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Com a palavra : Leonel Radde

 










Chora por ti, Rio Grande



"Foste imprudente, Rio Grande. O que viste descer dos céus foram lágrimas que choraram a dor da natureza por todos os males", diz Aldo Fornazieri

Chora por ti, Rio Grande. O teu choro é o choro do teu povo. Chora pelos teus mortos, pelos teus desaparecidos, pelos teus desabrigados. Chora pela tua dor e pelas dores de todas as perdas. Chora pelos cães, gatos, cavalos e por outros animais que morreram afogados, por aqueles que sofreram nas águas, como Caramelo, mas que resistiram para viver.

Chora comovido, Rio Grande, pelos milhares de voluntários que não mediram esforços, que ficaram noites acordados, que entraram nas águas turbulentas e barrentas para salvar vidas.

Chora comovido, Rio Grande, pela onda de solidariedade que recebeste de milhões de brasileiros e de pessoas de outros países, que te enviaram todas as espécies de ajuda.

Chora, Rio Grande, pelas tuas cidades devastadas, pelos bairros arrasados, pelas pontes e casas levadas pelas águas, pelas estradas destruídas e interditadas, pelo aeroporto debaixo d’água, pelas tuas arenas esportivas inundadas.

Chora mais ainda, Rio Grande, pelas escolas e creches que desapareceram, pelos hospitais e postos de Saúde engolfados, pelos documentos históricos danificados. São cunas de futuro que foram parar debaixo d’água para sempre junto com os berços e brinquedos das crianças.

Chora, Rio Grande, pelos vinhedos da Serra esmagados pela violência da lama, árvores e pedras que rolaram das montanhas. Não produzirão mais a saborosa uva e deles não será mais possível produzir o oloroso e inebriante vinho.

Chora, Rio Grande, pelos teus trigais, arrozais e campo de milho e soja devastados. Com eles se foi a riqueza agrícola, o suor dos camponeses e fazendeiros, a esperança de uma recompensa por pesado esforço. Dos teus trigais não colherás o grão, não virá o pão colonial quente, cozido no forno a lenha para acompanhar o salame, o queijo, o vinho.

Chora, Rio Grande, pelas tuas macieiras arrancadas, pelas tuas hortaliças enterradas e pelos laranjais que nos tempos das floradas não exalarão mais perfume celestial que atrai todas as epécies de abelhas e de onde cantam os sabiás. O beija-flor não beijará mais a flores dos jardins das casas arrasadas.

E o que dizer dos pés de butiá e de cerejeira gaúcha que se foram para sempre? O que dirás Rio Grande do Sul do Luiz Carlos, do Artêmio, da Ivonete, da Eva, do Avelino, da Paloma, do Lothar, do Hélio, da Helga, do Júlio Antônio, da Bernadete, Catharina, do Kaique, da Noeli... e das centenas de mortos e desaparecidos que partiram sem dizer adeus? O que dirás dos que se foram sem serem identificados? E o que dirás da família que morreu abraçada em Roca Sales, soterrada pela brutalidade do deslizamento?

Quando os rios furiosos que descem das montanhas estiverem calmos se quando as mansas águas que invadiram as tuas cidades baixas se esvaírem para o mar, vai, Rio Grande, senta-te sobre o dorso de tuas coxilhas, sobre os picos das montanhas da Serra e caminha calmamente rumo ao horizonte infinito dos teus pampas. Nesses momentos em que a dor lacerante pelas mortes se transformar em saudosa dor da alma, em que as tuas perdas materiais se transformar em tristeza, em que começarão brotar sementinhas de esperança, cessa o teu choro e começa a reflitir acerca do que fizeste a ti mesmo.

Então lembra-te que desnudaste a serras e os pampas, transformaste em cinzas árvores e vegetação, invadiste as margens dos rios e os estrangulaste para construir cidades e estradas. Lembra-te que assassinastes os passarinhos e dizimastes os animais silvestres que viviam livres e felizes. Destruíste as nascentes e envenenaste os rios, provocando a morte dos peixes e da vida aquática.

Lembra-te, Rio Grande, do genocídio que praticaste contras os povos originários, os indígenas, e o desprezo que teu povo nutre por eles até hoje. Invadiste as suas terras, derrubaste as suas matas e roubaste os seus direitos.

Quando tu estiveres andando pelos pampas, lembra-te, Rio Grande, da tua irresponsabilidade ao deixar que as pessoas construíssem as suas casas em áreas que deveriam ser protegidas, da pobreza, da desigualdade e das injustiças sociais que deixaste vicejar sob o teu céu azul.

Reflita sobre a irresponsabilidade criminosa dos teus políticos negacionistas e oportunistas que não cuidaram do meio ambiente.

