Um dos discursos mais emocionantes do ano foi feito pela deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) durante sessão da Comissão de Previdência, Assistência Social, Adolescência e Família da Câmara que discutia o projeto que tenta criminalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A fala foi aplaudida de pé pela base do governo enquanto a oposição teve aceitar o brilhantismo do discurso.
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Discurso, emocionante e aplaudido de pé, feito pela Deputada Federal Erika Hilton contra os preconceitos às pessoas LGBTQIAPN+
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Lutar contra os preconceitos é sempre uma boa luta !
Pessoas que amam são seres humanos bem resolvidos e felizes. Quem é contra o amor é mal amado, intolerante e preconceituoso, precisando de reforma íntima espiritual.
( Rosa Maria - editora do blog )
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Carmo Dalla Vecchia expõe homofobia contra filho de 3 anos e dá lição contra o preconceito
Carmo Dalla Vecchia e seu filho Pedro (Foto: Reprodução/Instagram)
Ator de Cara e Coragem, novela das sete da Globo, é pai de Pedro e casado com o dramaturgo João Emanuel Carneiro
Metrópoles - Carmo Dalla Vecchia expôs um ataque homofóbico contra seu filho, Pedro, de três anos. O ator, casado com o novelista João Emanuel Carneiro, publicou a mensagem de ódio em seu Instagram e também sua resposta, uma verdadeira lição de combate ao preconceito.
“Teus filhos vão ser gays iguais a você, ‘tu’ vai ensiná-los a ser assim. É por isso que o mundo está repleto de ‘vocês’, porque vocês influenciam os garotos a serem assim. Seus vermes!”, discriminou o homofóbico.
O ator, no ar na reprise de A Favorita e na inédita Cara e Coragem, novela das sete da Globo, rebateu com maestria o ataque preconceituoso:
“Será que os seus serão iguais a você? Se saírem, eu os abraço também. Eu entendo, faltou amor, carinho, afeto, deve ter sido difícil. E, pela sua fala, continua sendo. Não te responderei mais porque talvez só alimente mais sua ira, mas desejo profundamente que evolua”, escreveu.“Se meu filho for gay, acho que vou amar mais ainda. Se isso for possível. Acho que não. Já amo até o céu, sendo ele quem quiser ser”, completou o ator.
Carmo Dalla Vecchia expõe homofobia contra filho de 3 anos e dá lição contra o preconceito
Carmo Dalla Vecchia e seu filho Pedro (Foto: Reprodução/Instagram)
Ator de Cara e Coragem, novela das sete da Globo, é pai de Pedro e casado com o dramaturgo João Emanuel Carneiro
Metrópoles - Carmo Dalla Vecchia expôs um ataque homofóbico contra seu filho, Pedro, de três anos. O ator, casado com o novelista João Emanuel Carneiro, publicou a mensagem de ódio em seu Instagram e também sua resposta, uma verdadeira lição de combate ao preconceito.
“Teus filhos vão ser gays iguais a você, ‘tu’ vai ensiná-los a ser assim. É por isso que o mundo está repleto de ‘vocês’, porque vocês influenciam os garotos a serem assim. Seus vermes!”, discriminou o homofóbico.
O ator, no ar na reprise de A Favorita e na inédita Cara e Coragem, novela das sete da Globo, rebateu com maestria o ataque preconceituoso:
“Será que os seus serão iguais a você? Se saírem, eu os abraço também. Eu entendo, faltou amor, carinho, afeto, deve ter sido difícil. E, pela sua fala, continua sendo. Não te responderei mais porque talvez só alimente mais sua ira, mas desejo profundamente que evolua”, escreveu.“Se meu filho for gay, acho que vou amar mais ainda. Se isso for possível. Acho que não. Já amo até o céu, sendo ele quem quiser ser”, completou o ator.
A ignorância não morreu
Anderson Pires*
A morte de Olavo de Carvalho é um fato carregado de simbolismos. O pseudopensador cumpriu o papel de sistematizar a negação ao saber. Como um oráculo do mundo bizarro, espalhava obscurantismo e um moralismo desumano de ultradireita. O defensor de teses absurdas como o terraplanismo, crítico do globalismo, escritor admirado por uma legião de figuras exóticas, foi alçado a grande influenciador nas decisões do país, com o título de guru do bolsonarismo.
