A sentença que cabe aos filhos dos condenados



O ser humano é, em sua maioria, um animal covarde. Quando consegue se camuflar na matilha ou se esconder no anonimato, é o mais cruel dos espécimes que habitam o planeta.

Essa maldade vem muitas vezes travestida de sentimento de justiça. Curiosamente, costuma atingir pessoas inocentes. E a execração pública é um instrumento muito eficaz quando se quer punir indistintamente os poderosos, sejam eles culpados ou não.

Como é raro neste país que magnatas ou políticos sejam pegos em flagrante, quando isso acontece, a horda se comporta como talibãs em fúria: pedras na mão, atiradas a esmo, numa chuva de ataques em alvos em movimento. Por mais fortes que estes sejam, há sempre um ponto frágil, vulnerável: seus familiares - e, neles, as maiores vítimas, os filhos.

Qualquer pessoa sabe que ninguém merece pagar pelos crimes ou erros que os pais cometem. Mas alguma mesquinharia insondável faz com quem essa regra de decência nunca seja cumprida.

Os exemplos desse bullying coletivo são inúmeros. Pelo frescor dos fatos, basta ver o que vem acontecendo com os parentes dos condenados pelo Supremo no caso do chamado mensalão.

Dessa nem sempre silenciosa sentença de morte social participam inclusive diretores de escolas, como os que recusaram a matrícula do filho de 11 anos do megacondenado Marcos Valério. Muito pedagógico.

Nessa dosimetria perversa, a filha mais velha do vilão, de 21 anos, teve que se retirar da sala de aula de psicologia quando um professor sádico sugeriu que a classe debatesse os crimes cometidos pelo célebre pai.

José Dirceu não pôde comparecer à formatura da filha, sabendo que seria hostilizado, como já fora em outras ocasiões em que se apresentou em público no papel de pai. Também se tornou pública a dolorosa carta que a filha de José Genuíno publicou nas redes sociais. Tamanho desagravo só pode surgir de muita angústia pessoal — de alguém claramente inocente.

Sem entrar em quaisquer méritos, escolhi como exemplo esses três personagens pela ampla antipatia que despertam em pessoas comuns. Consigo imaginar murmúrios de “bem feito”, “filho de peixe” e outros requintes na linha do “domínio do fato”: não é razoável imaginar que os rebentos não soubessem das malvadezas praticadas pelos genitores.

Se a lei prevê o benefício da dúvida aos réus, a presunção da inocência de seus familiares deveria ser um dogma. Mas, na prática, o que prevalece é um justiçamento medieval, em que até as gerações futuras são amaldiçoadas.

Um mínimo de humanidade seria bem-vindo. Mas não adiantaria muito. Afinal, o ser humano é, em sua maioria, um animal covarde.

Postado no blog O Provocador em 0811/2012

Jardim vertical



O Jardim vertical ou painéis verticais são a escolha certa para decoração de pequenos espaços – ou somente para embelezar paredes com as plantas que você escolher.


Esse tipo de jardinagem usa como plantas, espécies epífitas, que requerem poucos nutrientes e uma pequena quantidade de água para se manterem e desenvolverem, pois elas conseguem retirar seus nutrientes até da atmosfera, e devido a sua baixa exigência, e lento crescimento, são ideais para esse tipo de jardim.

Podem ser montados, em paredes que estejam disponíveis, onde as plantas possam receber alguma luz natural, ou mesmo luz artificial.

Materiais necessários para montar um Jardim vertical:

1) parede impermeabilizada ao construir ou pode ser pintada com tinta especial emborrachada, para quem vai adaptar uma parede comum ao jardim.

2) Tabua em MDF, ou conglomerado, ou outra madeira, nas medidas da parede, e que será fixada à parede por meio de buchas, e em vários locais para evitar que com a umidade ela venha a se deformar, pela ação do peso da água infiltrada, ou mesmo pela ação de organismos decompositores da madeira, que com o tempo se instalam e acabam propiciando até que as raízes das plantas possam retirar algum nutriente delas, ao longo do tempo de uso, ou seja acaba virando substrato também.

3) Placas ou estacas de fibra de coco ou xaxim , ou mesmo meio-vasos que ou podem ser cortados ou mesmo adquiridos já nesta forma no comércio.

4) Caso o local seja em interiores onde a água não possa, escoar pelo chão, decorrentes das regas, é conveniente colocar na parte inferior um coletor para essa água em chapa no formato de calha, e com um sistema para que essa água possa ter destino que não acabe sendo um ponto de infiltração de umidade na construção.

