Juiz de Sergipe viraliza por atendimento humano em julgamento
Por Antonio Mello
Completamente diferente da juíza de Santa Catarina, que exigia ser tratada por Excelência ou não daria prosseguimento à audiência, em Sergipe o juiz Kleiton Alves Ferreira, da 9ª Vara Federal, dá um show de simplicidade, empatia e humanidade e viraliza nas redes.
Na audiência, Kleiton pergunta à lavradora dona Edna Maria se ela sabia ler e escrever e elogia a letra dela na assinatura. Encabulada, ela diz que é analfabeta e foi o advogado quem segurou a mão dela para ajudar a assinar.
Num show de empatia, o juiz levou a conversa até informar a dona Edna que o pedido dela por aposentadoria estava atendido:
Ela se emociona, ameaça chorar, quando é interrompida por ele:
"— Não chora, dona Edna, toda vez que alguém chora eu começo a chorar também."
Gosto do que é simples: um abraço, um obrigado, um “se cuida”. Me considero um fiel admirador das pessoas simples, pois para mim são as mais belas aquelas que se deixam guiar pelo senso comum, pela sua intuição e pelo coração que não conhece artifícios.
Fato curioso e também inspirador é saber que na atualidade, tanto no aspecto do desenvolvimento pessoal como no campo das grandes organizações, passou a ser moda “resgatar” o valor do simples. De fato, muitos especialistas em marketing e publicidade têm um lema que quase nunca falha: “faça-o simples e algo acontecerá“.
Antonio Machado dizia que “é próprio dos homens de mentalidade pequena investir contra tudo aquilo que não lhes cabe na cabeça”. É sem dúvida um bom exemplo para descrever as personalidades para as quais as coisas sensíveis não têm sentido. Confundem o simples com o “simplista”. A simplicidade não tem nada a ver com ser ingênuo, muito menos com ser inocente.
Na verdade, este conceito contempla um grande poder do qual quase não temos consciência.
O poder do simples, das emoções e da inteligência
Recordemos por instantes um dos anúncios com maior impacto da televisão. Estávamos no ano de 2001 e a BMW quebrou padrões com o slogan “Adoro dirigir“. Nesse anúncio, foram deixadas de lado as características físicas do produto e sua tecnologia para falar exclusivamente das sensações que a direção nos proporciona.
Bastava uma mão. Uma mão que saía pela janela, que voava e fluía enquanto se apelava à universalidade de emoções e sentimentos que todos já experimentamos com este mesmo ato tão habitual durante a infância. Não era preciso ver o automóvel, a marca já estava criada de forma magistral.
É aí que se inscreve a modo de exemplo o poder do simples. Não obstante, este anúncio foi por si só um ato de coragem por parte da agência SCPF e dos seus diretores criativos. A eles, como a qualquer outra pessoa que deseja apelar ao valor do simples, do elemental e ao poder da emoções, só podemos dizer o seguinte: Quem pratica o valor do simples é um “simplista”, alguém que não se esforça em mostrar algo mais profundo, mais sofisticado e elaborado. Se você é simples, todos serão iguais a você, você não poderá se destacar. No caso deste anúncio, o que alguns podem chegar a pensar é que é tão “simples e tem tão pouca coisa que qualquer um poderia fazer igual”.
Na realidade, quando alguém busca a simplicidade, deve estar ao lado dos melhores pensadores do mundo. Porque como disse Winston Churchill, “das complexidades intensas saem as simplicidades mais bonitas“.
A beleza da simplicidade nos atos do dia a dia
Costuma-se dizer que a vida é como uma teia de aranha. Nossas linhas se mesclam em ângulos estranhos, tomamos caminhos errados, nossos esforços não se correspondem ao que foi alcançado e, finalmente, ficamos presos a estas realidades terrivelmente complexas e sombrias.
Por que é tão difícil, então, nos deliciarmos com a simplicidade dos atos do dia a dia? Por que complicar tanto a vida? De certa forma, isso tem muito a ver com o que indicamos agora há pouco; a alma simples e o olhar humilde são dimensões que não se encaixam muito bem em uma sociedade que associa o complexo ao eficaz, e em consequência, à felicidade.
Nos vendem computadores com muitos programas, celulares com aplicativos infinitos, os salões de beleza nos oferecem inúmeros tipos de tratamentos para o cabelo, e todos os dias nos lembram que é bom ter muitos diplomas, muitos títulos, muitos amigos… A complexidade está associada à ideia de felicidade dourada, que na realidade nem sempre é verdade.
Algo que deveríamos levar em conta é que as coisas grandes acontecem quando se faz bem as pequenas, e para isso, nada melhor do que praticar a arte da simplicidade nos nossos atos do dia a dia.