A impressionante ascensão de Olavo de Carvalho diz muito sobre o culto a ignorância. Abre espaço para questionar: a quem serve esse tipo de idolatria, por alguém que propaga ideias sem qualquer fundamento científico? Mais estranho ainda, quando muitos dos seus discípulos são pessoas que tiveram acesso a boa educação, em algumas escolas e universidades renomadas, mas nem assim adotam tom crítico em relação aquilo que Olavo propagava.
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Jovem racista, que acusou jovem negro de roubo, foi demitido
Matheus postou foto com sua bicicleta nas redes sociais logo após a acusação; casal não identificado foi filmado por instrutor de surfe.
Casal acusa jovem negro de roubar bicicleta e ele precisa provar que veículo é seu
Ação aconteceu no Leblon, bairro da Zona Sul do Rio, e foi filmada pelo rapaz, que aguardava a namorada.
Redação Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) | 14 de Junho de 2021
Um instrutor de surfe foi abordado por um casal no último sábado (12), no Leblon, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro que tem um dos metros quadrados mais caros do Brasil. Matheus Ribeiro, que é negro e morador da Maré, na Zona Norte da capital, estava com sua bicicleta elétrica e narrou nas redes sociais a tentativa do casal de incriminá-lo pelo suposto roubo do veículo.
"Na tarde de ontem, dia dos namorados, eu estava esperando minha namorada em frente ao Shopping Leblon quando, do nada, me aparecem esses dois jovens com as seguintes frases: 'Você pegou essa bicicleta ali agora, não foi?', 'É sim, essa bicicleta é minha', replicou a jovem moça".
Matheus conta que ainda mostrou fotos antigas no celular e chave para provar ao casal que a bicicleta era sua. Sem acreditar, o jovem que acusou o rapaz negro se aproximou para conferir se o cadeado da bicicleta estava aberto.
"Só consegui provar que a bicicleta é minha quando, sem minha autorização, o lindo rapaz pega o cadeado da minha bicicleta e tenta abrir. Frustrado com sua tentativa, ele diz que não me acusou. Afinal, o rapaz só estava perguntando", ironizou Matheus, no relato.
"Acabaram de roubar a bicicleta dela, é igualzinha. Desculpa, desculpa. Eu não te acusei, só estou te perguntando", respondeu o jovem que acusava Matheus. O instrutor de surfe, então, pediu ao casal para ir embora. "Vai embora, que eu não tenho nada para vocês".
"Um preto numa bike elétrica? No Leblon? 'Só podia ser, eu acabei de perder a minha, foi ele'. Eles não conseguem entender como você está ali sem ter roubado deles, não importa o quanto você prove. Ela não tem ideia de quem levou sua bicicleta, mas a primeira coisa que vem à sua cabeça é que algum neguinho levou", desabafou Matheus.
Repercussão
A postagem de Matheus teve mais de 70 mil curtidas. Vice-presidente da Comissão de Combate às Discriminações e Preconceitos de Raça Cor Etnia Religião e Procedência Nacional da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a deputada estadual Mônica Francisco (Psol) se colocou à disposição para encaminhar uma denúncia sobre o caso.
"Racismo todo dia. Preto não pode ter bicicleta elétrica, que é criminalizado? Desculpas não são suficientes e precisamos lutar pelo fim do racismo em nossa sociedade. Podemos ter bicicleta elétricas, ser parlamentares e existir. Lutamos todos os dias pelo direito de viver e queremos respirar em uma sociedade livre do racismo e que seja de bem-viver para pretos e pretas", disse a parlamentar.
Empresa demite funcionário branco que acusou jovem negro de roubo no Leblon
Matheus Ribeiro contou que teve que provar a casal de jovens brancos que bicicleta elétrica era sua.
A empresa Papel Craft, que atua no segmento de papelaria e objetos de design, informou em suas redes sociais que demitiu o funcionário Tomás Oliveira. Ele aparece em um vídeo acusando um jovem negro de ter roubado a bicicleta elétrica de sua namorada. O caso aconteceu no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro, no último sábado (12).
Após anunciar nas redes uma liquidação de produtos, o post da empresa teve mais de 100 comentários de pedido de posicionamento sobre o ocorrido. Tomás era designer na marca. Alguns seguidores da página da Papel Craft pediram que a empresa contrate um profissional negro para reafirmar a luta contra o racismo.
