A pena de morte já faz parte de nossas vidas



O maior argumento contra a implantação da pena de morte no Brasil é incontestável: ela já é praticada, e em larga escala. Somos o País cuja polícia mais assassina pessoas no mundo. Todo ano, praticamos um verdadeiro genocídio.
Números divulgados no final de março pela Anistia Internacional mostram que 20 países em todo o planeta executaram 676 pessoas em 2011. Nessa contabilidade fúnebre está excluída a China, que não divulga os detalhes de seu morticínio oficial.
Pois só as PMs do Rio e de São Paulo mataram, “em confronto”, mais do que essa soma de criminosos condenados à pena capital em todo o mundo. Somadas, as estatísticas revelam que 961 mortes foram cometidas por agentes dos dois Estados mais populosos do país. Em São Paulo, 437; no Rio, 524.
Nada indica que os demais Estados tenham policiais menos facínoras. O fechamento dessa conta deve ser macabro. Qualquer brasileiro esclarecido sabe disso. O detalhe é que muitos nativos acham que ainda é pouco. Por eles, poderia morrer muito mais gente.
Por gente, entenda-se jovens, pobres, negros, com baixíssima escolaridade e moradores de favela e periferia.  São esses que tombam na guerra civil que tomou conta do nosso cotidiano. Esses “autos de resistência” nem sequer são averiguados. Tornaram-se banais.
Nos Estados Unidos, um país notoriamente violento, com policiais também envolvidos com corrupção e abusos de poder, em 2009, foram mortos em tiroteio, em todo aquele gigantesco território, 406 cidadãos.
Em Tóquio, no Japão, durante a década de 1990, a média era de 5 mortos por ano, nessas circunstâncias. E olha que lá eles têm a Yakuza, uma das máfias mais armadas e perversas do planeta.
Esses argumentos, no entanto, são inúteis. Nada é capaz de mudar o pensamento bélico, assassino e psicótico que tomou conta da sociedade brasileira. A sede de sangue é insaciável. Mas para que pena de morte se ela já faz parte de nossas vidas?

Postado no Blog O Provocador do Portal R7 em 03/04/2012

Todos os caminhos levam a uma gigantesca operação-abafa



É compreensível que gente como Reinaldo Azevedo e Ricardo Noblat esteja tentando vender a teoria de que as provas dos crimes do senador Demóstenes Torres não podem ser usadas porque, devido ao cargo que ocupa, só poderia ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal ou sob sua autorização.
Chega ao blog informação de que Demóstenes estaria fazendo ameaças à mídia, aos seus pares do DEM e até a pelo menos um membro do STF no sentido de que, caso seja estraçalhado, levará muitos ex-amigos consigo para o cadafalso.
O senador bandido está disposto a tudo para não perder o mandato simplesmente porque, sem imunidade parlamentar, dificilmente deixará de ir fazer companhia ao seu amigão Carlinhos Cachoeira lá no PF Hilton.
Demóstenes estaria ameaçando revelar que veículos como a Veja saberiam de suas atividades criminosas e que nada revelavam porque ele os municiava com informações contra o PT, entre outros favores que lhes prestaria na “Câmara Alta”.
Enquanto isso, DEM, PSDB, editora Abril e Globo estariam propondo acionar sua bancada no STF para trocar a decapitação política de Demóstenes pelo adiamento do julgamento do mensalão, que deveria ocorrer em maio. Até porque, após o STF se pronunciar pela impunidade de Demóstenes, não teria como julgar o mensalão.
Aliás, no que depender do STF, Demóstenes pode ficar tranqüilo. O fato de que até há pouco havia a decisão de julgar o mensalão ainda neste semestre revela que a Suprema Corte de Justiça do país se deixa intimidar pela mídia. Julgar um caso como esse em ano eleitoral, é uma aberração.
Não se pode esquecer, também, que a decapitação e a previsível verborragia posterior de Demóstenes intimidam ao menos um membro do Supremo, Gilmar Mendes, acusado de, em conluio com o demo, ter criado a farsa do grampo sem áudio. Imagine, leitor, se, caído em desgraça e preso, Demóstenes conta que ele e o juiz forjaram aquilo.
O que pode melar tudo são as escutas não reveladas, que já se sabe que mal começaram a ser vazadas. Segundo este blog vem apurando, ao menos a Veja está enrolada até o pescoço. E haveria muito mais não só contra a Veja, mas contra todos os que se envolveram no consórcio político-midiático que imperou na década passada.
Ainda assim, já estão sendo estabelecidas as bases para um acordão. O julgamento do mensalão em ano eleitoral seria uma tragédia para o PT e o aprofundamento das investigações sobre o envolvimento da Veja com Demóstenes e Cachoeira atingiria do Supremo ao resto da mídia tucana.
Acabaremos todos com caras de palhaços, pois. Impotentes diante do apodrecimento da República, assim como no caso da Privataria Tucana. Eles acabarão se entendendo por instinto de sobrevivência. Enquanto um lado tiver munição pesada contra o outro, nada mudará. E só nos restará espernear.

