legal e por vontade própria, como filho legítimo, uma pessoa desamparada pelos pais biológicos, conferindo-lhe todos os direitos de um filho natural. Para além do significado, do conceito, está a significância dessa ação, ou seja, o valor que ela representa na vida dos indivíduos envolvidos: pais e filhos.

Para o (s) pai (s) e mãe (s) adotar um filho não se difere em quase nada da decisão de ter um filho de sangue. Excluindo-se os processos biológicos, todo o resto é igual. O amor, o afeto, a ansiedade, o desejo, a expectativa, a espera, a incerteza do sexo, da aparência das condições de saúde, dos problemas com a educação e o comportamento, os conflitos. Tudo isso acontece nas relações entre pais e filhos independente de serem filhos biológicos ou adotivos.

2. Adoção no Brasil

No Brasil, adotar já foi um processo muito mais longo, burocrático e estressante. Hoje, com o apoio da legislação e o advento dos Juizados da Infância e da Juventude, está muito mais fácil e rápido adotar um filho.

2.1. A legislação

A história legal da adoção no Brasil nos remete ao início do século XX. O assunto é tratado, pela primeira vez, em 1916 no Código Civil Brasileiro. Depois dessa iniciativa tem-se ainda a aprovação: em 1957, da Lei nº. 3.133; em 1965, da Lei nº. 4.655; e em 1979 da Lei nº. 6.697, que estabelece o Código Brasileiro de Menores.

Atualmente a legislação vigente que se debruça sobre esse assunto é a seguinte: Constituição Federal; Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA; Código Civil Brasileiro; e, Lei nº. 9.656/98.

a) A Constituição Federal

A adoção é abordada na Constituição Federal em seu artigo 2271 que estabelece como dever da família da sociedade e do Estado assegurar às crianças e adolescentes seus direitos básicos. O § 6º deste artigo além de proibir “quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação” (BRASIL, Constituição Federal, art. 227, § 6°, 1988), em casos de adoção, estabelece a equiparação dos direitos dos filhos adotivos aos dos filhos biológicos.

1“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão” (BRASIL. Constituição Federal, Art. 227, 1988).

b) Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA

Em 1990 com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA através da Lei n.º 8.069/90, os processos de adoção foram facilitados. O documento põe em evidência os interesses do adotando (filho) e estabelece como principal objetivo do processo de adoção assegurar o bem estar deste conforme dispõe o artigo 43: “A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos” (BRASIL, ECA, Art. 43, 1999).

Conforme consta no ECA, através do ato de adoção os requerentes, ou seja, os pais, conferem ao filho adotado os mesmos direitos dos filhos naturais. Ressaltando-se que uma vez concluído o processo de adoção esta é irrefutável, a não ser em caso de maus tratos pelos pais. Nesse caso, assim como ocorreria com os pais “de sangue”, os pais adotivos perdem o pátrio poder e o Estado se responsabiliza pela guarda dos filhos encaminhando-os a uma instituição para menores desamparados até definir sua situação, ou os coloca sob a guarda de um parente que tenha condições de acolhê-los.

c) Outras Leis

O Código Civil Brasileiro aprovado em 2002 por meio da Lei nº. 406/2002 reproduz o disposto no Estatuto da Criança e do Adolescente – Eca, no que diz respeito à adoção. Além desta há ainda a Lei nº. 9.656/1998, que trata dos planos de saúde, mas que vai se debruçar sobre a problemática da adoção quando estabelece a “cobertura assistencial ao recém-nascido, filho natural ou adotivo do consumidor, ou de seu dependente, durante os primeiros trinta dias após o parto”. Também assegura a este a inscrição no plano de saúde “como dependente, isento do cumprimento dos períodos de carência, desde que a inscrição ocorra no prazo máximo de trinta dias do nascimento ou da adoção” e ainda a “inscrição de filho adotivo, menor de doze anos de idade, aproveitando os períodos de carência já cumpridos pelo consumidor adotante” (BRASIL, Lei nº. 9.656/1998, grifos nossos).