Onde estão as tuas virtudes, Rio Grande? As sufocaste pela ambição dos gananciosos. A valentia dos que lutaram pela liberdade no passado se transformou em grotesca agressão e destruição da natureza, em egoísmo desmedido pelo ganho, em desrespeito pela vida.

Foste imprudente, Rio Grande. O que viste descer dos céus foram lágrimas diluvianas que choraram a dor da natureza por todos os males, por todas as violências e por todas as violações que ela vem sofrendo. A natureza te mostrou Rio Grande que, nós humanos, não somos nada quando ela se encoleriza para punir a nossa arrogância. Nem cidades, nem pontes, nem aeroportos, nem comunicações, nem estádios, nem palácios, nem rede elétrica, nem as muralhas são suficientemente fortes para aplacar a fúria da natureza.

O que te aconteceu, Rio Grande, foi uma dura advertência para todos nós, para toda a humanidade. Se não mudarmos os modos de produzir e de consumir, as formas de nos relacionar com a natureza, se não regenerarmos o que destruímos, a própria vida, a civilização humana e todas as espécies estão ameaçadas.

Agora, na tua reconstrução, Rio Grande, tens a chance de ser modelo, farol, de não fazer mais o que não deve ser feito para fazer o que deve ser feito. Caso contrário, nem tudo o que se planta crescerá e no lugar do amor florescerá a dor. Cuidado, Rio Grande, para não mostrar para quem quiser ver que és um lugar para se viver e chorar. Reflita sobre a herança que deixarás para os teus netos e bisnetos, para as tuas gerações futuras.

Respeita, Rio Grande a tua maltratada Mãe, aquela que dá a vida a todos os seres, aquela que te dá a uva e o vinho, aquela que te dá os grãos, aquela que te dá as maçãs e os frutos, aquela que te dá as azeitonas e os óleos. Respeita Rio Grande aquela que te permite viver.


  Aldo Fornazieri  Professor da Fundação Escola de Sociologia e Política e autor de "Liderança e Poder"




Onde está Deus ? ELE nos envia estes seres solidários ! Nós, gaúchos, agradecemos !





















   


Com fé, esperança e empatia estamos conseguindo : Let It Be

 

 










Depois das chuvas . . .




ESPERANÇA - Alexis Valdés

Quando a chuva passar e se acalmarem os caminhos,
Seremos sobreviventes de um naufrágio coletivo.
Com o coração choroso e o destino abençoado
Nos sentiremos sortudos apenas por estarmos vivos.

E daremos um abraço no primeiro desconhecido
E louvaremos a sorte de conservar um amigo.
E então nos lembraremos de tudo aquilo que perdemos
De uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos.

E não teremos inveja, pois todos terão sofrido.
E não teremos apatia, seremos mais compreensivos.
Valerá mais o que é de todos, o que jamais conseguiram.
Seremos mais generosos, e muito mais comprometidos.

Entenderemos o quanto significa estarmos vivos.
Sentiremos empatia por quem está e por quem já se foi
Admiraremos o velho que pedia dinheiro no mercado,
Que não sabíamos o nome e que sempre esteve ao seu lado,
E talvez o velho pobre fosse o seu Deus disfarçado.
Nunca perguntou o nome dele,
porque estava com pressa.

E tudo será um milagre, tudo será um legado.
E se respeitará a vida, a vida que nos foi dada.
Quando a chuva passar, te peço
Deus, arrependido,
Que nos devolva coisas melhores, como tinha sonhado para nós.





Entre secas e inundações, Rio Grande do Sul vive eventos extremos com sinais de mudanças climáticas

 


BRASÍLIA (Reuters) - Atingido por duas inundações catastróficas no intervalo de apenas seis meses, depois de ter enfrentado quase três anos de seca inclemente, o Rio Grande do Sul virou o exemplo do que as mudanças climáticas podem fazer com eventos já considerados extremos, mas que vêm atingindo proporções cada vez piores em um mundo que não consegue conter o avanço da temperatura global, avaliam especialistas.

Nos últimos dias, o Estado foi palco de uma confluência infeliz, explicam cientistas ouvidos pela Reuters. De um lado, um El Niño extremamente forte, com todos os oceanos mais quentes, não apenas o Pacífico, como é comum no fenômeno, e uma onda de calor no Sudeste e no Centro-Oeste, que aumentou a umidade no ar e favoreceu a chegada de um ar quente e úmido ao Sul do Brasil.

Do outro lado, vinda da Antártida, uma frente fria com chuva e vendaval, mas sem força para empurrar o ar quente. Junto a isso, com o El Niño, as frentes andam de leste para oeste, em vez de sul para norte, o que faz com que chova mais tempo em um só lugar, explica o pesquisador Marcelo Schneider, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A combinação de fatores, no entanto, não é totalmente fora do comum, mas sim sua intensidade. Cientistas ouvidos pela Reuters explicam que o Rio Grande do Sul sempre foi o ponto de encontro de sistemas tropicais e sistemas polares, o que criava um padrão que inclui períodos de chuvas intensas e outros de seca. A exacerbação dos fenômenos causados pelas mudanças climáticas, no entanto, aumenta o choque desses sistemas, piora fenômenos com El Niño e La Niña, e deixa o clima imprevisível.

