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Mais folia, menos lixo : manual para pular um carnaval mais sustentável em 2019




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Gabrielle Estevans

Alegria, celebração, novos e velhos amigos, antigos ou passageiros romances: para muitos, o ano só começa, oficialmente, depois que o carnaval termina. Mas não são apenas as histórias memoráveis que o carnaval deixa como legado. Somente no ano passado, na cidade do Rio de Janeiro, os foliões geraram 486,5 toneladas de lixo em cinco dias. Entre os descartados, restos de fantasias, bitucas de cigarros e, claro, muitas latas e garrafas.

Refletir, aliás, não só sobre aquilo que consumimos, mas também sobre o que descartamos é urgente. Se considerarmos que cerca de metade do plástico existente foi fabricado nos últimos 13 anos, temos uma noção do tamanho do problema. E mais: de toda a matéria plástica colocada no mundo até hoje, apenas 9% foi reciclada.

Mas se é inevitável que certo acúmulo de lixo seja produzido, o que devemos fazer para agir, pelo menos, com mais cautela quando o assunto é geração de resíduos?

Pensando em como podemos ser foliões mais conscientes, convidamos, durante as duas últimas semanas, quatro mulheres incríveis para nos ajudar a pular carnaval de forma sustentável. Fê Cortez, Giovanna Nader, Ana Xongani e Fabi Wan foram as consultoras da série Carnaval sem Lixo, transmitida em nosso Instagram. Por aqui, reunimos as principais sugestões para que você já se prepare, planeje e não caia em tentação neste carnaval — ou, pelo menos, só caia nas boas.

Vá de lata

Giovanna Nader, entusiasta da campanha #vádelata


Calor, multidão, dança: a combinação perfeita para a gente se esbaldar nas bebidas — sejam alcoólicas ou não. De qualquer forma, quando for comprar algo para beber, dê preferência às latas. O Brasil recicla 98% das latas produzidas — contra apenas 40% do vidro. Além disso, esse processo movimenta uma comunidade de aproximadamente 800 mil recicladores. “Na prática, isso significa que todas as latinhas que bebemos voltam para as prateleiras 60 dias depois”, diz Giovanna Nader. Um motivo e tanto para deixar as garrafas de lado neste carnaval.

Copo multiuso

Copinho retrátil do movimento @menos1lixo


O tempo de decomposição de um copo descartável varia entre 250 e 400 anos. Em vez de usar uma porção deles neste carnaval, por que não levar seu copo retrátil de casa? Dá para colocar bebida, comida e até estocar glitter! Esse da foto é do Menos 1 Lixo, criado pela Fê Cortez, mas você também encontra de outras marcas por aí.

Glitter biodegradável

Para brilhar com consciência nesse carnaval, Giovanna Nader fez uma lista de marcas que já estão produzindo glitter sustentável


Carnaval sem glitter é quase uma heresia. Mas uma maquiagem momentânea pode causar um problema gigantesco. Isso porque o microplástico existente no glitter, além de levar até milhares de anos para se decompor, afeta diretamente a cadeia alimentar aquática quando despejado nos oceanos. Por isso, para viver um carnaval com brilho e também amigo do meio ambiente, opte por marcas que estão produzindo purpurina biodegradável.

Fantasia consciente

Ana Xongani, especialista em customização


A nova tendência é ser consciente — e abusar da criatividade. Se você ama carnaval e quer que essa festa seja eterna, por que não pensar também em fantasias que duram mais de um dia? Para este e para os próximos anos, faça combinações com o que você já tem em casa, troque looks entre amigxs ou peça apetrechos emprestados. Além de ser mais sustentável você também economiza dinheiro evitando novas compras.

Confete



Você pode pensar que não há problema com o confete, já que ele é feito de papel. Mas se levarmos em conta que ano passado aproximadamente 6 milhões de pessoas pularam carnaval só no Rio de Janeiro, imagine a quantidade de resíduos que não ficaram pelas ruas, entupindo bueiros, indo para redes de esgoto e até mares e rios? Fabi Wan, criadora da Com Amor Florinda, nos deu a dica de ouro: para que produzir mais lixo, se a gente pode aproveitar o que já está ali, bem aos nossos pés? Folhas secas, dessas que estão caídas pelos chãos, são perfeitas para produzirmos artesanalmente nosso punhado de confete. Com um furador de papel e algumas folhas você pode criar inúmeras combinações de formatos e cores. Melhor e mais bonito que qualquer confete comprado em prateleiras!

Para ver a série completa e aproveitar todas as sugestões ecológicas para este carnaval, é só ir lá no nosso Instagram. Juntxs por menos lixo e mais folia!