Avançar com calma, sendo conscientes do que nos envolve e fazendo uso do senso comum e da intuição são sem dúvida as melhores estratégias para desfazer todos os nós dos nossos problemas mais complexos. Devemos confiar um pouco mais no nosso instinto e sermos receptivos à voz do coração.
Às vezes deixamos de lado grande parte da nossa “quota de vida” imersa em esforços infrutíferos que nos separam por completo daquilo que realmente desejamos. Por isso, lembre-se de que a complexidade não deve ser admirada, deve ser evitada, pois a arte de saber quais coisas devemos deixar de lado será o único caminho que nos permitirá encontrar aquilo que realmente merecemos.
A saber: amor, liberdade, integridade e realização pessoal.
Num mundo baseado nas aparências e ostentações materialistas, a simplicidade é um ato de resistência. Na contramão do luxo, as coisas simples ainda são capazes de trazer conforto e, melhor, carregadas de afetividade. As novas gerações vêm crescendo em meio a uma superficialidade virtual que a minha geração desconhecia. Nós, a turma dos “enta” (40, 50, 60), ainda temos aqui dentro lembranças ternas de uma vida mais simples e acolhedora.
Quando eu era criança, mesmo os filhos abastados se juntavam a nós ali nas ruas, nas peladas, nas corridas de bicicleta, na confecção de pipas etc. Estudávamos quase todos em escolas públicas, ou no SESI, e, mesmo que não estivéssemos na mesma classe, a gente se conhecia e se juntava no recreio, nas festas juninas, nos campeonatos de futebol, nas fileiras que ficavam lado a lado no pátio, enquanto esperávamos os professores.
Tudo era muito caro, a gente tinha que esperar o aniversário para ganhar algum presente, as roupas passavam de irmão para irmão, bem como brinquedos, bicicletas, livros didáticos, uniformes escolares. E nem ligávamos, a gente até se orgulhava daquele livro que foi do irmão mais velho. A merenda escolar, então, era um evento aguardado com ansiedade. Que delícia o pão com patê de sardinha.
Só tínhamos uma televisão na casa e, por conta isso, as famílias ficavam mais tempo juntas num mesmo cômodo. Chegava uma hora em que nem mais olhávamos para a TV, porque começávamos a contar sobre os momentos de nossa infância, sobre os parentes que se foram. O passado era precioso e valorizado, criávamos lembranças maravilhosas. Eu carrego memórias afetivas até hoje e elas me ajudam demais no meu autorresgate dos cantos escuros que às vezes me alcançam.
E toda essa vida mais simples acabava formando seres humanos mais humildes, que conseguiam se divertir com o que estivesse disponível, sem frescuras ou exigências. É por isso que eu gosto de gente simples, que não se acha, não se gaba, não se sente superior. Que se senta na grama, no boteco, come o que tiver, conversa sobre o que estiver na roda. Pessoas humildes, melhores companhias.
Num mundo baseado nas aparências e ostentações materialistas, a simplicidade é um ato de resistência. Na contramão do luxo, as coisas simples ainda são capazes de trazer conforto e, melhor, carregadas de afetividade. As novas gerações vêm crescendo em meio a uma superficialidade virtual que a minha geração desconhecia. Nós, a turma dos “enta” (40, 50, 60), ainda temos aqui dentro lembranças ternas de uma vida mais simples e acolhedora.
Quando eu era criança, mesmo os filhos abastados se juntavam a nós ali nas ruas, nas peladas, nas corridas de bicicleta, na confecção de pipas etc. Estudávamos quase todos em escolas públicas, ou no SESI, e, mesmo que não estivéssemos na mesma classe, a gente se conhecia e se juntava no recreio, nas festas juninas, nos campeonatos de futebol, nas fileiras que ficavam lado a lado no pátio, enquanto esperávamos os professores.
Vivemos em tempos contraditórios em que coisas extremamente complexas se tornaram simples e coisas simples se tornaram complicadas. Hoje em dia é relativamente fácil conectar diferentes pontos do planeta em questão de segundos, mas receber uma saudação do vizinho pode ser uma façanha.
Em grande medida, o consumismo é o fator que nos leva a colocar artifícios e enfeites em coisas simples, que não deveriam implicar nenhuma complexidade. Assim como a modernidade traz consigo avanços fantásticos que devemos aproveitar ao máximo, também é possível aprender a valorizar aspectos do passado que podem ser úteis na atualidade. Esses são três desses aspectos.
“O homem que começou a viver seriamente por dentro, começa a viver mais simplesmente por fora”.
