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O Crucificado se solidariza com as vítimas do Covid-19





Leonardo Boff

Um manto de tristeza se estende sobre toda a humanidade e não há lenços suficientes para enxugar tantas lágrimas por causa da vítimas do Covid-19. O vírus não poupa ninguém, pois, invisível, pode atacar os que não tomam os devidos cuidados. Ele pôs de joelhos as nações militaristas que se encheram de armas, capazes de exterminar toda a vida no planeta, inclusive a humana. Elas são absolutamente inúteis diante do pequeníssimo coronavírus. 

Alexandre, o Grande (356-323 A.C) formou um império que ia do Adriático ao rio Indo, morreu picado, provavelmente, por um mosquito que produz uma febre viral (a febre do Nilo ocidental). Quem aqui é mais forte? O jovem conquistador de 23 anos ou o mosquito? Estamos morrendo por um vírus invisível, arrasando com toda a nossa arrogância, sem dizer que ele é consequência de nossa sistemática agressão à natureza (o antropoceno e o necroceno) que se defende com sua arma letal e imperceptível, o Covid-19 e uma gama de outros vírus.

Sexta-Feira Santa 10 de Abril de 2020 : Reflexão e Fé


Pin de cléo Inete em Frases (com imagens) | Sexta feira santa ...


Momento único ! Momento de dor ! Uma dor que não cabe palavras. Maria encontra com seu filho Jesus a caminho do calvário. 

Ele, seu amado filho Jesus, carregando um pesado madeiro de cruz. Ensanguentado, ferido no corpo e em espírito. Humilhado perante ao povo a quem somente quer o bem. 

O momento é doloroso. Maria sabe que nada poderá fazer para resgatar seu filho, para tirá-lo daquele sofrimento. Só lhe resta acompanhá-lo também na dor. Não há queixas, não há lamento. Apenas contemplação, sofrimento.

O SIM da Anunciação já fora uma completa aceitação dos planos de Deus. Simeão já havia predito que " Uma espada de dor transpassaria o seu coração ". E Maria guardou tudo em seu coração. Seu SIM foi definitivo e irreversível. Ela sabia que o caminho do calvário culminaria com a salvação da humanidade. Aceitou humilde e obediente os planos de Deus que O levaram a crucificação.

Com Maria aprendamos a seguir Jesus mesmo em momentos de dor e agonia. Aprendamos dela a humildade e obediência e no silêncio seguir os passos de Jesus. Pois sabemos que não há salvação sem passar pela cruz. 

" Maria, mãe das dores, mãe dos aflitos, ensina-nos a amar e imitar suas virtudes. Interceda por nós a seu filho Jesus para que como Ele, coloquemos o amor acima de tudo e que aprendamos a perdoar."

" Caminha conosco, Senhor, e ensina-nos a carregar a cruz de cada dia ! "

( Edite Lima )




Hoje é dia de recolhimento, de silêncio e introspecção, dia de tomar consciência do seu próprio espírito imortal, pois o corpo morre, mas a energia da alma nunca se esvai. 

Então deixe esvair todo e qualquer pensamento ou sentimentos negativos e eleve-se na paz interior, pois se estiver em paz você ajuda drasticamente o sistema energético planetário. 

Hoje independente de religiões aproveite o dia para jejuar de palavras, de julgamentos que ferem, aproveite para Amar, pois o amor é a força maior que protege, que afaga e que nos trás a alegria de fazer parte deste maravilhoso momento da vida. 

Jesus é uma figura religiosa, mas para mim ele é muito mais que isto; ele é um mestre Ascensionado que teve a coragem de iniciar o movimento que é o Amor, ele vive e quer que vivamos intensamente com o coração puro.

Aprenda o grande legado que ele deixou para nossa existência e desapegue-se de esteriótipos, cultuem uma energia viva e aproveite seu caminho sagrado do amor, do coração no silêncio e na alegria da sua paz interior. Viva o amor. 

( Giovana Barbosa )




A CRUCIFICAÇÃO

Imagino um homem ...
Ao caminho caído e por todos cuspido !
Homem de dores ...
Pavoroso em seus horrores !
De olhos fitos ...
Cabelos lisos, todo cumprido !
Corpo cortado ...
Ensanguentado !
De peso nos ombros ...
Observado de longe !
Como rei coroado ...
Por qualquer manto foi enrolado !
Como cetro levava uma cruz ...
Por coroa, espinhos que não reluz !
No caminho alguns choravam ...
Cena que aos seus discípulos chocavam !
Fora da cidade foi crucificado ...
E aos seus pés por suas roupas soldados jogavam !
Entre ladrões estava condenado ...
Até por um deles foi julgado !
No auge, sente de Deus a distancia ...
Mas, sua missão completada, era de todo a importância !
Sua vida, pelo pecado humano foi entregue ...
Já que o homem sozinho o perdão não consegue !
Esta é a razão a que tudo sofria ...
Por amor ao pecador ele morria !

( Ricardo Davis Duarte )






Reflexão para Sexta-Feira da Paixão








Pe. Adroaldo Palaoro

“ Essa é a única morte que nos pode dar força diante das outras mortes ”   (Libânio)

Todas as mortes são para nós um absurdo, porque a morte é o nada que entra na nossa história, e seria nada mesmo, se não houvesse essa morte de Jesus que deu sentido a todas as outras mortes. Só por isso valeu a morte de Jesus. Diante dos sofrimentos e da morte somos convidados a olhar para este Homem que assumiu a morte para estar conosco, para estar ao nosso lado; é nessas horas que vamos encontrá-Lo.

Sexta-feira Santa é convite a entrar e mergulhar no mistério desse Homem que, ao mesmo tempo, assumiu nossa humanidade ao extremo e nos mostrou a face misericordiosa de Deus Pai.

