Autorização para ser inteira !





Rosana Braga 

Queremos tudo. E queremos tudo perfeito. Mas isso não basta. Além de tudo perfeito, queremos para ontem. E sabe o que conseguimos? Frustração, ansiedade e sofrimento. Veja bem! 

Realmente não acho que devemos nos conformar com uma vidinha mais ou menos, com a mediocridade ou com realizações, desejos e sensações sempre mornas. Não é isso!

Mas às vezes ainda me surpreendo com essa mania -desgastante e ineficiente, diga-se de passagem - que a maioria das pessoas tem de acreditar que os extremos são mais interessantes. 

Ou temos de estar absurdamente felizes e completos e radiantes. Ou nos afundamos numa tristeza profunda, sem conseguir enxergar luz ao final do túnel. 

O problema é essa ilusão de que só o sol e o calor são bonitos e gostosos. Como se só os sorrisos e as vitórias fossem bons. 

Não tem essa de bom ou ruim. O que tem é a vida. E a vida inclui sorrisos e vitórias, mas também dias frios, chuvosos, nublados... tristezas, enganos, dúvidas. 

A vida inclui, inclusive (perdoem-me a tautologia), a morte. Como toda boa história, tem começo, meio e fim. Morte não é o oposto de vida. É vida também.

Mas como não aceitamos, como brigamos e resistimos e nos revoltamos com o que julgamos não bonito ou não bom, sofremos. 

Perdemos a chance única de encontrar a poesia e a arte contidas no entremeio. Nem preto, nem branco. Todas as cores. Todos os tons. Todas as intensidades. Todos os sentimentos.

Sabe qual é o cúmulo da maluquice humana? É se sentir culpado por estar triste. 

É achar que chorar é coisa de gente fraca. É fingir que está tudo bem quando se está desabando por dentro. É usar máscaras e mais máscaras para negar a si mesmo. Para não se permitir.

Também não estou aqui para fazer um tributo à depressão. A questão é essa falta de autorização para ser inteiro. 

É essa estranha posição que ocupamos de quem PRE-CI-SA ser feliz a qualquer custo, nem que seja de mentira. Nem que seja só para se encaixar.

E sem se dar conta de que esse "ser feliz", assim tão contundente, tão perfeito, tão pra ontem, não existe, não se cabe, não se nutre.

Meu exercício, hoje, é para ser. 

Ser o frio, o calor, o nublado, o desfolhado, o sol, o vento e a chuva. Claro, escuro e crepúsculo. Dor e alegria. 

Quero me autorizar à inteireza. Ora resplandecente, ora murcha. Ora gargalhada, ora lágrima. Ora silêncio, ora voz. Ora um "plim" - que ótima ideia! Ora "ahhhh" - que "m" que eu fiz! 

Ser tudo, mas longe de perfeita. E somente por agora. 

E assim, atenta ao que mais posso ser, sem julgar nem desmerecer, quero aprender que o perfeito é um modelo. 

Não existe. Não é ninguém. Sem rosto e sem alma. Sem coração e sem nome. Sem sobrenome. Sem a mágica e imperdível chance de viver. E de morrer.

Para que a história da humanidade possa continuar a ser escrita. Cada dia mais belamente.


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Rosana Braga é Palestrante, Jornalista, Consultora em Relacionamentos e Autora dos livros "O PODER DA GENTILEZA" e "FAÇA O AMOR VALER A PENA", entre outros.


Postado no blog Somos Todos Um 


É bem assim ...


A mais bela derrota da eleição gaúcha





Por Luiz Cláudio Cunha

A política regalou em 2012 mais um superlativo à coleção de máximas de Rio Grande: a mais bela derrota das eleições municipais de 7 de outubro.

O surpreendente revés de Fábio Branco, prefeito candidato à reeleição pelo PMDB, traduz significados mais extraordinários e inspiradores do que a inesperada vitória de seu concorrente, Alexandre Lindenmeyer, do PT. 

Quando as urnas foram abertas, apenas 3.215 eleitores da cidade haviam votado em branco entre os 116.644 votos válidos. Mas, somando a votação do vitorioso aos dos outros três candidatos nanicos não eleitos, a conta final mostra que 57% do eleitorado decidiu não votar em Branco, o Fábio.