- Ernest Hemingway -
1. Comer, uma das coisas simples que se tornaram complicadas
Comer não é opcional, já que se não o fizermos, simplesmente morreremos. Até algumas décadas atrás, a comida fazia parte das coisas simples da vida que não envolviam grandes mistérios. As pessoas comiam o que tinham disponível, tentando priorizar o que tivesse mais nutrientes ou fosse mais saboroso.
Hoje, a alimentação é uma das realidades que se tornaram complicadas. Em nossa época, praticamente todos os alimentos causam algum dano e o assunto dieta tornou-se muito complexo para muitos. Leite sem lactose, café descafeinado, sem açúcar, sem sal, sem farinha, sem glúten, sem carne, sem gordura; não comer muito, mas também não muito pouco; não combinar isso com aquilo…
As coisas poderiam ser muito mais simples nesse aspecto. Por um lado, o critério a seguir é que nenhum excesso é bom; isso é bem conhecido desde o tempo dos estoicos e não mudou. Por outro lado, quanto menos alimentos ultraprocessados forem ingeridos, melhor.
Comer não pode ser visto como uma ameaça, mas também não como um ritual sublime. É mais simples do que isso.
2. Vestir-se, um apoio cego ao consumo
O consumismo nos levou a níveis absurdos. Certamente muitos sabem que seus avós e bisavós compravam roupas muito ocasionalmente. Os produtos eram de tão boa qualidade que até mesmo eram herdados do irmão mais velho para o mais novo ou de pai para filho.
O que as pessoas procuravam eram roupas para aquecê-las o suficiente, se estivesse frio, ou para permitir que se refrescassem se estivesse calor. Os critérios para se vestir no dia a dia eram utilidade e conforto. Por isso, as roupas eram duráveis, bem feitas e confeccionadas em materiais adequados.
O vestir sempre teve algo a ver com estética. No entanto, nossos ancestrais só davam relevância a esse aspecto em dias ou momentos especiais. Era comum cada pessoa ter seu traje de domingo, para usar nos dias em que não havia trabalho ou que tivessem alguma celebração especial.
O mundo de hoje tornou esse aspecto muito difícil, especialmente para algumas pessoas que são extremamente permeáveis ou dependentes da opinião dos outros e, portanto, fazem muito para agradar. A moda é uma forma de tornar as roupas obsoletas e garantir um maior consumo. O exemplo perfeito de uma das coisas simples que se tornaram complicadas.
3. A diversão se tornou complexa
É desconcertante que a diversão também se encaixe na lista de coisas simples que se complicaram, mas é a verdade. Centenas de opções divertidas foram criadas, mas o ponto principal é que elas não são realmente divertidas, apenas permitem passar o tempo ou se entreter de vez em quando.
O que existe hoje é uma gigantesca indústria que promove figuras no mundo do entretenimento. Obviamente, há personagens muito talentosos, mas também há muitos cantores que não cantam, atores que não atuam, escritores que não sabem escrever, etc. No fundo, esta esfera é uma continuação do mundo da modelagem.
Celebridades são feitas, muitas vezes à força, e ganham grandes quantias de dinheiro pelas suas apresentações ou visualizações. Muitas pessoas atualmente são espectadoras da diversão, mas não são realmente participantes ativos desta. Esquecemos que uma boa conversa, um jogo simples, uma dança em grupo ou uma boa leitura são coisas muito divertidas.
A palavra “divertir” vem da raiz latina divertere, que significa “virar na direção oposta, recriar”. Não é exatamente isso que acontece em grande parte da diversão de hoje, muito pelo contrário, já que estamos imersos em uma eterna reiteração de tendências.
A comida, as roupas e a diversão poderiam voltar a ser mais simples e acessíveis. Talvez fazer isso seja parte do caminho para recuperar o bem-estar.
Vivemos em tempos contraditórios em que coisas extremamente complexas se tornaram simples e coisas simples se tornaram complicadas. Hoje em dia é relativamente fácil conectar diferentes pontos do planeta em questão de segundos, mas receber uma saudação do vizinho pode ser uma façanha.
Em grande medida, o consumismo é o fator que nos leva a colocar artifícios e enfeites em coisas simples, que não deveriam implicar nenhuma complexidade. Assim como a modernidade traz consigo avanços fantásticos que devemos aproveitar ao máximo, também é possível aprender a valorizar aspectos do passado que podem ser úteis na atualidade. Esses são três desses aspectos.
“O homem que começou a viver seriamente por dentro, começa a viver mais simplesmente por fora”.