Postado no Blog da Cidadania em 02/04/2012

Caso Veja-Cachoeira desperta desafio para a liberdade de imprensa no Brasil




JORNALISTA LUÍS NASSIF ESCREVE ARTIGO EM SEU BLOG, REPRODUZIDO POR 247, NO QUAL DISCUTE PAPEL DA REVISTA DA EDITORA ABRIL NA ELEGIA A SENADOR DEMÓSTENES TORRES COMO BASTIÃO MORAL E CARLINHOS CACHOEIRA COMO FONTE LIMPA


247 – O jornalista Luis Nassif postou na tarde de hoje, em seu blog, o texto abaixo:
O maior desafio da imprensa
Enviado por luisnassif, dom, 01/04/2012 - 13:56
Nos próximos meses, a liberdade de imprensa no Brasil enfrentará um dos maiores desafios da sua história: demonstrar capacidade de se abstrair do corporativismo e proceder a uma análise corajosa e isenta sobre fatos que começarão a jorrar nos próximos dias.
Trata-se da ligação da revista Veja com o crime organizado. Mais especificamente com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e seu oficial maior, senador Demóstenes Torres.
Cachoeira elegeu Demóstenes. A revista transformou-o em um político influente, graças à apologia que fazia dele. Juntos, as três pontas produziam escândalos, em um esquema articulado.
Cachoeira armava escândalos, muitos dos quais contra adversários criminosos. A revista repercutia. Graças a essa repercussão, os adversários eram alijados dos esquemas, permitindo a Cachoeira tomar conta do pedaço.
Grande parte dos escândalos eram avalizados por Demóstenes Torres - como o caso Francisco Escórcio, figura folclórica do Senado, acusado pela revista de tentar espionar Demóstenes e o governador goiano Marconi Perillo. A denúncia foi fundamental para o afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros. Depois, comprovou-se que tinha sido fruto de uma mentira orquestrada entre Demóstenes e a revista (http://migre.me/8tWID). Jamais saiu o desmentido.
Até que a Polícia Federal entrasse na parada, todos ganharam.
Postado no Blog A Justiceira da Esquerda em 01/04/2012
Obs: Da esquerda para a direita, as fotos acima são de Rupert Murdoch empresário norte-americano, dono da Fox, jornais etc., envolvido com crime organizado e corrupção, Luis Nassif e Roberto Civita, dono do Grupo Abril e da veja.

Luis Nassif chama o Ministério Público às falas: a associação da revista Veja com o crime organizado


De Luis Nassif no Luis Nassif Online 

Esqueçam Policarpo: o chefe é Roberto Civita

Veja se antecipou aos críticos e divulgou um dos grampos da Policia Federal em que o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o araponga Jairo falam sobre Policarpo. Pinça uma frase – “o Policarpo nunca vai ser nosso” – para mostrar a suposta isenção do diretor da Veja em relação ao grupo.
É uma obviedade que em nada refresca a situação da Veja. Policarpo realmente não era de Carlinhos Cachoeira. Ele respondia ao comando de Roberto Civita. E, nessa condição, estabeleceu o elo de uma associação criminosa entre Cachoeira e a Veja.
Não haverá como fugir da imputação de associação criminosa. E nem se tente crucificar Policarpo ou o araponga Jairo ou esse tal de Dadá. O pacto se dá entre chefias – no caso, Roberto Civita, pela Abril, Cachoeira, por seu grupo.
Como diz Cachoeira, “quando eu falo pra você é porque tem que trabalhar em grupo. Tudo o que for, se ele pedir alguma informação, você tem que passar pra mim as informações, uai”.
O dialogo abaixo mostra apenas arrufos entre subordinados – Jairo e Policarpo.
Os seguintes elementos comprovam a associação criminosa:

1. Havia um modus operandi claro. Cachoeira elegeu Demóstenes. Veja o alçou à condição de grande líder politico. E Demóstenes se valeu dessa condição – proporcionada pela revista – para atuar em favor dos dois grupos.

