Mostrando postagens com marcador aceitação. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador aceitação. Mostrar todas as postagens

A aleatoriedade na vida, a necessidade de aceitar o inesperado


Aleatoriedade

Os cientistas dizem que o nosso universo é governado, em grande parte, pela aleatoriedade. No entanto, temos dificuldade para aceitar o imprevisto, o inesperado. Em meio a um cenário incerto, nunca devemos perder os nossos propósitos de vista.

A nossa vida é governada por muitas variáveis, ​​e uma delas é a aleatoriedade. Assim, apesar do fato de que na maioria das vezes assumimos que temos um controle rígido sobre as nossas realidades, somos cativos do acaso. No entanto, é difícil aceitar o inesperado e assumir essa pequena porcentagem de caos que vive entre nós.

Kurt Vonnegut Jr, escritor de romances de ficção científica, dizia que em um mundo onde a ordem e a previsibilidade não governam, somos obrigados a saber como lidar com o caos, mas sem nos tornarmos caóticos. Pode-se dizer que esse sentimento de que o destino é caprichoso e nos coloca em situações que nunca havíamos previsto não é algo que experimentamos com frequência.

Podemos viver com total tranquilidade durante anos, satisfeitos com um presente onde tudo está em seu lugar. Entramos e saímos de casa, vamos trabalhar, interagimos, compartilhamos tempo com os familiares e amigos, e tudo está bem. Até que, de repente, surge uma inflexão, uma mudança de destino e um ‘cara a cara’ com o inusitado e o imprevisto.

Estes momentos exigem capacidades, habilidades e abordagens mentais que não havíamos usado antes. Há quem, por mais impressionante que pareça, responde com tranquilidade. É como se, em seu código genético ou em algum canto oculto do seu universo cerebral, houvesse um código extraordinário pronto para ser ativado diante das adversidades. E, de fato, eles respondem da melhor maneira.

A dificuldade de aceitar o inesperado

Há dias em que o sol está mais brilhante e o céu está claro em toda a sua imensidão. No entanto, nada impede o surgimento da escuridão e de nuvens ameaçadoras em questão de segundos, trazendo o ruído das piores tempestades. Nestas circunstâncias, não adianta reclamar: você precisa se proteger.

Há momentos em que a estabilidade governa tudo. Cada item da agenda é cumprido, cada projeto, compromisso, viagem, tudo é assumido com normalidade e satisfação. No entanto, pode surgir um imprevisto.

Além disso, o aspecto mais singular sobre os imprevistos é que eles nunca vêm sozinhos, geralmente trazem mais mudanças e incertezas. No meio desses contextos, não adianta reclamar, lamentar ou ficar quieto. Você tem que responder, é preciso agir.

No entanto, nunca é fácil agir corretamente por muitos e variados motivos. Vamos analisá-los.

O nosso cérebro não gosta da aleatoriedade

Como aceitar o inesperado se o nosso cérebro não tolera a aleatoriedade? Esse órgão excepcional tem uma tendência quase obsessiva de procurar padrões e aprender com a experiência para nos ajudar a reagir melhor às situações do dia a dia. Ele gosta de ter tudo sob controle, porque qualquer imprevisto, qualquer estímulo desconhecido, não processado previamente ou não experimentado, ativa um sistema de alarme que é interpretado como uma ameaça.

Agora, o fato de ser programado dessa maneira significa que somos incapazes de reagir ao acaso ou ao caos? A resposta é não; as pessoas podem enfrentar efetivamente esse tipo de circunstância. E, por mais surpreendente que pareça, nos saímos muito bem ao longo do tempo.

Somos seres criativos, com grandes recursos psicológicos para inovar, reagir e superar as adversidades. É assim que conseguimos sobreviver e que continuaremos avançando apesar das mudanças, apesar do medo inevitável que os eventos imprevistos geram…

“A incerteza é onde as coisas acontecem. É o lugar onde as oportunidades de sucesso, de felicidade e de vida estão realmente esperando por nós”.   –  Martha Nussbaum  –

Aceitar o inesperado lembrando os seus propósitos

A ciência frequentemente nos mostra que a vida é um subproduto acidental em um universo aleatório. Lembremos também o que o conhecido físico Wermer Heisenberg disse: “O que observamos na matéria não são coisas (ou partículas), mas ondas de probabilidade”.

