Davis Sena Filho
No ano de 2009, a Gráfica Plural, do grupo Folha de S. Paulo,vazou as provas do Enem, em um crime que causou sérios transtornos ao Ministério da Educação e ao Governo Lula, que teve de enfrentar mais uma das inúmeras crises, muitas delas criadas artificialmente com o propósito de boicotar o programa educacional do governo trabalhista, e, consequentemente, golpeá-lo para que fracassasse a inclusão de centenas de milhares de brasileiros pobres ou remediados nas universidades públicas brasileiras até então tratadas como feudos para os filhos dos ricos e das classes alta e média alta.
Contudo, o Judiciário condenou tal jornal criminoso e useiro e vezeiro em cometer devaneios e irresponsabilidades sórdidas apenas superadas pela própria Folha da família Frias de Oliveira, que na década de 1970 emprestava os carros de sua empresa para que os órgãos de repressão locomovessem agentes do Dops e da Deic, do delegado Sérgio Paranhos Fleury, e carregar prisioneiros considerados adversários da ditadura militar, muitos deles torturados, mortos e também desaparecidos até os dias atuais.
A condenação da Gráfica Plural — leia-se Folha de S. Paulo — é um exemplo de que ainda tem setores do Judiciário que fazem justiça e não são pautados por empresários donos de um sistema midiático de negócios privados, que, de forma arrogante e prepotente, querem impor seus valores sectários e elitistas, porque desejam um País para poucos, a fim de manterem seus privilégios, bem como não toleram as diferenças culturais, a ascensão econômica e financeira de 40 milhões de cidadãos brasileiros e a busca de igualdade entre as regiões para que o Brasil, enfim, desenvolva-se de maneira democrática, republicana e justa.
São elites que tem um profundo sentimento de classe social e marcam seus territórios como os lobos e os leões nas selvas — sendo que a selva, o habitat natural dessa gente egoísta e, sobretudo, violenta é o status quo, onde os sectários, os racistas, os patrimonialistas e os que querem um mundo VIP para viver possam manter indefinidamente seus privilégios de classe social edificados por uma ideologia mezzo fascista, que prega a exclusão e por isto não reconhece o direito à cidadania de todos os brasileiros e estrangeiros que moram e vivem no Brasil.
Para isso, grupos empresariais de comunicação se transformaram em porta-vozes das ações e do pensamento das classes sociais ricas, opressoras e controladoras dos meios de produção, que formulam um jornalismo de esgoto, de oposição feroz aos trabalhistas e socialistas, ao ponto de boicotarem um sistema democrático e de inclusão social e educacional como o Enem.
Por isto e por causa disto, o grupo Folha vai pagar, conforme determinou a Justiça Federal, valor da ordem de R$ 73,4 milhões ao Governo Federal, em função do vazamento da prova do ENEM em 2009.
Tal “vazamento” publicado pela Folha foi repercutido pelos seus irmãos siameses e historicamente golpistas, exemplificados no Jornal Passional e no Mau Dia Brasil da TV Globo; na Globo News de seus "especialistas" de prateleira; na Veja, a revista porcaria e associada a bicheiro; no Estadão, o pasquim que pensa que ainda vive na época dos barões do café, e, portanto, da escravidão; e no O Globo, o jornal de péssimo conteúdo editorial, que foi empastelado pelo povo após a morte de Getúlio Vargas e cuja família proprietária pensa que o Brasil, País com 200 milhões de habitantes e considerado a sexta maior economia do mundo é o quintal da mansão onde mora.
Naquele ano de 2009, o Enem foi atacado de todas as formas e maneiras.
Ocorreu de fato um achincalhe desproporcional ao episódio, o que levou a classe média conservadora e de perfil lacerdista repercutir com mais ênfase seu ódio de classe contra o Governo Federal e ao presidente Lula, pois que é exatamente a classe média o alvo ideológico dos meios de comunicação comerciais e privados, já que portadora e disseminadora dos valores burgueses, do acesso restrito à universidade pública, dos sonhos de consumo para si e seus filhos, bem como principal fiadora dos interesses empresariais dos ricos, por ser sua aliada no que concerne ao privilégio, a ser considerada VIP, por se considerar especial e por isto com o “direito” de não se incluir nas massas e com o "dever" de defender o que é pregado pelo establishment.
A Folha de S. Paulo nunca se responsabilizou pelo vazamento das provas do Enem em 2009.
Pelo contrário, com a cumplicidade dos outros órgãos privados de comunicação de massa, a Folha, de forma irracional e golpista, atacou Lula, Haddad e o Governo trabalhista de maneira impiedosa, sem ponderar, por exemplo, que sua gráfica é que estava a rodar as provas do Enem.
Nada importou para o barão Octávio Frias e suas penas alugadas, pois o que interessava era desmoralizar o Enem, odiado por tal gente, porque o programa inclui milhares de brasileiros pobres ou que não tiveram a oportunidade de entrar no esquema mercantil de cursinhos milionários ou frequentar os bancos de colégios particulares das “elites” de um País que melhorou muito na última década, mas ainda desigual e, evidentemente, injusto.
Contudo, a despeito de tudo, volto ao que já considero meu mantra preferido: Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, cadê ou em qual gaveta está guardado e empoeirado o projeto de marco regulatório para os meios de comunicação do Jornalista Franklin Martins?
Vossa Excelência não sabe? Então, pergunte à ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
Ministro, talvez o senhor não saiba, mas governos e governantes trabalhistas nunca devem tergiversar ou facilitar com a mídia golpista.
Releia a nossa história, pois a Folha de S. Paulo somente no episódio do Enem é o exemplo vivo do que os barões da imprensa são capazes. É isso aí.
Postado no blog Palavra Livre em 15/10/2012