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Bon Jovi inaugura mais um restaurante para universitários que não podem pagar



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O cantor Bon Jovi inaugurou mais uma filial da sua rede de restaurantes que oferece comida a pessoas que não tem dinheiro para pagar, no geral estudantes. Seu intuito é “(...) dar-lhes o apoio necessário para alcançar seus sonhos”.


Redação Conti Outra

O cantor Bon Jovi, que além da sua carreira musical também tem se destacado nos últimos anos por ações solidárias, acaba de abrir mais um restaurante para universitários que não têm dinheiro para pagar pelas refeições.

O o astro do rock de 57 anos inaugurou nesta semana, junto com sua esposa Dorothea Hurley, o terceiro restaurante Soul Kitchen em Nova Jersey, nos EUA.

O novo restaurante do cantor fica no campus da Universidade Rutgers e atende a um novo grupo de clientes de baixa renda, no geral estudantes universitários.

O intérprete do hit It’s My Life disse que pretende “desempenhar um papel no alívio da insegurança alimentar entre estudantes universitários e dar-lhes o apoio necessário para alcançar seus sonhos”.

O menu do restaurante apresenta ingredientes de origem local e oferece vários métodos de pagamento como:

● pague o que puder
● pague o que quiser
● ofereça ou pague adiante

A iniciativa visa criar um senso de comunidade, respeito e dignidade, além de caridade entre comunidades locais.

As cozinhas JBJ Soul Kitchens também funcionam em Toms River e Red Bank, em Nova Jersey. Até agora já foram servidas mais de 105.000 refeições, com 46% dos clientes pagando voluntariamente e os 54% restantes com doações.

Em sua última inauguração, Bon Jovi revelou que não planeja interromper sua expansão de food service tão cedo.

No site dele do projeto, JBJsoulkitchen.org, o visitante pode comprar a linha de temperos da casa, encontrar instruções, horário de funcionamento, e ainda se cadastrar para realizar doações ou ser voluntário.






Eu gosto dos estudantes : Mercedes Sosa







Me Gustan Los Estudiantes 

Que vivan los estudiantes

Jardín de nuestra alegría

Son aves que no se asustan

De animal ni policía

Y no le asustan las balas

Ni el ladrar de la jauría

Caramba y zamba la cosa

¡Qué viva la astronomía!


Eu Gosto Dos Estudantes

Que vivam os estudantes,

Jardim da nossa alegria!

São aves que não se assustam

Com animal nem polícia.

E não se assustam com as balas

Nem o ladrar dos cães!

Caramba e samba a coisa,

Que viva a astronomia!


Me gustan los estudiantes

Que rugen como los vientos

Cuando les meten al oído

Sotanas y regimientos

Pajarillos libertarios

Igual que los elementos

Caramba y zamba la cosa

Qué viva lo experimento


Eu gosto dos estudantes,

Que rugem como os ventos

Quando lhes metem nos ouvidos

Batinas e regimentos.

Passarinhos libertários,

Igual aos elementos!

Caramba e samba a coisa,

Que viva o experimento!


Me gustan los estudiantes

Porque levantan el pecho

Cuando les dicen harina

Sabiéndose que es afrecho

Y no hacen el sordomudo

Cuando se presente el hecho

Caramba y zamba la cosa

¡El código del derecho!


Eu gosto dos estudantes,

Porque levantam o peito

Quando lhes dizem "farinha",

Sabendo-se que é farelo!

E não se fazem de cegos

Quando se apresenta o que foi feito!

Caramba e samba a coisa,

O código do direito!


Me gustan los estudiantes

Porque son la levadura

Del pan que saldrá del horno

Con toda su sabrosura

Para la boca del pobre

Que come con amargura

Caramba y zamba la cosa

¡Viva la literatura!


Eu gosto dos estudantes

Porque são a levedura

Do pão que sairá do forno

Com todo o seu sabor

Para a boca do pobre,

Que come com amargura.

Caramba e samba a coisa,

Viva a literatura!


Me gustan los estudiantes

Que marchan sobre las ruinas

Con las banderas en alto

Pa? toda la estudiantina

Son químicos y doctores

Cirujanos y dentistas

Caramba y zamba la cosa

¡Vivan los especialistas!