Essa ideia o ajudou a formular a sua famosa teoria do princípio da incerteza, que assegurava que é impossível medir ou prever a posição e o movimento de uma partícula. É claro que podemos fazer suposições, mas mesmo no mundo da física quântica, há uma pequena porcentagem de caos. Além disso, algo que Heisenberg apontou é que, em um mundo incerto, devemos estar preparados para o inesperado.

O fato de que o panorama seja este não é bom nem ruim. É uma realidade evidente. Há quem se beneficie disso, quem não tem problema em aceitar o inesperado e seguir adiante de uma maneira corajosa e criativa. Outros, no entanto, experimentam tudo isso como algo paralisante. Quando passamos muitos anos submersos em uma aparente tranquilidade, a mente se sente capaz de prever o que acontecerá até que, de repente, surge o cisne negro mencionado por Nassim Nicholas Taleb.

Agora, como enfrentar a inevitável variável da incerteza no nosso dia a dia? Vejamos algumas dimensões sobre as quais refletir.

O exercício de aceitar e enfrentar o inesperado

É necessário aceitar e enfrentar os imprevistos, levando em consideração os seguintes aspectos:

  • O primeiro passo para aceitar o inesperado é lembrar quais são os seus propósitos. Não importa quão caótica seja a sua realidade atual, se você tiver prioridades claras, encontrará força e capacidade para agir.
  • O segundo passo é ter sob controle tudo que você “realmente pode controlar”. Um exemplo disso são as suas decisões, abordagens mentais e ações.
  • Em seguida, é necessário entender que, em meio à incerteza, você sempre precisa correr riscos. Fazer isso pode causar preocupação, é verdade, mas é necessário tomar medidas inovadoras para avançar.
  • Da mesma forma, é importante despertar as competências que todos nós temos: curiosidade, criatividade, receptividade. É preciso estar receptivo, ouvir, aceitar conselhos e, posteriormente, agir de acordo com a sua bússola interna. O que podemos obter dessas circunstâncias pode ser muito enriquecedor.

Para concluir, a chave para enfrentar o inesperado, independentemente das suas dimensões, é ser corajoso. Se ficarmos parados, lamentando essa partícula de caos em nossas vidas, o sofrimento será maior. Devemos ser proativos, engenhosos, capazes de racionalizar os medos e colocar as nossas emoções e criatividade a nosso favor.





A aleatoriedade na vida, a necessidade de aceitar o inesperado


Aleatoriedade

Os cientistas dizem que o nosso universo é governado, em grande parte, pela aleatoriedade. No entanto, temos dificuldade para aceitar o imprevisto, o inesperado. Em meio a um cenário incerto, nunca devemos perder os nossos propósitos de vista.

A nossa vida é governada por muitas variáveis, ​​e uma delas é a aleatoriedade. Assim, apesar do fato de que na maioria das vezes assumimos que temos um controle rígido sobre as nossas realidades, somos cativos do acaso. No entanto, é difícil aceitar o inesperado e assumir essa pequena porcentagem de caos que vive entre nós.

Kurt Vonnegut Jr, escritor de romances de ficção científica, dizia que em um mundo onde a ordem e a previsibilidade não governam, somos obrigados a saber como lidar com o caos, mas sem nos tornarmos caóticos. Pode-se dizer que esse sentimento de que o destino é caprichoso e nos coloca em situações que nunca havíamos previsto não é algo que experimentamos com frequência.

Podemos viver com total tranquilidade durante anos, satisfeitos com um presente onde tudo está em seu lugar. Entramos e saímos de casa, vamos trabalhar, interagimos, compartilhamos tempo com os familiares e amigos, e tudo está bem. Até que, de repente, surge uma inflexão, uma mudança de destino e um ‘cara a cara’ com o inusitado e o imprevisto.

Estes momentos exigem capacidades, habilidades e abordagens mentais que não havíamos usado antes. Há quem, por mais impressionante que pareça, responde com tranquilidade. É como se, em seu código genético ou em algum canto oculto do seu universo cerebral, houvesse um código extraordinário pronto para ser ativado diante das adversidades. E, de fato, eles respondem da melhor maneira.

A dificuldade de aceitar o inesperado

Há dias em que o sol está mais brilhante e o céu está claro em toda a sua imensidão. No entanto, nada impede o surgimento da escuridão e de nuvens ameaçadoras em questão de segundos, trazendo o ruído das piores tempestades. Nestas circunstâncias, não adianta reclamar: você precisa se proteger.

