Jean Wyllys aponta retrocesso nas políticas
de
diversidade sexual
O deputado Federal Jean Wyllys, do PSOL do Rio de Janeiro, foi o entrevistado do Espaço Público nesta terça (17), dia Internacional contra a Homofobia, a Lesbofobia e a Transfobia. Segundo ele, “nenhuma democracia pode se considerar uma democracia se direitos de gays, lésbicas e transexuais não forem observados, não forem promovidos de alguma maneira, se houver discriminação jurídica, se as leis não protegerem os direitos desses cidadãos”.
Homossexual assumido, Wyllys considerou a agenda da população LGBT “a mais atual de toda a agenda da democracia”. Numa crítica direta ao governo do presidente interino, Michel Temer, o deputado queixou-se de retrocessos em relação à diversidade sexual. “A gente está num momento em que a democracia se encontra ameaçada de uma maneira mais ampla, mas particularmente ameaçada porque as figuras contrárias à agenda LGBT estão empoderadas agora.”
“A homofobia tem muitas expressões e a mais comum delas é a homofobia social, aquela que é praticada por quase todo mundo”, acrescentou. Jean Wyllys referiu-se ao pai ou à mãe que prefere ter filho bandido do que gay. Também criticou o patrão que demite o empregado que assume a homossexualidade e as escolas que discriminam alunos pela preferência sexual. “Essa é a homofobia social e não é porque ela não se expressa como uma violência dura, que ela não ofende, que ela não fere”, concluiu.
O deputado também respondeu à pergunta de um internauta, enviada via Facebook, sobre o decreto presidencial de exoneração do presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que abrange a própria TV Brasil, a emissora oficial NBR, rádios e agência de notícias. Explicou que a lei que criou a empresa definiu o mandato de quatro anos para o presidente, não coincidente com o mandato dos governantes, “para proteger a EBC de ingerências governamentais e partidárias”.
O Espaço Público é apresentado pelo jornalista Paulo Moreira Leite. O programa desta terça-feira teve, ainda, a participação dos jornalistas Rosane Garcia, do Correio Braziliense, e André Barrocal, da revista CartaCapital.