Na última segunda-feira (14), o instrutor de surfe Matheus Ribeiro registrou boletim de ocorrência contra o casal que o acusou. Ele também restringiu o acesso ao vídeo que havia postado em sua conta no Instagram e que já tinha mais de 100 mil curtidas. Nas imagens, é possível ver Tomás pegar o cadeado das mãos do dono da bicicleta e se frustrar ao constatar que a bicicleta não é de sua namorada.
Seguidores da página da marca comentaram em post com pedido de posicionamento da empresa / Reprodução
"Um preto numa bike elétrica? No Leblon? 'Só podia ser, eu acabei de perder a minha, foi ele'. Eles não conseguem entender como vocês está ali sem ter roubado deles, não importa o quanto você prove. Ela não tem ideia de quem levou sua bicicleta, mas a primeira coisa que vem à sua cabeça é que algum neguinho levou", desabafou Matheus.
Racismo estrutural
Em sua conta no Instagram, Matheus contou que após a abordagem ainda mostrou fotos antigas no celular e chave para provar ao casal que a bicicleta era sua. Sem acreditar, o jovem que acusou o rapaz negro se aproximou para conferir se o cadeado da bicicleta estava aberto.
"Só consegui provar que a bicicleta é minha quando, sem minha autorização, o lindo rapaz pega o cadeado da minha bicicleta e tenta abrir. Frustrado com sua tentativa, ele diz que não me acusou. Afinal, o rapaz só estava perguntando", ironizou Matheus, no relato.
"Acabaram de roubar a bicicleta dela, é igualzinha. Desculpa, desculpa. Eu não te acusei, só estou te perguntando", respondeu o jovem que acusava Matheus. O instrutor de surfe, então, pediu ao casal para ir embora. "Vai embora, que eu não tenho nada para vocês".
O instrutor de surf Matheus Ribeiro relatou um caso de racismo sofrido no Leblon. Um casal de jovens brancos o viu com uma bicicleta elétrica em região nobre do Rio e ficaram questionando a origem da bicicleta. Após se certificarem q era sim de Matheus pediram desculpas e saíram. pic.twitter.com/ntui2lbhzP
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) June 14, 2021
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Jovem racista, que acusou jovem negro de roubo, foi demitido
Matheus postou foto com sua bicicleta nas redes sociais logo após a acusação; casal não identificado foi filmado por instrutor de surfe.
Casal acusa jovem negro de roubar bicicleta e ele precisa provar que veículo é seu
Ação aconteceu no Leblon, bairro da Zona Sul do Rio, e foi filmada pelo rapaz, que aguardava a namorada.
Redação Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) | 14 de Junho de 2021
Um instrutor de surfe foi abordado por um casal no último sábado (12), no Leblon, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro que tem um dos metros quadrados mais caros do Brasil. Matheus Ribeiro, que é negro e morador da Maré, na Zona Norte da capital, estava com sua bicicleta elétrica e narrou nas redes sociais a tentativa do casal de incriminá-lo pelo suposto roubo do veículo.
"Na tarde de ontem, dia dos namorados, eu estava esperando minha namorada em frente ao Shopping Leblon quando, do nada, me aparecem esses dois jovens com as seguintes frases: 'Você pegou essa bicicleta ali agora, não foi?', 'É sim, essa bicicleta é minha', replicou a jovem moça".
Matheus conta que ainda mostrou fotos antigas no celular e chave para provar ao casal que a bicicleta era sua. Sem acreditar, o jovem que acusou o rapaz negro se aproximou para conferir se o cadeado da bicicleta estava aberto.
“ Que ser humano se consultaria com autista? ” : jovem que sonha virar médica sofre ataques
Hellen Alves
A escolha de uma profissão e o período de preparação para os vestibulares já é normalmente uma época tensa para os estudantes. Para Layne Bregantini, 18 anos, que sonha em ser médica, essa etapa se tornou um momento de sofrimento devido ao ataque que recebe nas redes sociais por ser autista.
Layne está em seu 2º ano de cursinho pré-vestibular com bolsa de 100%. Ao compartilhar a conquista com seus seguidores no Instagram e agradecer à instituição de ensino pela oportunidade, ela recebeu o seguinte comentário: “Entrei no seu perfil e vi que quer fazer Medicina? Você acha mesmo que qualquer ser humano com consciência iria se consultar com uma autista?”.