Há momentos em que a estabilidade governa tudo. Cada item da agenda é cumprido, cada projeto, compromisso, viagem, tudo é assumido com normalidade e satisfação. No entanto, pode surgir um imprevisto.

Além disso, o aspecto mais singular sobre os imprevistos é que eles nunca vêm sozinhos, geralmente trazem mais mudanças e incertezas. No meio desses contextos, não adianta reclamar, lamentar ou ficar quieto. Você tem que responder, é preciso agir.

No entanto, nunca é fácil agir corretamente por muitos e variados motivos. Vamos analisá-los.

O nosso cérebro não gosta da aleatoriedade

Como aceitar o inesperado se o nosso cérebro não tolera a aleatoriedade? Esse órgão excepcional tem uma tendência quase obsessiva de procurar padrões e aprender com a experiência para nos ajudar a reagir melhor às situações do dia a dia. Ele gosta de ter tudo sob controle, porque qualquer imprevisto, qualquer estímulo desconhecido, não processado previamente ou não experimentado, ativa um sistema de alarme que é interpretado como uma ameaça.

Agora, o fato de ser programado dessa maneira significa que somos incapazes de reagir ao acaso ou ao caos? A resposta é não; as pessoas podem enfrentar efetivamente esse tipo de circunstância. E, por mais surpreendente que pareça, nos saímos muito bem ao longo do tempo.

Somos seres criativos, com grandes recursos psicológicos para inovar, reagir e superar as adversidades. É assim que conseguimos sobreviver e que continuaremos avançando apesar das mudanças, apesar do medo inevitável que os eventos imprevistos geram…

“A incerteza é onde as coisas acontecem. É o lugar onde as oportunidades de sucesso, de felicidade e de vida estão realmente esperando por nós”.   –  Martha Nussbaum  –

Aceitar o inesperado lembrando os seus propósitos

A ciência frequentemente nos mostra que a vida é um subproduto acidental em um universo aleatório. Lembremos também o que o conhecido físico Wermer Heisenberg disse: “O que observamos na matéria não são coisas (ou partículas), mas ondas de probabilidade”.

Essa ideia o ajudou a formular a sua famosa teoria do princípio da incerteza, que assegurava que é impossível medir ou prever a posição e o movimento de uma partícula. É claro que podemos fazer suposições, mas mesmo no mundo da física quântica, há uma pequena porcentagem de caos. Além disso, algo que Heisenberg apontou é que, em um mundo incerto, devemos estar preparados para o inesperado.

O fato de que o panorama seja este não é bom nem ruim. É uma realidade evidente. Há quem se beneficie disso, quem não tem problema em aceitar o inesperado e seguir adiante de uma maneira corajosa e criativa. Outros, no entanto, experimentam tudo isso como algo paralisante. Quando passamos muitos anos submersos em uma aparente tranquilidade, a mente se sente capaz de prever o que acontecerá até que, de repente, surge o cisne negro mencionado por Nassim Nicholas Taleb.

Agora, como enfrentar a inevitável variável da incerteza no nosso dia a dia? Vejamos algumas dimensões sobre as quais refletir.

O exercício de aceitar e enfrentar o inesperado

É necessário aceitar e enfrentar os imprevistos, levando em consideração os seguintes aspectos:

  • O primeiro passo para aceitar o inesperado é lembrar quais são os seus propósitos. Não importa quão caótica seja a sua realidade atual, se você tiver prioridades claras, encontrará força e capacidade para agir.
  • O segundo passo é ter sob controle tudo que você “realmente pode controlar”. Um exemplo disso são as suas decisões, abordagens mentais e ações.
  • Em seguida, é necessário entender que, em meio à incerteza, você sempre precisa correr riscos. Fazer isso pode causar preocupação, é verdade, mas é necessário tomar medidas inovadoras para avançar.
  • Da mesma forma, é importante despertar as competências que todos nós temos: curiosidade, criatividade, receptividade. É preciso estar receptivo, ouvir, aceitar conselhos e, posteriormente, agir de acordo com a sua bússola interna. O que podemos obter dessas circunstâncias pode ser muito enriquecedor.

