Mastigar para emagrecer



Por Diane Neubüser

Praticar exercícios físicos, beber dois litros de água por dia, evitar alimentos com excesso de gordura, sal e açúcar e dar prioridade ao consumo de frutas e verduras são alguns dos pilares da boa saúde. "Mas, também é muito importante prestar atenção à maneira como se come as coisas e não apenas ao que está sendo ingerido", destaca o ortodontista e ortopedista Gerson Köhler, que atua com questões relacionadas ao emagrecimento.


Coma devagar

A mastigação tem papel fundamental no emagrecimento e na manutenção do peso. Mastigar várias vezes e devagar contribui para que o organismo se sinta saciado com a ingestão de uma quantidade menor de comida. 

"O ideal é mastigar de 20 a 30 vezes cada bocado, dependendo da textura e resistência do alimento. Enquanto a boca mastiga, o cérebro recebe avisos sobre o que foi ingerido para enviar o comando de saciedade", explica Gerson.

Ao comer muito rápido, mastigando pouco e engolindo o alimento mal triturado, o ponto de saciedade se dará de modo errado. O estômago fica dilatado e com sobrecarga de comida e a quantidade de calorias consumidas é muito maior do que o necessário. 

Dica

Para melhorar a qualidade da ingestão de alimentos, pode ser feita uma pausa entre cada bocado. Para facilitar, a pessoa pode colocar o garfo e a faca no prato. Esta atitude simples desacelera o ritmo da mastigação, da refeição e ajuda quem tem dificuldade de comer devagar. "A mastigação rápida pode, inclusive, causar problemas digestivos”, alerta Gerson.

Para quem tiver dificuldades na reeducação da mastigação, existe um aparelho intrabucal, usado em tratamentos de emagrecimento, que auxilia no treinamento. 

A peça, feita de resina acrílica, foi criada com o objetivo de reduzir a quantidade de comida ingerida e aumentar a quantidade de mastigações durante a refeição. 

"O dispositivo reduz o volume interno da boca, obrigando a pessoa a comer devagar e a mastigar mais antes de engolir o alimento. O aparelho, que não é visível, deve ser colocado 15 minutos antes de cada refeição e ser retirado depois de comer", explica o especialista.


Doutor Gerson Köhler é especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial - Site: www.kohlerortofacial.com.br


Postado no blog Uma Mulher em 03/10/2012


Chia em grão, farinha e óleo





Por Diane Neubüser


A chia é, comprovadamente, um alimento rico em benefícios para nosso organismo. Apesar de associado à perda de peso, ele pode ser usado como complemento alimentar por qualquer pessoa. A nutricionista Vanderli Marchiori, vice-presidente da Associação Paulista de Fitoterapia, explica as principais ações de cada uma de suas formas de apresentação e indica qual é a mais apropriada para ajudar no emagrecimento.


 
Farinha de Chia

O produto é originário da moagem do grão de chia já desengordurado. Além de apresentar todos os benefícios da chia em grão, a farinha contém uma quantidade maior de fibras e proteínas, o que contribui ainda mais para o aumento da saciedade e, consequentemente, para o emagrecimento. O produto também garante o bom funcionamento do intestino e aumenta a resposta muscular após o exercício físico.


Indicado para pessoas em dieta para perda de peso, indivíduos com histórico de constipação intestinal e adeptos da prática de exercícios físicos.


Óleo de Chia
 
O óleo é rico em ômega 3, uma gordura importante para o organismo que não é produzida pelo corpo humano. Esse elemento tem um papel essencial nos sistemas nervoso e cardiovascular. Além disso, cumpre uma função importante na capacidade de aprendizado do indivíduo, beneficiando a atenção e a memória.


Indicado para pessoas com histórico de doenças cardiovasculares, colesterol, pressão alta, obesidade e diabetes.







Grão de Chia

O grão também dispõe de uma grande quantidade de ômega 3, além de proteínas, fibras e antioxidantes – que ajudam no combate do envelhecimento da pele. Além disso, possui ação anti-inflamatória e grande capacidade de absorção de glicose, ideal para a prevenção do diabetes e o controle da insulina. Após a ingestão, em contato com a água, o grão aumenta e ganha a consistência de gel, promovendo maior saciedade.

Chia, o grão pró-saúde

Indicado para pessoas em reeducação alimentar, adeptos da alimentação saudável, pacientes com histórico de problemas cardiovasculares na família, diabéticos, celíacos, indivíduos com interesse em perder peso, histórico de intestino preguiçoso etc.


Postado no blog Uma Mulher em 15/10/2012

Imagens inseridas por mim




Nota


Cultivado desde 2600 A.C., o grão de chia era consumido por maias e astecas para turbinar a resistência física.





