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Vídeo de 1 minuto mostra como a mídia levou o Brasil ao fundo do poço


vídeo midia brasileira

Vídeo é um resumo de como a imprensa funciona. São os criadores da criatura, mas quando descobriram que ela era uma aberração, quiseram abandoná-la, mas já era tarde demais. Ela cresceu, se revoltou e devorou todos eles.

Um vídeo com pouco mais de um minuto de duração com trechos de falas do historiador Marco Antônio Villa, uma espécie de ‘intelectual orgânico’ da mídia brasileira, é sintomático de como o Brasil chegou ao fundo do poço ao eleger a família Bolsonaro na eleição presidencial de 2018.


O conteúdo foi publicado no perfil do twitter ‘Vossa Carestade’. “Peço que você ‘perca’ 1m39s do seu tempo e olhe esse vídeo. É um resumo de como a mídia/imprensa funciona. São os criadores da criatura, mas quando descobriram que ela era uma aberração, quiseram abandoná-la, mas já era tarde demais, ela cresceu se revoltou e devorou todos eles”, diz a postagem.

Na rede social, o vídeo viralizou e recebeu milhares de reações. “Estamos vivendo uma terrível situação cujo desfecho não vai ser bom”, publicou um internauta. “São os arautos da hipocrisia, batem recordes”, postou outro.


“Os mesmos jornalistas e formadores de opinião que inflamaram o país com ódio e ajudaram a colocar Bolsonaro no poder, agora não sabem o que fazer nem como lidar com ele. Por puro ódio e preconceito, despertaram e deram vida a o que há de pior na humanidade”, observou mais um.

ASSISTA ABAIXO:


Postado em Pragmatismo Político em 20/02/2020



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Vazamento e Paródias : o conluio ...


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Istoé defende o assassinato de Lula






Miguel do Rosário

Caso tenham preguiça, ou falta de tempo, para ler o texto abaixo, assistam pelo menos o vídeo:





Queridas historiadoras do futuro, continuo com grandes esperanças em vocês.


Espero que, um dia, vocês possam ler estes posts e eles lhes sirvam ao menos como registro das coisas que aconteciam no Brasil em nossa época.

No dia 10 de novembro de 2017, uma das principais revistas brasileiras, a Istoé, publicou uma coluna em que se pede, sem meias palavras, a morte da principal liderança popular do país, o homem que aparece à frente, com quase 40% das intenções de voto, em todas as pesquisas.

Naturalmente, é um crime. Espera-se que o Ministério Público Federal, além de nossas polícias, tão pressurosos em investigar a morte do velho cão da presidenta Dilma, se interessem em punir esse crime sórdido contra a paz e a segurança do nosso país.

A razão alegada pelo colunista da Istoé para dizer que “Lula precisa morrer” é a mais sórdida do mundo. Lula tem de morrer exatamente por causa do carinho e respeito que milhões de brasileiros, inclusive este blogueiro, insistem em lhe dedicar.

Ou seja, se a gente respeita o presidente Lula, então é justamente por isso que ele deve morrer.

A Istoé deixa bem claro que nós, os brasileiros que pretendemos votar em Lula, não merecemos nenhum respeito.

Nossa liderança política deve morrer.

É um crime hediondo e uma declaração de guerra civil.

Para vocês, historiadores, entenderem o contexto político e midiático desta barbaridade, eu fiz uma pequena crônica sobre a Istoé.

Em dezembro de 2016, a revista organizou um evento para homenagear personalidades que ela considerava os “brasileiros do ano”.

Como primeiro homenageado, vinha Michel Temer, cujo discurso de agradecimento terminou com essas belas palavras:

“Vamos alcançar o crescimento e o pleno emprego. O prêmio serve de mobilizador e motivador para que nós salvemos o País”.

O segundo homenageado foi Sergio Moro, que usou seu discurso para fazer um agradecimento especial ao Supremo Tribunal Federal:

Moro também destacou o trabalho do Judiciário e elogiou a atuação do Supremo Tribunal Federal. “Recebo este prêmio não como um reconhecimento pessoal, mas como o reconhecimento de um trabalho institucional, que envolve a primeira instância, as cortes de apelação, o Superior Tribunal de Justiça e o STF. O cidadão pode confiar na Justiça brasileira essa confiança é essencial. Recebo este prêmio muito humildemente”.

Na matéria sobre o evento, a revista não poupa elogios ao juiz:

Ovacionado pela plateia, o juiz federal Sergio Moro recebeu prêmio na categoria Justiça (…)

Seu trabalho tem lhe rendido o título de ‘herói brasileiro’, que ele rejeita, mas que beira à celebridade, sendo aplaudido aonde vai, seja no mercado, no restaurante ou no cinema.

Apesar dos apelos da população, o juiz não pretende entrar na carreira política (…)

Outros homenageados daquela noite: os atores Grassi Massafera e Antonio Fagundes, e o autor de novelas Benedito Ruy Barbosa, todos da Globo.

Além de Michel Temer, dois outros políticos receberam prêmios de “brasileiros do ano”: o então prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o recém-eleito João Dória.