Para concluir, a chave para enfrentar o inesperado, independentemente das suas dimensões, é ser corajoso. Se ficarmos parados, lamentando essa partícula de caos em nossas vidas, o sofrimento será maior. Devemos ser proativos, engenhosos, capazes de racionalizar os medos e colocar as nossas emoções e criatividade a nosso favor.





Por que não aceitamos o nosso corpo ?


comportamento espelho no ambiente de trabalho

A principal razão pela qual não aceitamos o nosso corpo é a pressão social para que sejamos o que os outros querem ver. Dessa maneira, aprendemos a nos desvalorizar e até a nos maltratar por não nos encaixarmos nos parâmetros do olhar alheio.

Por que não aceitamos o nosso corpo? Um dos efeitos do culto a um tipo específico de beleza é que acabamos duvidando de nós mesmos e não aceitando o nosso próprio corpo. Se acreditarmos na perigosa ideia de que precisamos ser fisicamente perfeitos para sermos valorizados ou garantir o nosso valor, o resultado pode ser um dos sofrimentos mais inúteis da vida.

É verdade que, atualmente, existem muitas pessoas no mundo que valorizam os outros pelo seu físico. Também é verdade que uma pessoa bonita tem mais facilidades na vida: desde mais opções de conquista amorosa até melhores ofertas de emprego. Não poderia ser de outro modo em um mundo que deseja hipertrofiar os nossos olhos.

A decisão que cada um deve tomar envolve escolher entre duas opções: aceitar essa lógica passivamente ou estabelecer limites. Em termos de aparência física, todos nós temos um ou muitos defeitos. No entanto, o problema surge quando começamos a medir a importância desses defeitos com a visão da sociedade. Como regra, é nesse ponto que não aceitamos o nosso corpo.
“O belo é aquilo que é inteligível sem reflexão.”
– André Maurois –
Por que devemos ser perfeitos?

Na verdade, a pergunta do título está mal formulada. Não deveria ser “por que devemos ser perfeitos?”, mas “por que devemos ser perfeitamente iguais ao modelo de beleza que o mercado nos impõe?” Obviamente, cumprir esses requisitos traz vantagens, mas tentar alcançá-los pode nos causar muitos danos.

O mais comum deles é que não aceitamos o nosso corpo, precisamente porque o avaliamos a partir desse modelo de perfeição que nos foi imposto. Somos muito visuais, e o tempo todo nos enviam imagens de pessoas que representam esse ideal de beleza. Portanto, não é incomum olharmos no espelho e nos sentirmos decepcionados.

Esse ideal físico vem nos filtrando, provavelmente desde sempre, continuamente. É por isso que é tão difícil resistir a ele. Acabamos pensando que o “normal” é ser fisicamente perfeito e que, se não somos, temos um tipo de anormalidade. A realidade nos mostra exatamente o oposto.

Aceitamos ou não o nosso corpo?

Quando não aceitamos o nosso corpo, desenvolvemos o hábito de nos criticarmos, principalmente quando olhamos no espelho. Adquirimos o hábito de descobrir defeitos e avaliá-los, sendo muito críticos. Tenho um rosto muito redondo, orelhas “de abano”, pernas muito magras, um bumbum muito grande. Ou talvez seja o nariz… Quanto custa uma rinoplastia? Esse exercício de autoflagelação nos deixa frustrados.

Também podemos optar por perceber que temos um defeito (como todos) e então tentamos escondê-lo. Colocamos saltos altos para parecer mais altos ou compramos uma cinta para que os efeitos das dez sobremesas que comemos nessa semana não sejam vistos. E quando olhamos no espelho, omitimos o exame desses “pequenos problemas” que não podemos esconder de nós mesmos.

Muitas vezes, não aceitamos o nosso corpo precisamente porque não somos capazes de olhar profundamente para aquela imagem que o espelho nos mostra. No entanto, quanto mais tentamos ignorar ou ocultar um defeito físico, mais importância ele adquire em nossa mente. Aceitar a nós mesmos significa reconhecer o que é belo e também os nossos defeitos. É simples assim.

Por que não nos aceitamos fisicamente?

Não é fácil dar uma resposta para essa pergunta, mas poderíamos dizer que não aceitamos o nosso corpo porque criamos um olhar maldoso para nós mesmos. Em vez de nos olharmos com os nossos próprios olhos, o fazemos como se fôssemos juízes de um concurso. Existem muitos poderes interessados ​​em que nos olhemos assim, e talvez não tenhamos percebido.