Somados aos 5,67% de votos não válidos (brancos e nulos), mais de 62,5% dos eleitores de Rio Grande rejeitaram o voto em Branco.

É sempre bom lembrar que, na base dessa sanção popular, pode estar um filho ilustre e uma figura superlativa da cidade, que sobrevoa como um fantasma a história do país e a biografia do prefeito: o general Golbery do Couto e Silva (1911-1987).

Branco, o prefeito, e Golbery, o general: o branco na história e nas urnas. | Foto: riogrande.rs.gov.br

Um ano antes da eleição, o prefeito ousou usar eleitoralmente a imagem do general que foi figura chave na queda do presidente João Goulart e na conspiração do golpe de 1964, sem considerar a afronta que cometia à memória dos brasileiros — aí incluídos os seus conterrâneos da cidade e do Estado.

Prefeito Fabio Branco e major lançam homenagem a Golbery | Foto: Fernanda Miki/Prefeitura de Rio Grande

Era agosto de 2011, o mesmo mês em que o Rio Grande do Sul lembrava com orgulho o cinquentenário da resistência do povo gaúcho na Campanha da Legalidade de 1961, que garantiu a posse de Jango contra o manifesto golpista escrito pelo coronel Golbery e lido pelos ministros militares. 

Insensível à história dos gaúchos, Branco atravessou descuidado aqueles dias de festa do povo gaúcho para plantar em praça pública um busto em homenagem ao general Golbery que, entre outras façanhas, gerou o SNI, criatura do regime onisciente que ele tardiamente deserdou como “monstro”.

O exagero na terra dos superlativos sepultou precocemente as pretensões eleitorais do prefeito, que tinha a obrigação de honrar a memória de sua gente e de respeitar a história de sua própria cidade. Por alguma razão, Branco desdenhou o que era e ignorou onde estava.

A cidade gaúcha de 200 mil habitantes, a 317 km de Porto Alegre, já tem o segundo porto mais movimentado de cargas do país (atrás de Santos) e é o centro mais rico da empobrecida Metade Sul do Estado. 

Sua refinaria e o dinamismo do porto, onde escoa boa parte da produção agropecuário da região, dão a Rio Grande o 4º maior PIB estadual, atrás apenas da capital, de Canoas e de Caxias do Sul.

Economia em alta: em março, em Rio Grande, ocorreu a 1ª Feira do Polo Naval do RS, com produtos focados na área | Foto: Claudio Fachel/Palácio Piratini

A situação ainda deve melhorar com a implantação do Polo Naval, que inclui o investimento de R$ 14 bilhões na construção de diques, estaleiros, navios e plataformas marítimas para exploração de petróleo. 

Trinta empresas estão instaladas na área, sete em construção e outras 22 em projeto, gerando cerca de 40 mil empregos diretos e indiretos até 2017 nos setores de fertilizantes, logística, alimentos, madeira, química e metalurgia.

Só a Petrobrás emprega ali seis mil operários para construir três grandes plataformas — uma delas, a P-55, considerada pela empresa como a maior plataforma semissubmersível já construída no país. 

Um novo cais de 4.580 metros vai ancorar ali o maior estaleiro naval do continente, capaz de construir quatro plataformas simultaneamente. Tudo isso fará a população dobrar para 450 mil habitantes em 2020 e deve quadruplicar o orçamento anual do município, batendo em R$ 800 milhões.

Rio Grande, com tudo isso, não poderia ficar de fora da bíblia dos superlativos, o livro dos recordes, o Guinness Book, que lhe conferiu a duvidosa glória de ter a mais extensa praia do mundo: Cassino, uma ventosa franja de areia e mar aberto, frio, feio e cinzento que se prolonga por 254 tediosos quilômetros em linha reta até Chuí, o extremo sul do Brasil. Há quem goste.

O nome vem dos tempos feéricos em que o jogo era permitido no Brasil e dava emprego a 40 mil pessoas nos salões de jogos de 70 cassinos espalhados pelo país. 