5) Montar antes um esquema ou desenho de quais as plantas usadas, e onde elas vão ficar, para facilitar a colocação das placas, estacas, ou meio-vasos. E fixar as mesmas na tábua nos locais pré-escolhidos.

6) adquirir as plantas

Depois de pronto, as regas podem ser com aspersores manuais para áreas pequenas ou mesmo com mangueira para jardim a cada 3 a 7 dias dependendo da umidade do ar ambiente. E pode, mas não necessariamente ser incluída na água de rega, adubos hidrosolúveis compatíveis com as plantas escolhidas.

Plantas para fazer o jardim vertical:

- bromélia
- acorus
- pilea nummularifolia
- orquídea pingo de ouro
- orquídea
-peperômia riscada
- rhypsalis chata
- peperômia
- maranta
- rhypsalis
- callisia repens
- trepadeirinha
- begônia
- avenca
- peperômia obtusifolia
- dendrobium miniatura








jardim vertical, reciclagem, grade antiga








Mostre as algemas, Zé!


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Lula Miranda

Foi o que teria dito a José Dirceu, em Setembro de 1969, um dos presos políticos naquele histórico momento de resistência à ditadura militar em que 15 prisioneiros do regime de exceção e arbítrio, que se instaurara no Brasil, foram libertados em troca do embaixador americano – na fotografia aparecem 13, apenas uma mulher.

Exceção e arbítrio. Palavras malditas. Palavras-emblema de tempos sombrios.

Segundo relato de Flavio Tavares, hoje jornalista e escritor, ele teria sussurrado aos companheiros na ocasião: “Vamos mostrar as algemas”. Fez isso num insight “de momento” ao notar que os presos que estavam ali perfilados, alguns agachados, como um time de futebol campeão, numa forçada pose para uma foto que viria a se tornar histórica, escondiam as algemas. E por que escondiam as algemas aqueles jovens? Talvez por vergonha. Talvez porque estivessem preocupados em como aquela imagem poderia machucar ainda mais seus familiares e parentes mais próximos. Ou talvez, simplesmente, porque já estavam por demais combalidos e abalados moral e emocionalmente para se preocuparem com aquele peculiar adereço do arbítrio. Não se sabe ao certo, tampouco importa. Mas, insistiu Tavares, naquele “insight” que, ao contrário,em vez de esconder, as exibisse.

Mostre as algemas, Zé! Exorto-lhe nos dias que correm hoje. Dias de incipiente e vilipendiada democracia.

Na foto, podem verificar, percebe-se nitidamente o Zé Dirceu exibindo, intrépido, as malditas algemas.

Eu que não fui amigo daquele jovem idealista algemado de outrora, tampouco conheci o suposto homem “todo-poderoso” do governo; logo eu que o combati na disputa política, até com palavras duras, eu que nunca o vi mais magro, ouso lhe fazer a mesma súplica: Mostre as algemas, José Dirceu!

Não tenha vergonha de nada; tenha orgulho. Você ainda será, por vias transversas, um preso político. Sim, orgulho! Em que pese a maledicência covarde daqueles que, assim como naqueles dias sombrios de 1969, hoje lhe apontam o dedo, xingam e condenam. São os mesmos – “imortais”, “eternos” porta-bandeiras da (falsa?) moral. Ora se são!

Mostre as algemas, Zé! 

Exiba a todos, daqui e para o resto do mundo! Mostre a todos o que se faz aqui no Brasil a homens como você, que prestaram valorosos serviços à pátria; que lutaram com destemor contra a ditadura; que ajudaram a eleger o Lula; que empenharam a sua vida e juventude no afã de mudar um pouco a feia face desse país tão injusto com seus filhos, ajudando a implantar políticas públicas que tiraram milhões da miséria e do desalento.

Mostre a p* dessas algemas, cara! Para o bem e para o mal. Para o orgulho dos amigos e regozijo dos inimigos. 

Confesso que esperava que o julgamento do STF fosse “emblemático”, justo. Não “justo” pelo mesmo metro, critério ou “premissas” com que a imprensa insuflou e ensandeceu as galerias. Mas justo “de verdade”: que fossem condenados os culpados, aqueles que tivessem suas culpas efetivamente comprovadas. Sim, que fosse uma firme sinalização rumo ao fim da impunidade no Brasil. Mas não foi isso exatamente o que se viu. Não foi isso que testemunhamos. Houve erro e exagero. Do Supremo. Da mídia grande em geral. Uma caricatura. Entre erros e acertos, a injustiça foi soberana.

