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Por favor, apenas escute



A tecnologia aumentou nosso individualismo de tal forma, que mesmo conectados pela internet, pelo Facebook ou pelo Whatsapp, cada um vive no seu canto. Sei de filhos que falam com os seus pais pelo whatsapp até mesmo quando estão em casa. Parece natural e prático, mas a realidade é que cada vez sabemos mais e sentimos menos.

São raros os momentos em que estamos juntos e fisicamente livres de qualquer aparelho eletrônico como objeto intermediário de comunicação. Mas, independentemente do meio de comunicação que usamos, o mais importante é se estamos, de fato, nos comunicando, isto é, nos relacionando. Podemos saber muitas coisas a respeito da vida dos outros, mas se não estivermos receptivos para senti-los, gradualmente iremos nos afastar afetivamente deles.

Se não cultivarmos relacionamentos autênticos, sinceros e transparentes, vamos nos fechar interiormente também para nós mesmos, pois estaremos exercitando apenas tarefas e protocolos superficiais de comportamento funcional. Noto em casais que creem que têm "tudo para ser felizes" e não sabem por que não são, sinais de crescente distanciamento afetivo. Cada um a seu modo diz cumprir o que lhe cabe fazer, mas ainda assim não sente o outro presente na relação - "Faço tudo por ele, mas parece que não está nem aí para o que eu sinto". Pasmem, esse não é um discurso apenas das mulheres. Os homens também sentem falta de uma maior sintonia afetiva. Mas será que estamos dispostos a sentir o outro onde ele quer ser sentido?

Quem não se reconhece na necessidade de estar ao lado de quem dá menos conselhos e escuta mais? Quando compartilhamos o que sentimos em relação à alguma situação, seja ela conflituosa, seja ela feliz, queremos antes de tudo, trocar afeto. Conselhos e palpites são bem-vindos quando requisitados. Mas, a necessidade de ser ouvido é humana. Pensamos melhor quando alguém nos escuta de coração aberto.

Aquele que escuta com abertura afetiva suporta esperar pacientemente a sua vez de falar. Se algo lhe desagrada ou simplesmente não concorda, sabe intuitivamente checar se o outro está pronto ou não para ouvir. Com afeto, toleramos melhor nossas diferenças.

Não ter pressa para "corrigir" o outro diante de suas falhas ou incoerências é um modo eficaz de permanecer na conversa o tempo necessário até que algo novo possa surgir. Conclusões apressadas a respeito do que o outro fez ou deixou de fazer, sobre o que é certo ou errado, inibem a vontade mútua de uma conversa sincera. Por sua vez, a curiosidade e o interesse em saber mais a respeito do que o outro tem para nos dizer abrem caminho para novos entendimentos.

Quanto mais formos abertos para escutar nosso próprio interior, mais habilidade teremos para escutar o que o outro tem para nos dizer. Afinal, a inabilidade de escuta encontra-se em nossa incapacidade de tolerar sentimentos desagradáveis, como o de sermos mal compreendidos ou até mesmo mal interpretados. Tolerar o outro nos atacando verbalmente, com falsas ou reais acusações, sem nos defendermos agressivamente é uma arte baseada na lucidez e na autoconfiança. 

Ok, se erramos podemos buscar uma atitude de reparação. Se não erramos, podemos encontrar um modo de nos fazermos esclarecer. Enquanto isso não ocorre, porque causas e condições ainda estão imaturas, podemos continuar cultivando um espaço de maior abertura e aceitação para nos autossustentar diante das adversidades causadas pelo engano ocorrido. É como se disséssemos: "Ok, isso realmente ocorreu, mas quero seguir em frente".

Ter disponibilidade e curiosidade para escutar a si mesmo e o outro sem interrupções é um bom treino para não ficarmos atolados na indignação.


Bel Cesar é psicóloga, pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano desde 1990. Dedica-se ao tratamento do estresse traumático com os métodos de S.E.® - Somatic Experiencing (Experiência Somática) e de EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares). Desde 1991, dedica-se ao acompanhamento daqueles que enfrentam a morte. É também autora dos livros `Viagem Interior ao Tibete´ e `Morrer não se improvisa´, `O livro das Emoções´, `Mania de Sofrer´, `O sutil desequilíbrio do estresse´ em parceria com o psiquiatra Dr. Sergio Klepacz e `O Grande Amor - um objetivo de vida´ em parceria com Lama Michel Rinpoche. Todos editados pela Editora Gaia.