Publicação feita por Layne para denunciar a situação
Foto: Reprodução/Instagram
Em nova publicação, ela afirmou não entender o porquê desses ataques contra autistas. “Confesso que ler me dói e me faz pensar que mesmo antes de entrar em uma faculdade já estou recebendo esses tipo de comentários, penso se terei estrutura para aguentar o que tem por vir, quero acreditar que sim, não vou desistir”, afirmou.
Layne disse ao DCM que sua primeira reação ao ver o comentário foi tirar um print para mostrar para sua mãe. “Estava tão nervosa que bloqueei e excluí a mensagem”, completou. Ela ainda contou que teve apoio de advogados e amigos para caso optasse por um processo, mas não se sentiu pronta para tomar essa atitude.
O advogado Leandro Mathias Novaes, presidente da Comissão do Deficiente Físico da OAB Cotia/SP, explicou que a jovem poderia ter processado o autor do comentário porque “há clara discriminação contra ela, o que caracteriza crime contra pessoa com deficiência”.
O Jair que há em nós
Ivann Lago
(Professor e Doutor em Sociologia Política)
O Brasil levará décadas para compreender o que aconteceu naquele nebuloso ano de 2018, quando seus eleitores escolheram, para presidir o país, Jair Bolsonaro.
Capitão do Exército expulso da corporação por organização de ato terrorista; deputado de sete mandatos conhecido não pelos dois projetos de lei que conseguiu aprovar em 28 anos, mas pelas maquinações do submundo que incluem denúncias de “rachadinha”, contratação de parentes e envolvimento com milícias; ganhador do troféu de campeão nacional da escatologia, da falta de educação e das ofensas de todos os matizes de preconceito que se pode listar.
Embora seu discurso seja de negação da “velha política”, Bolsonaro, na verdade, representa não sua negação, mas o que há de pior nela. Ele é a materialização do lado mais nefasto, mais autoritário e mais inescrupuloso do sistema político brasileiro.
Mas – e esse é o ponto que quero discutir hoje – ele está longe de ser algo surgido do nada ou brotado do chão pisoteado pela negação da política, alimentada nos anos que antecederam as eleições.
Pelo contrário, como pesquisador das relações entre cultura e comportamento político, estou cada vez mais convencido de que Bolsonaro é uma expressão bastante fiel do brasileiro médio, um retrato do modo de pensar o mundo, a sociedade e a política que caracteriza o típico cidadão do nosso país.
Quando me refiro ao “brasileiro médio”, obviamente não estou tratando da imagem romantizada pela mídia e pelo imaginário popular, do brasileiro receptivo, criativo, solidário, divertido e “malandro”. Refiro-me à sua versão mais obscura e, infelizmente, mais realista segundo o que minhas pesquisas e minha experiência têm demonstrado.
No “mundo real” o brasileiro é preconceituoso, violento, analfabeto (nas letras, na política, na ciência... em quase tudo). É racista, machista, autoritário, interesseiro, moralista, cínico, fofoqueiro, desonesto.
Os avanços civilizatórios que o mundo viveu, especialmente a partir da segunda metade do século XX, inevitavelmente chegaram ao país. Se materializaram em legislações, em políticas públicas (de inclusão, de combate ao racismo e ao machismo, de criminalização do preconceito), em diretrizes educacionais para escolas e universidades. Mas, quando se trata de valores arraigados, é preciso muito mais para mudar padrões culturais de comportamento.
O machismo foi tornado crime, o que lhe reduz as manifestações públicas e abertas. Mas ele sobrevive no imaginário da população, no cotidiano da vida privada, nas relações afetivas e nos ambientes de trabalho, nas redes sociais, nos grupos de whatsapp, nas piadas diárias, nos comentários entre os amigos “de confiança”, nos pequenos grupos onde há certa garantia de que ninguém irá denunciá-lo.
O mesmo ocorre com o racismo, com o preconceito em relação aos pobres, aos nordestinos, aos homossexuais. Proibido de se manifestar, ele sobrevive internalizado, reprimido não por convicção decorrente de mudança cultural, mas por medo do flagrante que pode levar a punição. É por isso que o politicamente correto, por aqui, nunca foi expressão de conscientização, mas algo mal visto por “tolher a naturalidade do cotidiano”.