Eu gosto dos estudantes,

Que marcham sobre as ruínas

Com as bandeiras ao alto,

Para todos os estudantes.

São químicos e doutores,

Cirurgiões e dentistas.

Caramba e samba a coisa,

Vivam os especialistas!


Me gustan los estudiantes

Que con muy clara elocuencia

A la bolsa negra sacra

Le bajó las indulgencias

Porque, hasta cuándo nos dura

Señores, la penitencia

Caramba y zamba la cosa

Qué viva toda la ciencia!

Caramba y zamba la cosa

¡Qué viva toda la ciencia!



Eu gosto dos estudantes,

Que com eloquência bem clara

À bolsa negra sacra

Baixou as indulgências.

Porque até quando nos dura,

Senhores, a penitência?

Caramba e samba a coisa,

Que viva toda a ciência!

Caramba e samba a coisa,

Que viva toda a ciência!





Resultado de imagem para manifestações estudantes  13  de agosto 2019


13 de agosto: protesto em Maceió contra os cortes na educação


Estudantes protestam contra cortes do governo Bolsonaro na educação


Estudantes protestam contra cortes do governo Bolsonaro na educação





Todas as imagens acima são das manifestações ocorridas em 13/08/2019 

em favor da Educação e da Previdência Social públicas !




UNE prevê grandes manifestações de rua nesta terça. Confira locais e horários



Manifestações contra cortes na Educação




A UNE e outros organizadores dos atos marcados para esta terça em defesa da Educação e contra a reforma da Previdência avaliam que a adesão será grande; deve haver uma onda de protestos contra o governo Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Confira locais e horários.


247 - A União Nacional dos Estudantes (UNE) e outros organizadores dos atos marcados para esta terça-feira (13) em defesa da Educação e contra a reforma da Previdência avaliam que a adesão será grande; deve haver uma onda de protestos contra o governo Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Há empolgação com a adesão de artistas, que se juntam a professores e a estudantes para repudiar o bloqueio de recursos na área. Como um sinal da mudança de clima no país, coletivos e Comitês pela Democracia - Lula Livre tiveram grande adesão a um abaixo assinado pela liberdade do ex-presidente neste domingo, na Avenida Paulista (SP).

Os manifestantes devem explorar as frases agressivas e contra a democracia ditas por Jair Bolsonaro, como a homenagem a Carlos Alberto Brilhante Ustra. Na semana passada, o chefe do Planalto afirmou que o coronel foi um "herói nacional". O ex-miliar foi apontado pela Comissão da Verdade como responsável por 47 sequestros e homicídios, além de ter atuado pessoalmente em sessões de tortura durante o regime. No Rio, cartazes vão opor a imagem do torturador à de Marielle Franco.

Os protestos, depois de oitos meses de governo, apontam para uma mudança de clima no País no sentido de cobrar normalidade do processo democrático. Ao assumir a presidência da República após o ex-juiz Sérgio Moro tirar o ex-presidente Luiz Inácio da Silva da eleição com uma condenação sem provas, Bolsonaro passou a colocar em prática uma agenda baseada no entreguismo econômico, ferindo a soberania nacional, corte de investimento e de direitos sociais. 

No contexto atual Lula seria a principal liderança popular a ser ouvida, se estivesse fora da prisão. Os Coletivos e Comitês pela Democracia - Lula Livre atuaram intensamente na avenida Paulista em São Paulo neste domingo (11) e, em vez da hostilidade de tempos atrás, conseguiram adesão expressiva ao abaixo assinado pela liberdade do ex-presidente, com mais de mil assinaturas e desfile com faixas "Lula Livre" na avenida. O ex-presidente foi acusado de ter recebido um apartamento como propina da OAS, mas nunca dormiu nem tinha a chave do imóvel. 

A mudança de clima no País é necessária levando em consideração uma medida que pode levar o Brasil ao colapso social: a PEC do Teto dos Gastos, aprovada no governo Michel Temer e apoiado por Bolsonaro. Segundo a proposta, os investimentos públicos ficam congelados por 20 anos. 