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@i.gorpassos O coelho escutou e eu chorei #fy #livros #booktokbrasil #literaturainfantil ♬ som original - Igor Passos

Que eu ame sem possuir, acompanhe sem invadir e viva sem depender

 



Que eu ame sem medo, sem reservas, sem posse. Que eu seja companhia, sem invadir espaços que não me cabem. Que eu possa viver sem dependências, sem migalhas, sem mendicância afetiva.

Marcel Camargo

Que eu sinta, que eu sinta muito. Que eu seja sentimentos e que eles ultrapassem limites, alcançando as pessoas, os ambientes, a vida em si. Que eu possa transmitir intensidade e clareza, no afeto ou desafeto, para que não me machuque, nem machuque ninguém em meu caminhar.

Que eu seja energia, que eu seja energia boa, positiva, vibrante, e que o exemplo de meus passos aliviem a dor alheia, para que eu possa trazer luz a quem precise e para que eu possa absorvê-la quando eu necessitar. Para que eu ajude na cura do outro, na minha, que eu salve e me salve.

Que as vibrações de amor acompanhem minha jornada, meus compartilhamentos, meus acolhimentos e minhas ações, a fim de que nenhuma tempestade que eu provoque atinja quem não tem nada a ver com minha escuridão. Que eu jamais traga para as minhas quedas quem não escolheu as sementes que eu mesmo plantei.

Um lindo exemplo de amor ao próximo. Você vai se emocionar ! / Não se esqueça : nascemos sem trazer nada e morremos sem levar nada !




Um lindo exemplo de amor ao próximo. Você vai se emocionar !  

Vendo que um menino de 22 anos em uma bicicleta danificada era quem chegava para entregar sua comida, um ministro da Malásia decidiu fazer algo a respeito. Então, resolveu dar a ele a possibilidade de melhorar seu emprego.

Uma das profissões que sem dúvida vieram para ficar é a de entregadores de comida. Eles não só significam um grande benefício para aqueles de nós que querem desfrutar de um pouco de variedade em nossos almoços, mas também não podemos sair para comer fora devido às quarentenas impostas para limitar a disseminação de COVID-19, mas eles também abriram a possibilidade de milhares de pessoas em todo o mundo encontrarem um meio de transporte e começarem a trabalhar agora mesmo.

Mas embora no papel pareçam quase uma solução ideal para problemas como o desemprego ou a falta de recursos, na prática o que temos é uma situação em que quem tem acesso ao que pode fazer toda a diferença.


Isso é o que Steven Sim Chee Keong, um ministro do governo da Malásia, descobriu depois de pedir comida a um dos entregadores. Quando foi até a porta para receber o pedido, o que encontrou foi um menino que havia acabado de atingir a maioridade. Mas isso não foi o mais preocupante do encontro, mas sim o fato de o menino ter chegado à sua porta não em uma das tradicionais motocicletas desses entregadores.

Atenção, afeto e carinho : um mundo diferente se aproxima

 



Sigo acreditando que tudo será melhor que antes, que o sentimento de humanidade chegará de alguma forma a todos os corações e que não será tão necessário se falar de compaixão e solidariedade, pois serão comuns a todos nós, algo natural que todo o ser humano irá sentir.


Patrícia Tavares 


Atenção, afeto, carinho são o que existem de melhor em todos os tempos, principalmente em tempos tão estranhos. Eles fazem crer que a vida pode ser melhor e quando percebemos que temos pessoas ao nosso lado que realmente se importam conosco, esta constatação nos fortalece.

Saber que mesmo com tamanha distância existe tanta proximidade, tanta beleza nas relações, nos vínculos, isso enche o coração de esperanças, de fé na vida e no amanhã. Saber que existem pessoas que têm muito amor nos seus corações e que parte deste amor é um pouco nosso, traz luz, traz alegria para pensarmos em dias melhores. Saber que temos pessoas a quem amamos e que queremos muito bem nos traz conforto e muita força para desejar que tudo isso passe logo, que novos tempos mais renovadores venham logo.

