Documentário produzido por Sérgio Giron conta a história da perseguição e da morte do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Oliva Cancellier. Intitulado Em nome da inocência: Justiça!, o filme de 27 minutos narra como a perseguição midiático-judicial acabou por tirar a vida do reitor da universidade catarinense.
Depoimentos de amigos e colegas mostram como uma pessoa pacifista e cordata foi submetida a uma injusta caçada judicial a pretexto de apurar denúncias de corrupção na UFSC.
Os delitos foram cometidos em gestões anteriores à de Cancellier à frente da UFSC. No entanto, tamanha pressão, agravada pelo afastamento da universidade onde Cancellier conviveu por 40 anos foi exacerbada: o suicídio foi a última saída para que o reitor mostrasse sua inocência.
O ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, em audiência pública organizada pelo deputado Wadih Damous (PT-RJ), no âmbito da CPMI da Delação, afirmou que o Ministério Público não deveria comportar “dallagnois”, ou seja, heróis do eu sozinho.
Aragão denunciou duramente o comportamento “conspirativo” do Ministério Público, e os procedimentos obscuros, beirando o achaque, a chantagem, a ameaça, com que as delações são obtidas.
Ele citou o caso do procurador Angelo Goulart, que, chamado para participar de uma reunião entre MP e alguns réus, gravou em seu celular uma chantagem explícita de outros procuradores.
Diante de um empresário aflito com o bloqueio de suas contas, que o impediria de pagar o salário de seus funcionários, os procuradores perguntaram: quanto você quer para delatar?
Goulart então apresentou a gravação ao advogado do réu (que, absurdamente, não estava presente), e foi preso por isso, por determinação do então procurador-geral, Rodrigo Janot.
Aragão pergunta: onde está o áudio dessa gravação?
O depoimento do professor Aury Celso Lima Lopes Junior, titular do programa de pós-graduação em Ciências Criminais na PUC-RS, autor de diversos livros já famosos sobre o tema, é uma bomba atômica jogada sobre a maneira como a delação premiada está sendo praticada no Brasil.
Os leitores do Cafezinho precisam assistir a esse vídeo! Lopes Jr desmonta, ponto a ponto, as arbitrariedades e bizarrices da delação premiada, em especial da Lava Jato.
Ele denuncia, sem esconder sua profunda indignação intelectual, a forma como as delações de executivos da Odebrecht foram realizadas.
A fala do professor foi feita em audiência realizada no dia 21/11/2017, na Câmara dos Deputados.
O professor Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, titular de Direito da UFPR, denuncia as ilegalidades da Lava Jato e da delação premiada e demonstra que as intenções por trás destes processos é degolar a classe política. Talvez não inteira, mas os seus membros mais importantes, deixando o país ainda mais vulnerável aos caprichos da meganhagem togada.
Assistam ao vídeo abaixo. É uma aula fundamental para se entender a conjuntura política. Se você ainda tinha dúvidas sobre a ilegalidade da Lava Jato, esse depoimento, de um dos juristas mais importantes do país, não deixa dúvida.
A indústria de delação premiada, diz o professor, ameaça todos os cidadãos brasileiros.
O evento completo pode ser assistido aqui. Estamos, na medida do possível, baixando os vídeos, e os editando, para facilitar o acesso do internauta a esses depoimentos.
“Eu não acho que exista um combate à corrupção, existe uma guerra declarada ao Partido dos Trabalhadores”
Quem diz a frase, dita com a ressalva de que “não sou PT” e “não gosto de muita coisa no PT” é o delegado aposentado Armando Coelho Neto, ex-presidente da Associação de Delegados da Polícia Federal.
A entrevista, ao veterano colega Humberto Mesquita (ex-Realidade, Tupi e SBT), é impressionante, porque é dada por quem não apenas conhece a corporação como porque historia fatos. E que evita, por consciência do que deve ser o comportamento de uma autoridade policial, evita qualquer afirmação leviana contra qualquer pessoa.
Um deles é a descrição de como se tomou o depoimento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: com absoluta discrição e sem qualquer tipo de constrangimento, como deve ser a colaboração com a apuração de crimes.
Outro, a denúncia sobre o desvirtuamento da Operação Zelotes, que apura sonegação – e, portanto, desvio de dinheiro público – em volume maior do que a Lava Jato e foi transformada em “Operação Filho do Lula”, por uma suspeita que, além de frágil, é absolutamente lateral ao cerne do que se fez: formar-se um esquema de quadrilha dentro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais.
O delegado Armando já havia sido mencionado aqui, por conta de um dos ótimos posts de Marcelo Auler, repórter que conhece a área e que é testemunha do comportamento deste policial.
Que parece mesmo alguém mais preocupado em ser equilibrado do que um leviano e exibido.