Marco Antonio Araújo
Defendo o direito de cada ser humano fazer uso do próprio corpo como bem entender. Essa é uma decisão do mais absoluto foro íntimo. Cada um que cuide da sua vida.
Por isso, acho uma estupidez, quase uma ofensa, a atitude da estudante Catarina Milglorini, que decidiu leiloar sua virgindade pela internet.
A partir do momento que ela torna espetáculo público o que deveria ser um evento particular (ou privado), passa a estar sujeita a todo tipo de crítica (ou apoio, se houver algum além do da mãe da moça).
A justificativa de que o dinheiro arrecadado será revertido na construção de casas populares só piora a situação da suposta virgem. Se ela não é uma exibicionista interesseira, então é meio burrinha e péssima em matemática.
O maior lance até esta segunda, 01, é de R$ 320 mil. Esse dinheiro seria mais que razoável para cobrir despesas pessoais de uma adolescente de classe média. Mas é uma merreca sob o prisma de qualquer política habitacional, mesmo que seja para construir barracos em favelas.
Não vale o, digamos, esforço filantrópico da jovem brasileira. Ela só pode estar mentindo.
Por mais generosos que também sejamos, é uma história muito mal contada. Observar a web se tornar num Bataclan on line é o máximo que poderemos tirar de proveito dessa aventura insólita.
Mais ridículo do que a casta mocinha só mesmo o crasso idiota que vai pagar por um serviço encontrado por bem menos em qualquer boa casa do ramo.
Além de tarado, é burro. Pensando bem, se merecem.
Postado no blog O Provocador em 01/10/2012