Quando se tem amor no coração, se tem amor para dividir com as pessoas, se tem muita esperança e fé, porque o amor aproxima, amor transpõe montanhas, o amor transpõe todas as dificuldades, ele é a própria vida, nutre de melhores possibilidades nossa caminhada e nos ajuda acreditar em pessoas que se solidarizam, que iluminam, que cooperam, não só com a vida dos seus, mas com a vida de todos.
" Sigo acreditando que tudo será melhor que antes, que o sentimento de humanidade chegará de alguma forma a todos os corações e que não será tão necessário se falar de compaixão e solidariedade, pois serão comuns a todos nós, algo natural que todo o ser humano irá sentir."

A cooperação, gentileza, generosidade também serão uma constante na vida de todos.

Um mundo diferente se aproxima eu acredito, seremos melhores, seremos mais amorosos com todos. Vislumbre de um novo mundo. Transformações verdadeiras acontecerão dentro do coração de cada um porque as dores não são somente dores, as dificuldades não são só dificuldades, elas nos fornecem subsídios de evolução para cada um de nós.

Todos os acontecimentos da vida humana são carregados de representações, de significados. Existe muito mais do que podemos entender, a vida é de aprendizado e cooperação, de ajuda mútua, de afeto, carinho e amor, assim que todos nós merecemos viver, dando as mãos.

Uma vida de aprendizado, de trocas de experiências e de vivências, cada um se interessando em cooperar de verdade com a vida do outro, se sensibilizando pela história, possibilidades, limitações de cada um e contribuindo como for possível, deste jeito a vida será mais bonita, mais justa, mais igualitária, mais ampla e muito melhor. 
" A vida pode ser melhor e será. Ela depende de todos nós juntos."
Eu preciso de você assim como você precisa de mim.













Atenção, afeto e carinho : um mundo diferente se aproxima

 



Sigo acreditando que tudo será melhor que antes, que o sentimento de humanidade chegará de alguma forma a todos os corações e que não será tão necessário se falar de compaixão e solidariedade, pois serão comuns a todos nós, algo natural que todo o ser humano irá sentir.


Patrícia Tavares 


Atenção, afeto, carinho são o que existem de melhor em todos os tempos, principalmente em tempos tão estranhos. Eles fazem crer que a vida pode ser melhor e quando percebemos que temos pessoas ao nosso lado que realmente se importam conosco, esta constatação nos fortalece.

Saber que mesmo com tamanha distância existe tanta proximidade, tanta beleza nas relações, nos vínculos, isso enche o coração de esperanças, de fé na vida e no amanhã. Saber que existem pessoas que têm muito amor nos seus corações e que parte deste amor é um pouco nosso, traz luz, traz alegria para pensarmos em dias melhores. Saber que temos pessoas a quem amamos e que queremos muito bem nos traz conforto e muita força para desejar que tudo isso passe logo, que novos tempos mais renovadores venham logo.

Decoração afetiva : casas que carregam memórias



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Um lar com personalidade deve ter histórias para contar. Construída de forma orgânica, uma morada assim abriga peças e coleções adquiridas em viagens e experiências ao longo da vida, explorando as melhores lembranças. E não há preocupação em parecer um espaço decorado – pelo contrário! 

Vale misturar fragmentos de modo eclético ou destacar objetos que amamos em um cantinho especial. Isso, que chamamos de decoração afetiva, vai tornar a sua casa única, uma extensão de você mesmo. 

Distribua as memórias por todo o lar, em composições nas paredes, estantes, apoiadas em mesas e até no chão. Aposte nas suas cores preferidas, ressalte fotos de momentos marcantes e pessoas queridas, mostre que você é o dono do pedaço! 


Postado em Lider 



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Glaucia Britto afirma que a decoração afetiva é sinônimo de um lar de verdade - Jomar Bragança/Divulgação




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O afeto conduz a alma como os pés conduzem o corpo


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Isaias Costa


Esses dias, em meio a diversas leituras, eu me deparei com uma frase absolutamente maravilhosa atribuída a Santa Catarina de Siena, filósofa escolástica e teóloga do século XIV. Apesar de curta, ela pode nos levar a reflexões profundas.