A disposição dos convidados para as imagens principais da cerimônia tinha sido meticulosamente calculada. O presidente Michel Temer ficaria em primeiro plano, ao lado do governador Geraldo Alckmin. Logo atrás, o público poderia ver Aécio Neves e Sergio Moro. Os dois últimos não resistiram à atração mútua e trocaram afagos e sorrisos que iriam provocar bastante polêmica nos dias seguintes.

Em reportagens anteriores, o Cafezinho já identificou que a Editora Três, que publica a Istoé, foi umas das que registrou aumentos mais espetaculares no recebimento de verbas de publicidade federal.

Mas isso não vem ao caso.

A revista conseguiu reunir, naquelas imagens, a nata do golpe.

Pedro Parente, presidente da Petrobrás, Flavio Rocha, dono da Riachuelo, e Aécio Neves, proprietário do aeroporto de Claudio, também foram “premiados”, ou pelo menos aparecem, em vídeo, recebendo algum tipo de homenagem.

A revista divulgou um vídeo do evento com um pouco mais de 2 minutos, do qual eu recortei as melhores partes: o discurso de Moro e Temer, que você pode assistir abaixo (é apenas 1 minuto, assista, é muito instrutivo):

****

Eu separei também algumas fotos do evento que achei mais interessantes. Gostei especialmente da sequência de apertos de mão entre Sergio Moro e alguns políticos, como Serra, Meirelles, Alckmin e Kassab:



***



Quase um ano e alguns milhões de desempregados depois, as coisas mudaram um pouco. Sergio Moro hoje é rejeitado, segundo pesquisas de institutos pró-Lava Jato, como o Ipsos, por 41% da população. Michel Temer, que falara em seu discurso em “salvar o Brasil”, tem uma rejeição, segundo o mesmo Ipsos, de 95%.

Lula, por sua vez, cresceu em todas as pesquisas, e já tem entre 30% e 40% da preferência dos eleitores.

Nesse mesmo entretempo, a Istoé vem recebendo cada vez mais recursos públicos federais, para defender reformas rejeitadas, segundo pesquisas, por mais de 80% da população.

Esse é o contexto para entendermos o último texto do colunista da Istoé, Mario Vitor Rodrigues: Lula deve morrer, que abre com o seguinte parágrafo.

Pelo bem do País, Lula deve morrer. Eis uma verdade incontestável. Digo, se Luiz Inácio ainda é encarado por boa parte da sociedade como o prócer a ser seguido, se continua sendo capaz de liderar pesquisas e inspirar militantes Brasil afora, então Lula precisa morrer.

Queridos historiadores do futuro, queridas brasileiras do presente, tirem suas conclusões.




Postado em O Cafezinho em 11/11/2017








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Alex Cuadros : a leviandade jornalística a serviço do império



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Miguel do Rosário


A batalha mais difícil que teremos de enfrentar, para recuperamos a imagem do país, não é a política, cujo debate, mal ou bem, em virtude da internet, oferece um pouco de pluralidade e, sobretudo, profundidade.

Não é nem mesmo a jurídica, na qual os vencedores de hoje virão a ser os derrotados de amanhã, desde que a verdade, com sua força interna, se imponha sobre as “convicções”.

O front de guerra mais perigoso, mais traiçoeiro, é aquele da imprensa tradicional, porque ela é o instrumento principal do poder ideológico das classes e países dominantes, usado para perpetuar situações de extrema desigualdade que produzem sofrimento e miséria em toda parte.

Eu enfatizo o termo “imprensa tradicional”, porque refiro-me não apenas àqueles mesmos órgãos de imprensa suspeitos de sempre, mas a todas as histórias que se penduram, de maneira superficial e preguiçosa, nas narrativas consolidadas por aqueles órgãos, ou por seus subsidiários nos países periféricos.

O caso de Alex Cuadros, um jovem jornalista norte-americano que passou alguns anos morando no Brasil, como correspondente da Bloomberg, primeiro, e depois como colaborador de outras empresas, é emblemático.

Cuadros veio ao Brasil com uma missão curiosa: seria uma espécie de correspondente especializado na vida e negócios dos ultrarricos brasileiros.

Naturalmente, uma missão assim pressupõe que o jornalista em questão tenha uma personalidade suficientemente forte para enfrentar o assunto com desassombro: o investimento da Bloomberg nessa nova “editoria” certamente não visava produzir relatos de um repórter deslumbrado pela riqueza alheia. A agência pedia descrições vívidas, interessantes, informativas.

Encerrado o trabalho, Cuadros permaneceu no Brasil e escreveu um livro sobre os bilionários brasileiros, intitulado Brazillionaires, que foi traduzido e vendido por aqui também. Eu comprei o livro pela Amazon, ainda em inglês e o li.

É um livro que oferece passagens interessantes. Traz até a informação sobre a “mansão dos Marinho” em Paraty, ligada as histórias obscuras de lavagem de dinheiro, que os Marinho negam que pertençam a eles. O capítulo sobre a família Marinho, aliás, é o mais interessante do livro.

