Hoje queria falar de revolução. Eu queria convidar você a revolucionar, a revolucionar-se. Perceber a revolução que vivemos. A começar aquela que queremos fazer com nossas vidas. Quero falar sobre o mundo que queremos para nós e para os que virão depois de nós. Essa semana me peguei pensando muito em revolução, em mudança, em pontos de partida em como fazer uma revolução ampla, gigantesca para mudar o rumo da humanidade. Me chamem de megalomaníaca, provavelmente eu vou responder. Fiquei pensando nisso e lembrei de duas mulheres que, nos últimos tempos, me chamaram atenção.
Uma delas foi a queniana Wangari Maathai sobre quem eu fiz um post no meu blog no ano passado, de tanto que sua vida e sua luta me inspiraram. Ela, ativista politica e ambiental revolucionou seu país plantando árvores. Fundou um movimento The Green Belt Movement que modificou sua comunidade, e o impacto disso no país culminou com a deposição do poder do ditador Daniel Arap Moi. Ela foi membro do parlamento queniano após a queda do ditador e colocou o exército queniano para plantar árvores. 35 mil árvores foram plantadas no Quênia. O grupo que ela fundou e liderou trabalha ainda, mesmo depois de sua morte em setembro do ano passado. Seu legado vive nas florestas restauradas do Quênia. Ela mudou o destino do seu país, ela deu o primeiro passo que foi seguido por muitos em direção ao futuro que ela imaginou para seu país e seu povo.
Uma outra mulher que tem me inspirado e fascinado muito é Birgitta Jonsdottir. Ativista islandesa que está por toda parte. Digite seu nome no google e voce se surpreenderá com a quantidade de informações sobre ela. Escritora, poeta, editora, mãe solteira, ex- voluntária do wikileaks, membro do parlamento Islandês desde abril de 2009, porta-voz de diversos movimentos sociais e perseguida política pelos Estados Unidos por causa da sua colaboração com o WikiLeaks. Defensora e porta-voz do IMMI (Icelandic Modern Media Initiative – Iniciativa islandesa da mídia moderna). Ela liderou as manifestações em 2008 quando a economia Islandesa quebrou por causa da crise dos mercados financeiros. Ela comandou a ação do povo contra a medidas restritivas e as manobras financeiras que dariam aos bancos o socorro financeiro e imporiam aos islandeses uma dívida que seria paga por gerações e gerações de pessoas. O povo islandês pagaria pelos empréstimos que os bancos particulares e multinacionais contrairam durante a crise dos mercados finaceiros . Ela se posicionou contra essas medidas. Juntos ela e o povo da Islândia votaram contra essa medida e os bancos foram todos nacionalizados. Ela defende o WikiLeaks onde já foi voluntária, ela assumiu a co-produção do vídeo que mostra oficiais americanos abrindo fogo contra civis em Bagdad e que foi estopim para a investigação dos crimes de guerra cometido pelos EUA. Ela luta pela transparência nos assuntos do Estado e sobretudo pela internet livre, sem censuras ou regulações, pela transparência na regulação do sistema financeiro. A sua vida e sua luta são tão incríveis e fascinantes que um post não é o suficiente para falar sobre tudo que ela já conquistou. Judith Ehrlich está produzindo umdocumentário sobre ela.
Curiosamente nada do que aconteceu na Islândia é notícia nas grandes redes de televisão do mundo. Sob a sua liderança, a Islândia não cedeu a pressão feita pelos EUA e sofreu sanções, mas ressurgiu e está de pé não passou incólume pelo golpe financeiro, mas se refaz. A democracia do país se fortaleceu e talvez, ouso dizer, passou a ser democracia no sentido mais literal do termo. As decisões políticas agora estão transparentes. O povo tomou consciência do seu poder e responsabilidades para manter a política livre de agentes externos que a forcem financeiramente a decisões que não priorizam a população.
Essas mulheres estão separadas em épocas e continentes diferentes, impulsionando seu povo para mudar o meio ambiente, a política, a economia os rumos de seus países. Essas mulheres não são diferentes de mim ou de você. E no entanto a luta delas, a determinação de seus objetivos as levaram a atingir enormes conquistas, provocaram e ainda provocam transformações enormes em seus países, no nosso mundo, na nossa sociedade.
Eu convido vocês a mudar, a revolucionar, a refletir, a rever preconceitos, a rever seus discursos, suas opiniões, seus objetivos de vida. E então mude o que você acha que não está bom na sua realidade, no seu cotidiano, na sua rotina. Repense, reflita, sejamos a primeira pedra do dominó a cair e derrubaremos juntos toda a opressão.