Um dos salões estava no antigo hotel Stella Maris, o local mais frequentado do balneário mais antigo do litoral brasileiro, inaugurado em Rio Grande em 1890 e que deu o nome à praia do Cassino, distante apenas 18 km do porto. 

A decadência do balneário começou em 1946, quando o presidente Eurico Gaspar Dutra assinou o decreto que tornou proibiu as roletas e o jogo.

O marechal mandava no país, mas quem mandava nele era Carmela Teles Leite Dutra, sua mulher. ‘Dona Santinha’, como gostava de ser chamada, era uma rotunda e pia senhora católica, que segundo a lenda mudou a história em 1946, impondo ao marido presidente as leis que tornaram ilegais no país os cassinos e o Partido Comunista Brasileiro, dois pecados mortais que sua fé extremosa não admitia.

Dona Santinha, a patroa, e o presidente Dutra. | Foto: Revista Life

Exatamente meio século depois, surgiu no pano verde do poder em Rio Grande um sobrenome ainda mais superlativo do que o santo apelido da monacal patroa de Dutra: os Branco, a dinastia política mais duradoura da história recente do Rio Grande do Sul. 

Nos últimos 16 anos, desde 1996, havia sempre um Branco na prefeitura da cidade, a partir da democracia restaurada pela Constituinte de 1988. 

Nas duas décadas anteriores de ditadura, sob a mão dura do poder verde-oliva do AI-5, o povo foi banido das urnas pelas cartas marcadas dos militares, que transformaram Rio Grande em ‘área de segurança nacional’. 

Prefeito naqueles tempos, graças ao pretexto do porto superlativo, só era nomeado pelos quartéis.

O primeiro Branco da dinastia riograndina surgiu em 1996, quando 33 mil votos levaram Wilson Mattos Branco à prefeitura. 

Perdeu a reeleição em 2000, vítima de um AVC no final do mandato. Foi substituído às pressas pelo assessor e sobrinho, um jovem de 29 anos chamado Fábio Branco, eleito com 51 mil votos e o braço amigo de um poderoso padrinho político, o deputado federal Eliseu Padilha.

Em 2004, o bastão da família foi repassado para Janir Branco, filho de Wilson e primo de Fábio, eleito prefeito com 83 mil votos. 

Na eleição seguinte, 2008, Fábio voltou à prefeitura, a bordo de 60 mil votos. Se tivesse sido reeleito, agora em 2012, Fábio completaria duas décadas de Branco na prefeitura da cidade — o tempo de poder que PSDB e PT, em épocas distintas, sonharam viver no Palácio do Planalto.

Alexandre Lindenmeyer: uma vitória descoberta na véspera 

O longevo projeto dos Branco foi interrompido pela inesperada vitória do advogado Alexandre Lindenmeyer, ex-vereador e atual deputado estadual pelo PT.

Foi uma revanche pessoal, já que Alexandre tinha perdido a prefeitura justamente para Fábio em 2000. A derrota parecia que iria se repetir agora, já que Fábio Branco, além de liderar um guarda-chuva de 15 legendas na sua coligação, vencia em todas as pesquisas com boa folga. 

Três dias antes da eleição de 7 de outubro, o semanário Folha Gaúcha dava oito pontos de vantagem ao candidato do PMDB contra o do PT: Branco tinha 45,8% da preferência e Lindenmeyer, 37,9%.

Na véspera da eleição, acendeu o sinal amarelo: o jornal Agora publicou pesquisa do Instituto Studio indicando uma virada no eleitorado. 

Lindenmeyer ultrapassava Branco, com 38,1% contra 36%. Um número elevado de eleitores, 17%, mostrava indecisão na boca da urna, enquanto Branco aparecia com a maior taxa de rejeição, 20,2%.

Devia ser, em parte, alguma vindita do eleitor contra o desdém de Branco à opinião do cidadão comum e à historia como um todo. 

Negligência que atingiu seu ápice com a desastrada homenagem a Golbery, aliás uma ideia alheia que o jovem prefeito comprou sem reservas. 

Quem teve a iniciativa foi outro riograndino ilustre, igualmente polêmico: Ronald Levinsohn, dono no Rio de Janeiro do complexo Univercidade, com 35 mil alunos, e hoje próspero fazendeiro no Oeste da Bahia, onde já teve 400 mil hectares. 