No governo Lula, por exemplo, o orçamento para o ministério da Educação aumentou de R$ 18,1 bilhões em 2003 para R$ 54,2 bi, em 2010. Um salto de quase três vezes o valor, em oito anos de governo Lula. Se considerarmos até 2016, ano em que Dilma sofreu o golpe, o montante atinge 100 bilhões. 

No governo Lula, também foi idealizada a Reestruturação e Expansão de Universidades Federais. Com o programa foram criados 173 campi universitários e 18 universidades federais. O número de matrículas duplicou, de 2003 a 2014: de 505 mil para 932 mil. O número de professores universitários da rede federal também aumentou no período, de 40,5 mil para 75,2 mil.

Os protestos desta terça-feira (13) reforçarão novamente que Bolsonaro fala apenas para o sue público, que justifica falta de investimentos em Educação com a meritocracia. Apenas o mérito próprio como solução para o crescimento profissional, o que tira do governo suas responsabilidades enquanto provedor de políticas públicas. 

Confira locais e horários: 


Terceira mobilização nacional acontece em mais de 80 cidades; manifestantes são contra privatização do ensino.




Documentário incrível : Lute como uma menina



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Este documentário Lute como uma menina conta a história das meninas que participaram do movimento secundarista que ocupou escolas e foi as ruas para lutar contra um projeto de reorganização escolar imposto pelo governador de São Paulo, que previa o fechamento de quase cem escolas. 

As meninas contam suas histórias enfrentando figuras de autoridade, desde a luta pela autogestão das escolas até a violência desenfreada da policia militar. Uma importante reflexão sobre o feminismo, o atual modelo educacional, e o poder popular.

Direção: Flávio Colombini e Beatriz Alonso

Este filme só foi possível devido à colaboração especial do cinegrafista Caio Castor, dos Jornalistas Livres, e de muitos outros cinegrafistas e fotógrafos que documentaram a luta secundarista e gentilmente cederam suas imagens.






Estudantes, coragem !


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Ódio, o sentimento que inebria 




Ele chega aos poucos e, sem que notemos, vai tomando conta de tudo. Depois de dominar os pensamentos e as reflexões, ele passa a comandar nossas atitudes as quais se apresentarão, muitas vezes, sob o fogo cruel do nosso julgamento. Contudo, ressalta-se que, se esse julgamento está comprometido por falsos juízos a priori, a sentença será equivocada, pois a cegueira do ódio entorpece a consciência.

Assim, nessa nação moribunda, nós estamos caminhando e nos contaminando com esse patógeno letal - o ódio disseminado. São comuns as legiões de "moralistas" que julgam os outros. Por eles, são julgados os estudantes das escolas ocupadas, os movimentos sociais e as minorias, todavia os referidos moralistas realizam seus pareceres sob a roupagem tenebrosa do aniquilamento do contraditório. Eles são incapazes de aceitar o outro, sobretudo se a essência desse outro for diferente. Então, para justificar o ódio, abrem-se as cortinas das agressões cujo fel do perverso se apresenta em julgamentos excludentes. A sentença desse juízo aparecerá de várias formas, mas uma coisa é certa - o contraditório nunca será respeitado.

A consequência imediata disso será o surgimento de estratificações onde se propagará a idéia de que existem dois lados: os que "estão certos" e os que "estão errados". Lembremos da camisa com os seguintes dizeres: "eu não tive culpa, votei no Aécio". Dois lados antagônicos - os que votaram "certo" cutucando os que, supostamente, votaram "errado". Talvez, hoje, depois das inúmeras denúncias, o "certo" era mais uma bravata do que uma verdade.

Essas falsas-verdades corrompem o ser e o reflexo pode ser bem cruel. Agredir e excluir, pejorativamente, o diferente transforma-nos em seres embrutecidos. Você não deve abdicar do seu pensamento e daquilo que você acha certo, mas você precisa entender que o seu pensamento não sobrepuja o do outro. Na verdade, nunca sobrepujará. Não há hierarquia no que tange visão de mundo e conceituação filosófica de vida.