2.2. Normas para adotar um filho

As normas gerais de adoção no Brasil são estabelecidas, principalmente pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e podem ser assim resumidas:

- A pessoa a ser adotada deve ter no máximo 18 anos de idade, a não ser que já conviva com o adotante (pessoa que o adotará).

- A idade mínima dos candidatos à adotantes é de 21 anos.

- Diferença de idade mínima entre o adotante e o adotado é de 16 anos.

- Ascendentes (avós, bisavós) e descendentes (filhos, netos) não podem adotar seus parentes.

- Não importa o estado civil do adotante.

- A adoção requer a concordância dos pais biológicos, salvo em caso de paternidade desconhecida ou quando estes tiverem perdido o pátrio poder.

- A adoção de adolescente maior de 12 também necessita da concordância deste.

- Antes de concretizada a adoção é necessário fazer um estágio de convivência entre adotando e adotante. Isso é dispensado quando a criança é menor de um ano ou quando já mora com o adotante.

2.3. É Ilegal

Além das situações referidas é comum se saber dos casos de adoção ilegal. É o chamado “jeitinho brasileiro” se expressando também nesse campo. Nessas circunstâncias a justiça é burlada e a criança, filha de uma pessoa é adotada por outra como filho natural.

Em geral as pessoas que adotam essa postura têm a melhor das intenções e buscam apenas acolher uma criança abandonada, proporcionando-lhes uma vida digna. Esses casos, quando descobertos, quase sempre são resolvidos com o perdão da justiça que reconhece o esforço e compreende as motivações que levaram a pessoa a tomar essa atitude. Porém, não é impossível que ocorra, em dadas situações a perda da guarda da criança.

Esse tipo de adoção, exatamente por não ser legal não segue o princípio da irreversibilidade, significa dizer que mesmo que os pais biológicos tenham doado o filho por livre e espontânea vontade, a adoção pode ser revertida e o registro de nascimento cancelado a qualquer tempo. Além do mais trata-se de um crime previsto no artigo 242 do Código Penal Brasileiro, que pode resultar em reclusão de dois a seis anos, e isso não pode nem deve ser ignorado.

2.4. Documentos Necessários para adoção

- Cópias autenticadas em cartório de: identidade, certidão de casamento (se for casado), e, comprovante de renda.

- Cópia de comprovante de endereço.

- Fotos coloridas de busto e das dependências da casa (tipo 10X15).

- Declaração de idoneidade moral reconhecido firma de duas testemunhas.

- Atestado médico de sanidade física e mental com reconhecimento de firma da assinatura do profissional.

- Certidão de antecedentes criminais negativa.

- Requerimento da adoção preenchido e assinado pelo (s) requerentes e com firma reconhecida.

2.5. Diferença entre adoção, guarda e tutela

Costumeiramente as pessoas confundem adoção com a guarda de uma criança ou com a tutela. É bem verdade que as três ações são formas de acolher uma criança o adolescente desamparado, mas não podem ser confundidas.

A tutela se configura quando uma pessoa recebe a incumbência de cuidar de um menor que está fora do pátrio poder por algum motivo. O tutor deve então, administrar os bens dessa pessoa, protege-la, e representa-la no que for preciso. A guarda se é acolhimento de uma criança ou adolescente. O detentor da guarda deve então garantir assistência em todos os aspectos: material, moral e educacional.

Em nenhum desses dois casos a criança ou adolescente adquire status de filho e os processos podem ser revogados a qualquer momento, diferente da adoção.

Por Rosalina Rocha Araújo Moraes

Postado no Blog InfoEscola




As informações são atualizadas online e alimentadas pelas varas da Infância e Juventude existentes nos vários tribunais de Justiça. O sistema também informa a quantidade de crianças e adolescentes disponíveis, por faixa etária e raça em todo o país.

