Jornal Nacional e o partido



O Jornal Nacional é o principal organizador dos interesses da burguesia brasileira. É o porta-voz mais articulado, disfarçando a defesa apaixonada e particular dos interesses de uma classe social como se fossem de todo o povo e da nação. Trata-se de um reprodutor centralizado e unificado em escala nacional da ideologia dominante. Por isso podemos dizer que o Jornal Nacional é o principal instrumento do mais forte partido político da burguesia brasileira: a Rede Globo.
A condição de organizador e propagandista dos interesses burgueses não é propriamente uma novidade. Mas no período atual, em que os partidos tradicionais da burguesia estão desorganizados e desacreditados aos olhos do povo, quando se viu forçada, a partir de 2003, a usar o PT como gerente político de seus negócios, o Jornal Nacional está ainda mais importante.
Diariamente sua pauta é pensada para impedir que o povo perceba quais são os projetos societários que estão em disputa. É a defesa do pensamento único para que o povo não confie em si mesmo, nem acredite nas lutas sociais. Para que tudo se resuma ao futebol, Fórmula 1, carnaval, futilidades, violência e que a política seja considerada um lugar apenas para os partidos da ordem.
O principal assunto, a pauta de abertura do JN do dia 14 de maio, ocupando o maior tempo do telejornal, foi aquilo que a Rede Globo quer que o povo brasileiro considere o acontecimento mais importante da semana: a divulgação sem autorização e criminoso das fotos nuas de Carolina Dieckmann. As notícias sobre a Grécia, que não logrou formar o governo e terá novas eleições, em que, aliás, a coalização de esquerda anticapitalista, Siryza, está em primeiro lugar nas pesquisas, mereceu a notícia praticamente sem comentários.
Por isso e muito mais, nada melhor do que assistir ao direito de resposta dado por Leonel Brizola ao Jornal Nacional, em 1994. É o melhor que a Globo publicou em toda a sua história.
Roberto Robaina é membro da Direção Nacional do PSOL e pré-candidato à Prefeitura de Porto Alegre.
Postado no blog Sul21 em 15/05/2012

O boletim escolar


Uma garota tinha que entregar o boletim escolar dela para os seus pais e, as notas ali, não eram as notas do sonho de nenhuma mãe muito menos de nenhum pai. Ela usou a criatividade para contar essa maravilhosa notícia.

Oi papai! Oi mamãe!

É com o coração partido, mas muito feliz da vida. Que eu digo para vocês que eu sai fora com o Dudu, ele é o homem da minha vida. Ele é tudo de bom.
Estou absolutamente fascinada com as suas tatuagens, com aquele cabelo moicano, com aqueles ferros e piercings que ele coloca naquele corpinho maravilhoso. Entretanto. Tenho que lhes contar que não é só isso. O Douglas, aquele menino que vocês não gostam dele de jeito nenhum, ele está com a gente.
Portanto não se preocupem comigo. Já tenho 15 anos e sei muito bem me virar sozinha tá.

Com amor e carinho da sua querida filhinha.

Ah! Pai, mãe, isso é só uma brincadeirinha viu! Estou na casa da Mariana, só queria mostrar para vocês que há coisas bem piores na vida que estas notas que estão aí no boletim. Não se estressem Ok!. No ano que vem eu me recupero. Beijinhos!
Resposta dos pais:

Querida filhinha,

Quando a sua mãe leu a sua carinhosa cartinha, ela passou muito mal e foi parar no pronto socorro. Imediatamente você foi retirada do nosso testamento e sua parte da herança será do seu irmão. Todas as coisas do seu quarto foram doadas para o pessoal do orfanato, cancelamos o seu celular e o seu cartão de crédito. Todos os seus Cd’s do NX0, do Justin Bieber, do Restart, do Cine, do Jonas Brothers, do Fiuk e do Luan Santana nós doamos para a Karina do segundo andar, aquela mesma garota que você acha insuportável. Lembra, ela é aquela piriguete que no ano passado roubou o Rafinha, aquele seu namorado gatinho que até hoje você não esqueçe. Pode ir arrumando um bom emprego porque dinheiro daqui de casa nem em sonho viu.

Enfim, espero que você seja muito feliz na sua nova vida.
Nota! Filha querida, claro que tudo isso não passa de uma brincadeirinha da nossa parte. A sua mãe está aqui comigo assistindo Eu a Patroa e as Crianças e tudo está bem.