- Ernest Hemingway -
1. Comer, uma das coisas simples que se tornaram complicadas
Comer não é opcional, já que se não o fizermos, simplesmente morreremos. Até algumas décadas atrás, a comida fazia parte das coisas simples da vida que não envolviam grandes mistérios. As pessoas comiam o que tinham disponível, tentando priorizar o que tivesse mais nutrientes ou fosse mais saboroso.
É tão gostoso conviver com pessoas sem afetações, gente que não liga para luxos e ostentações. Não, não se trata de romantizar a miséria e a pobreza extrema, que são faces desumanas da desigualdade social que se arrasta no Brasil e no mundo desde sempre, mas sim de entender que a simplicidade é uma das maiores riquezas dessa vida.
Na verdade, simplicidade não tem a ver com riqueza, mas sim com a forma como se vive e se encara a vida, não importando o quanto se possua de grana no banco. Não são os dígitos do salário que comandam a forma como pessoas simples vivem e sim suas certezas, suas convicções, prioridades e o seu olhar sobre o outro. Pessoas sem frescura conseguem entender que não são o centro do universo e se adequam aos ambientes, às pessoas, aos lugares.
Trata-se de indivíduos que se dispõem a trocas e a aprendizados, que nunca se acham os donos da verdade, que sabem ouvir, sentir o mundo, sentir o próximo, para muito além do próprio umbigo. São pessoas que, mesmo cercadas de bens materiais e de luxo, conseguem sair de seus casulos, de seus terrenos, para se entrosarem com outros mundos além dos seus, sem julgamentos, críticas ou olhares de desaprovação.
Quem não é fresco é uma pessoa bem resolvida com seus sentimentos, com suas convicções, com aquilo em que acredita. São pessoas que transpiram verdade e felicidade, porque se permitem mudar, conhecer o novo, o diferente de si, sem estranhamento e preconceito. Como já colocaram a sua identidade em ordem, não tentam desarrumar o emocional dos outros, respeitando a essência de cada um.
Por isso são apaixonantes as pessoas sem frescura, que dividem litrão e torresmo no boteco da esquina, que comem miojo bebendo Tang, que vão a pé, de ônibus, chegam sozinhas e se entrosam rápido. Gente que é feliz apenas por estar ali, viva, curtindo cada momento, onde e com quem estiver. Melhores pessoas.
É tão gostoso conviver com pessoas sem afetações, gente que não liga para luxos e ostentações. Não, não se trata de romantizar a miséria e a pobreza extrema, que são faces desumanas da desigualdade social que se arrasta no Brasil e no mundo desde sempre, mas sim de entender que a simplicidade é uma das maiores riquezas dessa vida.
Na verdade, simplicidade não tem a ver com riqueza, mas sim com a forma como se vive e se encara a vida, não importando o quanto se possua de grana no banco. Não são os dígitos do salário que comandam a forma como pessoas simples vivem e sim suas certezas, suas convicções, prioridades e o seu olhar sobre o outro. Pessoas sem frescura conseguem entender que não são o centro do universo e se adequam aos ambientes, às pessoas, aos lugares.
Trata-se de indivíduos que se dispõem a trocas e a aprendizados, que nunca se acham os donos da verdade, que sabem ouvir, sentir o mundo, sentir o próximo, para muito além do próprio umbigo. São pessoas que, mesmo cercadas de bens materiais e de luxo, conseguem sair de seus casulos, de seus terrenos, para se entrosarem com outros mundos além dos seus, sem julgamentos, críticas ou olhares de desaprovação.
Quem não é fresco é uma pessoa bem resolvida com seus sentimentos, com suas convicções, com aquilo em que acredita. São pessoas que transpiram verdade e felicidade, porque se permitem mudar, conhecer o novo, o diferente de si, sem estranhamento e preconceito. Como já colocaram a sua identidade em ordem, não tentam desarrumar o emocional dos outros, respeitando a essência de cada um.
Por isso são apaixonantes as pessoas sem frescura, que dividem litrão e torresmo no boteco da esquina, que comem miojo bebendo Tang, que vão a pé, de ônibus, chegam sozinhas e se entrosam rápido. Gente que é feliz apenas por estar ali, viva, curtindo cada momento, onde e com quem estiver. Melhores pessoas.
Talvez você esteja sonhando com uma casa maior ou um novo smartphone nesse exato momento. Mas, diferentemente do que pode parecer, essas coisas não vão fazer de você uma pessoa mais feliz… É o que sugerem alguns estudos recentes.
