Muito se fala em moda inclusiva e sabemos muito bem que grandes marcas ignoram completamente as necessidades de consumo das pessoas com deficiência.
Nos últimos anos um grupo pequeno de confecções tem dado uma atenção especial para este nicho de mercado, mas ainda há muito que se trabalhar nesse setor, inclusive o preconceito.
E é nesse ponto que precisamos conhecer pessoas como Aimee Mullins, uma mulher inspiradora que joga fora todas as ideias que você pode ter sobre alguém que possui uma deficiência.
Aimee nasceu sem os ossos da fíbula e teve as duas pernas amputadas abaixo do joelho quando ela ainda era um bebê. Ela se dedicou ao atletismo e ficou conhecida por suas conquistas no esporte.
Mas e qual a sua ligação com a moda?
Em 1999 o estilista britânico Alexander Mcqueen a convidou para um desfile em Londres onde ele modelou uma prótese de madeira para ela, imitando uma bota longa.
Durante o desfile a imprensa nem desconfiou que se tratava de uma prótese. Desde então, Aimee começou a ser perseguida pelos jornalistas, negando todas as entrevistas.
Só voltou a cedê-las depois da atuação que fez no filme Cremaster Cycle, do Matthew Barney. No longa ela encarna vários personagens, o mais interessante um leopardo. Fez também o alter-ego feminino do Matthew Barney, vestindo botas de vidro, encaixadas na parte do joelho.
A “cyber-musa”, como alguns dizem, fez presença na Revista People como uma das 50 mulheres mais belas do mundo.
Com uma voz influente na cultura de hoje, ela é regularmente convidada para compartilhar suas ideias em várias empresas e conferências mundiais, como TED e é uma defensora assídua de um novo pensamento sobre próteses.
Diferente de Aimee, a terapeuta ocupacional e pesquisadora clínica, Cristina Stefens teve uma de suas pernas amputada por esmagamento, e atualmente em seu canal do YouTube dá dicas para pessoas que sofreram amputamentos e para familiares.
E foi através de uma brincadeira feita por um amigo, que ela resolveu construir em um de seus vídeos uma prótese para sua perna feita apenas de peças de Lego! É claro que a prótese não é usável, por questões de segurança. Mas mostra como, que com criatividade, uma deficiência pode ser vista como uma nova possibilidade.
Postado no blog Closet Online em 10/11/2013