A indústria da beleza pré-formatada ganha milhões e milhões de dólares graças à guerra que mantemos com o espelho. Graças também a todos aqueles que nos olham com os olhos de um juiz de concurso de beleza e decidem desqualificar o que veem. Aqueles que nos julgam também têm os seus conflitos com o espelho e, para aliviar a sua autocrítica, decidem nos criticar.

O pior de tudo é que, às vezes, somos grosseiros com nós mesmos. Nos tratamos muito mal quando não aceitamos o nosso corpo; quando não aceitamos a nossa imperfeição, tão nossa, tão humana, tão digna de respeito porque ela nos pertence. E daí se você não se parece com o que os outros querem ver?




Por que não aceitamos o nosso corpo ?


comportamento espelho no ambiente de trabalho

A principal razão pela qual não aceitamos o nosso corpo é a pressão social para que sejamos o que os outros querem ver. Dessa maneira, aprendemos a nos desvalorizar e até a nos maltratar por não nos encaixarmos nos parâmetros do olhar alheio.

Por que não aceitamos o nosso corpo? Um dos efeitos do culto a um tipo específico de beleza é que acabamos duvidando de nós mesmos e não aceitando o nosso próprio corpo. Se acreditarmos na perigosa ideia de que precisamos ser fisicamente perfeitos para sermos valorizados ou garantir o nosso valor, o resultado pode ser um dos sofrimentos mais inúteis da vida.

É verdade que, atualmente, existem muitas pessoas no mundo que valorizam os outros pelo seu físico. Também é verdade que uma pessoa bonita tem mais facilidades na vida: desde mais opções de conquista amorosa até melhores ofertas de emprego. Não poderia ser de outro modo em um mundo que deseja hipertrofiar os nossos olhos.

A decisão que cada um deve tomar envolve escolher entre duas opções: aceitar essa lógica passivamente ou estabelecer limites. Em termos de aparência física, todos nós temos um ou muitos defeitos. No entanto, o problema surge quando começamos a medir a importância desses defeitos com a visão da sociedade. Como regra, é nesse ponto que não aceitamos o nosso corpo.
“O belo é aquilo que é inteligível sem reflexão.”
– André Maurois –
Por que devemos ser perfeitos?

Na verdade, a pergunta do título está mal formulada. Não deveria ser “por que devemos ser perfeitos?”, mas “por que devemos ser perfeitamente iguais ao modelo de beleza que o mercado nos impõe?” Obviamente, cumprir esses requisitos traz vantagens, mas tentar alcançá-los pode nos causar muitos danos.

O mais comum deles é que não aceitamos o nosso corpo, precisamente porque o avaliamos a partir desse modelo de perfeição que nos foi imposto. Somos muito visuais, e o tempo todo nos enviam imagens de pessoas que representam esse ideal de beleza. Portanto, não é incomum olharmos no espelho e nos sentirmos decepcionados.

Esse ideal físico vem nos filtrando, provavelmente desde sempre, continuamente. É por isso que é tão difícil resistir a ele. Acabamos pensando que o “normal” é ser fisicamente perfeito e que, se não somos, temos um tipo de anormalidade. A realidade nos mostra exatamente o oposto.

Aceitamos ou não o nosso corpo?

Quando não aceitamos o nosso corpo, desenvolvemos o hábito de nos criticarmos, principalmente quando olhamos no espelho. Adquirimos o hábito de descobrir defeitos e avaliá-los, sendo muito críticos. Tenho um rosto muito redondo, orelhas “de abano”, pernas muito magras, um bumbum muito grande. Ou talvez seja o nariz… Quanto custa uma rinoplastia? Esse exercício de autoflagelação nos deixa frustrados.

Também podemos optar por perceber que temos um defeito (como todos) e então tentamos escondê-lo. Colocamos saltos altos para parecer mais altos ou compramos uma cinta para que os efeitos das dez sobremesas que comemos nessa semana não sejam vistos. E quando olhamos no espelho, omitimos o exame desses “pequenos problemas” que não podemos esconder de nós mesmos.