Em primeiro lugar, as pesquisas apontam que gastar dinheiro em experiências, e não em bens materiais, transforma você em uma pessoa mais feliz. Viajar, por exemplo, garante uma dose de felicidade maior do que passar o dia gastando no shopping. Não se sabe exatamente o porquê disso, mas acredita-se que o segredo está no fato de que nos acostumamos rapidamente às coisas que temos, mas as experiências que vivemos ficam na memória para sempre. Afinal, mesmo que você viaje para o mesmo destino diversas vezes, é provável que cada visita seja diferente da outra.
Para confirmar essa teoria, um estudo realizado em Harvard com duração de 75 anos sugere que a coisa que mais nos deixa felizes e saudáveis não pode ser comprada: são as nossas relações interpessoais. É tão simples quanto parece. Pessoas que cultivam relacionamentos saudáveis se tornam mais saudáveis também. E a saúde está intimamente ligada à felicidade. ♥
Tanto é que hoje em dia muitas pessoas estão aderindo a um estilo de vida minimalista, em que busca-se ter apenas o essencial. Com isso, além de diminuir os gastos fixos, vivendo em residências menores e com menos consumo, as pessoas também desfrutam de mais tempo para aproveitar ao lado de amigos e familiares – e podem gastar o restante das economias em experiências que realmente valham a pena.
Talvez você esteja sonhando com uma casa maior ou um novo smartphone nesse exato momento. Mas, diferentemente do que pode parecer, essas coisas não vão fazer de você uma pessoa mais feliz… É o que sugerem alguns estudos recentes.
Em primeiro lugar, as pesquisas apontam que gastar dinheiro em experiências, e não em bens materiais, transforma você em uma pessoa mais feliz. Viajar, por exemplo, garante uma dose de felicidade maior do que passar o dia gastando no shopping. Não se sabe exatamente o porquê disso, mas acredita-se que o segredo está no fato de que nos acostumamos rapidamente às coisas que temos, mas as experiências que vivemos ficam na memória para sempre. Afinal, mesmo que você viaje para o mesmo destino diversas vezes, é provável que cada visita seja diferente da outra.
Para confirmar essa teoria, um estudo realizado em Harvard com duração de 75 anos sugere que a coisa que mais nos deixa felizes e saudáveis não pode ser comprada: são as nossas relações interpessoais. É tão simples quanto parece. Pessoas que cultivam relacionamentos saudáveis se tornam mais saudáveis também. E a saúde está intimamente ligada à felicidade. ♥
Tanto é que hoje em dia muitas pessoas estão aderindo a um estilo de vida minimalista, em que busca-se ter apenas o essencial. Com isso, além de diminuir os gastos fixos, vivendo em residências menores e com menos consumo, as pessoas também desfrutam de mais tempo para aproveitar ao lado de amigos e familiares – e podem gastar o restante das economias em experiências que realmente valham a pena.
A nota é publicada por El Clarín, Chile, 27-04-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.
Aparentemente a Holanda é o país que com mais força está tomando o desafio de reestruturar sua economia a partir do que nos vivemos no presente. Nesse contexto, 170 acadêmicos holandeses escreveram um manifesto em cinco pontos para a mudança econômica pós-crise da covid-19, baseado nos princípios do decrescimento:
1. Passar de uma economia focada no crescimento do PIB, a diferenciar entre setores que podem crescer e requerem investimentos (setores públicos críticos, energias limpas, educação, saúde) e setores que devem decrescer radicalmente (petróleo, gás, mineração, publicidade, etc.).
2. Construir uma estrutura econômica baseada na redistribuição. Que estabelece uma renda básica universal, um sistema universal de serviços públicos, um forte imposto sobre a renda, ao lucro e à riqueza, horários de trabalho reduzidos e trabalhos compartilhados, e que reconhece os trabalhos de cuidado.
3. Transformar a agricultura para uma regenerativa. Baseada na conservação da biodiversidade, sustentável e baseada em produção local e vegetariana, ademais de condições de emprego e salário justas.
4. Reduzir o consumo e as viagens. Com uma drástica mudança de viagens luxuosas e de consumo desenfreado, a um consumo e viagens básicas, necessárias, sustentáveis e satisfatórios.
5.Cancelamento da dívida. Especialmente de trabalhadores e donos de pequenos negócios, assim como de países do Sul Global (tanto a dívida a países como a instituições financeiras internacionais).
Felicidade se resume no ser feliz e não no ter tudo. Ter tudo não significa nada, se não tivermos o essencial que nos faz bem. Encontrar a felicidade não é uma tarefa fácil, é um desafio e, como qualquer desafio, é suscetível de ser superado. Demanda tempo e sabedoria de vida.
A felicidade está no saber apreciar as pequenas coisas, que se tornam grandiosas. A felicidade está na simplicidade do dia a dia. Quando amadurecemos e percebemos o verdadeiro significado da felicidade, tudo se modifica e passamos a ter uma vida plena.