Os ministros demonstraram-se, desgraçadamente, um tanto tíbios, vaidosos e suscetíveis à pressão e clamor da turba, de modo irresponsável manipulada e insuflada pela opinião publicada. 

Você foi condenado sem provas. Isso é fato, irretorquível. Foi condenado sem provas, repito. Foi condenado com base em suposições e suspeitas, com bases em capciosos “artifícios” jurídicos, tais como a hoje célebre “teoria do domínio do fato”. Uma excrescência, uma espécie de “licença poética” do golpismo – com o perdão dos poetas, por aqui aproximar as palavras “poética” e “golpismo”.

Eu poderia “achar” que você era culpado. O meu vizinho poderia achar que você era culpado. O taxista poderia achar. Todo mundo poderia “achar” que Zé Dirceu era culpado. Mas um juiz, seja do Supremo ou de 1ª instância, não pode, em absoluto, “achar” que você ou qualquer outro é culpado. Isso é uma ignomínia – como você tem se cansado de dizer, reiteradas vezes, em suas manifestações. Não nos cansemos de, indignados, exclamar: uma excrescência, uma ignomínia!

Zé,mostre as algemas! Elas são o espúrio troféu que lhe ofertam os verdugos!

Nunca pensei em sair do meu país, Zé, agora já penso com carinho e desconforto nessa possibilidade. Como posso viver num país em que minhas garantias fundamentais de cidadão não são respeitadas?! 

Que país é esse?! Que Justiça é essa?!

Quebrou-se a pedra fundamental de toda nossa estruturação jurídica: a presunção da inocência. Em seu lugar colocaram a presunção da culpa. Parece piada, de mau gosto, decerto, mas não é. Como já disse antes, repito: não se é permitido fazer graça com a desgraça alheia. E sua vida foi desgraçada, Zé.

Mostre as algemas!

Veja bem, se você – insisto, reitero – um homem que tantos serviços prestou ao país, um homem respeitado por intelectuais, políticos e autoridades do mundo todo foi enxovalhado dessa maneira, submetido à execração pública pela mídia. Desonrado, chamado de “quadrilheiro”, “mensaleiro”, “ladrão”, o que fariam com um “poeta marginal” como eu? Um homem qualquer, sem galardão algum, sem cânone, sem mérito. Parafraseando certa atriz de cenho angelical, “namoradinha” desse mesmo Brasil: tenho medo. 

Não sei que monstro o STF e a grande imprensa estão ajudando a criar. Mas uma coisa eu lhe asseguro: é assustador.

Para aqueles que, sem questionar, acham justa a sua condenação e prisão eu pergunto; para os “inocentes úteis” que aceitam sem titubear esses consensos forjados e essas verdades absolutas que a grande mídia sopra, todos os dias, em nossas consciências nos telejornais e nas manchetes dos jornais estampadas nas bancas; faço-lhes a pergunta que não quer calar: porque criminalizam e prendem somente os petistas e mais alguns “mequetrefes” da chamada “base aliada” do governo Lula? 

Por que essas práticas de sempre na política, hipocrisia à parte, agora “ilícitas” e “criminosas”, só são permitidas aos “de sempre”? Por que os sessenta e tantos investigados no chamado “mensalão mineiro” [não é tucano?!] não foram acusados/denunciados? E não serão jamais – pois para estes o crime é eleitoral; é caixa 2, já prescreveu [“Dois pesos, dois mensalões” – by Jânio de Freitas]. Já quando são petistas os agentes da ação... é corrupção; é “golpe”; são “práticas espúrias”, “criminosas” de um partido, digo de uma “quadrilha”, em “sua sanha de se perpetuar ad eternum no poder”. Não, essas palavras não vieram da tribuna do Senado ou da Câmara dos Deputados, não saíram da boca de algum político da oposição, mas – pasmem! – foram proferidas por ministros do Supremo. Por ministros do Supremo, repito! Juízes na Ação Penal nº 470. Vejam a que ponto chegamos!!!

Mostre as algemas, Zé! Mostre as algemas!

Essas tais “práticas ilícitas” ou “criminosas” não deviam ser permitidas a ninguém - não é mesmo? A Justiça não deveria ser igual para todos?!

Qual a resposta a esse singelo por quê?