Muitas vezes, não aceitamos o nosso corpo precisamente porque não somos capazes de olhar profundamente para aquela imagem que o espelho nos mostra. No entanto, quanto mais tentamos ignorar ou ocultar um defeito físico, mais importância ele adquire em nossa mente. Aceitar a nós mesmos significa reconhecer o que é belo e também os nossos defeitos. É simples assim.

Por que não nos aceitamos fisicamente?

Não é fácil dar uma resposta para essa pergunta, mas poderíamos dizer que não aceitamos o nosso corpo porque criamos um olhar maldoso para nós mesmos. Em vez de nos olharmos com os nossos próprios olhos, o fazemos como se fôssemos juízes de um concurso. Existem muitos poderes interessados ​​em que nos olhemos assim, e talvez não tenhamos percebido.

A indústria da beleza pré-formatada ganha milhões e milhões de dólares graças à guerra que mantemos com o espelho. Graças também a todos aqueles que nos olham com os olhos de um juiz de concurso de beleza e decidem desqualificar o que veem. Aqueles que nos julgam também têm os seus conflitos com o espelho e, para aliviar a sua autocrítica, decidem nos criticar.

O pior de tudo é que, às vezes, somos grosseiros com nós mesmos. Nos tratamos muito mal quando não aceitamos o nosso corpo; quando não aceitamos a nossa imperfeição, tão nossa, tão humana, tão digna de respeito porque ela nos pertence. E daí se você não se parece com o que os outros querem ver?




Aceite seu corpo



Resultado de imagem para aceitar o corpo







Postado em 


Resultado de imagem para aceitar o corpo



Tornando o feio em bonito


Lisboa



Helena Cecília de Fraga Verhagen



Uma das coisas mais incríveis que aprendi em Lisboa foi ver coisas que eu considerava feias ou bregas ou “nada a ver” e passar a respeita-las, aceita-las como são e até, em alguns casos, ver poesia e considera-las interessantes e bonitas.

Um dia eu estava saindo de uma reunião de trabalho e comentei com a colega que estava comigo:

– Nossa, essa ruela estreita é bonita, antiga, colorida, mas esses fios intermináveis dos postes de luz e dos elétricos (bondes) detonam o visual. Sabe, lá em São Paulo, na Oscar Freire, a rua mais chique da cidade, os fios agora são subterrâneos e é incrível como ficou muito mais bonito.

Aí, como diriam os gaúchos, ela me deu nos dedos dizendo:

– Nossa Helena! Esses fios fazem parte do cenário e são característicos da cidade. Existem até fotógrafos que se dedicam a fazer fotos dos fios de Lisboa.

– Ok! Obrigada. Tentarei enxergar com este olhar poético ao invés de condena-los como poluentes visuais. – Respondi me sentindo a escritora mais insensível do mundo.

De fato, desde essa observação comecei a ver de forma diferente os bondes e seus inúmeros fios de Lisboa. Até ouvi uma pessoa dizer que deveria haver mais bondes porque eles são amigos do meio ambiente. Ok! Já os considero simpáticos.

Mas esta história toda me lembrou de uma amiga que operou de um apêndice e ficou com uma cicatriz horrível na barriga. Após passar anos sofrendo com aquela marca desagradável decidiu fazer uma bela (e grande) tatuagem em cima para apreciar mais sua barriga. Eu mesma, sempre morri de vergonha do meu pé. Quando tinha 19 anos decidi fazer minha segunda tatuagem em um dos pés para passar a aprecia-lo. Funcionou!

Se abrir para um novo olhar é se abrir para uma transformação muito maior do que pode imaginar. Encarar o mesmo de forma diferente nos liberta, faz bem para a cabeça e para a alma.

Nós podemos fazer isso com qualquer coisa na nossa vida. Escolher uma coisa que não gostamos, uma comida, uma música, um lugar, uma cor, até uma pessoa… e tentar enxergar com um novo olhar. Ter outra opinião. Se abrir para provar de uma forma diferente até então, tentando gostar. Muito mais do que passar a gostar, o que vale é se abrir para interpretar de outra forma.

Este movimento interno é um exercício de aceitação que nos ajuda a viver com muito mais passividade e aceitação com tudo que nos rodeia. Nos tornamos mais fluidos e menos relutantes, encrenqueiros, ranzinzas. Vivemos com mais leveza.

A vida é muito mais bonita quando escolhemos ver a beleza. Nem sempre é possível, mas só de não ver feiura já é um grande e importante passo.




Postado em Conti Outra