Sorrir faz bem ! Horário de verão














Horário de verão e o nosso corpo ! Começa em 21/10/2012





Com base na cronobiologia, a pesquisadora Lúcia Rotenberg, do Laboratório de Educação em Ambiente e Saúde do IOC, explica como o corpo humano se ajusta ao horário de verão e altera nosso relógio biológico


O que é o relógio biológico e qual a sua função?


Lúcia Rotenberg:  Nosso corpo apresenta diversos ritmos biológicos, ou seja, fenômenos que se expressam de maneira periódica, indo desde a secreção de um hormônio até um comportamento, como o sono e a vigília. Estes ritmos são controlados por uma estrutura do sistema nervoso, chamado núcleo supraquiasmático, localizada no hipotálamo anterior, uma região do cérebro que atua como principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais. Esta estrutura é denominada “relógio biológico”, uma vez que é responsável pela temporização das funções biológicas.

Como a mudança para o horário de verão pode interferir em nosso relógio biológico?


Lúcia Rotenberg: Características herdadas geneticamente e informações cíclicas do ambiente interferem no nosso relógio biológico que, em condições normais, está adaptado ao ambiente externo. No entanto, quando o ambiente se modifica – como no horário de verão –, o organismo também precisa se ajustar. Desta forma, os horários que regulam nossas vidas, como parte do ambiente social onde estamos inseridos, podem interferir em nosso relógio biológico. Este fenômeno é o mesmo que ocorre quando cruzamos fusos horários em uma viagem, por exemplo.


Por que a mudança para o horário de verão afeta algumas pessoas e outras não?



Lúcia Rotenberg:  A Cronobiologia, ciência que estuda os ritmos e os fenômenos físicos e bioquímicos periódicos que ocorrem nos seres vivos, dá a resposta. A forma como cada indivíduo vivencia as alterações de horário depende da característica genética de cada um, pois as pessoas apresentam cronotipos diferentes. Algumas pessoas são do tipo matutino, com maior predisposição genética para realizar suas tarefas bem cedo. Essas pessoas possuem o relógio biológico adiantado e, por isso, tendem a dormir cedo e levantar cedo. Outras são vespertinas, ou seja, tendem a dormir tarde e acordam mais tarde. A tendência matutina ou vespertina também se expressa em outros ritmos biológicos, como o ciclo de temperatura corporal. O pico de temperatura do corpo, por exemplo, é atingido mais cedo pelos matutinos do que nos vespertinos.



Quem tende a sofrer mais com a mudança de horário, os matutinos ou os vespertino?


Lúcia Rotenberg:  As pessoas matutinas costumam sofrer mais com a alteração do horário. Há indícios de que pessoas que tendem a dormir pouco (chamadas de pequenos dormidores) também apresentariam maior dificuldade em relação à implantação do horário de verão. 





Quais são as principais mudanças comportamentais que essas pessoas sofrem e quanto tempo em média os desconfortos podem ser sentidos?

Lúcia Rotenberg:  Enquanto o organismo não se ajusta completamente ao novo horário, as pessoas se sentem mais irritadas e mal humoradas, com sensação de cansaço e sono durante o dia. No entanto, esse desconforto fica restrito aos primeiros dias e a queixa costuma ir embora em até uma semana depois da implantação do novo horário, tempo costuma ser o suficiente para a adaptação entre a maioria das pessoas.

Cristiane Albuquerque







Vídeo sobre a privataria tucana! No "mensalão" não há dinheiro público envolvido, já na privataria de FHC e Serra há a entrega de patrimônio público e desvio de milhões de reais para paraísos fiscais!






* Do blog de Renato Rovai



Uma fábula sobre o mundo hostil



Marco Aurélio Weissheimer

Quem já não teve a sensação de olhar o mundo como um lugar hostil, um ambiente ameaçador, que exige um refúgio seguro, um esconderijo que nos proteja das turbulências e ameaças? 

Algumas pessoas são engolfadas por essa sensação e suas vidas passam a caminhar por uma fronteira tênue entre a loucura e a dita normalidade.

O jovem cineasta Jeff Nichols construiu em “O Abrigo” (Take Shelter, EUA, 2011) uma fábula sobre a hostilidade do mundo. Vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Cannes em 2011, o filme protagonizado por Michael Shannon e Jessica Chastain é uma viagem dilacerante pelo interior dessa sensação de vivenciar o mundo como uma máquina de moer carne.

Segundo o relato do próprio realizador, a ideia central do filme nasceu de um episódio biográfico. 

Recém casado, ele vivia uma vida repleta de amor e confiança com sua companheira. Mas o acompanhava no horizonte uma sensação mórbida que algo de muito ruim iria acontecer. 

