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2 de Novembro, Dia de Finados, mas prefiro chamar de Dia da Saudade

 








Hoje é dia de finados. Ou melhor, hoje é dia da saudade. Da saudade e da gratidão…

♬ som original - Gabriel Chalita

 



Saudades . . .



Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,
lembrando do passado e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria e nem apareceu;
de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,de coisas hilariantes, de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês...
mas que minha saudade, por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor... declarar sentimentos fortes... seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you" ou seja lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes em que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis!
De que amamos muito o que tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência...


Nota: Embora a autoria seja normalmente atribuída a Clarice Lispector, na verdade o texto se trata de um híbrido, que combina elementos e excertos de Antônio Carlos Affonso dos Santos com outros, escritos por um autor desconhecido.




Saudade . . . Palavra dolorida e cheia de sentimentos . . .


 




Síndrome das cadeiras vazias : ausências que pesam nas festas




As pessoas que não estão mais aqui deixam vazios duradouros. Porém, quando chegam a época das festas, há cadeiras que ficam vazias e esses espaços doem muito mais. Como você lida com essas perdas nesses momentos de reunião e celebração?

Os vazios de quem não está mais ali têm uma propriedade: eles se materializam das formas mais inusitadas e dolorosas possíveis. A pessoa que nos deixou ainda está impressa nas fotografias que guardamos dela. Seus pertences e seus quartos solitários nos falam de um passado em que suas vozes, projetos e costumes se materializavam diariamente.

Os que já faleceram ocupam nossos corações, mas não nossos espaços físicos. E isso é evidente quando as festividades como os aniversários e, claro, o Natal chegam. Nessas horas em que nos vestimos para festejar, nos reunimos e oferecemos presentes, as ausências doem mais do que nunca. Tanto que não sabemos o que fazer com elas.

Não é raro muitos dizerem que talvez seja melhor não comemorar nada e ignorar o brilho, as luzes coloridas, as árvores de natal e as mesas recheadas com pratos deliciosos e iguarias. É como se ousar rir e gozar fosse pouco mais que um ataque, uma falta de respeito com quem não habita mais este mundo. No entanto, isso é o mais adequado a se fazer?

É muito difícil rir e desfrutar da companhia dos outros quando a perda de um ente querido ainda nos dói excessivamente.

O Natal é uma das épocas em que mais nos lembramos daqueles
 que já não estão

O que é a síndrome das cadeiras vazias?

Você perdeu um ente querido ao longo deste ano? Então, talvez a proximidade das festas de Natal seja motivo de tristeza para você, podendo até dificultar o seu processo de luto. Você vê como as cidades se enchem de luzes, como seu ambiente está animado para fazer planos, procurar presentes e se deixar levar por esse turbilhão tão típico dessas festas.

Quem passou por uma perda costuma sofrer do que é conhecido como síndrome das cadeiras vazias quando chega esse tipo de comemoração. Consiste em uma intensificação das emoções e um sentimento mais profundo dessa ausência. Muitos experimentam um revés em sua tentativa de aceitar a nova realidade, bem como uma nova enxurrada de memórias associadas à morte de um ente querido.

Por outro lado, muitas vezes surgem pensamentos doentios, que tornam a ferida maior. Ideias como “Queria fechar os olhos e, quando abrir, nada disso teria acontecido”, “Não sei o que vou fazer sem essa pessoa” ou “Minha vida depois disso não será mais para comemorações” criam nuvens mentais de grande sofrimento. Quase sem perceber, encistamos o próprio processo de luto.

A dor de uma perda é como as ondas de um oceano. Às vezes essas ondas de dor são suaves e suportáveis e outras vezes nos atingem até nos deixar à deriva, sem saber como reagir. Todos nós somos obrigados a aprender a navegar no processo de luto.

Como enfrentar as festividades sem um ente querido?

A particularidade das festividades, como o Natal, é que, em geral, costuma reunir pessoas que sofreram a mesma perda. As crianças podem ter perdido a mãe ou o pai. É possível que um dos avós ou mesmo um irmão tenha partido. São eventos em que as ausências são vividas coletivamente e isso as torna mais desafiadoras.