Mas outros capítulos revelam que Cuadros não conseguiu fugir do senso comum que, certamente, rodeava seu círculo de amizades enquanto morava no Brasil e, sobretudo, suas leituras da imprensa tradicional. A comparação entre a construção de usinas hidrelétricas, responsáveis por assegurar a soberania energética do país e, com isso, o nosso desenvolvimento, com “pirâmides do Egito” é uma das coisas mais estúpidas que eu tive a oportunidade de ler.

Ao mesmo tempo, é uma comparação que, de forma inconsciente, externa um sentimento imperialista em relação ao Brasil. Cuadros não encontraria jamais espaço para afirmar isso sobre a construção de usinas, refinarias ou hidrelétricas nos EUA, que podem até ser criticadas do ponto-de-vista ambiental, mas jamais comparadas com obras faraônicas que não teriam nenhum uso prático para os povos do Egito Antigo.

Já o Brasil, ah o Brasil! Construir refinarias, hidrelétricas, usinas nucleares, certamente só poderia ser uma iniciativa faraônica feita com intuito de enriquecer empreiteiras e roubar. Sergio Moro, com menos inocência que Cuadros, falaria coisas semelhantes em suas “palestras” para o mercado financeiro.

Hoje, Cuadros escreve sobre o Brasil para o site da New Yorker (não sei se os textos vão também para a edição impressa) e foi aí que voltei a encontrá-lo, e a me decepcionar – não apenas com Cuadros mas também com a New Yorker.

A New Yorker que eu conhecia, e gostava, publicava reportagens incômodas, originais, profundas, de gente como Gore Vidal e Truman Capote.

Os textos de Cuadros são notinhas superficiais, curtas, desinteressantes, escritas com um espírito preguiçoso e leviano, que apenas copiam clichês da mídia tradicional brasileira.

Seu último texto na New Yorker é uma resenha sobre recentes ameaças de golpe militar e… Jair Bolsonaro. Se o Brasil vivesse uma situação normal, talvez eu gostasse do texto, porque fala mal de Bolsonaro e dos militares. Mas não estamos numa situação normal. É um desses textos superficiais que, ao não mencionar nenhuma das causas reais dos processos políticos atuais, apenas reforça as mesmas narrativas que produziram as declarações de oficiais em prol de um novo golpe e o próprio Bolsonaro.

Quando Cuadros sai da mera descrição dos fatos relativos as ameaças militares e do anedotário sobre Bolsonaro, ele diz que “nesse meio tempo, deputados de distintas identidades ideológicas se uniram para minar o poder do judiciário”.

A afirmação é típica: ela integra o núcleo duro da narrativa dominante no Brasil, e é mentirosa.

O dever do jornalismo não pode ser, jamais, repetir o senso comum. A afirmação de Cuadros poderia vir de um esquerdista alienado, que acredita na Lava Jato e em Sergio Moro (uma categoria em declínio, felizmente), ou de um representante da antipolítica, que rejeita todos os partidos. Ou de um eleitor de Bolsonaro.

Sim, porque as pesquisas mostram que o principal apoio à Lava Jato e a Sergio Moro vem dos eleitores de Bolsonaro.

Nas manifestações em favor do impeachment, os mesmos grupos que defendiam uma “intervenção militar” foram migrando para a defesa de Sergio Moro – e isso não porque esses grupos se tornaram mais democráticos, e sim porque a “intervenção judicial” abraçou o autoritarismo brutal que esses grupos clamavam.

Quando partidos e políticos se unem em críticas ao judiciário, não é para “minar o seu poder”, como afirma Cuadros, e sim para tentar reconduzi-lo aos trilhos constitucionais.

Como Cuadros é um leitor da Folha de São Paulo e do colunista Josias de Sousa, talvez ele não saiba que vem florescendo, no Brasil, uma rica bibliografia contra o autoritarismo do judiciário brasileiro, assinada por nossos mais competentes juristas. Eu o aconselharia a ler as colunas de Lenio Streck, no Conjur, por exemplo.

Em “Estado pós-democrático”, livro lançado há poucos dias, o juiz de Direito Rubens Casara também faz uma denúncia sombria, dolorosa, terrível, contra o fascismo judicial que vem se alastrando no país – sobre o qual o jornalista Alex Cuadros, justamente pelo vício de ler a realidade brasileira apenas através de seus grandes meios de comunicação, não deve ter informação suficiente.

Cuadros omite dos leitores da New Yorker que foram esses mesmos meios de comunicação que apoiaram o golpe de 64, que sustentaram a ditadura, construíram a atmosfera que levou ao golpe de 2016, chancelam os ataques de Temer aos direitos sociais, e teceram a narrativa que fez Bolsonaro e o golpe militar se tornarem um risco real à democracia brasileira.

Curioso, eu acabei entrando num artigo de Alex Cuadros, também publicado no site da New Yorker, em julho, sobre a condenação de Lula.

O título diz tudo: “A mais importante condenação criminal da história brasileira”.

Se esse post fosse apenas sobre este artigo, e não sobre a leviandade jornalística, de uma forma mais geral, eu poderia intitulá-lo como “O mais vergonhoso artigo da história da New Yorker”.