2. Para Cachoeira fazia trabalho de lobby, conforme amplamente demonstrado pelas gravações até agora divulgadas.

3. Para a Veja fazia o trabalho de avalizar as denúncias levantadas por Cachoeira.


Havia um ganho objetivo para todos os lados:

1. Cachoeira conseguia afastar adversários, blindar-se contra denúncias e intimidar o setor público, graças ao poder de que dispunha de escandalizar qualquer fato através da Veja.

2. A revista ganhava tiragem, impunha temor e montava jogadas políticas. O ritmo frenético de denúncias – falsas, semi-falsas ou verdadeiras – conferiu-lhe a liderança do modelo de cartelização da mídia nos últimos anos. Esse poder traz ganhos diretos e indiretos. Intimida todos, anunciantes, intimida órgãos do governo com os quais trabalha.

3. O maior exemplo do uso criminoso desse poder está na Satiagraha, nos ataques e dossiês produzidos pela revista para atacar Ministro do STJ que votou contra Daniel Dantas e jornalistas que ousaram denunciar suas manobras.

Em “O caso de Veja”, no capítulo “O repórter e o araponga” narro detalhadamente –  com base em documentos oficiais – como a cumplicidade entre as duas organizações permitiu a Cachoeira expulsar um esquema rival dos Correios e se apossar da estrutura de corrupção, até ser desmantelado pela Polícia Federal. E mostra como a Veja o poupou, quando a PF explodiu com o esquema.
Civita nem poderá alegar desconhecimento desse ganho de Cachoeira porque a série me rende cinco ações judiciais por parte da Abril – sinal de que leu a série detalhamente.
Os próprios diálogos divulgados agora pela Veja mostram como se dava o acordo:
Cachoeira: Esse cara aí não vai fazer favor pra você nunca isoladamente, sabe? A gente tem que trabalhar com ele em grupo. Porque os grande furos do Policarpo fomos nós que demos, rapaz. Todos eles fomos nós que demos. Então é o seguinte: se não tiver um líder e a gente trabalhar em conjunto… Ele pediu uma coisa? Você pega uma fita dessa aí e ao invés de entregar pra ele fala: “Tá aqui, ó, ele tá pedindo, como é que a gente faz?”. Entendeu?
Desde 2008 – quando escrevi o capítulo – sabia-se dessa trama criminosa entre a revista e o bicheiro. Ao defender Policarpo, a revista, no fundo, está transformando-o em boi de piranha: o avalista do acordo não é ele, é Roberto Civita.
Em Londres, a justiça processou o jornal de Rupert Murdoch por associação indevida com fontes policiais para a obtenção de matérias sensacionalistas. Aqui, Civita se associou ao crime organizado.
Se a Justiça e o Ministério Público não tiverem coragem de ir a fundo nessa investigação, sugiro que tranquem o Brasil e entreguem a chave a Civita e a Cachoeira.


" Você ainda lê a revista veja ? Cuidado você está sendo manipulado ! "




Qual dessas revistas fez 200 ligações para o bicheiro Carlinhos Cachoeira?


Postado no Blog Educação Política em 01/04/2012

Verdades e mentiras



por Gláucia Lemos

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VERDADES E MENTIRAS
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Peixinho no peito
não é peixe, não.
É jóia de ouro.
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Barco de papel
não tem motor, não.
Nem ancoradouro.
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Quebra-queixo doce
quebra o queixo, não.
Quebra mesmo é o dente.
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Guarda-chuva, então,
guarda a chuva, não.
Guarda mesmo é a gente.
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Se digo "pois não!"
estou dizendo "sim!"
Não tô negando nada.
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Se digo "pois sim..."
quero dizer "não ..."
Mas que trapalhada ...
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