"A mudança climática tem mais impacto do que o El Niño sozinho. Essas características típicas do RS estão se acentuando com a mudança do clima. A rivalidade entre o trópico aquecido e úmido e a Região Sul em direção à Antártida tem favorecido as tempestades severas, as frente frias intensas, os ciclones explosivos, as ressacas mais extensas", explica o pesquisador Francisco Aquino, chefe do centro polar e climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O El Niño corresponde ao aumento da temperatura das águas do oceano Pacífico na sua porção equatorial, enquanto a La Niña corresponde à diminuição da temperatura dessas águas. No Brasil, o El Niño provoca maiores volumes de chuvas no Sul, enquanto a La Niña diminui os volumes pluviométricos na região.

Até a metade de 2023, o Estado enfrentava uma estiagem histórica, fruto de um período longo de La Niña, que durou por mais de dois anos, com pouquíssimos períodos de chuva. O governo federal chegou a estudar a implantação de um sistema de cisternas em algumas regiões, da mesma forma que fez no Nordeste.

Foram três anos seguidos de quebras de safra agrícola no Estado pela seca, com impacto direto no Produto Interno Bruto (PIB). De uma participação de 6,53% no PIB do país em 2019, para 5,90% em 2023, de acordo com dados do Departamento de Economia e Estatística do governo gaúcho.

Em setembro do ano passado, já sob efeito do El Niño, o Estado ficou debaixo d'água devido à passagem de um ciclone extratropical, em uma inundação que já era considerada histórica, com mais de 50 mortes registradas.

Agora, apenas seis meses depois, novas enchentes quebraram novamente os recordes. Nesse momento, quase metade dos municípios gaúchos foram atingidos pela chuva, em diversas regiões do Estado, com ao menos 31 pessoas mortas e mais de 70 desaparecidas, segundo dados da Defesa Civil estadual.

"Nem todos anos de El Niño temos desastres dessa magnitude. É notável que temos cada vez mas desastres e cada vez piores. O aquecimento global muda padrões do clima e eventos extremos se tornam cada vez mais frequentes. Uma atmosfera mais quente retém mais umidade, assim como um oceano mais quente gera mais energia, mais combustível para tempestades severas. Então fica tudo mais potencializado", resume a pesquisadora Karina Lima, doutoranda em Climatologia pela UFRGS.

Lima explica que não foram feitos ainda os chamados estudos de atribuição, que verificam se um evento extremo foi tornado mais provável e/ou mais intenso devido às mudanças climáticas. "Mas é muito difícil que um evento dessa magnitude não tenha tido influência", afirma.

A secretária de Mudanças Climáticas do MMA, Ana de Toni, ressalta que não há dúvidas que o país já está vivendo uma emergência climática e que casos como do Rio Grande do Sul e a seca extrema na Amazônia, efeitos do El Niño, foram exacerbados pelas mudanças no clima.

"Temos que fazer a adaptação. Claro que não significa que vamos deixar de lado a mitigação, mas ao mesmo tempo tem que fazer a adaptação a um mundo que vai viver com uma temperatura mais elevada", disse.

Toni explica que o Brasil é muito vulnerável às mudanças climáticas, com uma economia agrícola muito forte que depende de padrões climáticos, energia baseada em hidrelétricas e uma grande população que vive em situações vulneráveis.

"A adaptação é muito, muito urgente. O custo da inação é muito maior", diz.

O governo trabalha com planos de adaptação em 15 áreas, que passam por agricultura, infraestrutura, cidades, entre outras. Algumas das medidas, por exemplo, são planos de retirada de moradores de encostas, sempre vulneráveis à chuva; o desenvolvimento de sementes mais resistentes; estudos de infraestrutura para construção de estradas, pontes, etc, que sejam mais resistentes.

"Estamos vivendo essas mudanças climáticas, que estão chegando muito mais rápido e muito mais forte. Precisamos adaptar e mitigar ao mesmo tempo", defendeu.














Eduardo Leite, eleitor de Bolsonaro



Eduardo Leite, eleitor de Jair Bolsonaro, escolheu a barbárie. Não há entrevista ou disfarce que consiga apagar este fato.


Fernando Nicolazzi (*)

Nos últimos tempos, temos notado no Brasil uma curiosa situação: muitas das pessoas que foram responsáveis por nos colocar nesta embarcação que afunda de forma tão vertiginosa têm vindo a público para avisar que já colocaram seus coletes de flutuação, entraram nos botes salva-vidas e remam em busca de alguma ilhota com praias calmas, palmeiras verdejantes, tucanos voando alegremente e, claro, um serviço de hotelaria adequado aos seus requintados gostos de consumo.