Postado em Hypeness






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Suécia e a transformação do lixo em energia



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O revolucionário sistema de reciclagem da Suécia 

que está deixando o país sem lixo



Redação Hypeness

A Suécia costuma ser reconhecida por medidas de sucesso que garantem a qualidade de vida dos cidadãos, e não é diferente quando o país trata do lixo. Com o objetivo de reaproveitar os resíduos de todas as formas possíveis, o país chega a importar detritos para gerar energia.

A atenção do governo para a sustentabilidade faz com que a Suécia recicle 1,5 bilhão de latas e garrafas por ano, em um país com cerca de 9,6 milhões de habitantes, segundo o último censo. Cada cidadão sueco produz, em média, 461 kg de lixo por ano, contra uma média de 525 kg no resto da Europa.


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No país, toda zona residencial deve ter uma estação de reciclagem a no máximo 300 metros de distância, e praticamente toda a população tem a separação do lixo como hábito. Até mesmo o material orgânico é reaproveitado: a Suécia utiliza 50% do lixo domiciliar para produzir energia.


Ponto de recolhimento de lixo reciclável (Foto: Samantha Marx)


Ao incinerar o lixo em 32 estações especiais, os suecos geram um gás capaz de mover turbinas geradoras de eletricidade, que é transferida para a rede que abastece as cidades. Isto também impede que os resíduos se acumulem em lixões, onde acabam produzindo gases como o metano.


Estação de incineração de lixo (Foto: Vattenfall)


Os suecos capricham tanto na separação do lixo reciclável que o país nem produz lixo orgânico o suficiente para dar conta da demanda energética: A Suécia chega a importar setecentas mil toneladas de lixo de outros países, como Noruega, Irlanda e Itália.

Para completar, o governo também incentiva os moradores a investir em produtos de longa duração, em vez daqueles que precisam ser trocados frequentemente, e a tentarem consertar tudo que quebrar em vez de comprar novos. É ou não é um modelo para o mundo?





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A armadilha do PET




Norbert Suchanek



Foi na última semana, quando uma amiga me enviou uma foto de seu quintal de permacultura, e com orgulho ela escreveu: “Olha estou reciclando garrafas de PET, utilizando no viveiro para as minhas plantinhas.” A minha amiga se acha ecologicamente correta e consciente, mas sem querer ela entrou na armadilha da grande indústria do plástico e do petróleo.

Por anos, incontáveis de workshop de reciclagem ensinaram aos brasileiros, criancinhas, adultos, idosos, donas de casa, comunidades carentes e povos indígenas, a maravilha de “reciclar” garrafas PET. As garrafas de PET usadas passam então a servirem para várias coisas.

Vasos para plantas, brinquedos, bijuterias, árvores de Natal, móveis ou qualquer coisa inimaginável. Paralelo a isso, foi criado um mercado de roupas com malha PET, identificada como ecologicamente correta. Camisas caríssimas porque salvam o Planeta, diz a propaganda.

Uma mentira que só virou verdade nesta sociedade do século 21, porque foram repetidas milhares vezes. A realidade é essa: O uso de uma garrafa PET velha no seu quintal ou em forma de roupa, ou como um “telhado verde”, não é reciclagem e nem preserva o meio ambiente. Reciclagem é quando uma garrafa PET velha vira uma garrafa PET nova, como é feito com as garrafas de vidro. Só assim o uso da matéria prima, o petróleo, e o gasto de energia estarão reduzidos. Mas o que acontece com a PET, na realidade, é o contrário disso. A garrafa PET na prática mundial não vira uma nova garrafa PET. A garrafa velha vira um outro produto, um processo que internacionalmente recebeu o nome “Downcycling”.

Ao contrário do vidro, a PET não pode ser reutilizada na linha de produção original e o seu processo de reciclagem de verdade é ainda caro e complicado. Por isso a indústria de embalagens prefere utilizar matéria prima para seus produtos e inventou a propaganda da PET-Recicling.

Novos mercados para o lixo de PET foram criados que de fato estão estimulando a produção de novas garrafas PET à base da matéria prima petróleo. Por exemplo, o novo mercado de Eco-Camisas, Eco-Bolsas ou Eco-mochilas de PET, precisa de produção de novas garrafas de PET à base da matéria prima. E isto é um ato contra a sustentabilidade, contra o meu ambiente e contra a nossa própria saúde.

Pior: ao contrário das fadas da propaganda da indústria química, a produção de PET nem é fácil ou limpa. Além do uso de petróleo, também várias substâncias tóxicas são necessárias ou são criadas durante o processo. Por exemplo, a indústria está usando trióxido de antimônio no processo de fazer PET. Mas antimônio é um metal pesado venenoso e pode criar câncer. “A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) classifica o trióxido de antimônio no Grupo 2B – possivelmente carcinogênico para o ser humano.”