Se houve avanços – e eles são, sim, reais – nas relações de gênero, na inclusão de negros e homossexuais, foi menos por superação cultural do preconceito do que pela pressão exercida pelos instrumentos jurídicos e policiais.
Mas, como sempre ocorre quando um sentimento humano é reprimido, ele é armazenado de algum modo. Ele se acumula, infla e, um dia, encontrará um modo de extravasar. (...)
Foi algo parecido que aconteceu com o “brasileiro médio”, com todos os seus preconceitos reprimidos e, a duras penas, escondidos, que viu em um candidato a Presidência da República essa possibilidade de extravasamento. Eis que ele tinha a possibilidade de escolher, como seu representante e líder máximo do país, alguém que podia ser e dizer tudo o que ele também pensa, mas que não pode expressar por ser um “cidadão comum”.
Agora esse “cidadão comum” tem voz. Ele de fato se sente representado pelo Presidente que ofende as mulheres, os homossexuais, os índios, os nordestinos. Ele tem a sensação de estar pessoalmente no poder quando vê o líder máximo da nação usar palavreado vulgar, frases mal formuladas, palavrões e ofensas para atacar quem pensa diferente.
Ele se sente importante quando seu “mito” enaltece a ignorância, a falta de conhecimento, o senso comum e a violência verbal para difamar os cientistas, os professores, os artistas, os intelectuais, pois eles representam uma forma de ver o mundo que sua própria ignorância não permite compreender.
Esse cidadão se vê empoderado quando as lideranças políticas que ele elegeu negam os problemas ambientais, pois eles são anunciados por cientistas que ele próprio vê como inúteis e contrários às suas crenças religiosas.
Sente um prazer profundo quando seu governante maior faz acusações moralistas contra desafetos, e quando prega a morte de “bandidos” e a destruição de todos os opositores.
Ao assistir o show de horrores diário produzido pelo “mito”, esse cidadão não é tocado pela aversão, pela vergonha alheia ou pela rejeição do que vê. Ao contrário, ele sente aflorar em si mesmo o Jair que vive dentro de cada um, que fala exatamente aquilo que ele próprio gostaria de dizer, que extravasa sua versão reprimida e escondida no submundo do seu eu mais profundo e mais verdadeiro.
O “brasileiro médio” não entende patavinas do sistema democrático e de como ele funciona, da independência e autonomia entre os poderes, da necessidade de isonomia do judiciário, da importância dos partidos políticos e do debate de ideias e projetos que é responsabilidade do Congresso Nacional.
É essa ignorância política que lhe faz ter orgasmos quando o Presidente incentiva ataques ao Parlamento e ao STF, instâncias vistas pelo “cidadão comum” como lentas, burocráticas, corrompidas e desnecessárias.
Destruí-las, portanto, em sua visão, não é ameaçar todo o sistema democrático, mas condição necessária para fazê-lo funcionar.
Esse brasileiro não vai pra rua para defender um governante lunático e medíocre; ele vai gritar para que sua própria mediocridade seja reconhecida e valorizada, e para sentir-se acolhido por outros lunáticos e medíocres que formam um exército de fantoches cuja força dá sustentação ao governo que o representa.
O “brasileiro médio” gosta de hierarquia, ama a autoridade e a família patriarcal, condena a homossexualidade, vê mulheres, negros e índios como inferiores e menos capazes, tem nojo de pobre, embora seja incapaz de perceber que é tão pobre quanto os que condena.
Vê a pobreza e o desemprego dos outros como falta de fibra moral, mas percebe a própria miséria e falta de dinheiro como culpa dos outros e falta de oportunidade. Exige do governo benefícios de toda ordem que a lei lhe assegura, mas acha absurdo quando outros, principalmente mais pobres, têm o mesmo benefício.
Poucas vezes na nossa história o povo brasileiro esteve tão bem representado por seus governantes. Por isso não basta perguntar como é possível que um Presidente da República consiga ser tão indigno do cargo e ainda assim manter o apoio incondicional de um terço da população.
A questão a ser respondida é como milhões de brasileiros mantêm vivos padrões tão altos de mediocridade, intolerância, preconceito e falta de senso crítico ao ponto de sentirem-se representados por tal governo?
Leia, também, entrevista com o professor Ivann, realizada em Maio/2020 para o site Carta Capital. Clique no link abaixo.
Bolsonaro é o “ lado mais nefasto da política brasileira ”, diz sociólogo...