Mostram, sem nenhum constrangimento, que simplesmente abandonaram um barco onde fizeram questão de entrar vestindo suas melhores roupas e no qual forçaram que tantas outras pessoas entrassem à revelia. Alguns, inclusive, assim o fizeram trajando as mesmas vestes do capitão que escolheram para controlar o navio, capitão este que não faz a menor ideia nem de onde fica a cabine de comando, quanto mais para onde navegar. Agora, entre uma remada e outra, olham à distância o navio fazendo água, fingindo que nada têm a ver com esse espetáculo trágico e devastador.

Mas vou fazer aqui um esforço que talvez seja desagradável para muitas dessas pessoas, um esforço para avivar uma memória que não pode jamais ser apagada. Alguém certa vez sugeriu que a função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela teima em esquecer. Pois, na condição de historiador, e diante da inoportuna teimosia em disfarçar o que ocorreu, trarei aqui uma lembrança que explica em grande medida as causas do naufrágio.

O título deste texto já evidencia uma das lembranças que não podem ser esquecidas: Eduardo Leite, eleitor de Bolsonaro. É verdade que o próprio governador não recusa este fato. Mas não é menos verdade que, hoje, tenta colocar sobre ele disfarces dos mais inusitados. O último deles foi postado em sua conta de Twitter, no último dia 7 de agosto, quando sugeriu que, nem de direita, nem de esquerda, ele era simplesmente… Eduardo Leite. Ou melhor, conforme o ponto de vista, era ao mesmo tempo de direita e de esquerda, embora considerasse essa uma régua ultrapassada. Salientou também que a posição de centro por ele assumida seria aquela que, sem deixar de afirmar uma posição, concilia convicções firmes e respeito às diferenças. Vejamos, pois, de que convicções se trata e que diferenças realmente merecem respeito.

Eduardo Leite é um jovem político liberal que não viu problemas em apoiar um candidato de extrema-direita, cuja personalidade podia, muito antes da eleição, ser compreendida pelos seus traços notoriamente fascistas. Aliás, nada mais comum no Brasil do que “centristas” liberais, que são, na verdade, invariavelmente de direita, servindo de base para movimentos autoritários. Mas gostaria de pontuar duas outras intervenções públicas do governador que ainda fazem seu nome estar tão intimamente ligado ao de Jair Bolsonaro, colocando em xeque essa propalada posição de centro que ele assume.

Em julho de 2020, durante o programa Roda Viva, Leite foi indagado a respeito de seu voto para presidente dois anos antes. Sua resposta foi contundente: “não tenho arrependimento”. Já caminhávamos para a metade do mandato presidencial, a pandemia dava sinais claros da sua gravidade ao mesmo tempo em que era negada pelo presidente, cuja envolvimento familiar em esquemas antigos de corrupção se tornava cada vez mais conhecido, e Bolsonaro, como não poderia deixar de ser, demonstrava cotidianamente sua índole violenta, mentirosa e profundamente antidemocrática.

Ainda assim, diante de tudo que se passava no país, Eduardo Leite não estava arrependido. Em suas palavras, referindo-se às eleições de 2018, “para aquelas circunstâncias, naquela situação, acho que seria muito ruim naquele momento um retorno do PT ao poder”. Complementou em seguida, demonstrando sua firme convicção: “você escolhe um caminho em relação a outro”. Diante de um provável risinho cúmplice da jornalista Vera Magalhães, Leite tentava explicar sua posição que, mais do que partidária de Bolsonaro, era contrária ao PT, partido que encarnava a diferença que não merecia seu respeito. Ou seja, sua postura política não era amparada por um princípio afirmativo, mas tão somente por uma atitude de negação. Algo que ele próprio demonstrou quando declarou seu voto ainda em 2018.

O primeiro turno havia recém acabado e Leite, buscando aproximar-se do eleitorado de Bolsonaro, lançou um vídeo em que declarava voto no candidato da extrema-direita. Logo no início, a mesma postura de negação: “digo com todas as letras: o PT não”. Pouco depois, confessou sua escolha: “para evitar a volta do PT, eu vou dar o meu voto ao candidato Bolsonaro”. Para ele, seria algo próximo a “perder a alma” caso escolhesse o professor e ex-ministro da educação Fernando Haddad para comandar o poder executivo do país. Preferiu ficar com aquele sabidamente envolvido com milícias cariocas.