A transformação começa de dentro para fora, no cultivo do amor-próprio, a partir daí tudo muda, e para melhor. Tudo de bom e do melhor acontece quando nos abrimos para uma nova visão do mundo, e isso só se dá quando estamos preparados para receber o melhor que a vida nos tem a oferecer. Será na hora certa e quando menos se espera.
Somos capazes de ter tudo com que sonhamos, bastando apenas acreditar e correr atrás para a sua realização. Sonhar é o primeiro passo para a felicidade. Nossa intuição, que nunca falha, sabe de tudo que precisamos para sermos verdadeiramente felizes e dará um jeito de nos mostrar a direção para irmos ao encontro do nosso desejo. Fará com que sonhemos – e muito –, pois sabe, desde o início, que seremos capazes de concretizar cada sonho.
A vida é uma caixinha de surpresas e, num piscar de olhos, num toque de mágica e magia, a felicidade por si só acontecerá, de maneira inesperada, inexplicável e superará – e muito – toda e qualquer expectativa.
Aquele viver de fotos exuberantes e de forma artificial fica para trás, uma nova realidade se apresenta bem diferente das mais belas fantasias que se possa imaginar. O paraíso em vida chega sem explicação e espontaneamente. A leveza no ar envolve você de tal forma, que o sentir livre, leve e solta vai logo se apresentando. A vida recebe um novo colorido depois do encontro do amor-próprio perdido. E tudo vem como o acréscimo que sacia o querer, que supre toda e qualquer falta.
Do nada e de repente, lá está você sentada numa pracinha com a melhor companhia do mundo, comendo pipocas, enquanto trocam ideias que só a maturidade, a vivência e a experiência são capazes de proporcionar.
O tom sereno da voz, fruto da estabilidade em todos os sentidos, funciona como melodia para os ouvidos e o que se ouve faz você refletir e sorrir. Tudo se torna tão agradável que logo se suspira de alívio e plenitude ao saber do que realmente precisamos.
O olhar se perde em meio à grandiosidade de um espetáculo inédito, da bela pracinha bem cuidada, de muita gente, e gente bonita, de todas as idades e de todos os tipos, reunida aleatoriamente, sem nenhum propósito a não ser o esperar do cair da noite e assistir ao acender das luzes da linda cidade grande.
O passeio com os cães, que mais parece um desfile das mais belas raças, o apreciar do sol se escondendo gradativamente e sem pressa entre as montanhas. Não há preço para a sensação de deslumbre com tamanha beleza planejada com carinho pela mãe natureza.
A pipoca recebe ainda mais sabor, o ar fica mais leve do que nunca, não ficando nem um pouco para trás da brisa do mar. O encanto toma conta do ser e o ter vai logo ficando para trás.
O grande fim do acender da primeira, segunda, terceira [luzes], e assim sucessivamente, até estarem totalmente tomadas de um brilho radiante. O passear de carro, ouvindo-se uma boa música, torna-se mágico e o olhar se perde diante de tamanha beleza dos arranha-céus. A noite vai se despedindo com chave de ouro, com o sentir de todos os sentidos de forma aguçada.
Da realidade dos olhos nos olhos, do sentir da suavidade da pele com pele, numa química mais que perfeita, o cheiro próprio e bom que não dá vontade de parar de respirar nem um minuto sequer. O sabor do beijo com gosto de quero mais. O encaixar dos corpos, como a tampa ideal para a panela. O encontrar das almas, onde a metade da laranja se encontra com a outra metade. Tudo se completa, numa harmonia sem igual.
E assim a entrega do querer sempre mais do que realmente nos faz bem e felizes. O encontro da parte que falta, no tempo certo, num eterno enamorar, só nos restando agradecer e brindar pela vida maravilhosa que temos.
Dia desses estava pensando sobre os gestos simples e a maneira de ser de cada um. Cheguei a uma conclusão: Geralmente as pessoas mais talentosas, em sua maioria, são as mais modestas, autênticas e sem pose. O que constatei? Que a simplicidade é nobreza de caráter. Portanto, atreva-se a ser SIMPLES! Ame as pessoas que tem o poder de tirar sorrisos apenas com sua simplicidade. Essas já conhecem o caminho da felicidade!
Não tem jeito, sempre será a simplicidade que me encantará... Gosto da simplicidade do “bom dia” pela manhã, do sorriso sincero ao encontrar-se com a pessoa amada, do barulho da chuva, de um dia na praia, do nascer do sol e do pôr do sol também... Gosto de olhar as estrelas, de abraço apertado, de surpresa sem data, de andar descalça por todos os lugares ...