Para Ivann Carlos Lago, ditadores sempre projetam inimigos e estão em guerra permanente contra eles, tal qual a política de Bolsonaro.
O Jair que há em nós
Ivann Lago
(Professor e Doutor em Sociologia Política)
O Brasil levará décadas para compreender o que aconteceu naquele nebuloso ano de 2018, quando seus eleitores escolheram, para presidir o país, Jair Bolsonaro.
Capitão do Exército expulso da corporação por organização de ato terrorista; deputado de sete mandatos conhecido não pelos dois projetos de lei que conseguiu aprovar em 28 anos, mas pelas maquinações do submundo que incluem denúncias de “rachadinha”, contratação de parentes e envolvimento com milícias; ganhador do troféu de campeão nacional da escatologia, da falta de educação e das ofensas de todos os matizes de preconceito que se pode listar.
Embora seu discurso seja de negação da “velha política”, Bolsonaro, na verdade, representa não sua negação, mas o que há de pior nela. Ele é a materialização do lado mais nefasto, mais autoritário e mais inescrupuloso do sistema político brasileiro.
“ A meritocracia é uma ilusão ”, diz ex empregada doméstica que se tornou juíza
Antônia Marina Faleiros é uma das poucas mulheres autodeclaradas negras que compõem
o quadro de juízes no Brasil. Conheça sua história.
Direito News - No Brasil, há pessoas que morrem sem nunca terem tido um registro de nascimento. Antônia Marina Faleiros, 57 anos, escapou de ser uma delas, mas vê exemplos todos os dias. Conviveu com essa realidade quando trabalhava em um canavial, aos 12 anos, em Minas Gerais, e também ao se tornar juíza em comarcas do interior da Bahia, aos 40.
“Como juíza, reconheci um misto de miséria e exclusão que eu já tinha vivido. Algumas pessoas passam toda uma vida sem acesso à educação e saúde, muitas delas nunca tiveram um documento para reafirmar sua existência. Não julgo papel, eu julgo gente como eu”, relata.
Antônia Marina Faleiros é uma das poucas mulheres autodeclaradas negras que compõem o quadro de juízes no Brasil. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há apenas 6% de mulheres pretas ou pardas na magistratura. O órgão também projeta que a equidade racial no exercício da atividade jurisdicional brasileira só será alcançada no ano de 2044.
Elza Soares ( 90 anos ) e Flávio Renegado - Negão Negra ( Videoclipe Oficial )
Composição : Flávio Renegado / Gabriel Moura
Arranjo : Flávio Renegado
Letra :
Letra :
Nunca foi fácil nunca será para povo preto do preconceito se libertar
Sempre foi luta sempre foi porrada contra o racismo estrutural barra pesada
Negão, negão, negão, negão negão, negão, negão, negão negra, negra, negra, negra negra, neeegraaa
Negão, negão, negão, negão negão, negão, negão, negão negra, negra, negra, negra negra, neeegraaa
Fala pro homem cordial e sua falha engrenagem
sou corpo livre, com amor, cor e coragem para cada um que cai, choramos rios e mares
mas nunca calaram as nossas vozes milhares
Sem gêneros ou preceitos, humanos em nova fase wakanda é o meu mundo, palmares o setor a base quem topa esse role dá asas a liberdade no feat filho do rei e a deusa elza soares
Todos os dias me levanto olho no espelho sempre me encanto com meu cabelo e a cor da pele dos meus ancestrais
Todas as noites no quarto escuro peço a deus e aos orixás que a escravidão não volte nunca, nunca, nunca mais
Negão, negão, negão, negão negão, negão, negão, negão negra, negra, negra, negra negra, neeegraaa negão negão negão negão negão negão negão negão negra, negra, negra, negra negra, neeegraaa
Elza Soares ( 90 anos ) e Flávio Renegado - Negão Negra ( Videoclipe Oficial )
Composição : Flávio Renegado / Gabriel Moura
Arranjo : Flávio Renegado
Letra :
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Nunca foi fácil nunca será para povo preto do preconceito se libertar
Sempre foi luta sempre foi porrada contra o racismo estrutural barra pesada
Negão, negão, negão, negão negão, negão, negão, negão negra, negra, negra, negra negra, neeegraaa
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sou corpo livre, com amor, cor e coragem para cada um que cai, choramos rios e mares
mas nunca calaram as nossas vozes milhares
Sem gêneros ou preceitos, humanos em nova fase wakanda é o meu mundo, palmares o setor a base quem topa esse role dá asas a liberdade no feat filho do rei e a deusa elza soares
Todos os dias me levanto olho no espelho sempre me encanto com meu cabelo e a cor da pele dos meus ancestrais
Todas as noites no quarto escuro peço a deus e aos orixás que a escravidão não volte nunca, nunca, nunca mais
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Bruno Gagliasso enviou mensagem a Thelma, vencedora do BBB, junto com o clique emocionante dos filhos
"REPRESENTATIVIDADE IMPORTA SIM"- veja como a família de Bruno comemorou a vitória da mulher que, na tv, fez diferença na vida de seus filhos.