A escolha consciente e voluntária de Eduardo Leite pelo autoritarismo ganhava ainda uma significativa razão: sem “arredar pé dos meus princípios e dos meus valores”, disse ele, “eu defendo uma política feita com amor, não com o ódio”. Não custa lembrar: Bolsonaro era conhecido por defender torturador, sugerir metralhar adversários, ameaçar estuprar uma mulher (desde que fosse bonita), agredir uma colega parlamentar, homenagear milicianos, cometer atos de racismo e homofobia… eis a política feita com amor que Leite escolheu a partir de seus princípios e de seus valores. Eis o voto do qual ele não se arrependeu quase dois anos depois.

Mas o vídeo é ainda mais instrutivo, pois deixa evidente o profundo desprezo que o então candidato ao Piratini manifestava em relação ao público, subestimando a capacidade dos eleitores de notar a hipocrisia daquele que lhes pedia votos. Leite afirmou: “se é para fazer política do contra, que seja contra a miséria, contra o autoritarismo, contra a ditadura, contra a corrupção, contra os privilégios, contra as negociatas, contra o poder pelo poder, contra aqueles que fazem qualquer coisa pelo voto”.

O sujeito que disse tudo isso votou justamente no candidato mais autoritário entre todos, exaltador da ditadura, que empregava funcionários fantasmas em seu gabinete parlamentar, sonegador de imposto confesso e defensor de privilégios para os militares. O sujeito que enunciou tais palavras, podendo escolher um projeto político que de fato combateu a miséria no país, escolheu um esquema de governo que não oferecia nada mais do que a simples destruição de tudo (“é preciso acabar com isso daí, tá ok?”). O mesmo sujeito que se diz de “centro” e não conseguindo justificar de outra forma sua escolha pelo autoritarismo, simplesmente afirmou que votaria contra o PT.

A hipocrisia das suas palavras era tamanha que Leite sugeriu ser possível “ter lado, sem querer destruir quem não pensa como eu”, ao mesmo tempo em que declarava voto naquele que achava que era preciso uma guerra civil e matar umas 30.000 pessoas para resolver os problemas do país. “Quero discutir propostas, visão de futuro e um jeito diferente de fazer campanha e de governar”, disse ainda, defendendo a candidatura daquele que fugiu dos debates, não apresentou propostas e cuja visão de futuro era tão somente uma perspectiva de violência e morte. Eis o lado do “centro”.

Para alguns, o segundo turno da eleição presidencial de 2018 foi uma escolha difícil quando, na realidade, para eles sequer havia escolha possível a se fazer. Pois quando a decisão entre democracia e barbárie se torna um impasse ou uma dúvida, é porque a barbárie já venceu. Eduardo Leite, eleitor de Jair Bolsonaro, escolheu a barbárie. Não há disfarce ou entrevista para Pedro Bial que consiga apagar este fato indelével que permanecerá para sempre em sua história de vida e do qual sempre será lembrado. A história certamente não julgará absolutamente nada nem ninguém, mas alguns historiadores jamais deixarão isso cair no esquecimento.

Aquele voto no pior dos candidatos foi, sobretudo, um voto carregado de ódio. Ódio contra o PT, ódio contra a esquerda, mas também, em certa medida, ódio contra a democracia, pois Bolsonaro odeia com todas as suas forças qualquer princípio democrático. Não há democracia que resista quando as decisões políticas são tomadas única e exclusivamente pelo ódio e pelo ressentimento.

Eduardo Leite não escolheu a melhor proposta de governo, não selecionou o projeto de país mais justo, já que nada disso foi apresentado ou debatido por Jair Bolsonaro. Sua decisão foi amparada apenas pela recusa e pela negação de “quem não quer o PT”, buscando com isso tão somente angariar os votos extremistas e não discutir ideias. Em outras palavras, foi uma escolha oportunista e imatura, justamente quando mais precisávamos de política responsável para barrar a ascensão de um projeto miliciano de poder. Quando se perguntarem por que naufragamos, a reposta certamente passa por aí.

É provável que o bote salva-vidas em que está agora dê a Eduardo Leite uma sensação de conforto e tranquilidade, mesmo que em sua volta milhares de corpos flutuem já sem vida. É provável também que, a cada vez que o governador olhar a embarcação afundando, esquecerá da parte de responsabilidade que tem neste naufrágio. Não será tão fácil. Essa tarefa desagradável de lembrar aquilo que se teima em esquecer ou disfarçar, é também a lembrança de que hoje, antes de qualquer outra aventura eleitoral, Eduardo Leite, arrependido ou não, deve desculpas à população brasileira.


(*) Historiador




Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite é um bacharel em Direito e político brasileiro. Filiado ao PSDB é o atual governador do Rio Grande do Sul, cargo que exerce desde janeiro de 2019. Anteriormente, foi prefeito de Pelotas de 2013 a 2017.









 


Eduardo Leite, eleitor de Bolsonaro



Eduardo Leite, eleitor de Jair Bolsonaro, escolheu a barbárie. Não há entrevista ou disfarce que consiga apagar este fato.