Por que só os petistas são condenados, execrados e presos? 

A resposta também é simples: para que o poder permaneça nas mãos dos "de sempre", nas mãos dos eternos “donos do poder”. As chamadas “regras do jogo”, até as bastardas, servem apenas para a parte podre das nossas elites; quando é para os “do lado de cá” aí deixa de ser “regra do jogo”, passa a ser crime; “práticas espúrias”; “compra de voto”.

Faço um singelo convite a todos: vamos pensar o país, no qual a gente vive, um pouco além da hipocrisia, do partidarismo, do "falso moralismo" e dos "manchetismos grandiloquentes" de uma imprensa que serve aos interesses de determinada classe social e ideologia. Mais temperança e equilíbrio aos juízes Supremos e nem tão supremos assim, o chamado “cidadão comum”. 

Não podemos nos dobrar a esse estado de coisas. Não podemos nos calar e assim sermos cúmplices e testemunhos silentes dos erros dos tribunais. Repito: o Supremo exagerou; a mídia exagerou. 

Quadrilha?! Onde? Compra de votos?! Penas de reclusão superiores a 30 anos! Há aí um nítido erro na tipificação dos crimes, nas condenações e exagero na dosimetria das penas. O que é uma pena. Pois isso poderá até favorecer aos condenados, pois essas condenações injustas e essas penas exageradas certamente serão revistas algum dia, por esse ou por outro tribunal. Espero, sinceramente, que sejam revistas por esse mesmo colegiado, pois ali também estão homens de valor. E que essa vergonha, esse grave equívoco não se perpetue.

Nesse momento, só me resta dizer...

Mostre, com orgulho, as algemas, José Dirceu!


Lula Miranda é poeta, cronista e Economista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média.

Postado no blog Brasil247 em 09/11/2012

Se não vigiarmos este período negro pode voltar


Foi pouco antes de eu nascer...


Na raiz de 64, assim como nos dia de hoje, está nossa profunda desigualdade social. E assim, 50 anos depois, a história parece repetir-se. Com O Globo, A Tribuna de Imprensa, os militares e o poder econômico de um lado e o povo, de outro.

do DocVerdade



Postado no blog DoLadoDeLá em 09/11/2012


Imperdível : veja é revista de fofoca!



Deputado ataca a Veja e os barões da imprensa








O mundo amanhã


Aviões Drones não tripulados usados pelo governo americano para matar


Desde o início da ofensiva norte-americana, em 2001, na chamada Guerra ao Terror, centenas de prisioneiros foram levados à base de Guantánamo onde permanecem encarcerados sem acusação formal e sem direito à defesa.



O britânico Moazzam Begg, intelectual muçulmano detido sob suspeita de ser integrante da Al-Qaeda, é um deles. Preso em 2002 no Afeganistão, só foi libertado três anos depois, sob muita pressão do Reino Unido. Jamais foi acusado formalmente de terrorismo.

Ao sair de Guantánamo, Begg juntou-se ao advogado Asim Qureshi para fundar a Cagepriosioners, organização que defende o direito ao devido processo legal para prisioneiros detidos na guerra contra o terrorismo.

"O que você tem que entender é que, até onde os muçulmanos sabem, eles estão sob ataque em países ao redor do mundo todo. 

Há centenas de milhares de pessoas morrendo. E se você olhar o conceito de jihad no contexto atual, ele diz que, como muçulmanos, temos o direito de nos defendermos. 

Não tem sentido dizer que as pessoas que estão sendo mortas por ocupações, domínios coloniais, racismo, não devem se defender e devem continuar levando tapas, sendo estupradas", diz Asim Qureshi, em entrevista concedida a Julian Assange durante sua prisão domicliar, no interior da Inglaterrada. 

Julian pergunta, então, se esta "defesa" significaria resistência militar. 

"Claro", responde o advogado, ponderando que as "armas" da Cageprisoners são o lobby e as campanhas.

Para Moazzam Begg, que hoje é um reconhecido defensor de direitos humanos, a grande diferença na guerra ao terror entre as administrações Bush e Obama foi a seguinte: 

"Eu costumava dizer que Bush era o presidente do governo em que as detenções extrajudiciais estavam acontecendo. Mas o Obama é o presidente do governo em que as mortes extrajudiciais estão acontecendo. Então, Obama prometeu uma mudança, disse que a mudança tinha chegado à América. E é isso: a mudança é de detenções extrajudiciais para mortes extrajudiciais".