Por: ACRÍTICA.COM


O Cadastro Nacional de Adoção está disponível para consulta pelos cidadãos no site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O sistema pode ser acessado no portal da entidade, no link www.cnj.jus.br/cna. Através do sistema, os interessados vão poder consultar a quantidade de crianças e adolescentes aptas para a adoção em cada estado, município e comarca desejados.

Postado no Blog AdoçãoBrasil em 27/12/2011


Elba Ramalho fala do sentimento incondicional que é ser mãe de suas três Marias




Quando Elba Ramalho teve seu primeiro filho, Luã, 21 anos, ela já sabia que queria adotar há muito tempo. Mas a trajetória de amor da cantora começou mesmo quando, casada com Gaetano Lopes [de quem se separou em 2008], descobriu que o parceiro não poderia ter filhos. Maria Clara, hoje com 7 anos, foi a primeira a chegar, em 2002. Cinco anos depois, veio Maria Esperança, de 3 anos. Há um ano foi a vez de Maria Paula, 6 anos, cuja história parecia estar predestinada a acontecer, já que Elba conhecia a família da menina mesmo antes de ela nascer. Depois de sofrer preconceito da sociedade e até mesmo de sua família - "Eles tinham aquela coisa de filho dos outros, sabe?" - e de encarar três processos de adoção (o de Maria Paula ainda não foi concluído), ela comemora a união de sua família e não descarta a possibilidade de aumentá-la, trazendo ainda mais companhia para a casa onde, por enquanto, as três Marias reinam absolutas. Em entrevista à Alô Bebê, a paraibana de 57 anos fala sobre família, comenta a nova lei de adoção e ensina que, para amar, é necessário apenas manter o coração aberto.

Alô Bebê - Desde quando existe a vontade de adotar?

Elba Ramalho - Há muito tempo. Sempre pensei que poderia, que queria adotar. Mas a decisão veio mesmo quando estava casada [com Gaetano Lopes] e ele não podia ter fi lhos. Acho que era uma vontade só minha, ou muito mais minha, mas que acabou satisfazendo os dois. Sempre foi uma necessidade para mim, uma vontade de exercitar o amor, de olhar para o outro com mais condescendência, de criar e ter uma família.

AB - E como foi o processo de adoção?

Elba - Tem fila, espera, demora. Tudo que pode levar casais a desistir, mas eu diria a eles que é muito recompensador quando a coisa se concretiza. Depois, não poderia ser diferente. Todo processo jurídico de adoção exige paciência, espera, cria aquela ansiedade. Mas eu dei sorte em todas as três, eu não esperei tanto. Depois de um ano atravessei o processo, fui ao orfanato, conheci a Maria Clara, com quem eu corri um risco: ela poderia ter retardo mental, ninguém a queria e acabei passando na frente. Mas ela não tem nada, é inteligentíssima e muito especial.

AB - Como foi o primeiro encontro com suas filhas?

Elba - É sempre muita emoção para uma mãe. E o amor não é diminuído em nada. Você ama igualmente, como ama um filho de barriga, e eu repito isso mil vezes. Me emocionei tanto com a chegada de Maria Clara, por exemplo, que tive leite no peito, só não amamentei porque ela já não conseguia mais puxar. Com a Esperança foi um encontro. Ela estava chegando ao orfanato e eu estava visitando aquela obra, por acaso. Fiquei encantada e falei: "garota, eu virei te buscar". Não queria um bebê, queria uma menina um pouco maior, mas eu pensei: "Deus a colocou no meu caminho, não posso fazer essa diferença". Assim foi com Paulinha, cuja chegada foi diferente. Eu já ajudava a família desde que ela nasceu. Mesmo assim, a mãe abandonou a irmã, Maria Eduarda, e ela. Quando a levei do orfanato, a Paulinha estava com piolho, doente, magra, e já tinha cinco anos. Ainda aguardo a adoção, que não saiu, mas se Deus quiser vai sair. Com cada uma delas é um chameguinho, é um temperamento diferente. A gente aprende e constrói à beça.