Fernando Nicolazzi (*)

Nos últimos tempos, temos notado no Brasil uma curiosa situação: muitas das pessoas que foram responsáveis por nos colocar nesta embarcação que afunda de forma tão vertiginosa têm vindo a público para avisar que já colocaram seus coletes de flutuação, entraram nos botes salva-vidas e remam em busca de alguma ilhota com praias calmas, palmeiras verdejantes, tucanos voando alegremente e, claro, um serviço de hotelaria adequado aos seus requintados gostos de consumo.

Mostram, sem nenhum constrangimento, que simplesmente abandonaram um barco onde fizeram questão de entrar vestindo suas melhores roupas e no qual forçaram que tantas outras pessoas entrassem à revelia. Alguns, inclusive, assim o fizeram trajando as mesmas vestes do capitão que escolheram para controlar o navio, capitão este que não faz a menor ideia nem de onde fica a cabine de comando, quanto mais para onde navegar. Agora, entre uma remada e outra, olham à distância o navio fazendo água, fingindo que nada têm a ver com esse espetáculo trágico e devastador.

Vereador dá aula de história em Porto Alegre ao se negar a cantar “ hino racista ” do Rio Grande do Sul




A vereadora Comandante Nádia tentou passar uma descompostura em seu colega da bancada negra do PSOL e ouviu uma aula.



O vereador Matheus Gomes, da bancada negra do PSOL de Porto Alegre, deu uma aula de história à sua colega, a vereadora Comandante Nádia, durante a posse, nesta sexta-feira (1º), sobre o conteúdo racista do Hino do Rio Grande do Sul.

A vereadora tentou passar uma descompostura em Matheus e seus colegas de bancada que não se levantaram durante a execução do hino. O vereador pediu uma questão de ordem e afirmou:

“Nós, como bancada negra, pela primeira vez na história da Câmara de Vereadores, talvez a maioria daqui que já exerceram outros mandatos não estejam acostumados com a nossa presença, não temos obrigação nenhuma de cantar um verso que diz: ‘povo que não tem virtude acaba por ser escravo’”, disse.

Matheus disse ainda ser historiador, “faço mestrado na UFRGS, a nossa instituição, a Universidade Federal, é uma das mais importantes do nosso estado, fruto da luta de muitos de nós aqui, já reconhece a não obrigatoriedade das pessoas terem que tocar o hino devido a esse conteúdo racista dele em solenidades oficiais e acho que seria muito importante a Câmara de Porto Alegre também começar a se perguntar sobe esse tema”.

Ao final, o vereador completou: “Nós não temos obrigação disso e nós precisamos fazer um movimento na sociedade pra reverter a existência de uma frase de cunho racista no Hino do Rio Grande do Sul”.











A presença de pessoas negras multiplicou por cinco. Enquanto em 2016, apenas um candidato negro foi eleito, o já falecido Tarciso Flecha Negra, agora em 2020 foram cinco pessoas negras eleitas. Além de Karen Santos (PSOL), conquistaram assento na Câmara o jovem Matheus Gomes (PSOL), Laura Sito (PT), Bruna Rodrigues (PCdoB) e Daiana Santos (PCdoB).





Vereador dá aula de história em Porto Alegre ao se negar a cantar “ hino racista ” do Rio Grande do Sul




A vereadora Comandante Nádia tentou passar uma descompostura em seu colega da bancada negra do PSOL e ouviu uma aula.



O vereador Matheus Gomes, da bancada negra do PSOL de Porto Alegre, deu uma aula de história à sua colega, a vereadora Comandante Nádia, durante a posse, nesta sexta-feira (1º), sobre o conteúdo racista do Hino do Rio Grande do Sul.

A pandemia ajudou a abrir a tampa do bueiro em que o fascismo hibernava





Moisés Mendes

Publicado originalmente no blog do autor


Alegrete tem 10 mortes pela Covid-19. Todos sabem alguma coisa dos que morreram. A pandemia chega também aos lugares em que negam sua existência.

Não há outra cidade da fronteira e da campanha com a simbologia de Alegrete como expressão do que possa ser o gaúcho.

Não há no Estado outra cidade com a mitologia de Alegrete, em  todas  as áreas.

Há duas semanas, morreu ali o fisioterapeuta Sebastião Fialho Guedes, figura admirada pela dedicação aos pacientes e pelo companheirismo.

Morreu dentro do Hospital de Caridade, onde trabalhava com alegria e onde deve ter sido infectado. Ficou um mês internado e não resistiu.

No dia do enterro de Sebastião, Alegrete viu se formar um longo cortejo de carros até o cemitério. Havia muito tempo não morria alguém tão conhecido.

Dias depois, mais carros saíram às ruas, em carreatas que se repetem em Alegrete desde maio. Com bandeiras e gritos pelo fim do isolamento e pela abertura do comércio.