O pensar de cada um é soberano. Ele é inteligível em todas as esferas. Ele é único e verdadeiro. Ele é seu e pertence a ti. Não cabe nenhum ataque a ele. Ninguém pode neutralizá-lo ou impor outra vontade que corrompa seus valores. Pode-se discordar do que você pensa, mas nenhuma pessoa poderá te achincalhar em face disso. Essa situação é uma das válvulas de escape desse ódio inebriante. De forma perversa, tudo aquilo e todo aquele que se posiciona diferente são atacados.

Entendam que todo movimento social é bem vindo e deve ser aceito. Desde que pautado numa construção ética e pacífica, quaisquer construções coletivas são bem vindas. Desse modo, se a coletividade dos estudantes quer e se organiza para ocupar escolas, não há equívoco no valor dessa atitude. Talvez, o ódio apareça na não aceitação bitolada do achar que tal evento nacional é somente por política. Ou melhor, que um coletivo pensante não é capaz de pensar, visto que, são contaminados por "patógenos de esquerda".

Pergunto-vos, quais outras forças estão alimentando uma discussão nacional sobre a PEC 241? A resposta é simples: basicamente nenhuma.

Em face disso, seguremos esse ódio e analisemos os nossos ataques. Não é possível gozar de prazer ao ver truculências de autoridades policiais contra estudantes. Não validem a brutalidade pela tela do ódio ideológico do qual você discorda. Sejamos maiores e melhores, mesmo que a nossa visão de mundo seja diferente.

Aos estudantes, coragem e meu sincero respeito!


Dr. Régis Eric Maia Barros

Médico Psiquiatra

Mestre e doutor em Saúde Mental pela FMRP-USP



Postado em Conversa Afiada em 17/11/2016



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Eles estão lutando pela Educação e pela Democracia com Coração de Estudante



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A lição democrática aos procuradores do Rio de Janeiro





A lição democrática aos procuradores da República do Rio 


Marcelo Auler
“A ocupação de escolas, e já também de faculdades, não vai cessar, caso o governo não admita que cometeu um ato de autoritarismo, com a imposição de uma alegada “reforma do ensino” sem a discutir sequer com uma das várias partes diretamente envolvidas no assunto“. (Janio de Freitas, em Ocupação de escolas não vai acabar se governo não admitir autoritarismo, Folha de S. Paulo, domingo 06/11)

Na quinta-feira (03/11) indiferente à tentativa do MPF de esvaziar os prédios, alunos do Pedro II decidiram manter a ocupação. Querem fazer valer a opinião deles em um assunto que lhe diz respeito. Isto não é exercício da cidadania? 

O vaticínio de Janio de Freitas em sua coluna, publicada domingo (05/11) na Folha de S. Paulo, deveria servir a alguns membros do Ministério Público, em especial o MPF do Rio de Janeiro, que tentam resolver a questão das ocupações das escolas por jovens estudantes com a força policial.

Caso específico dos procuradores da República Fábio Aragão e Marcelo Muller que recorreram ao Judiciário Federal fluminense na tentativa de desocuparem os prédios do centenário Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro. 

Como já destacou o JornalGGN em A lição de cidadania do reitor do Pedro II ao Ministério Público Federal, no qual mostra a nota oficial do reitor do Colégio, Oscar Halac – “que vai se tornar um símbolo da resistência cidadã contra os esbirros de procuradores autoritários” – na qual ele deixa claro duas coisas básicas com as quais os procuradores não se preocuparam (veja integra da nota abaixo):
“A garantia de segurança dos estudantes do Colégio Pedro II que, mesmo na condição de ocupantes, são alunos do mais que sesquicentenário educandário”. 
E ainda, entre os estudantes e os adultos raivosos, o reitor tomou posição clara.
“Eu fico com a pureza da resposta das crianças. É a vida, é bonita” (“O que é, o que é” – Luiz Gonzaga Junior). 
Mas, como se não bastasse a lição dada pelo reitor aos dois procuradores da República, trago ao conhecimento dos leitores, e deles, um posicionamento claro e direto sobre a questão, totalmente diverso do que pensam Aragão e Muller. Foi redigido simplesmente por colegas seus que participam do movimento Transforma Ministério Publico

Trata-se de um grupo com 170 membros, do MPF, MPT e MPs dos estados de SP, MG, CE, PR, PE, BA, RJ e DF. A nota deste grupo de promotores e procuradores de todo o Brasil, foi emitida no final de semana. 