Só queríamos lhe mostrar que há coisa bem piores do que passar as próximas cinco semanas sem sair de casa, sem celular, sem Internet, sem vídeo game, sem televisão e, principalmente, sem ir à casa da camila. Tudo isso por causa dessas notas ridículas e, dessa brincadeira idiota que você fez com agente.


Edilson Rodrigues Silva

Pense na sua saúde antes de tomar Coca-Cola









Faça sua diversão em casa



Que tal deixar sua cozinha bem divertida e fazer tudo que vocês sempre quiseram fazer quando eram crianças?! tipo... fazer algodão doce, fondue e pipoca tudo em casa e com a maior facilidade e praticidade?! E para deixar o momento ainda melhor, poder chamar seus filhos, sobrinhos, amigos, irmãos e fazer aqueeeeela festa.


Tou falando da linda Home & Cook super divertida da Arno. que tem três peças super legais para deixar seus momentos com a família ainda mais prazerosos.


São eles:


Cascata de chocolate
: Ideal para cobrir frutas com um palito ou fazer fondue, custa em média R$: 219,90
Função aquecer: mantém o chocolate derretido no ponto ideal para a circulação.
Função circular: você terá uma saborosa cascata constante de chocolate para se deliciar.
Luz piloto: é fácil saber quando o produto está ligado.

Fácil de limpar: a sua fonte de chocolate é desmontável e tem peças fáceis de lavar.


Pipoqueira, custa em média R$: 219,90
É mais saudável, não usa óleo ou gordura.
A colher dosadora tem a dosagem exata de milho para o preparo da pipoca.
Bico direcionador: a pipoca sai quentinha direto na tigela.




Máquina de algodão doce, custa em média R$: 219,90
Preparo fácil: basta adicionar açúcar e ligar. 
Produto desmontável: facilita a limpeza. 
A tigela pode ser levada à lava louça.
Pés antideslizantes: mais segurança para os momentos de diversão.
Acessórios: 6 palitos e 1 colher dosadora.

Postado no blog Antenadas em 15/05/2012

23 Anos depois que a revista veja zombou de Cazuza, é ela que parece agonizar em praça pública


Em um texto tão expressivo quanto poético, Luiz Cesar, do blog Brasil que Vai!, lembra a edição da revista Veja que foi às bancas há 23 anos com a foto de uma vítima da Aids que, nos termos da revista, “agonizava em praça pública”: Cazuza.

A reportagem sobre Cazuza e os atuais escândalos envolvendo a revista Veja mostram que 23 anos não bastaram para transformar o perfil da revista, que continua tão oportunista como na ocasião da reportagem. No entanto, os 23 anos e a permanência da arte de Cazuza, viva e transformada, ainda nos dias atuais, mostra que Veja estava errada.

Como diz Luiz Cesar, na ocasião a revista “zombou da doença de Cazuza e abreviou sua morte”. Agiu apenas em nome de seus interesses comerciais e viu na figura de um ídolo da época uma ótima oportunidade para denunciar os excessos de uma “juventude transviada que não hesitava em atentar contra a moral e os bons costumes”.

A aparência, “as declarações já fragilizadas pela demência cerebral que acomete os infetados pela AIDS nos estágios mais avançados da doença”, tudo foi usado pela revista para construir uma imagem “agonizante”, “decadente” de Cazuza, de modo a dizer aos leitores, principalmente jovens, eis a triste consequência da liberdade.

Defender a moral e os bons costumes de personagens como Cazuza  foi a missão a que Veja se impôs naquela reporcagem. Nada mais natural. Quem defende a moral e os bons costumes geralmente representa o que há de mais conservador na sociedade e, se há uma moral realmente válida, aqueles que muito insistem nela escondem as piores imoralidades.

Também é próprio dos pequenos, pintar os realmente grandes de forma pequena e frágil. A crítica, a lucidez, a potência da juventude nunca interessaram a revistas como a Veja. Pra resumir, Cazuza era o que Veja já não era, por isso era preciso talvez destruí-lo também pelo fato de ele tão claramente dizer em suas músicas aquilo que regava, e ainda rega, boa parte da consciência conservadora e autoritária nacional: uma piscina cheia de ratos, ideias que não correspondem aos fatos…

Mas o tempo não para e esse mesmo tempo eternizou as músicas de um ídolo que se consagrou em praça pública e continua a inspirar uma juventude igualmente transgressora que hoje resiste e luta, à sua maneira, com inteligência, contra aqueles que querem uma nação sem povo. Tempo que também fez cair as máscaras de uma revista que precisa abreviar mortes, atropelar sentimentos, inventar fatos e acobertar crimes para suprir a sua falta de ideologia.