Alegrete é uma das cidades gaúchas tomadas pelo gritedo da extrema direita. Alguns dizem que sempre foi assim. Não foi. Morei 15 anos em Alegrete, me criei num ambiente conservador, mas onde a transgressão criadora sempre teve espaço para contestar o reacionarismo.

Alegrete deve ser a única cidade no Brasil que mantém até hoje um jornal fundado seis anos antes da abolição para lutar pelo fim da escravidão.

Seu criador foi o advogado Luis de Freitas Vale, filho de fazendeiros, apoiado por um grupo de latifundiários, jornalistas, poetas, comerciantes, sapateiros.

Freitas Vale virou barão em 1888 por reconhecimento da Princesa Isabel. Por isso Alegrete é também a terra do abolicionista Barão do Ibirocay.

Tenho orgulho de ter sido editor-chefe da Gazeta de Alegrete com 19 anos, em 1972. Com carteirinha de editor assinada por Samuel Marques e Helio Ricciardi. Eu trabalhei num jornal tatuado pelo combate ao escravismo.

Hoje, Alegrete não é mais apenas conservadora, é uma cidade infectada pelo extremismo de direita. Os que saíram às ruas, logo depois da morte de uma figura com todas as virtudes do fronteiriço, não eram só os que temem perder empregos e negócios. Eram pregadores bolsonaristas.

Conseguiram ficar quietos durante uma semana de luto pela morte de Sebastião. Mas não resistiram e voltaram às carreatas.

Falo de Alegrete, a cidade da Confraria da Praça Nova-Grupo Antifascista porque li ontem que mais de 15 mil pessoas saíram às ruas de Berlim (foto) pelo fim do isolamento.

Uma multidão de negacionistas. Alguns carregavam cartazes com frases antissemitas e pediam a volta do nazismo. Não estavam ali apenas para negar a pandemia. Estavam para dizer que são racistas e superiores.

A pandemia ajudou a abrir a tampa do bueiro em que o fascismo hibernava, em Berlim e Alegrete.

Se há algum consolo, no Alegrete de Freitas Vale pelo menos não pedem a volta da escravidão. Ainda não.










A pandemia ajudou a abrir a tampa do bueiro em que o fascismo hibernava





Moisés Mendes

Publicado originalmente no blog do autor


Alegrete tem 10 mortes pela Covid-19. Todos sabem alguma coisa dos que morreram. A pandemia chega também aos lugares em que negam sua existência.

Não há outra cidade da fronteira e da campanha com a simbologia de Alegrete como expressão do que possa ser o gaúcho.

Não há no Estado outra cidade com a mitologia de Alegrete, em  todas  as áreas.

Há duas semanas, morreu ali o fisioterapeuta Sebastião Fialho Guedes, figura admirada pela dedicação aos pacientes e pelo companheirismo.

Morreu dentro do Hospital de Caridade, onde trabalhava com alegria e onde deve ter sido infectado. Ficou um mês internado e não resistiu.

No dia do enterro de Sebastião, Alegrete viu se formar um longo cortejo de carros até o cemitério. Havia muito tempo não morria alguém tão conhecido.

Dias depois, mais carros saíram às ruas, em carreatas que se repetem em Alegrete desde maio. Com bandeiras e gritos pelo fim do isolamento e pela abertura do comércio.

Alegrete é uma das cidades gaúchas tomadas pelo gritedo da extrema direita. Alguns dizem que sempre foi assim. Não foi. Morei 15 anos em Alegrete, me criei num ambiente conservador, mas onde a transgressão criadora sempre teve espaço para contestar o reacionarismo.

Alegrete deve ser a única cidade no Brasil que mantém até hoje um jornal fundado seis anos antes da abolição para lutar pelo fim da escravidão.

Seu criador foi o advogado Luis de Freitas Vale, filho de fazendeiros, apoiado por um grupo de latifundiários, jornalistas, poetas, comerciantes, sapateiros.

Freitas Vale virou barão em 1888 por reconhecimento da Princesa Isabel. Por isso Alegrete é também a terra do abolicionista Barão do Ibirocay.

Tenho orgulho de ter sido editor-chefe da Gazeta de Alegrete com 19 anos, em 1972. Com carteirinha de editor assinada por Samuel Marques e Helio Ricciardi. Eu trabalhei num jornal tatuado pelo combate ao escravismo.

Hoje, Alegrete não é mais apenas conservadora, é uma cidade infectada pelo extremismo de direita. Os que saíram às ruas, logo depois da morte de uma figura com todas as virtudes do fronteiriço, não eram só os que temem perder empregos e negócios. Eram pregadores bolsonaristas.

Conseguiram ficar quietos durante uma semana de luto pela morte de Sebastião. Mas não resistiram e voltaram às carreatas.