A substância orgânica Bisfenol-A (BPA) é um outro grande vilão na produção de garrafas de plástico e de outras embalagens. Esta substância de fórmula (CH3)2C(C6H4OH)2 é um estrogênio sintético e pode causar câncer e infertilidade. Já foi provado há anos que oBisfenol-A pode contaminar os líquidos dentro das garrafas de PET ou de outros plásticos.

Quem compra garrafas de PET e as usam no seu quintal como um viveiro ou quem cria um sofá de PET ou bijuterias, também está responsável pela continuidade do uso do petróleo, pela mineração de antimônio e seus efeitos danificadores e pela contaminação do meio ambiente com substâncias tóxicas e cancerígenas.

O mundo não precisa de garrafas, camisas ou viveiros de PET. Vidro é o melhor material para guardar qualquer bebida, inclusive a água. As garrafas de vidro podem ser reutilizadas centenas de vezes. E o material de vidro pode ser reciclado sem fim. O próprio vidro é a melhor matéria prima para fazer vidro.

Norbert Suchanek, Correspondente e Jornalista de Ciência e Ecologia, é colaborador internacional do EcoDebate. EcoDebate,07/01/2014.



O bicho, meu Deus, era um homem


 

Vi ontem um bicho 

Na imundície do pátio 

Catando comida entre os detritos. 

Quando achava alguma coisa, 

Não examinava nem cheirava: 

Engolia com voracidade. 

O bicho não era um cão, 

Não era um gato, 

Não era um rato. 

O bicho, meu Deus, era um homem. 

(Manoel Bandeira, O Bicho) 



Está na moda falar do lixão. Tem até novela embarcando na onda. Mas este é um tema que as Administrações Públicas ainda jogam para debaixo do tapete. 

O problema é imenso, imensurável mesmo e muito antigo. Nasceu com o homem. Evidentemente que na pré-história a situação resolvia-se por si, observado que a vida tinha outro ciclo e as condições ambientais permitiam que a própria natureza desse conta de colocar as coisas nos seus devidos lugares. 

O progresso, tão necessário, reconheça-se, trouxe consigo o aumento da produção de resíduos de toda a ordem: restos de comida, artefatos plásticos (grande descoberta!), resíduos tecnológicos e por aí vai. 

Os números impressionam: estima-se que, no mundo ocidental, cada pessoa produza 500 quilos de resíduos urbanos por ano. Este número, no Brasil, é 378 quilos. O Brasil produziu, em 2010, 61 milhões de toneladas de lixo, que representou um crescimento de 6,8% em relação a 2009. No mesmo período, o aumento da população foi de 1,15%, concluindo-se, portanto, que os brasileiros conseguiram produzir mais lixo do que crescer. 

Urge, portanto, que a questão seja enfrentada com eficiência. A legislação brasileira segue numa boa direção. Em agosto de 2010 foi sancionada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que chamou à responsabilidade todos os setores da sociedade. Impõe que haja planos integrados de tratamento de resíduos, marcando prazo para a sua implantação. Proíbe a criação de lixões e determina que os existentes sejam regularizados. Institui a logística reversa, ou seja, a destinação do resíduo final é responsabilidade do produtor (fabricante), certo que uma parcela dessa conta será paga pelo consumidor, mas vá lá, vale a pena. 

Mas há, ainda, a outra face do problema. Além da produção do lixo, temos pessoas que nele proliferam como animais. Há um problema social correlato que também reclama atenção. 

A existência de uma lei de qualidade (estranho assim adjetivar a lei, mas no Brasil...) não significa, por si só a solução do problema, ela precisa ser adequadamente aplicada e isso implica esforço em todas as esferas. Na esfera do particular, adequando-se os indivíduos a condutas éticas com o meio ambiente (não desperdiçar, separar o seu resíduo, aproveitar ao máximo os bens de consumo). Na esfera do público, com os Governos realizando os planos de tratamento, incluindo os gastos necessários nos orçamentos e fiscalizando eficientemente o cumprimento das obrigações, seja dos particulares seja dos entes públicos e o Poder Judiciário impondo o cumprimento das obrigações e sancionando os descumpridores. 

Estamos, enfim, em ano eleitoral. Muitas promessas virão, espera-se que, também surfando na onda, os candidatos apresentem propostas no sentido da implementação breve da lei, em nível local, considerando que o pleito é Municipal, o que já será um avanço. E que nós, eleitores, sejamos firmes na cobrança do prometido. 

Quiçá, o poema de Manoel Bandeira, que, por empréstimo, serve de título a este texto, embora de inegável valor literário, caia no esquecimento... 


Vera Lúcia Fritsch Feijó Magistrada aposentada, Especialista em Direito Ambiental, colaboradora voluntária do Programa de Gestão Ambiental do Tribunal de Justiça RS.

Obs.: Imagem inserida por mim