No entanto, é um artigo curto, incrivelmente desonesto e superficial, ou seja, totalmente na contramão da ideia que eu tinha da New Yorker, no qual Cuadros apenas alinhava os principais chavões que sustentam a narrativa da imprensa corporativa do Brasil.

Durante toda a era Lula/Dilma, a imprensa brasileira vendeu a tese de que uma das funções mais importantes da imprensa era fazer a “crítica ao poder”. É um conceito nobre, mas sua prática, pela própria imprensa, sempre se revelou falsa: porque o único poder que ela efetivamente criticava era o poder do presidente da república. Ora, o poder jamais, em nenhum país democrático, está concentrado exclusivamente em mãos do presidente da república. Há o poder da própria mídia, que muitas vezes é superior. Há o poder das corporações privadas. O poder do mercado. O poder, sobretudo, do judiciário e dos estamentos jurídicos & policiais do Estado. Este último poder, aliado à mídia, tornou-se um monstro que, após devorar o voto de 54 milhões de eleitores e a própria democracia brasileira, vem engolindo direitos sociais, garantias individuais, patrimônio nacional, esperança, e não parece disposto a parar.

Onde está, na imprensa brasileira, a crítica a esse poder?

Não está.

E, com certeza, também não está nas resenhas preguiçosas de Alex Cuadros para a revista New Yorker.

A “condenação” de Lula por Sergio Moro é baseada na delação de um torturado, Leo Pinheiro, que mudou sua versão em relação ao apartamento de Lula apenas depois de ter seus pedidos de habeas corpus sistematicamente negados e não ter nenhuma esperança de um julgamento imparcial enquanto não fizesse o jogo sujo da Lava Jato.

Sobretudo, é uma condenação que não apresenta uma mísera prova contra o ex-presidente. Tanto é assim que centenas de juristas, perplexos e indignados, escreveram e publicaram, em tempo recorde, um livro com artigos denunciando essa condenação.

Ao não mencionar essas críticas, Alex Cuadros falseou a realidade e se alinhou à turma de Bolsonaro, aos golpistas, e contra todos que lutam por justiça social e por um Estado democrático de Direito no Brasil.

É também um artigo profundamente vulgar do ponto-de-vista intelectual, porque trata o judiciário como um poder isento, ignorando todos os absurdos que estamos testemunhando no país, e que culminaram com o suicídio do reitor da universidade federal de Santa Catarina, Luis Carlos Cancellier, acusado e preso em mais um desses intermináveis e insuportáveis processos kafkianos em que agentes do Estado se transformam em furiosos justiceiros.

A leviandade de Alex Cuadros, no entanto, tem uma função importante. Como todo jornalista da “imprensa tradicional”, Cuadros tem uma sensibilidade extremamente apurada para a autocensura e para a necessidade de ser manter fiel às narrativas centrais. Seu artigo sobre Lula é, portanto, apenas mais um entre milhares de textos escritos por jornalistas corrompidos por um sistema que é tanto mais brutal quanto é invisível.

Eu vou publicar um trecho (traduzido por mim) do artigo de Cuadros e identificar seus erros de análise.

Lideranças sindicais e políticos de esquerda convocaram um protesto contra o que eles consideram ser uma perseguição política, praticada por uma conspiração de direita para enterrar as chances de Lula retornar à presidência. “Isso não é democracia”, declarou Lindbergh Farias, senador pelo Partido dos Trabalhadores (PT), em vídeo divulgado em sua página de Facebook.

O problema com essa teoria é que a Operação Lava Jato também atacou políticos de direita. O atual presidente, Michel Temer, que ajudou a orquestrar o impeachment da sucessora de Lula, Dilma Rousseff, é um dos que vários líderes conservadores que enfrentam acusações de corrupção (ele nega as acusações). Na verdade, políticos poderosos de direita e esquerda começaram, discretamente, a se unir contra a Operação Lava Jato. Nos bastidores, o PT tem notadamente agido com o partido de Temer com dois objetivos: anistiar políticos que usaram dinheiro de caixa 2 e restrição ao poder dos procuradores. No mês passado, Lula inclusive defendeu Temer publicamente, acusando o procurador-geral de “pirotecnia” e dizendo que ele deveria ser punido caso suas alegações não forem provadas.

Em sua condenação, Moro citou o escritor inglês do século XVII, Thomas Fuller: “Que você não esteja nunca tão alto, que a lei fique acima de você”. Isso é um conceito muito novo no Brasil.

Vamos começar pelo final, pela frase de Fuller que Moro achou no Google. É bem sintomático que Moro cite alguém do século XVII. Se estivesse mais conectado aos debates contemporâneos sobre direitos humanos e garantias individuais, Moro poderia citar, por exemplo, Luigi Ferrajoli, que o comparou, a ele, Sergio Moro, a um juiz da Inquisição. O depoimento de Ferrajoli, no entanto, foi omitido na grande mídia e, por isso, Alex Cuadros não o leu.