Falo de Alegrete, a cidade da Confraria da Praça Nova-Grupo Antifascista porque li ontem que mais de 15 mil pessoas saíram às ruas de Berlim (foto) pelo fim do isolamento.

Uma multidão de negacionistas. Alguns carregavam cartazes com frases antissemitas e pediam a volta do nazismo. Não estavam ali apenas para negar a pandemia. Estavam para dizer que são racistas e superiores.

A pandemia ajudou a abrir a tampa do bueiro em que o fascismo hibernava, em Berlim e Alegrete.

Se há algum consolo, no Alegrete de Freitas Vale pelo menos não pedem a volta da escravidão. Ainda não.










Mudanças para aplicar no Ano Novo





Afinal o que você fez no ano inteirinho que acabou?

Está preparado para enfrentar o que vem por aí ?

Podemos nos preparar melhor seguindo alguns conselhos básicos
e simples para esperar as novidades que poderão "pintar" por aí ! 

Sabemos que a Terra e a humanidade
estão ingressando em um novo ciclo.

Em alguns anos vão alcançar
um nível de consciência 
bem acima do nível atual. 

Então devemos estar preparados para os novos acontecimentos ... 

As pessoas vão mudar primeiro 
e então construir uma sociedade 
mais fraterna e justa. 

Acabam-se as mentiras, a corrupção, 
a ganância, a violência, a miséria... 

Dos 7 bilhões de pessoas, 
só as que alcançarem 
certo nível moral e espiritual 
devem continuar neste planeta. 


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Situações complicadas podem ocorrer
em todos os países, mas você pode
diminuir os impactos desses acontecimentos
fazendo algumas mudanças desde já.


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MUDANÇAS IMPORTANTES :

1 - Seja mais simples !
Nas palavras, nos gestos, nas roupas,
no trabalho, na comida...
Assim, você vai precisar de menos coisas
para sobreviver numa situação de crise.




2 - Comece a descobrir o SILÊNCIO INTERIOR !
Abaixe o som da música ou da TV.
Evite buzinar. Evite gritar.
Fique menos tempo na frente da TV ou do computador.
Escute mais sua intuição.


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3 - Converse menos.
Todos vão agradecer.
Mais de 90% da nossa conversa não tem proveito algum !


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4 - Afaste-se um pouco dos aparelhos e passe mais tempo junto à Natureza !
Você consegue passar um dia sem TV, celular e internet?
Consegue passar um dia sem energia elétrica?
Experimente !




5 - Pare de consumir tanto !
Evite desperdícios. Conserte. Recicle.
Deixe o supérfluo. Busque o essencial.
Pare de seguir moda dos outros. Crie seu modo de vestir.
Seja inteligente !


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6 - Economize !
Muita gente está endividada e não consegue pagar suas dívidas.
Cuidado !  Você pode precisar de $$ mais adiante.
A crise já começou e está em andamento ...
e alguns estão aprendendo agora a viver sem excessos.


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7 - Evite exibições
Procure não exibir casa, carro, dinheiro, jóias, bens, família ou felicidade!
Não é hora mais de exibir coisa alguma !


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8 - Seja discreto também com o corpo !
Use roupas discretas.
Nos próximos anos tenha cuidado para não atrair a atenção
 de mentes perturbadas !


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9 - Tenha gratidão a Deus, às pessoas,
aos reinos da Criação, ao Planeta !




10 - Tente comer menos e variar seus hábitos alimentares.
Na falta de certos alimentos será mais fácil você se acostumar com outros.


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11 - Fique longe dos fanáticos !
Há gente fanática no futebol, na política, na religião ...
Procure agir com calma e não doidamente.
Fanatismo só puxa o mal !


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12 – Abandone vícios !
É hora de jogar longe esses vícios que você carrega há anos.
Corte-os de uma vez.
Se precisar, procure ajuda do AAA, de um terapeuta, de um religioso ...
Você precisa ESTAR LÚCIDO e liberto de vícios nos momentos
das grandes mudanças.


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13 - Ponha suas contas em dia !
Devolva o que pediu emprestado. Pague o que deve.
Acerte a documentação de seu imóvel.
Encerre totalmente brigas e confusões.
Esteja com a consciência tranquila e com a vida acertada
 nos dias que virão.


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14 - Não fique repetindo notícias ruins !
Tire sua atenção de tudo que lhe provoca revolta, medo, desânimo, horror...
Evite notícias sobre políticos corruptos, crimes, violência ...
Falar no mal pode aumentar o mal agora.




15 - ORE MAIS !  PROCURE DEUS !  APROXIME-SE DE DEUS !
Ore todos os dias pela manhã, à noite por toda a humanidade, pela paz ...


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Esteja em paz.
As mudanças serão para o bem de todos.
Tenha um ano maravilhoso !


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