As cadeiras vazias dos que não estão são imagens metafóricas dessas ausências. Algo para o qual ninguém está preparado, mas que mais cedo ou mais tarde devemos assumir. Mortes e lutos são aprendizados forçados que a vida nos traz. Enfrentá-los em momentos de festa é mais uma oportunidade de seguir em frente, de aceitar a situação. Vamos ver como.

1. A não comemoração aumenta a dor: digamos sim ao reencontro familiar

Seria mais fácil recorrer à evasão, a não comemorar a véspera de Natal, o Natal e o Ano Novo. Porém, ao evitar esses momentos, o que fazemos é intensificar a dor. É aconselhável manter a normalidade e favorecer esses momentos de união com outros entes queridos.

2. Organizar uma pequena reunião para decidir o que fazer e como

Quando uma família está de luto, as tarefas podem se acumular e nos sobrecarregar. Não deixemos nada ao acaso ou para o último momento, caso contrário, o estresse surgirá e as emoções se intensificarão. O mais adequado nesses casos é determinar o que faremos, quem está a cargo de cada tarefa, o que é necessário e como cada tarefa e processo será realizado.

3. Optar pela simplicidade

A síndrome das cadeiras vazias tem a particularidade de afastar nossos sentimentos. As festas não são momentos fáceis e as energias estão baixas. Optemos por celebrações muito simples e elementares, aquelas que favorecem exclusivamente a ligação com os nossos familiares.

Não é necessário sair para jantar ou ter uma casa onde a decoração de Natal inclua até vestir a nossa mascote. Vamos evitar a artificialidade e focar em estar juntos.

Durante as comemorações convém “reinterpretar” o espaço de quem já não está. Podemos mudar de lugar aquela cadeira em que a pessoa se sentava e deixar que outros a ocupem ou podemos deixá-la positivamente lembrando de quem partiu.

4. Não vamos minimizar as emoções, expressá-las é permitido

Uma pesquisa da Universidade de Granada, por exemplo, destaca como o viés de processamento emocional do luto se instala em nós. É comum evitar, reprimir ou esconder o que sentimos, achando que é o mais adequado, o mais lícito para os outros. Vamos deixar claro que essa é uma ideia completamente errada.

Durante as festas de Natal é permitido falar, emocionar-se e até chorar se for preciso. Da mesma forma, é bom entender que cada membro da família expressa sua dor de uma determinada maneira. Nesses casos, é preciso dar atenção às crianças, deixando que se expressem, lembrem da pessoa ausente como quiserem, por exemplo, com desenhos.

5. Lembretes positivos daqueles que não estão mais lá

A síndrome das cadeiras vazias é mais um processo de luto em si. Em algum momento, chegará um aniversário, um Natal ou qualquer evento que nos fará lembrar quem não está mais lá. Mais de um arrependimento, mais de uma raiva e uma lembrança dolorosa virão à mente. No entanto, nesta jornada para a aceitação, devemos lidar com esses momentos.

Dessa forma, uma maneira de fazer isso é relembrando aqueles momentos positivos, mágicos e maravilhosos que vivemos junto com aquele ser. Fazer isso coletivamente e em família pode ser curador. É uma forma de celebrar a vida, de iluminar a ferida para que seja honrada a marca de quem nos deixou.

Relembrar quem já não está, entre todos os momentos positivos que evoca, será catártico e saudável para nós.

A importância do apoio emocional e social

Ninguém disse que sentir o luto seria fácil. Também não é um processo rápido que atende a padrões fixos. Cada um precisa do seu tempo e cada um sentirá alívio ao abraçar alguns atos e não outros. Assim, algo que devemos entender é que as perdas sempre vão doer, mas virão como as ondas do mar. Algumas serão suaves e suportáveis e outras nos desestabilizarão um pouco mais.