Jesus não escapou de nenhuma experiência nossa, Ele não fugiu das experiências que tecem o nosso cotidiano, Ele as viveu a cada dia de modo humano. E de repente essa experiência humana chega a seu extremo, ao extremo da dor e do sofrimento.

Carregar a cruz não é um ato dolorista nem um ato suicida, é um ato de entrega da própria existência.

Ao contemplar o Crucificado, muitos questionamentos vão surgindo:

– a Cruz é sinal de solidariedade ou sinal de poder, sinal de libertação ou sinal de opressão, sinal de rebeldia ou sinal de submissão, sinal dos vencidos ou sinal dos vencedores…?

– Perguntamo-nos se é a Cruz dos condenados deste mundo ou a cruz dos que condenam, a Cruz dos crucificados da terra ou a cruz dos que continuam crucificando como em outro tempo crucificaram a Jesus?

A primeira coisa que descobrimos ao contemplar o Crucificado do Gólgota, torturado injustamente até à morte pelo poder político-religioso, é a força destruidora do mal, a crueldade do ódio e o fanatismo da mentira. Precisamente aí, nessa vítima inocente, nós seguidores de Jesus, vemos o Deus identificado com todas as vítimas de todos os tempos. Está na Cruz do Calvário e está em todas as cruzes onde sofrem e morrem os mais inocentes. A partir da Cruz, Deus não responde o mal com o mal; Ele não é o Deus justiceiro, ressentido e vingativo, pois prefere ser vítima de suas criaturas antes que verdugo.

O Crucificado nos revela que não existe, nem existirá nunca um Deus frio, insensível e indiferente, mas um Deus que padece conosco, sofre nossos sofrimentos e morre nossa morte.

Despojado de todo poder dominador, de toda beleza estética, de todo êxito político e de toda auréola religiosa, Deus se revela a nós, no mais puro e insondável de seu mistério, como amor e somente amor.

Nós cristãos contemplamos o Crucificado para não esquecer nunca o “amor louco” de Deus para com a humanidade e para manter viva a recordação de todos os crucificados da história.

Jesus não morreu por vontade divina nem para expiar nossos pecados, senão que foi condenado como herege e subversivo, por elevar a voz contra os abusos do templo e do palácio, por colocar-se do lado dos perdedores, por ser amigo dos últimos, de todos os caídos.

Na contemplação da Paixão fazemos memória comovida de Jesus, e ao “fazer memória” confessamos que Ele está vivo, revivemos Sua vida, O ressuscitamos na vida. Não buscamos argumentos lógicos e dog-máticos, mas sinais de vida em toda Sua vida e também em Sua morte. Descobrimos, como afirma a teóloga Mercedes Navarro, que “Jesus morreu de vida”: de bondade e de esperança lúcida, de solidariedade alegre, de compaixão ousada, de liberdade arriscada, de proximidade curadora…

“Morreu de vida”: isso foi a Cruz, e isso é a Páscoa. E é por isso que tem sentido recordar Jesus, olhando nas chagas de sua Cruz as pegadas de sua vida.

Os relatos dos evangelistas nos recordam que nós cristãos somos seguidores de um Crucificado.

A leitura orante do relato da Cruz de Jesus nos faz abrir os olhos para ler também nossa própria vida e a vida de toda a humanidade. Não se trata meramente de uma referência externa, presa ao passado, mas de uma mensagem de sabedoria permanente, que transcende o tempo e o espaço.

“ Porque os judeus pedem sinais, os gregos procuram sabedoria, ao passo que nós anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os pagãos, mas para aqueles que são chamados é Cristo, força de Deus e sabedoria de Deus ” (1Cor. 1,22-24)

Situar-se, pois, diante do Crucificado, acarreta diversas conseqüências para nossa vida; podemos destacar as seguintes:

Denúncia: a Cruz nos fala de uma aliança de poderes, religioso e político, que acabaram cruelmente com a vida de um inocente. Isso ocorreu com Jesus e, por desgraça, ocorre ao longo de toda a história humana. Crer no Crucificado implica denunciar ativamente todo tipo de opressão contra os inocentes.

Compromisso: para nós que cremos em Jesus, todo e qualquer “crucificado” – seja qual for o motivo de sua cruz – é alguém sagrado, que suplica nossa compaixão ativa e nossa solidariedade eficaz. Como diz Jon Sobrino, não podemos crer no Crucificado de um modo coerente se não estamos dispostos a fazer descer da cruz aqueles que estão nela.

Esperança de vida: a Cruz – que se completa com a mensagem da ressurreição, com a qual forma um único acontecimento – proclama que a Vida não morre; que, inclusive naquelas circunstâncias nas quais parece que tudo é fracasso, a Vida abre caminho; nenhuma morte é o final.

Ensinamento: como viver a própria cruz? Para começar, sabemos que, a rigor, não podemos chamar “ cruz ” a todo sofrimento. Há sofrimentos evitáveis, em nós e nos outros, contra os quais teremos que lu-tar; há outros inevitáveis, que precisamos acolhê-los e dar-lhes sentido; e há outros, que são consequência de uma opção de amor fiel: estes são a “ cruz ”, pois são a opção construtiva que admiramos em Jesus: aqui é importante assumi-los lúcida, paciente e confiadamente. Assim vivida, a Cruz é fonte de vida; tal é a mensagem do Crucificado: “viver como Deus quer o que Deus não quer”.

Textos bíblicos: Mc 15,21-41 1Cor. 1,18-25













Sexta-Feira Santa : julgamento mentiroso, traição e assassinato ! Em 2018 continuamos assistindo tudo igual ...




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Padre Amaro é uma das principais lideranças da equipe pastoral da Prelazia do Xingu






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