De conversa fiada, de barulho de criança, de bicho e de planta. Gosto do silêncio de um olhar, do toque das mãos, de ouvir e cantar músicas freneticamente... Ahh ouvir música é uma bênção que você não tem ideia de como é bom! É o alívio da alma!
Gosto de observar pinturas e todo tipo de arte, seja ela qual for, acho incrível como o homem tem o dom de criar e recriar coisas que normalmente passam desapercebidas. Eu gosto da calmaria, da rede balançando, da brisa do vento, dos segredos de amigos do coração, do almoço em família, da casa cheia, de comer e falar bobagem, de viajar, de ouvir histórias, de dar risada até doer a barriga. Gosto de amar e me sentir amada. Eu gosto é da simplicidade!
Então, como podemos ser mais simples? Ora, simplificando... rsrs 😅 Eu explico: simplificar significa evitar a complexidade e criar uma vida sem mistérios. Há uma diferença fundamental entre ser simples e ser simplório. Os simples resolvem a complexidade, os simplórios a evitam. Eu conheço pessoas sofisticadas, intelectualizadas, que levam uma vida plena, realizam trabalhos difíceis, apreciam leituras profundas e têm hábitos peculiares. E continuam sendo pessoas descomplicadas. É só seguir as palavrinhas mágicas:
Temos que aprender que a vida é para ser simples e boa. Sem tanto rancor, sem tanta revolta, sem tanta disputa. Há muito para conhecer, há tanto para aprender, há inúmeras formas de trocar um pensamento ruim por um bom. Só porque uma coisa não aconteceu da forma que você queria não quer dizer que ela não seja positiva e traga bons ensinamentos. Espere, respire, inspire, transpire, faça uma imersão nessa loucura, nesse desgaste, nessa dor, nessa onda forte. Depois você vai olhar para trás e perceber que sobreviveu, saiu mais forte, é valente, corajoso, tem fibra, garra e é capaz de superar qualquer dificuldade.
As pessoas essencialmente simples tem alguns traços em comum... Veja se você se reconhece em alguns deles:
As pessoas simples geralmente:
1. São desapegadas: não acumulam coisas, fazem uso racional de suas posses, doam o que não vão usar mais.
2. São assertivas: vão direto ao ponto com naturalidade, mesmo que seja para dizer não, sem medo de decepcionar, não “enrolam” nem sofisticam o vocabulário desnecessariamente.
3. Enxergam beleza em tudo: em uma flor no campo e em um quadro de Renoir; em uma modinha de viola e em uma sinfonia de Mahler; em um pastel de feira e na alta gastronomia.
4. Têm bom humor: são capazes de rir de si mesmas e, mesmo diante das dificuldades, fazem comentários engraçados, reduzindo os problemas à dimensão do trivial.
5. São honestas: consideram a verdade acima de tudo, pois ela é sempre simples e, ainda que possa ser dura, é a maneira mais segura de se relacionar com o mundo.
Ser simples, definitivamente, não é abrir mão de nada. É possível apreciar o conforto, a sofisticação intelectual, as artes, o prazer da culinária, a aventura das viagens e continuar sendo simples. Simplicidade é simplesmente Ser! A simplicidade captamos apenas em um olhar...
Por isso que sempre digo que na simplicidade dos gestos , está a grandeza do amor porque os melhores momentos são os mais simples e inesperados!
E concluo com o pensamento célebre de Carlos Drummond de Andrade:
Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos.
Gosto de gente simples. Gente pé no chão. Gente que aprendeu que luxo não se trata de afetação, ostentação ou presunção. Gente que sabe que elegância não é esnobismo ou arrogância. Elegância é, antes de tudo, saber se comportar com uma simplicidade sofisticada e uma sabedoria discreta perante a vida.
Coco Chanel dizia: “Não é a aparência, é a essência. Não é o dinheiro, é a educação. Não é a roupa, é a classe”. Eu, igualmente, acredito que ser elegante vai muito além de conhecer e assimilar regras cerimoniais ou juntar dinheiro para comprar uma joia cara. Ser elegante é adquirir um conjunto de bons hábitos que revelam uma civilidade harmoniosa por dentro e por fora. É aprender agir com cortesia, empatia, gentileza, cuidado, educação e discrição. É descobrir o quanto é vulgar lavar roupa suja em praça pública; cuspir no prato em que comeu; participar de fofocas e boca a boca; fazer discursos inflamados sobre política e religião; assediar sem consentimento; criticar mais que elogiar; fazer diferença entre as pessoas; exagerar na roupa transparente, no tom de voz, na vontade de aparecer e na obscenidade.