Nela, cuja leitura se recomenda, os membros deste coletivo dos MPs estaduais e federal, deixam claro logo no primeiro parágrafo que os jovens estudantes exercem seu direito de cidadania ao defenderam um posição, qual seja, que sejam ouvidos na reforma daquilo que lhes toca diretamente.

“A ocupação dos espaços educacionais que vêm ocorrendo no país são formas de os estudantes se posicionarem frente às políticas públicas e alterações legislativas em debate, e que podem comprometer a qualidade da educação. Seus atos políticos devem ser entendidos, portanto, como exercício dos direitos fundamentais de liberdade de pensamento, de reunião e de manifestação assegurados pela Constituição da República de 1988, no artigo 5º, incisos IV, IX e XVI”.

Tal como Janio de Freitas colocou na sua coluna de domingo, o Transforma MP deixa claro também a questão do autoritarismo do governo, na medida em que não promove o amplo debate necessário, democraticamente.

“A tramitação da Reforma do Ensino Médio por meio da Medida Provisória nº 746/2016 e da Proposta de Emenda à Constituição 55 (antiga PEC 241), que estabelece, para os próximos 20 anos, teto de gastos públicos, inclusive para o setor da Educação, além de outras iniciativas legislativas com impacto na política educacional (planos de educação, leis sobre questões de gênero e Escola sem Partido, por exemplo), sem que haja um amplo debate com a sociedade, são motivos relevantes para que os jovens utilizem recursos de mobilização para serem ouvidos pelo Poder Público. Trata-se de garantir a eficácia da Lei Federal nº 12.852/2012 (Estatuto da Juventude), que estabelece aos jovens o direito público subjetivo de “participação social e política na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de juventude”. (abaixo a integra da nota)



O Coletivo por um Ministério Público Transformador, entidade associativa composta por membros do Ministério Público, pautando-se nos primados da democracia e da cidadania, afirma seu apoio às recentes manifestações políticas dos estudantes brasileiros.


1. A ocupação dos espaços educacionais que vêm ocorrendo no país são formas de os estudantes se posicionarem frente às políticas públicas e alterações legislativas em debate, e que podem comprometer a qualidade da educação. Seus atos políticos devem ser entendidos, portanto, como exercício dos direitos fundamentais de liberdade de pensamento, de reunião e de manifestação assegurados pela Constituição da República de 1988, no artigo 5º, incisos IV, IX e XVI.
2. A tramitação da Reforma do Ensino Médio por meio da Medida Provisória nº 746/2016 e da Proposta de Emenda à Constituição 55 (antiga PEC 241), que estabelece, para os próximos 20 anos, teto de gastos públicos, inclusive para o setor da Educação, além de outras iniciativas legislativas com impacto na política educacional (planos de educação, leis sobre questões de gênero e Escola sem Partido, por exemplo), sem que haja um amplo debate com a sociedade, são motivos relevantes para que os jovens utilizem recursos de mobilização para serem ouvidos pelo Poder Público. Trata- se de garantir a eficácia da Lei Federal nº 12.852/2012 (Estatuto da Juventude), que estabelece aos jovens o direito público subjetivo de “participação social e política na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de juventude”.
3. As ocupações dos espaços educacionais como reivindicação dessa participação são canais legítimos de expressão das inquietações dos estudantes, devendo ser garantida sua segurança, para que se desenvolvam de forma pacífica e pedagógica, com respeito às representações juvenis, associações, entidades estudantis, redes, coletivos e movimentos sociais, cuja legitimidade é expressamente reconhecida nos termos do artigo 5o daquele Estatuto.
4. O movimento de ocupação dos estabelecimentos educacionais, que se iniciou no Estado de São Paulo em 2015 e que vem se espalhando pelo País, atingindo agora vinte Estados e o Distrito Federal, revela o poder político e de organização dos jovens, resultado de uma educação que amplia a visão cidadã, a partir do debate e da informação. Não há dúvida de que há muito a avançar no que diz respeito à qualidade da educação no País, especialmente garantindo maiores oportunidades para as populações mais vulneráveis, razão pela qual não se pode admitir retrocesso nessa seara.
5. O Estatuto da Criança e do Adolescente ampara também o direito de crianças e adolescentes de ir, vir e estar em logradouros públicos e espaços públicos e comunitários, além dos direitos de opinião, expressão e participação na vida política do País (arts.15 e 16 da Lei 8.069/90), assim como diversos tratados internacionais recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro, notadamente a Convenção Internacional sobre direitos das Crianças da ONU.