Ficou tristemente famoso em 1983, envolvido num dos mais rumorosos escândalos financeiros do regime militar: a quebra do Grupo Delfin, a maior empresa de poupança privada do país, que tinha três milhões de depositantes espalhados em 83 agências país afora. 

Sofreu intervenção do Banco Central apesar do braço camarada do amigo e general Walter Pires, então ministro do Exército do Governo Figueiredo.

Levinsohn tinha outro amigo general: Golbery do Couto e Silva, nascido em Rio Grande como ele. 

Em 2009, dois anos antes do centenário de nascimento do general, Levinsohn ligou para um vereador do PMDB na cidade, Renato Albuquerque, e disparou:

— Renato, tu não acha que tá na hora de fazer uma homenagem para uma pessoa tão importante como o Golbery?

O vereador achou, e o prefeito embarcou na onda. Entre outras benfeitorias, lembraram que Golbery, chefe da Casa Civil de dois presidentes da ditadura (Geisel e Figueiredo), viabilizou os recursos para captar água do canal São Gonçalo, ajudou a federalizar a universidade local e transferiu o 5º Distrito Naval de Florianópolis para Rio Grande.

O chefe de gabinete do prefeito, Edes Cunha, com passagem pela ARENA, a legenda da ditadura, justificou a homenagem: “Golbery entendia a importância estratégica de Rio Grande para o Cone Sul. Dizia que a cidade era a vesícula dos mares”.

Ronald Levinsohn e Renato Albuquerque: a vesícula e o fígado

A homenagem a Golbery era, também, um soco no fígado da história nacional. 

O benfeitor de Rio Grande, na verdade, era um malfeitor da democracia no Brasil, contra a qual conspirou desde os anos 1950. 

Depois de lutar contra o nazifascismo em 1944, na FEB enviada ao front italiano, o coronel Golbery virou o fio e começou sua carreira de conspirador. Carrega na sua folha funcional o raro privilégio de ter derrubado João Goulart duas vezes.

Em 1954, quando Jango era ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, Golbery redigiu o manifesto de 82 coronéis e tenentes-coronéis que protestavam contra o aumento de 100% do salário mínimo.

A conspiração levou à queda de Jango. Dez anos depois, em 1964, quando Jango era presidente, Golbery ajudou a montar a conspiração civil-militar que preparou o golpe durante os três anos anteriores, sob a camuflagem do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, o IPES, que ele coordenava mobilizando 320 dos maiores empresários do país, de famílias tradicionais a poderosas corporações estrangeiras, articulados com os grandes grupos de mídia.

O general Golbery, Jango e Brizola: o cassador e a caça

Golbery perdeu em agosto de 1961, aos 50 anos de idade, quando a resistência do povo gaúcho na Legalidade, sob a liderança do governador Leonel Brizola e o peso do III Exército, prevaleceu sobre o ultimato dos ministros militares, que se opunham à posse do vice João Goulart na vaga aberta pela renúncia inesperada do ébrio Jânio Quadros.

O autor do manifesto golpista dos ministros militares era o ubíquo Golbery. 

O Rio Grande do Sul ainda festejava o cinquentenário dessa épica vitória democrática quando o desastrado prefeito Fábio Branco embarcou na homenagem intempestiva ao general que afrontou a vontade do povo gaúcho e desrespeitou a Constituição.

No dia 21 de agosto, centenário de nascimento do general, Branco presidiu cerimônia na praça Tamandaré, no centro da cidade, lançando a pedra fundamental de uma placa em homenagem a Golbery. 

O mimo foi doado pelo amigo e conterrâneo Levinsohn. A lei proposta pelo cordato vereador Renato Albuquerque tinha sido aprovada, sem alarde, pela minoria da Câmara de Vereadores, no ocaso de 2009. Só seis vereadores, menos da metade dos 13 integrantes da Câmara, votaram a favor, com dois votos contra.