Sobre a frase em si, é mais uma dessas citações idiotas de Sergio Moro, como aquela outra de Roosevelt. Ora, no Brasil, ela deveria ser invertida para algo como: que a Lei nunca esteja tão alto, que esteja acima das garantias individuais.

O populismo penal que serve de fundamento aos arbítrios da Lava Jato, sobre punir “ricos e poderosos” é muito típico do fascismo. Ora, a ditadura militar também atingiu alguns “ricos e poderosos”. Os políticos cassados pela ditadura também seriam “poderosos”, e todos os empresários que não pactuaram com o regime foram perseguidos. Famílias de classe média, com dinheiro para pagar os melhores advogados do país, não conseguiram salvar seus filhos de tortura e assassinatos políticos. A Excelsior, principal tv do país, a Panair, importante companhia aérea, e inúmeros jornais prestigiados e “poderosos” foram censurados e perseguidos pela ditadura. Ou seja, perseguir “poderosos” não é nenhuma prova de democracia. No caso da Lava Jato, a perseguição a “poderosos” teve como premissa destruir os únicos setores da indústria brasileira que competiam internacionalmente, e que tinham capacidade tecnológica para fazer os investimentos necessários em áreas estratégicas, em especial no campo da energia.

Além do mais, há uma falácia aqui. Se a Lava Jato atinge políticos de vários partidos, o foco sempre foi o PT. Foi contra o partido dos trabalhadores que toda a narrativa lavajatiana se organizou. Os empresários presos tiveram suas relações com PT e Lula devassadas, enquanto as mesmas relações que tinham com outras agremiações eram omitidas, abafadas. Nenhum tesoureiro ou marketeiro de outros partidos foi preso. E vejam bem: a gente tem que tomar muito cuidado com essas armadilhas do punitivismo. Não interessa à democracia brasileira prender os tesoureiros ou marketeiros ou políticos de todos os partidos. O Estado não tem de perseguir ninguém.

Alex Cuadros não é um bom observador político, pois em caso contrário não poderia deixar de considerar que as ações da Lava Jato (prisões, vazamentos, depoimentos) sempre foram agendadas de olho numa agenda política que visava atingir o PT.

A perseguição a políticos de direita, como Michel Temer, não veio do núcleo original da Lava Jato. Foi um ensaio desastrado do procurador-geral, e que logo esbarrou na tradicional blindagem do establishment. Nem há comparação, de qualquer forma, entre as denúncias envolvendo Temer, Aécio, Geddel, que envolvem gravações, malas de dinheiro, e as que envolvem políticos do PT, a começar por Lula, que jamais trazem uma prova física e ficam a rodear teorias, estas sim ridiculamente conspiratórias, sobre propriedades de apartamento, sítios e pedalinhos, sem que se aponte conexões concretas, plausíveis, com esquemas de corrupção.

Volto a sugerir a Cuadros que leia o livro de Casara sobre o estado pós-democrático. Nele, há a denúncia sobre o uso de métodos democráticos apenas nas aparências, entre os quais justamente esta simulação de imparcialidade, que consiste em dar uma na ferradura após duzentos golpes no ferro.

O judiciário não é um poder absoluto. Suas decisões podem e devem ser criticadas. Se podemos apontar uma consequências positiva da Lava Jato é destruir, para sempre, a falsa conexão entre judiciário e justiça. Outra consequência importante é desmascarar o chapa-branquismo das narrativas da imprensa tradicional. Ela finge que é crítica ao poder apenas quando detecta que o poder migrou para outra parte. No Brasil, a imprensa é, historicamente, crítica à democracia e a toda forma de poder organizado da população, em especial de suas camadas mais humildes.

O nosso judiciário prende e persegue “ricos e poderosos” brasileiros e depois corre para o Brazil Institute, do Wilson Center (que eu chamo no Cafezinho de “think tank da CIA”), para prestar contas aos “ricos e poderosos” dos Estados Unidos, a começar pelo próprio presidente do Brazil Institute, Anthony Harrington, CEO da Albright Stonebridge, uma firma de lobby que atende aos interesses do governo americano e de suas principais corporações.

Entretanto, seria demais esperar que estes assuntos sejam tratados pela New Yorker ou seus repórteres neste momento. Se a imprensa norte-americana tradicional abordar os atuais esquemas de dominação de seu país sobre o nosso, será apenas daqui a algumas décadas.

O final do artigo de Cuadros é tão desonesto quanto absurdo:

Essa é uma disputa que desafia categorias ideológicas, jogando a maioria da classe política contra o público. Lula ajudou milhões de pobres do país, mas se alinhar com ele ajuda a minar a luta contra a impunidade.

De que tipo de impunidade fala Cuadros? Da impunidade de juízes e procuradores criminosos? Cuadros não parou para pensar que a corrupção no judiciário, que é igual ou maior à da classe política, se alia a seu autoritarismo, acentuado pelo fato de que, à diferença do Executivo e do Legislativo, ele é institucionalmente distante das classes populares?

Cuadros não parou jamais para pensar que se o judiciário condena sem provas (e não sou eu que o digo, mas centenas de juristas importantes), então não há, obviamente, nenhum combate à impunidade ou à corrupção, e sim uma instrumentalização inescrupulosa de um poder burocrático do Estado com finalidades políticas as mais escusas?