Sua frase dizia o seguinte: “O afeto conduz a alma como os pés conduzem o corpo”.

Eu me senti muito tocado ao ler isso, o que me inspirou a escrever esse texto que você lê agora.

Não precisa acreditar em Deus ou ser religioso para compreender a verdade contida nessa frase. Inclusive, posso falar isso com tranquilidade, pois venho estudando Filosofia com bastante afinco e muitos teóricos falam sobre a alma sem uma conotação religiosa, entre eles o mestre Platão por exemplo.

Catarina cita o verbo conduzir, que encaixa perfeitamente na ideia que ela quis transmitir. Conduzir está ligado a sair de um ponto A em direção a um ponto B. Ou seja, está ligado a MOVIMENTO, a FLUXO, e obviamente, às MUDANÇAS.

Ao escrever isso até lembrei uma das mais célebres frases do filósofo da antiguidade Heráclito: “Não se entra duas vezes no mesmo rio”. O que interpretamos como esse fluxo de mudanças. Quando nos dirigimos ao rio uma segunda vez, nem ele é o mesmo, pois novas águas estão fluindo em sua correnteza, nem nós somos os mesmos, porque estamos um pouquinho mais velhos, tivemos algumas experiências a mais, milhões de células nasceram e morreram etc.

Vou aprofundar de trás pra frente OK? Os pés conduzem o corpo. Todos nós sabemos que os pés são nossa BASE DE SUSTENTAÇÃO. Sem eles, e principalmente sem os dedos, que são flexíveis e recobertos por fortes tendões, não conseguiríamos ficar em pé, não conseguiríamos sequer nos mover. Provavelmente nos deslocaríamos de forma semelhante aos animais que rastejam.

A anatomia dos nossos pés possui uma engenharia absolutamente impressionante. Ele tem especialidades que nos auxiliam de “n” maneiras diferentes, posso citar apenas algumas: a flexibilidade dos tornozelos nos ajuda a pisarmos em locais perigosos, como espinhos ou cacos de vidro, sem ter que colocar toda a área do pé; a força dos tendões dos dedos nos possibilitam dançar em quase todas as posições possíveis e imagináveis, a junção dos tendões à musculatura da panturrilha nos permite até mesmo andar para trás com a ponta dos pés se for do nosso interesse…

As especialidade podem ir muito longe, mas deixo isso para meus amigos que são formados em Educação Física. Eles podem explicar muito melhor do que eu a anatomia dos pés e seus movimentos.

Escrevi tudo isso para mostrar o quanto nossos pés são importantes e acima de tudo, lembrar você o quanto não agradecemos por termos pés que nos possibilitam caminhar à vontade. Tenho certeza que alguém que não possa caminhar, muitas vezes se imagina correndo ou dançando e não pode fazer isso. Inclusive a teoria dos sonhos desenvolvida por Freudmostra bem isso. Analise alguns sonhos de uma pessoa que seja paraplégica por exemplo! Em muitos deles, a pessoa aparece correndo, dançando, nadando etc. porque se tratam de desejos profundos do inconsciente dela, entende?

Portanto! Agradeça! Agradeça todos os dias por ter pés saudáveis que conduzem o seu corpo.

O começo da frase é mais profundo ainda, por isso deixei para o final. O afeto conduz a nossa alma. E eles estão diretamente ligados aos SENTIMENTOS e EMOÇÕES. Vivemos numa sociedade adoecida, que coloca o fazer, o trabalhar, o competir com os outros, o desejo de superioridade etc. como molas propulsoras do nosso destino. Sempre digo e repito! Se continuarmos com tal mentalidade, correremos um sério risco de destruirmos completamente nossa humanidade. E quero que me entenda bem nesse ponto! Não estou falando aqui sobre o “fim do mundo”, “destruirmos o planeta Terra”. Estou falando de HUMANIDADE.

Parece que esquecemos que somos humanos, e o que mais nos caracteriza é exatamente a nossa capacidade de nos unirmos aos outros, ou seja, sermos gregários.