6. Assim, o atual movimento de ocupação das escolas deve ser compreendido pela sociedade e pelo poder público na perspectiva de um legítimo exercício de direitos fundamentais outorgados pela ordem jurídica às crianças, adolescentes e jovens brasileiros, a serem assegurados com absoluta prioridade pela família, sociedade e Estado, conforme art.227 da Constituição da República.
7. A pretensão de enquadrar as ocupações como atos ilegais, que merecem repressão e ações judiciais de reintegração possessória, nega aos estudantes a possibilidade de reivindicação de seu espaço político de participação, nega suas vozes, seus espíritos e sua cidadania. É evidente que o movimento estudantil não tem por objetivo a tomada da posse de escolas, no sentindo patrimonial. O que a juventude brasileira revela é a necessidade de ocupar suas escolas como espaço de cidadania, de debate político, de consciência crítica e de manifestação de sua subjetividade individual e coletiva.
8. Cabe ao Ministério Público, como defensor do regime democrático, atuar para garantir que a desejada manifestação política de crianças, adolescentes e jovens se dê de forma pacífica, sem violação aos seus direitos, articulando para que haja espaços de diálogo entre os manifestantes e o Poder Público. Deve a instituição utilizar-se de mecanismos resolutivos para que esses os estudantes tenham voz e sejam escutados em suas demandas, interesses e necessidades.
9. Portanto, o Coletivo por um Ministério Público Transformador repudia a repressão às ocupações, com a retirada forçada dos estudantes por meio de aparato policial, notadamente com o uso ilegal de algemas, força excessiva e privação de direitos humanos básicos (corte de luz, água, alimentos, emprego de equipamentos sonoros, etc.), como tem sido amplamente noticiado pela mídia. Essas são práticas ilegais, que ignoram o legítimo exercício do direito de manifestação política dos estudantes e são, por conseguinte, incompatíveis com o Estado Democrático de Direito.
10. Por fim, convidamos os atores do sistema de justiça a promover uma atuação frente ao movimento de ocupação das escolas direcionada à mediação entre os interesses em conflito, estimulando e fomentando um espaço de diálogo entre os estudantes e o Poder Público, com o objetivo de viabilizar a pretensão de efetiva participação dos estudantes nas discussões políticas que afetam seus interesses neste grave momento de crise política e econômica vivenciado pela sociedade brasileira.

Pode-se e deve-se recorrer ainda a outro discurso do final de semana, desta feita, pronunciado no Vaticano, pelo Papa Francisco aos representantes dos Movimentos Sociais de 69 países, como divulgamos em Papa Francisco: “Austeridade não é sinônimo de ajuste”


Ali, com todas as palavras, de maneira clara, o Papa exorta os cidadãos, cristãos ou não, a ocuparem seus papel na história a favor da refundação da Democracia, tal e qual o Brasil anda necessitado.

“Vocês, organizações dos excluídos e tantas organizações de outros setores da sociedade, são chamados a revitalizar, a refundar as democracias que estão passando por uma verdadeira crise. Não caiam na tentação da limitação que voz reduz a atores secundários, ou pior, a meros administradores da miséria existente”.