Engana-se quem pensa que o contrário de luxo é a escassez de bens e recursos. Luxo é se despir de excessos. É descobrir que você não precisa exagerar na maquiagem, no brilho da roupa, no tom de voz, na quantidade de perfume, no filtro da selfie, na indiscrição. Luxo é conhecer seu lugar, não invadir a privacidade alheia, respeitar os limites (seus e dos outros), ser polido e refinado. Luxo é saber ser sofisticado na simplicidade, não desperdiçar, não esbanjar, não ostentar. Luxo é prestar atenção às próprias maneiras, e, na dúvida, agir com mais sobriedade que vulgaridade.
Pessoas elegantes não precisam impressionar ninguém, e por isso agradam a si mesmas em primeiro lugar. Não necessitam ostentar o último modelo de celular, não se incomodam em repetir vestidos, não competem pelo número de curtidas na última foto da viagem. Pessoas elegantes investem mais no brilho do olhar que na plástica das pálpebras, mais na naturalidade do sorriso que no preenchimento dos lábios, mais no caimento da vestimenta que na etiqueta famosa bordada na lapela.
A monarquia britânica, com suas Kates, Meghans e Rainha Elizabeth são referência de elegância e sofisticação para o mundo todo, não somente pela fortuna, mas, acima de tudo, pela classe, discrição, educação e ausência de excessos. A maquiagem sóbria de Meghan Markle e o hábito de Kate Middleton de repetir suas vestimentas vieram reforçar a ideia do quanto é bonito, fino, clássico, elegante e muito sofisticado adotar um estilo sóbrio, desprovido de exageros e despropósitos. É como diz o velho ditado: “menos é mais”.
A elegância está no comportamento, e não na posse disso ou daquilo. Já vi muita gente desprovida de recursos ter gestos nobres, e muita gente endinheirada ser extremamente desagradável e mesquinha. Isso me dá a certeza que não se mede grandeza por riqueza nem elegância por aparência.
Finalmente uma historinha: Quando eu tinha dezenove anos, fui conhecer a família do meu namorado na época. No dia de ir embora, ao acordar e ainda sonolenta, ouvi a mãe dele falando com a filha (que morava fora) ao telefone. Ela me descrevia exatamente assim: “ela é muito simples…” e me recordo que naquele dia, no auge da minha imaturidade, fiquei meio perdida, sem entender se aquilo era uma crítica ou elogio. Hoje, mais de vinte anos depois, me sinto privilegiada de ter passado essa impressão, e contente com a percepção dela. Porque sei que o meu valor não estava na minha fachada, e sim dentro de mim. Hoje continuamos próximas, amigas, e nos admiramos mutualmente. Nunca lhe contei esse episódio, e talvez fosse deselegante comentar que meus ouvidos captaram mais do que o necessário naquela manhã. Porém, mais tarde, esse incidente me trouxe lucidez. A compreensão de que, se houver educação e essência, a elegância chegará com a maturidade e o bom gosto. Pois como dizem por aí: “O mais importante não é ter, e sim ser…”
Tudo anda tão distorcido, que é fácil focarmos nas coisas erradas.
É normal não nos darmos conta do quanto somos abençoados, de todos os motivos que temos para agradecer.
É natural ficarmos estressados e nem sabermos o por quê.
É banal nos incomodarmos muito com circunstâncias de pouca significância, deixando com que isso fique reverberando em nosso interior, amargando o nosso humor e estragando os nossos dias.
É comum olharmos apenas para o que gostaríamos de ter e não temos, sem perceber que o que já temos é infinitamente maior e mais valioso.
Estamos, definitivamente, com o foco desajustado.
Precisamos nos sacudir e cair na real.
Necessitamos tirar da nossa vista os filtros que estão distorcendo a nossa percepção.
Chega de ilusões, chega de induções, chega de excessos.
O movimento a ser feito é o da volta à SIMPLICIDADE.
Tal como quando éramos crianças, quando complicávamos tão menos com tudo.
E nos sentíamos tão mais felizes.
Precisamos, de uma vez por todas, parar de olhar para fora e passar a olhar para dentro.
Sentirmos, de fato, como precisamos de tão pouco para estarmos bem, para sermos felizes.
Ficar condicionando o nosso bem estar a circunstâncias externas é loucura total.
É essencial não nos esquecermos que TUDO ESTÁ SEMPRE BEM, do jeito que está.
Ainda que muitas coisas possam melhorar, ainda que tenhamos muitos sonhos para realizar, ainda que pretendamos, de fato, evoluir, tudo está certo, desde agora.