É comum sentir maior tristeza e nostalgia durante as festividades. É normal e compreensível. Vamos nos apoiar uns aos outros e guardar a memória de quem não está mais em nossos corações. É lá onde a pessoa ausente viverá para sempre e, no final, poderemos conviver com essa ausência.










THE MELISIZWE BROTHERS CANTAM HINO DA PAZ COM O CANTOR DANIEL



Os irmãos multi-instrumentistas, Zacary James (13), Seth James (14) e Marc Aaron (17), fazem parte da banda The Melisizwe Brothers, eles são Alberta, no Canadá, mas de uns anos para cá, eles vêm ganhando o mundo, não só pela tamanha semelhança com os Jackson Five, pois o tom da voz de Zac sem duvida lembra muito a do Michael Jackson, quando criança, mas também pelo carisma e emoção que os meninos passam nas canções.

Ambos os três garotos, cantam desde muito pequeno, vamos dizer que eles foram abençoados musicalmente por esse dom, por isso eles querem repassar todo o amor pela música para seus fãs, pois para The Melisizwe Brothers esse é um o maior presente que eles podem dar, assim os encorajam à todos a encontrar o que lhe é dotado e também a trabalhar continuamente, fazendo assim um aperfeiçoamento melhor ao mundo.

Os meninos estão viajando pelo mundo desde 2015 propagando o amor, emoção e sua música. Eles já apareceram em diversos programas de televisões com Ellen Degeneres , Little Big tiros, Americas Got Talent , O show Steve , Motown Magic Time Square New Years Eve. Além disso, em 2020, os irmãos foram premiados como vencedores do concurso da Nickelodeon, a família America’s Most Musical, assinando um contrato de gravação com a Republic Records e um prêmio em dinheiro de US $ 250.000 em parceria com Capri Sun 100% Juice.

Foi nestas viagens pelo mundo, que os irmãos conheceram o cantor Daniel, durante o Florida Cup, em janeiro de 2018 e depois eles nunca mais perderam o contato.

No ano passado em 2019, o músico que já havia regravado uma versão em português do sucesso do Michael Jackson “Heal the World”, que a tradução ficou “A Paz”, convidou os meninos para participar de sua apresentação nas comemorações do Festival da Padroeira em Aparecida.

Daniel e os irmãos canadenses emocionaram o público em um show emocionante e bastante especial, em que eles juntaram a versão original de Michael com a versão em português, sendo uma experiência incrível. Sendo que essa foi a primeira vez dos garotos no Brasil, mas eles ficaram empolgados para voltar mais ao país.

Contatos The Melisizwe Brothers:





Hoje é dia de saudade e reflexão

 

 


A dor da saudade : ausências que nunca deixam de doer



Sentir saudade envolve mais do que apenas sentir nostalgia. Às vezes, o peso de certas ausências cria uma ferida persistente e nos faz sentir um vazio que não sabemos preencher e que limita nossa capacidade de ser feliz.

A saudade é como um erro de ortografia no coração que raramente podemos corrigir. Isso porque há ausências que doem mais do que outras. Essas ausências pesam na memória a ponto de criar um vazio por onde a qualidade de vida escapa. A falta de alguém vai além da nostalgia e, em muitos casos, não é fácil aliviar a ferida da ausência e a dor da saudade.

É curioso como às vezes as pessoas se descrevem não de acordo com o fazem ou com sua personalidade, mas dizendo coisas como “Sou uma pessoa que perdeu a mãe aos doze anos” ou então “Não sou nada desde que meu companheiro me deixou há oito meses”.

Em certo sentido, as ausências nos definem. O que nos falta deixa uma marca profunda que define a nossa maneira de ser. Portanto, não é fácil viver quando em nossa mente existe apenas o sentimento persistente e a dor da saudade.

Este bloqueio constante nos impede de ver além da perda e elimina a oportunidade de nos percebermos de outra forma: como uma pessoa capaz de criar realidades mais felizes e satisfatórias.

“A pior forma de sentir a falta de alguém é estar sentado ao seu lado e saber que nunca poderá tê-lo.”

