Jornalismo "putz grila" brasileiro !
A frase do jornalista e escritor norte-americano Joseph Pulitzer, que deu nome ao mais cobiçado prêmio de jornalismo do mundo: “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”. Ele disse a frase há um século e ela está cada dia mais atual.
Olimpíadas 2012: Superação
O reboot de Blade Runner ao vivo no Estádio Olímpico
Por Cassio Zirpoli
Então, o que dizer de Oscar Pistorius? Com apenas onze meses foi submetido a uma cirurgia. Em 1987, o sul-africano teve as duas pernas amputadas na altura dos joelhos.
Havia nascido em Johannesburgo com uma alteração ortopédica raríssima, chamada de hemimelia fibular. Costuma ocorrer uma vez em cada 40 mil nascimentos.
Cresceu, estudou, tornou-se atleta. Com próteses produzidas com fibra de carbono, passou a correr, e muito. Quis competir nos 400 metros rasos na Olimpíada de Beijing, em 2008, mas o pleito foi rejeitado pelo Comitê Olímpico Internacional.
Acredite, o órgão alegou que as próteses poderiam resultar em uma vantagem, devido ao peso. Foi à justiça e ganhou a causa no Tribunal de Arbitragem Desportiva (TAD). Só não conseguiu a marca mínima para a competição. Medalha de ouro nas Paraolimpíadas.
Esperou e perseverou, como tudo em sua vida. Alcançou a marca para 2012. Neste sábado, estreou na disputa, numa cena desde já antalógica, daquelas de cinema.
Inspirada em uma ficção como Blade Runner. Não por acaso, este é o seu apelido…
O "fantasma" da alienação, ou, porque não assisto à globo!
O Fantasma que ronda o Fantástico
Por
Flávio Ricco
O “Fantástico” sempre se apresentou como a revista eletrônica mais importante da televisão brasileira e efetivamente soube se impor como tal, graças ao trabalho competente das várias gerações que ocuparam o posto de comando, a partir da sua criação, em agosto de 1973, pelo Boni e Armando Nogueira.
Ficaram famosas, desde o começo, as calorosas reuniões das segundas-feiras, quando um grupo de notáveis da TV Globo – Vanucci, Boscoli, Miele, José-Itamar de Freitas, o próprio Armando, Alice Maria, Magaldi, Carlito Maia, Borjalo, Travesso, além de outros, analisava criteriosamente o seu conteúdo - o resultado do que foi ao ar no dia anterior e discutia – e bota discussão nisso, entre tantas sugestões, o que seria escolhido para o próximo.
Uma pena que o tempo não volta nem ao menos para tirar certas dúvidas. Seria interessante hoje ouvir dessas pessoas o que acharam da matéria dos fantasmas e do tempo dedicado a ela na última edição. Ou de um quadro de culinária insistentemente apresentado já há algumas semanas no programa.
Num Brasil como o de agora, percebe-se que o “Fantástico” tem, às vezes, procurado se alienar de temas mais profundos e se aproximado de uma perigosa aliança com a superficialidade. Tentar explicar que fantasma não existe, realmente é para deixar a todos preocupados.
Postado no blog DoLadoDeLá em 07/08/2012
O “Fantástico” sempre se apresentou como a revista eletrônica mais importante da televisão brasileira e efetivamente soube se impor como tal, graças ao trabalho competente das várias gerações que ocuparam o posto de comando, a partir da sua criação, em agosto de 1973, pelo Boni e Armando Nogueira.
Ficaram famosas, desde o começo, as calorosas reuniões das segundas-feiras, quando um grupo de notáveis da TV Globo – Vanucci, Boscoli, Miele, José-Itamar de Freitas, o próprio Armando, Alice Maria, Magaldi, Carlito Maia, Borjalo, Travesso, além de outros, analisava criteriosamente o seu conteúdo - o resultado do que foi ao ar no dia anterior e discutia – e bota discussão nisso, entre tantas sugestões, o que seria escolhido para o próximo.
Uma pena que o tempo não volta nem ao menos para tirar certas dúvidas. Seria interessante hoje ouvir dessas pessoas o que acharam da matéria dos fantasmas e do tempo dedicado a ela na última edição. Ou de um quadro de culinária insistentemente apresentado já há algumas semanas no programa.
Num Brasil como o de agora, percebe-se que o “Fantástico” tem, às vezes, procurado se alienar de temas mais profundos e se aproximado de uma perigosa aliança com a superficialidade. Tentar explicar que fantasma não existe, realmente é para deixar a todos preocupados.
Postado no blog DoLadoDeLá em 07/08/2012
Porto Alegre - A prefeitura da Coca-Cola
Por Erick da Silva
A imagem acima, do prédio da Prefeitura de Porto Alegre, simboliza bem a relação da prefeitura com as empresas privadas. A apropriação dos espaços públicos pela iniciativa privada tem perigosamente se disseminado na cidade. Primeiramente com o prefeito Fogaça (PMDB) e agora com Fortunati (PDT), tem se adotado uma política de "parceria" com a iniciativa privada junto aos espaços públicos da cidade, cujos critérios e objetivos destas parcerias são no mínimo questionáveis e mostram uma incapacidade da própria prefeitura em manter os espaços públicos para a população.
O direito da população a sua cidade se enfraquece, na medida que marcas privadas passam a se apropriar dos espaços públicos, a lógica de mercantilização da cidade passa a prevalecer. A população fica ainda mais apartada dos rumos da cidade, o espaço público, como uma praça, logradouro ou o próprio prédio da prefeitura, tendo sua vinculação a Coca-Cola, por exemplo, passa a imagem de que aquele espaço, que outrora era da população, agora está vinculado aquela marca.
A história daquele espaço, sua vinculação com seu povo, passa a ser secundário, é a marca da empresa que passa a prevalecer. O caráter público torna-se difuso e a noção de pertencimento e de uso daquele espaço público pela sua população se altera para uma relação de maior distanciamento.
O "direito à cidade", em Porto Alegre nunca esteve tão ameaçado. Como aponta David Harvey, o "'direito à cidade' não é simplesmente um direito de acesso ao que existe. É um direito de participar da construção e da reconstrução do tecido urbano, de formas mais condizentes com as necessidades da massa da população." É estabelecer uma dinâmica democrática sobre a própria concepção de cidade, o que não ocorre em Porto Alegre.
A gestão dos espaços públicos tem perdido o seu caráter "público". Deixamos de ter uma relação entre a prefeitura e seus cidadão, o que temos é uma relação entre empresas e clientes e todos sabemos que está é uma relação onde o conjunto da população sempre acaba perdendo.
Postado no blog Aldeia Gaulesa em 03/08/2012
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