Alinhar-se com Lula, prezado Cuadros, contra procuradores e juiz, não é “enfraquecer” o judiciário, tampouco contribuir para a impunidade. Muito pelo contrário. O judiciário, como qualquer poder, precisa ser escrutinizado, reformado, aperfeiçoado, pela crítica constante, dura, da população.

E a luta contra a corrupção, como sabem todos que conhecem e estudam a história do Brasil, tem de ser expurgada de seus oportunistas, no judiciário, na política e, sobretudo, na mídia, porque estes costumam, com frequência, instrumentalizá-la para impor formas muitos mais terríveis de corrupção.



Postado em O Cafezinho em 14/10/2017



Imagine o que a " imprensa tradicional " faria

 se fosse o PT







Escritor Fernando Morais : a Globo é quem governa o Brasil



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Lula : Vítima de perseguição jurídico - midiática


























Bilheteria do filme da Lava jato (mais caro filme brasileiro) decepciona









Eduardo Guimarães

A estreia do filme feito sob instruções da Lava Jato – e pago por financiador misterioso – com o propósito claro de atingir moralmente o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores, estreou no último dia 7 de setembro, dia da independência, como forma de jogada publicitária.

A escolha de um feriado cívico no meio da semana (quinta-feira) foi feita porque em feriados assim não dá para a maioria “emendar” e, desse modo, naquele 7 de setembro as cidades estariam apinhadas de gente sem ter o que fazer, o cenário ideal para uma estreia cinematográfica.

Devido à forte polarização em torno de um filme que toma partido político-partidário até no entender de analistas insuspeitos de “petismo” (por atuarem em órgãos de imprensa conhecidos pelo antipetismo), eclodiu um debate sobre o “sucesso” ou o “fracasso” do filme.

No mais das vezes, as análises têm preferido enxergar o copo meio vazio.

A estreia do filme foi considerada um fracasso por esta página, que se baseou em notícias divulgadas no dia seguinte à estreia por alguns órgãos de imprensa, e em relatos de leitores sobre salas esvaziadas no 7 de setembro.

Este Blog saiu na frente ao divulgar que o filme da Lava Jato foi um fiasco em Curitiba, com os principais cinemas, com salas de quase 200 lugares, tendo apenas 1/3 desses lugares vendidos por sessão, em média.




Nos dias seguintes à publicação desta página, vários veículos foram na mesma linha.





Porém, dias depois, começam a surgir matérias que distorcem os fatos para vender que o filme foi bem. Teve até analista dizendo que o desempenho do filme da Lava Jato teria sido “formidável”. Confira.










O filme não teve nada de “formidável”. Na verdade, seu desempenho pode ser considerado pífio e quem diz isso, além das fontes especializadas que esta página consultou, foi a coluna do jornalista Lauro jardim, do jornal o Globo. Na matéria abaixo você vai entender por que o “filme da Lava Jato” foi um fiasco milionário.





O filme da Lava Jato é, de longe, o maior investimento de um filme nacional em termos de divulgação e orçamento. Cerca de MIL cópias foram distribuídas em todo o Brasil. Segundo Claudia Rodrigues, relações públicas da Agência Febre, responsável pela divulgação do filme “Polícia Federal: a lei é para todos”, a produção custou R$ 16 milhões, sendo, atualmente, o filme mais caro já produzido no Brasil.

Se usarmos a comparação do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, ficará mais fácil comparar. O filme Tropa de Elite 2, que teve orçamento parecido mas divulgação muito menor, com apenas 661 cópias, levou 1,2 milhão de espectadores ao cinema em período muito menor.

O erro está na leitura da ferramenta Rentrak que alguns estão fazendo. Note que, no gráfico abaixo, o filme da Lava Jato aparece em segundo lugar na relação dos filmes mais vistos no país, mas é porque a comparação foi feita só no período de estreia, que é o período em que os filmes mais “bombam”. Apesar disso, tem a menor bilheteria e o menor público acumulados deste a estreia em comparação com os outros 3 filmes mais vistos.






O filme da Lava Jato foi pensado e operacionalizado para ser um blockbuster*, mas acabou sendo um traque. Pela quantidade inédita de dinheiro investido, pela divulgação poderosa gerada pela mídia gratuita sobre o filme, pela quantidade incrível de cópias distribuídas, por ter sido enfiado em cada cineminha do país, o resultado foi uma merda.

Pelo que se está vendo, o filme está pregando para convertidos. A última notícia apurada pelo Blog e que será detalhada nos próximos dias é que na estreia do filme, em cinemas de shoppings de luxo, em bairros nobres pelo país afora, teve o afluxo da parcela microscópica da população que atende pelo nome de classes A e B. E após o primeiro e segundo dias de exibição, o afluxo de espectadores vem despencando.

Fizeram muito barulho por nada em torno desse filme. Terminou em fracasso. Retumbante.


*Blockbuster é uma palavra de origem inglesa que indica um filme (ou outra expressão artística) produzido de forma exímia, sendo popular para muitas pessoas e que pode obter elevado sucesso financeiro.