 

Por que a dor da saudade é tão forte?

Sentir saudade é uma característica essencial do ser humano. Inclusive, se há algo que nosso cérebro faz em excesso, é olhar no “espelho retrovisor” da mente para alimentar a nostalgia.

Tanto é assim que estudos como o realizado na Universidade Duke, nos Estados Unidos, pelo Dr. Laurence Jones indicam que o cérebro é mais nostálgico do que pró-ativo. Em outras palavras, parece que passamos mais tempo evocando memórias do que focando no presente.

Este fato, que é algo normal por si só, às vezes pode se tornar prejudicial. Estamos falando de quando sentir saudade de alguém se torna constante e obsessivo a ponto de não conseguirmos nos concentrar em outra coisa a não ser naquela ausência. Sentir saudade às vezes pode ser um ato doloroso que nos coloca em estados de alta vulnerabilidade psicológica.

Além disso, especialistas no assunto, como o Dr. Donald Catherall, da Northwestern University, em Chicago, destacam que duas circunstâncias tendem a ser mais traumáticas quando se trata de perdas. Elas são as seguintes:

Perdas na infância, ausências eternas

Perder um dos pais durante a infância cria uma das feridas mais profundas que um ser humano pode sentir. De fato, a morte deixa uma marca traumática que é muito difícil de controlar.

O abandono também tem o mesmo efeito. Ambas as circunstâncias colocam a criança em um estado de grande vulnerabilidade emocional do qual não é fácil se recuperar. Por esse motivo, é muito comum chegar à idade adulta sentindo o peso desta ausência.

O vazio deixado por um pai ou uma mãe não apenas cria uma ferida, mas também define uma impressão quase constante onde a pessoa tem a eterna sensação de que algo está faltando. Essa experiência muitas vezes leva a tentativas de preencher esse vazio através de relacionamentos marcados pela dependência, transtornos alimentares ou uso de substâncias.

Saudade de um parceiro

A saudade de um amor perdido é, sem dúvida, uma das realidades mais comuns. É um tipo de dor com muitas nuances, e todas elas têm algo em comum: o sofrimento. Desejamos a felicidade do passado, sentimos saudades do amante, do amigo, de quem foi nosso confidente e da pessoa a quem dedicamos nossa vida.

O término de um relacionamento significa deixar para trás o que durante muito tempo fez parte de nossas vidas. De um dia para o outro, somos obrigados a abrir mão de tudo isso para nos reinventarmos. E algo assim não é fácil quando a saudade e a nostalgia pesam muito.

Além disso, algo que geralmente fazemos nestes casos é idealizar. Idealizamos aquelas pessoas que não estão mais conosco, alimentando assim uma falsa imagem que nos impede de desapegar das memórias que nos aprisionam no passado.

O que podemos fazer para aliviar a dor da saudade em nossas vidas?

Alfred de Musset, um dramaturgo francês do século XIX, costumava dizer que tanto as ausências como o tempo deixam de ter importância quando se ama de novo. Isso não quer dizer que a única forma de deixar de sentir saudade seja buscar novos amores. Na verdade, existe algo mais simples: buscar novas paixões e novos significados para a nossa realidade.

Em primeiro lugar, devemos ter em mente que nunca deixaremos de sentir saudade de quem amávamos, seja um parente, um amigo ou um amor deixado para trás. Nenhuma dessas figuras desaparecerá da nossa memória. Sua lembrança sempre estará presente, mas vai parar de doer.

Às vezes, por trás da saudade persistente está o desejo ou a necessidade de recuperar o que antes nos oferecia felicidade e segurança. No entanto, devemos aceitar que o que se foi não pode retornar.

Não é saudável viver tomado pela saudade. A felicidade se alimenta de realidades imediatas, por isso, devemos promovê-la criando novas experiências e focando no presente.

A saudade não é algo negativo. Por outro lado, querer recuperar o que tínhamos é. Devemos ser capazes de encontrar um novo sentido para nossa realidade, buscando novas motivações e novos objetivos que nos permitam tirar o foco do passado para abraçar o presente.