Cinco estavam ausentes, entre eles o vereador Lindenmeyer, agora eleito prefeito. A lei nº 6.835 foi assinada na surdina dez dias depois pelo prefeito Fábio Branco, no dia 31 de dezembro, quando a cidade e o país, desatentos, só tinham ouvidos para o espocar das rolhas de champanha e os fogos de artifício da madrugada do réveillon.

Cobrado pela contradição histórica eternizada na praça entre o general de duas faces, simultaneamente benfeitor municipal e malfeitor nacional, o prefeito erigiu um dos mais majestosos monumentos à boçalidade política, dando uma resposta que ficará como marco pétreo à leviandade de todas as épocas:

— Eu não quero fazer juízo sobre a ditadura de 1964. Eu nem era nascido… — respondeu o jovem de 40 anos.

Parido no ano da graça de 1971, quando o país padecia sob o tacão de ferro e sangue do general Emílio Garrastazú Médici, seu conterrâneo gaúcho de Bagé, o prefeito Branco afrontava também a memória do próprio partido, o PMDB, herdeiro do MDB velho de guerra e do PTB de Jango e Brizola, as legendas e líderes mais perseguidos pelo regime confabulado por Golbery e seus comparsas durante os 21 anos de arbítrio.

A heresia de Branco, confissão de um crime de lesa-memória, passou em branco pelas lideranças políticas do partido, do Estado e do país.

Só não sobreviveu ao julgamento implacável do povo de Rio Grande. 

Nenhum deputado, nenhum senador do Congresso Nacional, fechado três vezes pelos atos de força do regime do malfeitor Golbery, se sentiu ofendido pela explícita leviandade do prefeito bobinho de Rio Grande. 

Nenhum líder histórico do velho MDB ou do novo PMDB, todos nascidos e crescidos bem antes das malfeitorias antidemocráticas de Golbery, contestou a frase boboca do prefeito Branco, que também não deve ter nenhum juízo sobre o nazismo e a escravidão, detalhes escabrosos da história ocorridos muito antes de seu nascimento.

É mais prudente ficar com a opinião de um jovem e corajoso historiador de Rio Grande, Chico Cougo, de tenros 25 anos, nascido em 1987, 16 anos depois do prefeito sem juízo, quando o país vivia sob a democracia adolescente da Nova República de José Sarney.

“A urna pune”, escreveu Cougo em seu blog (www.memoriasdochico.com), com o senso histórico que o Branco prefeito de Rio Grande ainda não conseguiu apreender em sua cachola.

Foi ele que escancarou na Internet a incrível e desmiolada travessura do prefeito de sua terra, garantindo a ele lugar cativo na crônica política do país.

Cougo observou outra coisa muito importante: Renato Albuquerque, o vereador que comprou a evanescente ideia de Levinsohn transformada em lei inconsequente por Branco, não conseguiu se reeleger. Teve míseros 1.152 votos — 717 votos menos do que as 1.869 assinaturas colhidas num manifesto na Internet protestando contra o monumento na praça a Golbery.

O surpreendente resultado das urnas não mostra apenas que Rio Grande não votou em Branco.

A eleição guarda uma lição ainda mais superlativa.

A boçalidade em política não passa em branco pela memória do eleitor.

Luiz Cláudio Cunha, jornalista, nunca vota em branco. 
Cunha.luizclaudio@gmail.com



Postado no blog Sul 21 em 18/10/2012
Trechos grifados por mim


Para São Paulo renascer das trevas




Vida após esta vida !















O paraíso existe




Leila Cordeiro

Ele conta que “estava em cima de nuvens rosadas que contrastavam com um céu azul escuro. Acima dele, seres transparentes (nem anjos, nem pássaros, uma forma superior, segundo ele) cruzavam o céu. Ele sentia como se estivesse naquele lugar há muito tempo e não tinha nenhuma memória de sua vida aqui na Terra”.

O relato, que mais parece ser o de um religioso descrevendo uma vida espiritual, é na verdade, um pequeno trecho do livro do neurocirurgião americano Eben Alexander, um dos mais importantes professores da Universidade de Harvard , nos EUA. E ele, apesar de ter sido um cético cientista no passado, agora acredita piamente que o paraíso realmente existe.