Se não valorizarmos os afetos, estaremos afastando o que há de mais belo e puro em nós.

Eu não consigo falar sobre isso sem lembrar um figurão que admiro imensamente chamado Eduardo Marinho, muito conhecido como “o filósofo das ruas”. Ele, de uns anos pra cá, se tornou bastante conhecido por falar sobre as injustiças e aprisionamentos do nosso sistema de uma forma muito simples e profunda.

Nos seus vídeos ele sempre diz que a sociedade como um todo foi sabotada, fazendo com que acreditassem que o correto é ser um “vencedor”. E ser um vencedor é ganhar muito dinheiro, ter um carrão, uma casa de praia, um emprego de grande status etc. etc. e na realidade não é nada disso que define ser um “vencedor”.



“Eu que já não quero mais ser um vencedor, levo a vida devagar, pra não faltar amor” –  Los Hermanos

Vencer na vda é desenvolver laços fortes com as pessoas que amamos. Quem de fato consegue fazer isso alcança uma felicidade magnífica, mas infelizmente são poucos os que atinam para isso.

Venho com esse texto apenas lhe relembrar tudo isso. Eu sei que você já ouviu sobre isso, talvez já tenha lido sobre isso, mas não do jeito que estou colocando, não com as palavras que estou utilizando…

Os afetos são os nossos sentimentos, de toda natureza viu? Não apenas os afetos bonitinhos e cor de rosa. Há também os afetos destrutivos aqui! Não sejamos tão ingênuos assim! Mas a frase continua verdadeiríssima. Perceba!

Os afetos conduzem a nossa alma! Ou seja, nos levam de um ponto A para um ponto B.

Nessa hora acabo levando para o campo da espiritualidade. Tudo que fazemos gera alguma repercussão. Se fizermos algo bom e benéfico, isso volta para a gente. Da mesma forma, se fizermos algo ruim e destrutivo, isso também volta para nós de alguma maneira, muitas vezes vem até na forma de alguma doença física.

Meu desejo é que você busque o amor e queira que ele seja o alimento para a sua alma. Dessa forma, a alma sendo alimentada pelo amor, terá energia, força, vitalidade, vibração, para lhe conduzir para o bem, o belo, o justo e o verdadeiro.

Talvez você não saiba, mas estou fazendo uma releitura de Platão e parte de sua magnífica obra.

Aquele que é bom, justo e cultiva a beleza, essa pessoa tem uma alma boa e que certamente também tem afetos genuinamente belos. Sei que esse é o famoso ideal platônico, como provavelmente você já ouviu falar. Mas esse é o grande desafio, e vale a pena segui-lo, pois é esse desafio que pode elevar a nossa alma.

Não foi menos do que isso o que a querida Santa Catarina de Siena quis nos dizer com essas 11 palavras.

Claro que há muito mais a ser dito, a ser aprofundado, mas a ideia central que queria transmitir é essa. Desenvolva as virtudes que elevam a alma. E isso só pode ser possível através dos afetos, da expressão direta dos sentimentos para com todos que amamos e até com quem não amamos, pois uma alma conduzida pelos afetos amorosos se guia pelo que o mestre Jesus nos deixou: “Amai os vossos inimigos…”.

O amor como centro dos afetos guia a nossa alma, enquanto os pés guiam nosso corpo em harmonia com tais princípios.

Paz e luz.



Postado em Conti Outra



Todos nós temos necessidade de afeto




Muitas vezes temos dificuldade em expressar 
o que sentimos pelas pessoas, 
achamos que elas sabem e que isso é suficiente. 
Mas quem não gosta de um abraço, 
um carinho, uma palavra amiga, 
uma palavra de amor ?! Quem não precisa disso ?! 
Há pessoas morrendo de fome no mundo, 
todos falam, mas quantas pessoas há que estão 
morrendo de solidão ?! 

Recebemos com freqüência mensagens 
dizendo que devemos dizer às pessoas 
o quanto as amamos porque nunca sabemos 
se é a última vez que as estamos vendo. 

Isso é para aliviar nossa consciência no caso das pessoas 
desaparecerem repentinamente. 