Postado em Blog da Cidadania em 12/09/2017



A ordem é prender Lula sem crime e sem provas . . .



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Monopólio dos meios de comunicação brasileiros puro lixo de manipulação política



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Mídia brasileira, monopólio e manipulação política. O Programa The Listening Post da rede de tv Al Jazeera, nessa semana abordou o monopólio da mídia brasileira e as consequências desse acumulo de poder econômico e midiático para a política e a sociedade brasileira. 

O programa mostra os dois anos de uma turbulência política que revelou uma profunda corrupção no país que de forma oportunista conta com o poder da mídia brasileira.

Midia Ninja em pareceria com o Forum Nacional da Democratização da Comunicação colaborou com The Listening Post, o programa de Al Jazeera English, para criar uma versão legendada em português do seu episódio especial sobre a mídia brasileira. Video da aljazeera em Inglês: https://www.youtube.com/watch?v=PAVBB...






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A fase atormentada do Brasil : punir seu maior líder sem provas para estancar a soberania nacional






Walter Santos


Desde 2003 quando Lula implodiu a ALCA - mercado latino-americano dos EUA já acertado com FHC e optou por reforçar/implantar o MERCOSUL, além do mais transformar o Brasil pelas politicas de inclusão social, estava decretada ali a Guerra dura e, antes silenciosa, que deságua em 2017 com a Justiça Federal (Moro e STF) e o MPF querendo puni-lo a qualquer custo sem provas. A maior das causas: ter Lula gerado a elevação do Brasil e da soberania nacional.

Os intelectuais do Mundo Jurídico chamam todo o contexto no Brasil de Lawfare - o uso da Lei para perseguir. É a politização judicial em nome da Ideologia conservadora à Direita e a serviço do Capital.

SÍNTESE A PARTIR DE ZÉ DIRCEU

Lula está sendo responsabilizado pelo Juiz Sérgio Moro por crimes que não cometeu, ou seja, nunca esteve conivente com desvios da Petrobras, como estiveram os principais lideres do PMDB e PSDB (FHC, Temer, Aécio, etc) - conforme denúncias comprovadas, mesmo assim é punido por um Triplex e um Sitio com propriedade constatada em Cartório como de Terceiros.

Agora mesmo, o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, oferece denúncia contra Lula e Dilma Rousseff mais uma vez sem provas, como a querer relativar para a opinião pública a postura imparcial do MPF tentando punir os Petistas por delitos cometidos por Temer, PMDB, PSDB, etc.

Mas, se faz pertinente lembrar que a Guerra vencida contra o PT começou no governo Lula com a punição de diversos lideres petistas, a partir do Mensalão, atingindo mortalmente o sucessor natural de Lula, o ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil, alijado da politica também sem provas.

A IRA DA MÍDIA

De todos os lideres do PT nenhum conseguiu superar José Dirceu pela capacidade de interpretar fatos e adotar politicas da Geo-Politica pela premissa de resultados em favor do Socialismo, da valorização do Governo a serviço de mudanças pró os mais necessitados, mesmo sem ignorar o dialogo com o Capital.

Foi Zé Dirceu como chefe da Casa Civil quem mexeu no maior vespeiro desconhecido do grande público - ou seja, a bilionária verba publicitária do Governo, até 2002 (FHC) acessada apenas por 196 empresas - com o Grupo Globo abocanhando mais de 50%.

É a partir deste dado que emerge a ira contra ele, Luiz Kushiner, Lula, Dilma e o PT.

Para se ter uma ideia real: Lula deixou o Governo com mais de 5 mil empresas acessando à verba publicitária do Governo e Dilma acima de 8 mil.

Lembrem-se que era apenas 196.

SOBERANIA E LIDERANÇA DO BRASIL

A causa do Golpe Parlamentar no Brasil já comprovado pelo papel nefasto disposto do vice Michel Temer ao lado de centenas de parlamentares, a maioria comprada com dinheiro publico desviado, tem a ver com as mudanças sociais estruturantes dos governos Lula/Dilma e a conquista da liderança global do Brasil na Geopolítica internacional obtendo a condição de 6a Economia e líder dos BRICS sem pedir licença aos Estados Unidos.

Em síntese, punir Lula sem provas convincentes é atestar o retrocesso institucional avalizado pelo MPF e a Justiça, ambas distantes de sua missão devendo gerar muitas reações, entre elas a revolta popular.

Mas, pelo que se atesta em vários segmentos a luta continuará pela Soberania nacional.



Postado em Brasil 247 em 09/09/2017



O diabo mora nos detalhes !



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Mais uma denúncia genérica, sem fato algum, apenas para criar manchete negativa
















Dom Orvandil

...

Confesso que sinto nojo, revolta e profunda tristeza com tudo o que vem à tona com as revelações que vêm das prisões e delações dos ladrões de sempre, embora tudo seja muito restrito, incipiente e seletivo.

Na verdade, não me decepciono. Há anos que sei de tudo isso e como tudo é parte do jogo dessa elite dominante, que arrasa o Brasil e nosso povo desde a invasão colonial a partir de 1500.