AB - Quando você adotou Maria Clara, mesmo casada, disse que sofreu preconceito. Com Maria Paula, que é apenas sua, como foi?

Elba - Olha, sou uma pessoa avessa a preconceito. Eu nunca permiti que a sociedade e as almas pequenas pudessem interferir na minha vida pessoal. Quem quiser pode achar isso ou aquilo, porque esse é um assunto meu e quem vai responder por ele sou eu. Prefiro acolher a não acolher. Em qualquer circunstância da vida, me coloco assim. Claro que eu vi nariz torcido, gente dizendo "para que fazer isso?" ou "ai, você está no auge da sua maturidade, vai gastar seu dinheiro na Europa, comprar joias, passear". E eu digo: "vou do mesmo jeito, com três filhas e ainda posso fazer isso com quatro, cinco". Estou de portas abertas.

AB - Como está sendo a adaptação da Maria Paula?

Elba - Paulinha é um doce de criança. O barato dela é que a conquista é muito rápida. Ela é muito amorosa, dócil, obediente, uma menina de ouro cheia de talento e alegria. É mais difícil adaptá-la com a mais velha, Maria Clara. Elas têm a idade parecida, e Maria Clara já exerce a autoridade na casa. Mas isso devagarzinho a gente vai ajeitando, e esse é outro exercício, também: ensinar os valores para a sua filha, respeitar, abraçar, acolher.

AB - E o Luã [filho mais velho, biológico]? Ele deu apoio?

Elba - Muito. Ah... o Luã entende tudo. É bacanérrimo. Ele diz: "mãe, tudo o que você decidir está certo". Tudo é amadurecimento, é ensinamento para todo mundo, de empregado ao povo da família. A minha família, que antes tinha aquela coisa nordestina de "filho dos outros", hoje é muito apegada. Minhas fi lhas são lindas, todo mundo ama, não tem problema nenhum.

AB - Você ficou um ano na fila esperando Maria Clara, e decidiu ir atrás de instituições de acolhimento. Você acredita que, com a nova lei de adoção, a espera pode ser menor?

Elba - Eu acho que pode facilitar por um lado, mas ela ainda é morosa. Faria uma observação à Justiça brasileira: que ela fosse mais ágil, que se preocupasse mais. Tem pouco funcionário? Contrata mais, mas vamos tirar as crianças dos orfanatos. Quem puder ser restituído para a família, a gente restitui. A minha ONG, a Bate Coração, tem mais ou menos o propósito de fazer isso, e também de ajudar casais a adotar.

AB - Você acha que ainda existe muita resistência à adoção?

Elba - Acho que todo mundo deveria conversar, discutir socialmente, com sua família em suas casas, para quebrar os diálogos que escurecem a mente e o coração das pessoas e que alimentam o preconceito: "ah não vou visitar orfanato". Quer dizer, essa indiferença é que faz o mundo estar desse jeito individualista, egoísta, ambicioso, vaidoso. Filho desmonta a gente, um fi lho adotado desmonta três vezes mais. Mostra para gente que não é "eu sou, eu sou, eu sou", e sim "eu sou, tu és, ele é, nós somos".

AB - Que mensagem você deixa para quem pretende adotar?

Elba - Gente, aquela é uma criaturinha inocente, cheia de carência, de amor, de necessidades. Então, faça isso para exercer a paternidade e a maternidade à altura do que Deus ensina: amando incondicionalmente, respeitando, acarinhando. Desmonte-se. É um filho que está chegando, e esse filho vai te dar tanto amor. Quem sabe, no futuro, ele te ampare na velhice mais do que um fi lho biológico. Muitas vezes acontece isso. Desprenda-se do preconceito, vá com o coração aberto. Não tenha medo, que o amor está. Ele não vai chegar, ele está, ele é.