Mas eu digo que devemos dizer às pessoas 
que as amamos como se fôssemos 
encontrá-las na manhã seguinte, 
como se fôssemos encontrar um sorriso de volta, 
ou ver um brilho todo especial provocado por nós. 

Um dos maiores prazeres da vida é ver 
a felicidade das pessoas que amamos. 

Há alguns anos escrevi uma frase para 
uma pessoa num momento 
em que ela não estava bem. 

Essa frase dizia assim: 

"Não fique triste. 

Se você fica triste, fico triste. 

E eu não gosto de me ver triste..." 

Ela sorriu. 

E nessa frase aparentemente egoísta 
eu acabei dizendo uma grande verdade. 

Sim, porque no fundo se não fazemos as pessoas 
felizes por elas mesmas, que as façamos então por 
nós mesmos. 

Podemos saber que alguém nos ama e isso 
nos deixa felizes, mas como expressar o tamanho da 
felicidade que sentimos quando alguém 
coloca isso em palavras, em gestos ?! 

Isso faz com que nos sintamos amados em dobro, 
em triplo até. 

Assim, é importante que as pessoas saibam 
o quanto importantes são nas nossas vidas, 
o quanto nosso dia pode ficar iluminado com um 
sorriso ou um gesto inesperado. 

E luz é algo que quando carregamos nas mãos, 
além de iluminar aqueles que nos cruzam, 
iluminam a nós também. 

Todo o amor que damos a alguém, 
recebemos de volta como uma recompensa natural. 

Saber que alguém pensa na gente, que nos gosta 
apesar da distância, enche a alma de paz, de serenidade... 

É como um pouco de ar fresco numa janela quando 
precisamos respirar. 

Renova o espírito ! 

E de espírito renovado como o dia pode ficar diferente, 
como o mundo pode parecer diferente ?!... 

Essa é minha pequena lição. 

Não a que dei, mas a que aprendi.

(Autoria desconhecida)

Postado no blog Cantinho da Margarida



Quem tem medo de responsabilidade emocional?





Relendo um texto de Dalmo de Abreu Dallari — Contextualização Histórica da Educação em Direitos Humanos — , encontrei algum sentido para um dos antagonismos do comportamento humano atual.

Ao mesmo tempo em que é cada vez mais comum encontrar pessoas que estão lidando de maneira exemplar com finais de casamento e relação com os filhos e netos, ocorrem casos como o do menino Sean Goldman

As bizarrices cotidianas coordenadas por adultos que simplesmente se recusam a olhar de fato para os sentimentos das crianças parecem se multiplicar.

A impressão que se tem é que ambas as atitudes aumentam. Tenho tido a felicidade de presenciar de perto exemplos de dignidade louvável, como mulheres traídas que fazem guarda compartilhada, separando o papel de mulher do de mãe.

Uma amiga recentemente disse a seguinte frase: “Como mulher, para uma amiga ou para a pior inimiga, não recomendo meu ex-marido como companheiro, como um amor para construir um projeto de vida juntos, mas como pai ele é ótimo, ele ama os filhos, tenho certeza que ele cuidará bem de nossos filhos, eu não ousaria retirar das crianças a convivência com o pai ótimo que elas têm.”

Essa fala da minha amiga mexeu profundamente comigo, fiquei dias a perguntar-me se eu mesma seria tão justa e pouco passional, como no caso específico dos motivos dessa separação, e arrisco afirmar que essa amiga é um exemplo típico de exercício de responsabilidade emocional, um termo que uso aqui sem saber se já foi cunhado por outra pessoa ou se tem algum outro significado.

A primeira vez que assisti uma amiga, outra amiga, exercendo a responsabilidade emocional em relação a uma filha, foi no Espírito Santo, em 1998. Sentadas à mesa, ela me ofereceu um bolo recém-saído do forno e avistou o equivalente a R$ 20, acabou contando trivialmente que aquela baixa quantia havia sido deixada pelo pai da filha. Lamentou que ele deixasse tão pouco e tão esporadicamente, explicou que a família e muitos amigos a incitavam a entrar na Justiça.

