No passado, as fibras chegaram a ser “jogadas para escanteio” na hora de formular dietas saudáveis. Justificativa usada na época: elas nem são digeríveis pelas secreções gastrointestinais e o valor nutricional é pouco relevante. Atualmente, a situação é exatamente oposta. As fibras são altamente recomendadas por médicos para a perfeita operação das funções digestivas.
As fibras presentes nos alimentos vegetais podem existir de duas formas: insolúvel ou solúvel. Embora essas duas frações atuem no nosso organismo de maneira diferente, ambas trazem benefícios à nossa saúde.
A fração insolúvel é encontrada nos cereais (farelos de um modo geral), hortaliças, frutas (especialmente nas cascas) e leguminosas. Este tipo de fibra atua principalmente na parte inferior do nosso intestino (intestino grosso), aumentando o volume fecal e fazendo com que haja a produção de fezes mais macias. Por isso, elas estão relacionadas à prevenção de prisão de ventre e de doenças como diverticulite e câncer de cólon.
Já a fração solúvel é encontrada principalmente em alimentos como a aveia, cevada, frutas cítricas (bagaço), maçã (casca), goiaba e em certas gomas. Este tipo de fibra atua principalmente na parte superior do trato gastrointestinal, mais especificamente no estômago e no intestino delgado, onde ocorre a digestão e absorção dos nutrientes. A ação dessas fibras nesses dois órgãos promove vários efeitos.
Fibra e a prevenção de doenças
Estudos recentes e mais aprofundados chegaram a relacionar a ocorrência de certas enfermidades (doença cardiovascular, câncer de cólon, diabetes...) a dietas pobres em fibras. Além disso, pesquisadores da relação entre os alimentos e a saúde já conhecem bem as propriedades que tornam as fibras fundamentais para normalizar a função gastrointestinal, prevenindo a constipação (intestino preso).
Nas últimas décadas, pesquisadores observaram que regiões onde é comum a dieta baseada em alimentos ricos em fibras (cereais integrais, verduras, frutas e legumes) a incidência de doenças gastrointestinais, como prisão de ventre, diverticulite, diverticulose, hemorroidas e câncer de cólon é bem pequena. Já nos países com intenso avanço tecnológico, onde o consumo de alimentos de origem animal e alimentos refinados supera o consumo daqueles ricos em fibras, o avanço dessas moléstias é cada vez mais frequente.
Especialistas estimam que uma dieta ideal consiste em cerca de 85% de alimentos vegetais e apenas 15% de alimentos de origem animal. Eles acreditam que tal proporção reduziria a incidência de muitas enfermidades comuns em países desenvolvidos. Tal dieta seria inevitavelmente rica em fibra proveniente de grãos integrais e de produtos à base de farelo, frutas, verduras e leguminosas e, obviamente, seria muito mais pobre em gorduras. Este tipo de dieta provocaria uma redução significativa na incidência do câncer e das doenças cardiovasculares que, em conjunto, respondem por cerca de 70 a 80% das mortes prematuras em sociedades desenvolvidas.
Em resumo, os principais benefícios do consumo de fibras são:
Lipídios
- Redução do colesterol total
- Redução do LDL colesterol (mau colesterol)
- Aumento do HDL colesterol (bom colesterol)
- Redução dos triglicerídios
Glicose
- Redução da hiperglicemia (controle do diabetes)
- Aumento da sensibilidade do músculo à insulina
Pressão sanguínea
- Redução da pressão sistólica e diastólica
Controle de peso
- Redução da ingestão de energia e gorduras
- Aumento da sensação de saciedade
- Alguma perda da energia consumida
Problemas intestinais
- Alívio da prisão de ventre
- Prevenção de doenças como diverticulite, câncer de cólon e síndrome do intestino irritado.
Fonte: Saúde Plena
Postado no Blog Vou de Blog