Elba: "...todo mundo deveria conversar... para quebrar os diálogos que escurecem a mente e o coração das pessoas e que alimentam preconceito"

Postado no Blog AlôBebê em Janeiro de 2010



Uma falsa unanimidade a menos




Se existisse uma réstia, um único miserável e isolado átomo de honestidade nessa imprensa mistificadora que temos no Brasil, todos os jornais, telejornais, rádios, blogs e sites corporativos que espalharam versões sobre “repúdio popular” ao ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, a esta altura deveriam estar noticiando o contraponto disso, uma massa de quase quatro mil pessoas neste blog e mais de seis mil no Facebook que endossaram um manifesto de desagravo a ele pelas agressões e calúnias de que tem sido vítima, as quais, incessantemente, flertam com o crime contra a honra.

Por muito menos do que fizeram com esse homem de vida inatacável e notório e reconhecido saber jurídico, seu par naquela Suprema Corte, o ministro Gilmar Mendes, saiu processando meio mundo – inclusive quem, ainda que acidamente, não mais do que meramente opinou em blogs.

Pois bem: aqui mesmo, neste blog, durante os últimos dias em que o manifesto de desagravo a Lewandoswki foi levado a cabo, algumas dezenas de pessoas, sob nomes e sobrenomes provavelmente falsos, fizeram graves ataques à honra do desagravado – todos deletados sem dó nem piedade. Ataques de um teor absurdo, injustos, irresponsáveis, os quais, espantosamente, sempre acabam repercutidos nos grandes meios de comunicação, como no dia do segundo turno das últimas eleições, quando a mídia, em bloco, relatou “manifestações de repúdio” ao ministro, como a de uma cidadã que teria dito sentir nojo dele, ou do mesário de sessão eleitoral que se recusou a lhe estender a mão ao ser cumprimentado.

Dessas manifestações isoladas de incivilidade, nasceram hordas de matérias na mídia tentando forjar uma impopularidade virtual que o ministro Lewandowski teria auferido ao se negar a condenar o “núcleo político” da ação penal 470, vulgo mensalão.

Até o último domingo, temia-se que Lewandowski fosse linchado na rua devido a tanta impopularidade de que estaria sendo alvo. Contudo, a partir de matéria publicada pela Folha de São Paulo naquele dia, matéria contendo entrevista do jurista alemão Claus Roxin, formulador da teoria jurídica do Domínio do Fato, como que pairou um sentimento de revolta entre os de boa fé, pois o mesmo Lewandowski, quando da votação das condenações daquele “núcleo político”, chegou a dizer, textualmente, que nem o próprio Roxin acolheria o uso que fizeram de sua teoria.

Era preciso, pois, uma reação decidida. Adotá-la, uma obrigação de qualquer cidadão. Razão pela qual este que escreve viu, ali, oportunidade de, mais uma vez, exercer a própria cidadania oferecendo a tantos indignados com a injustiça contra Lewandowski a chance de, por alguma maneira, saírem da impotência.

Aqui se propôs um manifesto de desagravo ao magistrado, do que decorreu apoio decidido de nomes da blogosfera como Luis Nassif, com uma belíssima crônica, ou como Paulo Henrique Amorim, com seu bom humor, ou mesmo como na crônica cáustica do Brasil 247. Eis que a blogosfera, ladeada por um exército de internautas, desconstruiu mais uma falsa unanimidade da direita midiática que pretendia vender Lewandowski como um homem desmoralizado que já vinha sendo apontado quase que como mais um réu do mensalão, em vez de julgador.

As milhares de pessoas que acorreram a este blog, entre as quais se destacam juristas, jornalistas, advogados, muitos estudantes de direito, vários alunos de Lewandowski, policiais militares, filósofos, médicos, pedreiros, comerciantes, donas de casa, além de amigos e familiares do ministro. E isso só para citar de cabeça alguns dos quais aqui estiveram para deixar a direita midiática com uma falsa unanimidade a menos em suas incontáveis estantes de fraudes do gênero.