Postado em A Mente é Maravilhosa






A dor da saudade : ausências que nunca deixam de doer



Sentir saudade envolve mais do que apenas sentir nostalgia. Às vezes, o peso de certas ausências cria uma ferida persistente e nos faz sentir um vazio que não sabemos preencher e que limita nossa capacidade de ser feliz.

A saudade é como um erro de ortografia no coração que raramente podemos corrigir. Isso porque há ausências que doem mais do que outras. Essas ausências pesam na memória a ponto de criar um vazio por onde a qualidade de vida escapa. A falta de alguém vai além da nostalgia e, em muitos casos, não é fácil aliviar a ferida da ausência e a dor da saudade.

É curioso como às vezes as pessoas se descrevem não de acordo com o fazem ou com sua personalidade, mas dizendo coisas como “Sou uma pessoa que perdeu a mãe aos doze anos” ou então “Não sou nada desde que meu companheiro me deixou há oito meses”.

Em certo sentido, as ausências nos definem. O que nos falta deixa uma marca profunda que define a nossa maneira de ser. Portanto, não é fácil viver quando em nossa mente existe apenas o sentimento persistente e a dor da saudade.

“ A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar ”




“A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar”, disse Rubem Alves, sobre o endereço de onde nossa alma ficou e de onde ela não quer sair.

 

Alessandra Piassarollo

“A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar”, disse Rubem Alves, sobre o endereço de onde nossa alma ficou e de onde ela não quer sair. É que a alma gosta mesmo é de aconchego, de coisas gostosas, de sensação boa. Ela tem o velho hábito de voltar aonde foi feliz, mesmo que isso tenha sido décadas atrás. A casa da alma é na saudade, onde o “para sempre” sempre encontra seu lugar.

A saudade às vezes é uma avó carinhosa: braços abertos, colo perfumado e macio. E lá a gente pode repousar, com pouca pressa e sorriso bonito, revivendo um pedacinho de história bom demais pra ser esquecido e deixado pra lá.

Saudade parece uma lamparina, que a gente acendeu para procurar uma felicidadezinha que ficou lá no canto, escondidinha, e que agora quer ver de novo, dar mais um abraço e sentir o conforto bom que só aquela memória sabe trazer.

A verdade é que tem coisa feita pra fazer falta. O olhar iluminado da pessoa amada, a primeira amizade de verdade, uma voz no pé do ouvido, algumas pessoas. Aliás, pessoas são nossos maiores motivos. Tem gente que dá uma saudade danada!

Outras vezes, a saudade parece uma dor bem fininha, que dói sem hora marcada e que às vezes dói até sem causa sensata. E ninguém sabe quando vai doer, mas que vai, vai sim. E quando doer, talvez você precise de algumas lágrimas, talvez de um cobertor e uma caneca de chá quentinho. Mas é coisa que logo passa, é coisa de saudade mesmo.

Ou não, talvez nem passe. Talvez ela seja eterna, amarrada no peito e bem presa, pra não correr o risco de ser esquecida. Às vezes ela é permanente, fazer o quê? Acontece também!

Algumas coisas constituem saudade imediata, coisa que o coração mal experimentou e já quer viver de volta. Que remédio poderia haver para essa saudade, não é?

Algumas coisas irão nos fazer falta a vida inteira: saudade das doces vantagens da infância, de quando as nuvens ainda pareciam algodão; saudade do tempo em que a gente ainda não tinha dado adeus pra nada, nem pra ninguém. Que tempo bom foi aquele!

É nesses dias de saudade apertada, que a alma faz suas malas e vai pra casa. Pra casa da saudade, sabe? Porque é lá que a alma encontra sua verdadeira morada.

Ah, Rubem Alves também disse que “aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas porque a gente não esquece. O que a memória ama fica eterno.” Parece mesmo que ele tinha razão. Que agenda, que nada! Tem coisa que fica marcada. Acho que é daí que vem a saudade, afinal.






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