No último dia 28, após a vitória de Thelma, no Big Brother Brasil, o ator Bruno Gagliasso, conhecido tanto por seu trabalho como ator e modelo, como marido de Giovanna Ewbank como também como pai de Titi e Bless, enviou uma mensagem emocionante para a campeã dizendo da importância de sua vitória:
Leiam:
“Doutora Thelma Regina! @thelminhaassis talvez você já me conheça de alguma maneira, mas depois de passar 3 meses contigo na minha casa, permita-me uma apresentação mais cheia de carinho. Eu sou o pai da amiga da Manu, lembra? A menina Chissomo, também conhecida por Títi. Ela tem muita coisa parecida com você e por isso não pude deixar de te procurar pelas câmeras desde o comecinho do jogo. E de te chamar de INTACTA! (Kkk) em um jogo tão complexo e cheio de obstáculos. Como é importante essa vitória! Como ela é mais que a sua vitória! Estou falando de identidade, de representatividade, de exemplo”.
E continuou:
“Não entenda isso como um peso, mas saiba que muitos Brunos, pais e mães de muitas Chissomos, estão vibrando com as suas conquistas de toda a vida, mas também pela nossa sociedade ter te enxergado vencedora. Por conseguir se provar para você mesma, a ponto de nos iluminar… Eu sei que isso tudo é um pinguinho em um oceano de transformações que precisamos fazer, eu sei. Mas sou pai… e como pai, sou um otimista! Um entusiasta do futuro… então permita-me também te agradecer. Obrigado e muito prazer! Eu sou Bruno Gagliasso Marques, o pai da Títi. E do Bless!”.
Giovanna Ewbank, também comentou e complementou: “Que lindo amor! REPRESENTATIVIDADE IMPORTA SIM !!”
Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar
Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso
A verdade é que você
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará crioulo
Sarará crioulo (sarará crioulo)
Sarará crioulo (sarará crioulo)
Sarará crioulo (sarará crioulo)
Sarará crioulo (sarará crioulo)
Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Que eu estou sempre na minha
Ah e não posso mais fugir
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar
Você ri da minha roupa (ri da minha roupa)
Você ri do meu cabelo (ri do meu cabelo)
Você ri da…
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Bruno Gagliasso enviou mensagem a Thelma, vencedora do BBB, junto com o clique emocionante dos filhos
"REPRESENTATIVIDADE IMPORTA SIM"- veja como a família de Bruno comemorou a vitória da mulher que, na tv, fez diferença na vida de seus filhos.
No último dia 28, após a vitória de Thelma, no Big Brother Brasil, o ator Bruno Gagliasso, conhecido tanto por seu trabalho como ator e modelo, como marido de Giovanna Ewbank como também como pai de Titi e Bless, enviou uma mensagem emocionante para a campeã dizendo da importância de sua vitória:
Leiam:
“Doutora Thelma Regina! @thelminhaassis talvez você já me conheça de alguma maneira, mas depois de passar 3 meses contigo na minha casa, permita-me uma apresentação mais cheia de carinho. Eu sou o pai da amiga da Manu, lembra? A menina Chissomo, também conhecida por Títi. Ela tem muita coisa parecida com você e por isso não pude deixar de te procurar pelas câmeras desde o comecinho do jogo. E de te chamar de INTACTA! (Kkk) em um jogo tão complexo e cheio de obstáculos. Como é importante essa vitória! Como ela é mais que a sua vitória! Estou falando de identidade, de representatividade, de exemplo”.