Coisas como o espetáculo chamado mensalão sob o comando de ministros medíocres do STF, aliados da mídia pornográfica da verdade, como os shows pobres de inteligência e miseráveis de patriotismo, nacionalidade e de democracia promovidos pela força – fraqueza – tarefa lava jato, com seus juízes, promotores, procuradores e policiais federais corruptores da justiça e da ciência, na afronta aos fatos e à amplitude judicial, não me surpreendem.

As malas de dinheiro, andando pelas ruas ou escondendo milhões em apartamentos fechados, com recursos roubados do povo e do Estado assaltado pelos grupos mais apodrecidos do País, entristecem-me, mas não me decepcionam.

Termos parlamento sujo com deputados/as e senadores/as que serviriam mais para ocupar espaços em presídios ou condenados a prestação de serviços pesados em lugares remotos como criminosos de alta periculosidade e desrespeitosos às coisas públicas e à Constituição, me envergonha sim, mas não me surpreende.

Contarmos com um STF composto de 11 ministros/as apáticos/as, coniventes e cúmplices do grave golpe de Estado, que o bando de assaltantes do poder armou para assaltar e estrangular a qualidade de vida de nosso País e do nosso povo , me indigna mas não me surpreende.

Ver pobres torcendo pela direita de tez fascista e se congestionando de ódio me choca, mas não me surpreende.

Tentar ajudar a mobilizar nosso povo e sentir dó por vê-lo tão alheio à depredação dos direitos sociais, inclusive os de primeira necessidade, ao roubo em alta escala dos bens do nosso solo, das nossas matas, das nossas águas e do nosso subsolo, me faz sentir dor lacerante na alma, mas também não me surpreende.

É impactante ver centenas e até milhares de grupos agindo contra o golpe, mas separados e se achando donos da verdade, sem capacidade de mobilização e unidade, me assustam, mas não me surpreendem.

Tudo, minha amiga, faz parte da grande jogada da elite dominante, a mais podre, desumana, egoísta, perversa e preguiçosa do mundo, com muitos desses desvalores já identificados por Darci Ribeiro há muitos anos.

Essa elite apátrida é egoísta porque no seu ideário o Brasil não passa de um canteiro de onde arrancam produtos para comercializar e os brasileiros escravos que devem trabalhar sem direitos para enriquecê-la.

A elite é burra porque ao desvalorizar sua classe trabalhadora com a ilusão de que a tecnologia tudo fará para levantar lucros, no fundo, ela mesma será arrasada e derrubada por ser estúpida e abocanhadora de tudo sem nada repartir, não me surpreende, embora me enoje de ver os seus mentindo alto estilo se achando eterna.

Os grupos dominantes são imorais porque não respeitam pactos, mesmo os defendidos por seus teóricos burgueses. São predatórios destrutivos até mesmo de suas próprias fontes de riquezas e isso não surpreende.

Tomaram o poder em todas as suas instâncias: o executivo, o legislativo e o judiciário. Em todos eles fazem o que vemos nesta conjuntura e isto era previsível, menos para os ingênuos.

Desgraçadamente muitos de nós nos deitamos nas redes certos de que o Brasil e a felicidade do povo brasileiro estavam salvos.

Nada, essa elite atuou sempre na movimentação das peças da tomada do poder.

Eles tomaram o poder.

No mais, tudo é jogo de sena. Rodrigo Janot confessa sua miséria moral, falta de coragem e se afirma como medroso fiel a tudo o que há mais sórdido a quem ele serve e com quem quer assegurar emprego após deixar o cargo de chefe do MPF, que exerceu com parcialidade seletiva e com muita mediocridade, também faz jogo de sena tendo como palco a pocilga da mesma elite suja a quem serve.

Quanto mais a elite se mostrar, melhor.

Quanto mais a sociedade perceber, mais nos aproximaremos da verdade de que essa elite não serve ao País.

O que nos restará?

Essas seleçõezinhas dos lavajateriros, de ministério público, de delações e de prisões coercitivas são todas material intestinal, que de vez em quando esborrifam nos ventiladores, fazendo shows mediáticos estilo programas policiais de baixa qualidade porque agem nas superfícies dos chiqueiros da elite. E nada mais.

Até mesmo eleições não servirão para nada.

Não haverá salvação fora da insurreição, da mobilização organizada, na luta com o povo nas ruas e no levante popular para varrer todos eles.

Nesta luta, nós o povo brasileiro, temos que recuperar o significado constitucional de que todo o poder emana do povo.

Emana do povo e não de leis frias, mortas e atingidas pelas ejaculações estuprantes golpistas.

O grito dos excluídos tem que virar tomada da república de fato e por vias de fato, sem enrolação!

Chega! Basta de golpe!

Abraços críticos às obras malcheirosas e putrefatas da elite, excludente e injusta, , mas abraços fraternos a quem sonha e luta para tomar o poder e realizar a democracia que merecemos.


Texto postado em Brasil 247 em 06/09/2017




E sobre a Venezuela ...



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Postado em Leonardo Stoppa em 23/08/2017



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