Veja trecho do texto de Luiz Cesar:

Quando Veja matou Cazuza diante da própria mãe

Por Luiz Cesar

Completaram-se 23 anos desde que Veja zombou de Cazuza e abreviou sua morte. Mal disfarçando o intento comercial por trás do anúncio antecipado da morte de um ídolo popular, a revista foi além e o expôs como um boneco de pano pronto a ser estraçalhado em expiação às transgressões que a juventude ousa com frequência lançar contra os guardiões da ordem e da boa moral.
Entre a reportagem denegritória e a morte passou-se pouco mais de um ano. Tomaram os desabafos de um homem fragilizado pela demência cerebral que acomete os infetados pela AIDS nos estágios mais avançados da doença como confissões pecaminosas de quem haveria de confrontar-se em fim com os próprios erros.
Ao invés de oferecer ao cantor o espelho que refletisse a ordem doente de que Veja era parte com seu apoio a Collor – como depois reclamara em canção outra vítima da AIDS, Renato Russo – estamparam o retrato do castigo, para que por meio da culpa outros não ousassem apontar as piscinas cheias de ratos dos que lucram com o desespero humano.
O ídolo de uma geração que festejava com rock o fim de um tempo de opressão foi apresentado aos fãs como um ser autodestrutivo, viciado desde criança, promíscuo e de talento duvidoso. Um insano que na hora da morte impunha sua esfinge esquálida aos funcionários da gravadora, cantando noite e dia suas últimas canções a eles que temiam sua morte nas dependências do estúdio.
Na vida privada Cazuza foi apresentado por Veja como um corpo que resistia a morrer, carregado que era de um lado para o outro no colo de um empregado abnegado, a um só tempo guarda-costas e enfermeiro, pelo que insinuava uma agonia em completo abandono.
Tampouco da mãe do enfermo Veja teve comiseração. E mostrou-a como uma mulher consumida pelo pesar de sentir-se responsável pela sorte do próprio filho, a quem não soube dar os ensinamentos de que uma criança precisaria ainda antes da adolescência. (Texto completo)

Postado no blog Educação Política em 15/05/2012

A veja quer censurar a internet



Do sítio da CartaCapital:



A revista Veja tem medo do jogo da velha. O jogo da velha, no caso, são as hashtags, antecedidas pelo sinal #, para destacar vozes numa multidão de internautas – bobagens em alguns casos, mobilizações, em outros.


Para quem diz defender com a própria vida a liberdade de expressão, é preocupante. Nas 16 páginas desperdiçadas na edição do fim-de-semana em que tenta se defender, a semanal da editora Abril deixou claro: para ela, a liberdade de expressão não é um valor absoluto. Tem dono – ela e o reduzido grupo de meios de comunicação que se auto-qualificam de “imprensa livre”. Livre de quem? No caso da Veja, certamente eles não tratavam do bicheiro Carlos Cachoeira, espécie de sócio na elaboração de pautas da publicação.

Getúlio Vargas valia-se da expressão “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. A revista, em sua peça de realismo fantástico disfarçada de “reportagem”, a reformula: “aos amigos tudo (inclusive o direito de caluniar, manipular e distorcer), aos inimigos a censura. Ou não é isso, ao desferir um golpe contra as manifestações livres na rede e sugerir uma “governança” na internet, que os editores do semanário propõem? Eles tem urticária só de ouvir falar em um debate sobre a regulação dos meios de comunicação. Mas pimenta nos olhos dos outros…

Na própria peça de defesa, Veja distorce. Não foi a revista que derrubou Fernando Collor de Melo. É uma mistificação que só a ignorância permite perpetuar. A famosa entrevista do irmão do ex-presidente não teria resultado em nada. O que derrubou Collor foi o depoimento do motorista Eriberto França, personagem descoberto pela rival IstoÉ, na ocasião dirigida por Mino Carta.

Em termos de desonestidade intelectual, Veja se superou. Ao misturar aranhas, robôs e comunistas, a semanal de Roberto Civita produziu um conto de terror B. Nem se vivo fosse o falecido cineasta norte-americano Ed Wood, famoso por suas produções mambembes, toparia filmar um roteiro parecido. Além de tudo, a argumentação cheira a mofo, tem o tom dos anos da Guerra Fria. Quem tem medo de comunistas a esta altura? Nem na China.

PS: a lanterna na capa do semanário mostra outra coisa: calou fundo na editora o apelido Skuromatic, a lâmpada que provoca a escuridão ao meio-dia, dado a Roberto Civita por jornalistas da antiga redação de Veja.


Postado no Blog do Miro em 14/05/2012