E continuou:
“Não entenda isso como um peso, mas saiba que muitos Brunos, pais e mães de muitas Chissomos, estão vibrando com as suas conquistas de toda a vida, mas também pela nossa sociedade ter te enxergado vencedora. Por conseguir se provar para você mesma, a ponto de nos iluminar… Eu sei que isso tudo é um pinguinho em um oceano de transformações que precisamos fazer, eu sei. Mas sou pai… e como pai, sou um otimista! Um entusiasta do futuro… então permita-me também te agradecer. Obrigado e muito prazer! Eu sou Bruno Gagliasso Marques, o pai da Títi. E do Bless!”.
Giovanna Ewbank, também comentou e complementou: “Que lindo amor! REPRESENTATIVIDADE IMPORTA SIM !!”
Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Eu estou sempre na minha
E não posso mais fugir
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar
Você ri da minha roupa
Você ri do meu cabelo
Você ri da minha pele
Você ri do meu sorriso
A verdade é que você
Tem sangue crioulo
Tem cabelo duro
Sarará crioulo
Sarará crioulo (sarará crioulo)
Sarará crioulo (sarará crioulo)
Sarará crioulo (sarará crioulo)
Sarará crioulo (sarará crioulo)
Os meus olhos coloridos
Me fazem refletir
Que eu estou sempre na minha
Ah e não posso mais fugir
Meu cabelo enrolado
Todos querem imitar
Eles estão baratinados
Também querem enrolar
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Você ri do meu cabelo (ri do meu cabelo)
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“ Essas pessoas devem ser órfãs ”, diz Antônio Fagundes com relação ao preconceito com idosos
As pessoas idosas são muito mais do que um encargo social. Eles são os guardiões de nosso passado. São sabedoria. São história. E, é bom lembrar, também são nossos pais e avós.
Josie Conti
Em entrevista publicada pela Veja no último dia 17 de abril de 2020, o ator Antônio Fagundes falou sobre sua rotina durante a quarentena, deu respostas sobre como vê a doença e, ainda, quando questionado, deu algumas opiniões políticas. Entretanto, o que me chamou mais a atenção foi a pergunta feito pela jornalista Raquel Carneiro que se referia ao AGEÍSMO, que é o preconceito com idosos.
Abaixo, transcrevo pergunta e resposta:
“ Há também nas redes sociais e em noticiários de todo o mundo um aumento do “ageísmo ” (preconceito com idosos). São comuns hoje frases como “ essa doença só mata idosos ”. O que pensa desse tipo de atitude?
Primeiro, acho que essas pessoas devem ser órfãs, pois ninguém pode em sã consciência não se preocupar com a morte dos pais e dos avós, certo? Outra coisa: elas marcaram a data para morrer? Porque, depois dos 40 anos de idade, já estamos todos mais perto da velhice do que da juventude. É horrível quem não valoriza idosos. Todo esse cenário me faz lembrar da frase de Edmund Burke: “Quem não conhece sua história, está condenado a repeti-la”. Esse mesmo tipo de preconceito já foi visto na história, com a eugenia. Na Alemanha, o nazismo eliminava idosos, uma história que não pode se repetir. Eliminava-se também os que pensavam diferente, os deficientes. O mundo está passando por isso de novo. Milhões de pessoas morreram pela irracionalidade. E parece que não aprendemos nada com isso.”
A resposta do ator, hoje com 70 anos, foi de fundamental importância porque ele dá voz aos idosos com propriedade de fala.
Ele lembra também que não é admissível que uma vida humana, seja ela de qual idade for, seja entendida como menor.
O ageímo, como publicado em artigo de Ana Maria Goldani, refere-se essencialmente às atitudes que os indivíduos e a sociedade têm frequentemente com os demais em função da idade, enquanto a discriminação por idade descreve a situação em que a idade é o fator decisivo.
Sendo assim, Fagundes fala exatamente disso: a idade não pode ser um fator decisivo e excludente de uma vida e, também por isso, ele menciona a história e outras épocas que utilizaram-se dessa premissa de forma equivocada e desumana.
Ouvir Fagundes, hoje, deve ser uma chance de repensarmos algumas frases que vemos reproduzidas por aí – e que até repetimos - sem nos darmos conta de sua gravidade.
As pessoas idosas são muito mais do que um encargo social. Eles são os guardiões de nosso passado. São sabedoria. São história. E, é bom lembrar, também são nossos pais e avós.
Que não sejamos órfãos de pais vivos.
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