Calei-me, ela sentou ao meu lado para explicar suas razões mirando-me com aqueles grandes olhos verdes e disse algo mais ou menos assim. “Não é uma questão de direitos para mim, de feminismo, eu entraria na justiça se ele fosse um péssimo pai e se tivesse mesmo o que dar, mas ele chega aqui e levanta a nossa filha pela cintura, sai com ela, leva à praia, cuida, do jeito dele, mas cuida, ama e isso não tem dinheiro que pague, ainda mais um dinheiro que eu sei que ele não tem. A convivência pacífica é o maior investimento e talvez o único que ele pode fazer na vida dela, pelo menos por enquanto e eu não vou transformar a infância da minha filha em um inferno de mãe raivosa e pai ausente por causa disso, até porque o amor dele por ela é tão grande que essa questão financeira pode ser resolvida mais tarde por eles dois”.

Outro caso de responsabilidade emocional que, aliás, já tem um desfecho dos melhores imagináveis refletidos em uma bela moça; feliz e talentosa.

Ao contrário desses dois exemplos e mais um que ouvi ainda ontem – a minha sorte é pessoal de encontrar tantos desses exemplos -, diariamente tenho também notícias de um avanço pelo lado roxo da força.

Rejeições, abandonos, alienação parental, comparações e diferenças crueis na relação entre adultos e crianças próximas, seja por laços genéticos ou ambientais, têm sido justificados sob o argumento esdrúxulo da afinidade. 

Até professores andam desculpabilizando-se de suas incapacidades de desenvolver responsabilidade emocional com esse argumento do grau de afinidade. “Não é que eu faça diferença, mas sempre existe de se ter mais afinidade com um aluno do que com outro”. A mesma frase, cada vez mais proferida em redes de discussão sobre educação, se repete quase idêntica na vida familiar: “Não é que eu goste mais do filho/neto A do que do filho/neto B; é uma questão de afinidade, de necessidade de convivência, das contingências da vida”

Usar a desculpa das afinidades para exercer indiferença, descaso, desatenção e comparação é apenas uma formatação nova para a velha e mofada prática pervertida que perpetua as neuroses familiares que não ousamos prevenir e tratar.

Como vimos nos dois exemplos acima, das minhas adoráveis amigas, das antigas e do para sempre, afinidades ou falta de afinidades podem ser melhor encaixadas, podem ser descobertas e não usadas como arma para o não relacionamento, especialmente quando envolvem crianças com as quais deveríamos conviver de maneira amorosa espontaneamente, com inteligência e sensibilidade, de preferência filtrando as neuroses.

Um ser humano tem muitos conteudos, qualquer criança é um mundo de sentimentos, talentos, habilidades, tendências e ainda por cima está em formação. 

O adulto também tem uma imensa bagagem e obviamente que se ele se identifica com o filho/neto A porque esse filho/neto A tem determinadas características, a conexão com o filho/neto B pode ser desenvolvida em cima de outras características. Ambos só teriam a ganhar emocionalmente ao descobrir possibilidades de relacionamento saudável e afinidades ainda não exploradas. 

Além disso, relacionamentos não necessariamente devem ser feitos só de afinidades, as diferenças são muito bem-vindas e podem ser elos fortes de ligação.

Quando nos refugiamos de uma convivência amorosa em nome de afinidades ou situações, contingências, estamos apenas voltados para nossa própria doença familiar de repetir padrões e refutar aquele que não nos parece tão igual. O neto que perde o convívio com os avós maternos ou paternos depois da separação dos pais, o filho que ousou não seguir a carreira recomendada pelos pais, a filha que escolheu ter filhos adotivos, enfim são inúmeros os exemplos de situações que podem aproximar ou distanciar os adultos das crianças, ainda assim a preguiça emocional não se justifica.

Sair do narcisismo para olhar a beleza de uma criança, para receber e satisfazer a necessidade de afeto e contato de uma criança, está longe de ser um sacrifício.

É claro que para isso é preciso ter aí um software novo instalado no velho hard coração — o software da responsabilidade emocional, esse termo que não sei se inventei ou já foi cunhado por aí.

Cláudia Rodrigues é jornalista e terapeuta reichiana

Postado no blog Sul21 em 23/05/2012