Emanuelle Anddrade
Já li tantas definições sobre “o que é Mindfulness” nos últimos meses que até fica difícil escolher um conceito e simplesmente desconsiderar os outros.
Para muitos essa expressão já foi assimilada, mas para quem acaba de ler essa palavra pela primeira vez, não precisa se assustar! A princípio saiba que “Mindfulness” é mais uma daquelas palavras em inglês que incorporamos em nosso vocabulário e que não temos uma correspondência exata para traduzir em nosso idioma.
Na língua portuguesa, “Mindfulness” pode ser traduzido como “atenção plena”, “consciência”, “consciência plena”, “mente atenta”, “atenção” etc..
Esta expressão está bastante associada a um estado mental / emocional específico de estar pleno e presente aos fatos da nossa vida enquanto a experiência acontece de forma simbiótica, ou seja, é um estado de atenção e observação (sem julgamento) sobre tudo o que acontece na realidade objetiva e subjetiva das nossas próprias percepções.
Neste sentido, definir “Mindfulness” é como se tentássemos compreender “tudo” e “nada”.
Por isso, prefiro e gosto de levar em consideração todos os conceitos existentes, já que todos são igualmente importantes, se complementam em vários aspectos, enriquece a nossa expediência e forma um conjunto de possibilidades criativas que só quem pratica “Mindfulness” conseguirá entender o que isso significa.
Baseado em práticas milenares das tradições orientais, o que hoje conhecemos como “Mindfulness” se fundamenta em mais de 30 anos de estudos científicos em universidades conceituadas como Harvard, MIT, Santford, Yale, Oxford (que inclusive oferece um Mestrado em atenção plena).
Creio que Mindfulness hoje é uma tendência e eu poderia dizer que é uma demanda extremamente necessária nos tempos atuais, já que a produção em massa de informações superficiais, imediatismo, estresse e outros fatores sociais estão nos deixado cada vez mais distraídos, desconectados e doentes em aspectos mentais, emocionais e energéticos.
Há uma transformação mental explicita acontecendo e estar consciente, isso é, estar mindful é uma característica a ser desenvolvida e cultivada para melhorar a saúde, para reconhecer a paz em mundo frenético, para lidar melhor com a vida e com o nosso próprio ser.
Quando falamos sobre “Mindfulness” devemos ter em mente que não se trata apenas de uma técnica meditativa, mas sim de um conjunto de fatores dos quais a pratica de meditação se enquadra.
Assim, mindfulness é uma característica inata a todos os seres humanos, alguns demonstram mais facilidade em permanecer neste estado mental do que outros.
Por isso, além de ser uma característica da humanidade, mindfulness também é um estado mental que pode ser adquirido por meio de práticas meditativas.
Quando falamos de Mindfulness como meditação é importante observar que nem todas as meditações são mindfulness, apesar de que a maioria das meditações apresentam traços de mindfulness.
A meditação Mindfulness foca no momento presente e tem como âncora o próprio corpo, especialmente na conscientização do ritmo, movimento e ciclo da nossa respiração.
Em síntese, o que é mais importante em Mindfulness, na verdade, é prestar atenção em si mesmo, e o único momento em que podemos estar no próprio corpo, podemos ver, ouvir, cheirar, provar, tocar, comunicar é o momento presente !
Aqui e agora. Quando estamos mindful fica mais fácil dar cor e luz às nossas experiências momento a momento.
Como Jon Kabat-Zinn, precursor do método que hoje conhecemos como Mindfulness-Based Stress Reduction (MBSR) diz:
“Mindfulness não é uma técnica, apesar de haver muitas formas de se cultivar. Mindfulness é mais uma forma de SER, é estar no próprio corpo, é estar de certa forma em equilíbrio com as idas e vindas do mundo externo e até mesmo com as idas e vindas, dos altos e baixos de termos um corpo que, é claro, tem suas maravilhas, mas que também é por vezes seriamente problemático quando estamos lidando com problemas de saúde de algum tipo ou com coisas que podem acontecer com o corpo e já que temos essa capacidade para atenção plena, porque não desenvolvê-la?”
Lidar com os movimentos e as ruminações mentais e emocionais nunca foi uma tarefa fácil, mas com as práticas meditativas pude perceber que é perfeitamente possível perceber e abraçar a nossa situação atual, o nosso corpo, todos os nossos relacionamentos com o mundo externo e com a vida, com as pessoas, com nossos desejos e aspirações, com nossos os medos, para ampliar a nossa consciência à um novo grau de liberdade e Vida.
Seja Mindful !
Postado no Somos Todos Um