Avançando, o pontífice alerta a todos, o que vale também para os jovens que ocupam centenas de escolas Brasil à fora, na expectativa de serem ouvidos por este governo que só está no poder por conta de um golpe parlamentar/midiático:

“Neste tempo de paralisias, desorientação e propostas destrutivas, a participação como protagonistas dos povos que buscam o bem comum pode vencer, com a ajuda de Deus, os falsos profetas que exploram o medo e o desespero, que vendem fórmulas mágicas de ódio e crueldade ou de um bem-estar egoístico e uma segurança ilusória”.
Sem conseguir acessar a inicial apresentada pelos dois procuradores do Rio em um plantão judiciário, recorro ao que escreveu a Agência Brasil em Reitor do Colégio Pedro II diz a juiz que busca solução pacífica para ocupação
“No documento, os procuradores Fábio Moraes de Aragão e Marcelo Paranhos de Oliveira Muller falam em “invasão de bens públicos”, “valendo-se de meios violentos e/ou grave ameaça” e omissão do Colégio Pedro II e da União em requerer a “utilização de força policial, independentemente de ordem judicial, para a retomada dos bens públicos invadidos”.

As ocupações são caracterizadas pelos procuradores como ilegais, declarando que se trata de “esbulho possessório”. 


O texto fala que menores não podem pernoitar sem autorização dos responsáveis e que duas mães de alunos do colégio relataram que há risco aos adolescentes pois ocorre uso de entorpecentes e estupro nas ocupações. O texto cita também o caso do homicídio ocorrido em uma ocupação no Paraná.

A petição pede a presença de oficiais de Justiça com auxílio de força policial “ao alvorecer” e a autorização para “uso moderado e progressivo da força para a retirada dos ocupantes”, inclusive com a prisão dos maiores de 18 anos que se recusarem a fazer a “desocupação voluntária” e a apreensão dos menores“. 

Alás, Aragão foi o mesmo que em outubro recorreu à reitoria mandando retirar as faixas “Fora Temer” que os alunos do Pedro II fixaram na fachada da escola. Outra medida pra lá de discutível.

Chamar de “esbulho possessório” o fato de os alunos de uma escola ocuparem suas salas de aula, nos parece forçar uma barra com uma tese bastante discutível. Falar em uso de drogas e práticas sexuais é realmente desconhecer a realidade destes jovens. Quisessem eles adotar tais praticas, o fariam independentemente de estarem ou não ocupando as escolas.

O que parece ainda mais grave é pedir o auxílio de força policial e prisão dos alunos maiores de 18 anos e apreensão dos menores. 

Certamente, nenhum destes dois procuradores participou de movimentos estudantis na sua época de bancos escolares. O que é uma pena, pois teriam aprendido a repeitar movimentos democráticos. 

A sorte é que tanto o juiz de plantão – Carlos Alexandre Benjamim -, que negou o exame do pedido de tutela antecipada por entender que o caso não se enquadra na urgência requerida para julgamento em dias de plantão judiciário, como o juiz titular da 17ª Vara Federal, Eugênio Rosa de Queiroz, para a qual o processo foi distribuído, foram mais comedidos. A ponto de o titular da 17ª Vara merecer elogios do reitor em sua nota oficial, como se verifica abaixo. 

Nota Oficial do Reitor do Colégio Pedro II 


Falta agora os procuradores entenderem, quer pela posição do juiz, quer pela brilhante nota do reitor, ou mesmo pelo que dizem seus colegas de Ministério Publico na nota do Movimento Transforma MP, que não é com força policial que se lida com movimentos democráticos. Mas, quem sabe, com diálogo. Aliás, não apenas os dois procuradores, mas o governo golpista também. Todos precisam passar por uma transformação. 


Postado em Marcelo Auler Repórter em 07/11/2016 





Faixa que o procurador Aragão mandou retirar 


O vídeo dos estudantes apresentado na OEA


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Jornal GGN - O vídeo abaixo foi apresentado à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da OEA - Organização dos Estados Americanos, no dia 7 de abril passado.

O vídeo retrata a ação da Polícia Militar de Geraldo Alckmin, comandada à época pelo hoje ministro, Alexandre de Moraes. A truculência impera. 

Os jovens descrevem momentos de terror nas mãos desses policiais descontrolados violando seguidamente os direitos humanos e sob as bençãos da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo.

Fonte: Mídia Ninja





Postado em Luis Nassif Online em 04/11/2016