E aí vem a pergunta. Mas como alguém que sempre fora tão ligado à ciência da medicina pôde escrever um livro inteiro sobre tal tema e por que?

A explicação começa numa manhã de 2008 quando o especialista acordou com uma forte dor de cabeça. Ele conta que por ser médico dedicado a isso, estranhou não identificar a causa da dor e partiu para o hospital.

Chegando lá, procurou logo os colegas, que depois de muitos exames diagnosticaram um surto de meningite bacteriana, que costuma atingir apenas recém-nascidos. A bactéria já havia tomado seu cérebro e com isso o médico entrou em coma que durou uma semana.

Quando os médicos já avaliavam seu caso como perdido, Eben acordou, sem nenhuma sequela, completamente lúcido, e consciente afirmou: “eu estive no paraíso”. Dá para imaginar a cara dos colegas dele, todos professores de neurocirurgia, cientistas experientes, assim como Eben. Para eles, o que havia acontecido com o médico era simplesmente um devaneio, uma alucinação fruto do estado em que se encontrava.

Mas Eben, insistiu e resolveu ali mesmo no hospital relatar o que tinha visto e sentido como real e não imaginário como todos pensavam. E foi naquele momento que ele decidiu contar com detalhes a semana que passou do outro lado da vida, que hoje, apesar de anos e anos de ceticismo, ele tem certeza de que existe.

Ele conta, por exemplo, que todo o tempo que ficou naquele lugar encantador uma mulher de profundos olhos azuis o acompanhou, e ele a descreve assim: “Se ela te olhasse daquele jeito por 5 segundos, com aquele olhos luminosos sua vida inteira até aquele momento já teria valido a pena. As cores de tudo à sua volta tinham um aspecto “avassalador e super vívido”. Eben conta que ficou “um tempo com a mulher em cima de uma asa de borboleta, enquanto outras incontáveis borboletas voavam em volta deles.”

No final da história, o médico deixa claro que sua estada no paraíso lhe pareceu mais real do que qualquer outra coisa que tenha acontecido durante sua vida – casamento e nascimento dos filhos, inclusive.

Evidentemente que o relato parece um tanto sonhador e romântico, mas apesar de ter dividido opiniões, os próprios especialistas estão impressionados com tudo o que Eben contou e expõe em cada capítulo de seu livro Proof of Heaven. Ele, que foi capa da Newsweek dando entrevista sobre sua experiência num mundo espiritual, levantou um assunto até então desprezado pela ciência.

Afinal, Eben é um neurocirurgião super respeitado e experiente que mesmo com o cérebro desligado e quase sem chances de sobrevivência, acordou inesperadamente com sua consciência intacta comportando-se como se nunca estivesse estado em coma, contando sua estada num lugar desconhecido com lucidez e credibilidade.

Sem dúvida, um assunto que merece a atenção de todos nós que vivemos uma vida tão agitada e cheia de compromissos, que não nos permite pensar que exista algo tão real em algum outro lado da nossa existência ou do mundo em que vivemos.

Não é de hoje que sabemos de inúmeras outras pessoas que também já tiveram experiências desse tipo e acordaram do coma contando praticamente a mesma história, de um lugar muito especial do qual não tinham mais a intenção de voltar. 

Aliás, Eben deixa isso claro no livro quando cita um dos momentos em que conversa com sua mentora espiritual e ela diz “Iremos mostrar muita coisa pra você aqui. Mas, eventualmente você vai voltar”. Ao que ele prontamente responde: “Pra onde”?

Caso queira saber mais informações sobre o neurocirurgião Eben Alexander e sua experiência pós-morte é só acessar Clique aqui





Leila Cordeiro
Começou como repórter na TV Aratu, em Salvador. Trabalhou depois nas TVs Globo, Manchete, SBT e CBS Telenotícias Brasil como repórter e âncora. É também artista plástica e tem dois livros de poesias publicados: "Pedaços de mim" e "De mala e vida na mão", ambos pela Editora Record. É repórter free-lancer e sócia de uma produtora de vídeos institucionais, junto com Eliakim Araujo, em Fort Lauderdale, Flórida.

Postado no blog Direto da Redação em 16/10/2012