Não havia nada exatamente que pudesse explicar esse sentimento, mas ele estava lá, presente e ameaçador. Essas nuvens no horizonte acabaram dando forma ao roteiro de Take Shelter. 

Curtis, o personagem vivido pelo ótimo Michael Shannon passa a ter, logo após a morte do pai, sonhos e visões terríveis sobre uma tempestade que estaria se aproximando.

Abandono e descontrole

Há possíveis explicações clínicas para os sonhos e alucinações de Curtis. Quando criança, viveu a terrível experiência de ser abandonado pela própria mãe no estacionamento de um supermercado.

Ela acaba internada com um quadro agudo de esquizofrenia e essa chaga o persegue por toda a vida. Com a morte do pai, ela se torna insuportável e passa a frequentar seu cotidiano sob a forma de sonhos, pensamentos mórbidos, alucinações visuais e sonoras.

A tempestade no horizonte passa a ser uma visão diária que vai, aos poucos, contaminando suas relações no trabalho e na família.

Curtis e a esposa Samantha têm uma filha de seis anos que é surda. O seu maior temor é abandonar a família, como ocorreu com sua mãe. 

Ele estabelece aí uma linha que não pretende ultrapassar. “Não vou abandoná-las”, diz ele à esposa quando, ela, apavorada, vê o marido com uma retroescavadeira no quintal da casa abrindo um grande buraco no solo para ampliar o abrigo contra furacões. 

Curtis tem certeza que a tempestade que aparece em seus sonhos e visões vai se materializar na vida real e quer estar preparado para proteger sua família. Mas o que deveria ser um fator de proteção vai se transformando em descontrole e aparente loucura.

E se houver mesmo uma tempestade no horizonte?

Aparente? A pergunta revela justamente uma das riquezas do filme. Aos olhos de todo mundo, Curtis está reproduzindo os sintomas da doença da mãe. 

Ele chega a visitá-la para tentar saber se ela apresentou sintomas semelhantes aos que ele passou a vivenciar. Consulta um médico conhecido, mas se recusa a visitar um psiquiatra indicado pelo mesmo. E esconde da esposa o inferno que está vivendo, até que o ambiente familiar começa a desmoronar e ele rompe o silêncio.

Curtis, cabe lembrar, foi abandonado pela mãe em um supermercado quando criança e perdeu o pai que cuidou dele após o colapso da mãe. Tem uma filha surda, que pode recuperar parte da audição com uma operação. 

Pressionado no trabalho pelas suas visões e medos, acaba perdendo o emprego. Pior: um pouco antes havia contraído um empréstimo para as obras de ampliação do seu abrigo contra a tempestade que se avizinha.

Além dos demônios interiores que habitam o filme há também os exteriores alimentados pelo quadro de instabilidade social e econômica provocado pela crise financeira que explodiu em 2008 nos Estados Unidos. A ameaça do desemprego e o fantasma das hipotecas estão sempre presentes.

Assim, embora os sintomas de uma enfermidade mental sejam abundantes, há uma suspeita que percorre sutilmente toda a narrativa: e se houver mesmo uma tempestade no horizonte, se as ameaças forem reais, como devemos nos comportar? 

No filme, a vida do protagonista só não afunda totalmente porque a sua esposa decide não abandoná-lo apesar de todas as evidências apontando para uma repetição do que havia acontecido com a mãe de Curtis. Ela fica e o acompanha em uma dolorosa jornada em busca de um abrigo seguro.

A fadiga de ser si mesmo

O sociólogo francês Alain Ehrenberg, em seu livro “La fatigue d’être soi: Depression et socété” (“A fadiga de ser si mesmo: depressão e sociedade”), fala sobre como a depressão tornou-se uma enfermidade inerente a uma sociedade onde a norma dominante é a exigência da responsabilidade e da performance. 

Ehrenberg se pergunta: o que significa, afinal, tornar-se si mesmo? No livro que busca a resposta a essa indagação, ele aponta como ela envolve uma série de espinhosos problemas de fronteira: entre o permitido e o proibido, o possível e o impossível, o normal e o patológico. Essa construção, observa, envolve relações instáveis entre culpabilidade, responsabilidade e patologias mentais.

O filme de Jeff Nichols não é um tratado sobre a depressão, a esquizofrenia ou alguma outra doença mental.

Ele transita justamente por essas zonas de fronteira apontadas por Ehrenberg e sobre as ameaças que as acompanham. 

No final do filme, que não será contado aqui obviamente, um gesto da filha de Curtis e Samantha indica que o verdadeiro abrigo contra as tempestades não reside em esconder-se em um buraco embaixo da terra ou algo do gênero. 

Para enfrentar a hostilidade do mundo é preciso, sobretudo, permanecer juntos.

Postado no blog RS Urgente em 16/10/2012