Não foi, entretanto, sem custo que se fez o que se fez aqui nesta página. O afluxo impressionante de pessoas para apoiar esse magistrado revoltantemente injustiçado por ter simplesmente feito justiça como melhor sabe fazer, ou seja, em defesa do Estado de Direito e com o rigor em cada milímetro exigível, quando necessário, isso gerou acesso de milhares de pessoas simultaneamente ao Blog para postarem mensagens de apoio ao magistrado injustiçado, o que elevou a exigência da memória virtual que mantém a página no ar de 8 gigabites para quase o triplo, 22 gigabites.

Enquanto isso, eu fora do país a trabalho e o taxímetro do servidor de hospedagem do blog girando a todo vapor – quem entende de informática sabe quanto os servidores cobram para manter uma página no ar. Assim, apesar das dificuldades que se tem para manter no ar uma página sem receita como esta, não havia que considerar custo outro que o de violar a democracia em um processo fascista que condena primeiro e pergunta depois.

O maior custo, porém, não foi financeiro. A página saindo do ar gerou-me uma angústia que só foi sanada ao custo de não pensar em custos meramente monetários, mas nos custos para a democracia. As horas que a página não pôde funcionar, portanto, não desagradaram só aos que se queixaram, mas angustiaram duramente a este cujo único objetivo, desde que criou este blog, sempre foi o de estimular cada brasileiro a exercer a própria cidadania não se omitindo diante da injustiça, pois quem se omite diante dela se torna, ele mesmo, seu cúmplice.

O custo do gigabite anda caro na praça? O custo da injustiça é muito maior. Foi assim que, no Blog da Cidadania, mais uma vez foi possível provar que cada cidadão é uma usina de recursos para combater o que está errado, contanto que não se omita. Deste que escreve, portanto, todos podem ter certeza de que esse comportamento nunca partirá, pois já estamos muito perto de tornar o Brasil um país decente. Se os de esquerda não desistimos nem durante a ditadura, quando nos açoitavam a carne e o espírito, não seria agora que lhes entregaríamos tal vitória.

Fizemos justiça a um justo, neste blog. E ainda puxamos o tapete de mais uma falsa unanimidade destro-midiática. Não há dinheiro, nesta galáxia, que pague por isso.

***

PS: o manifesto do Blog da Cidadania em desagravo ao doutor Ricardo Lewandowski será entregue a ele proximamente. E a entrega será comentada aqui.


Postado no Blog da Cidadania em 15/11/2012


Doce de baunilha



Ingredientes

2 caixas de pó para pudim de baunilha
1 lata grande de compota de abacaxi
1 lata de creme de leite sem o soro
1 colher de sopa rasa de maisena
12 colheres de sopa de açúcar 
700 ml de água

Preparo

Misture em uma panela o pó de baunilha, o açúcar, a água. 

Leve ao fogo alto mexendo até ferver. 

Baixe o fogo mexendo até engrossar um pouco, coloque a maisena dissolvida em um pouquinho de água.

Continue mexendo, até engrossar um pouco mais.

Desligue o fogo e coloque o abacaxi bem picadinho. Coloque a seu gosto. Não é necessário colocar todo o conteúdo da lata.

Coloque em uma cremeira deixando esfriar um pouco.

Coloque por cima, em colheradas, o creme de leite sem o soro.

Com a ponta do garfo misture com leves movimentos em círculos até que o creme de leite fique colorido e tenha coberto toda a superfície do doce.

Se preferir pode enfeitar com raspas de chocolate, confeitos coloridos ou chocolate granulado.

Leve para gelar por 8 horas antes de servir.

Este doce não usa a calda do abacaxi.

Cuide para não trocar o pó para pudim pelo flan.