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Com a palavra : Leonel Radde
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Vereador dá aula de história em Porto Alegre ao se negar a cantar “ hino racista ” do Rio Grande do Sul
A vereadora Comandante Nádia tentou passar uma descompostura em seu colega da bancada negra do PSOL e ouviu uma aula.
O vereador Matheus Gomes, da bancada negra do PSOL de Porto Alegre, deu uma aula de história à sua colega, a vereadora Comandante Nádia, durante a posse, nesta sexta-feira (1º), sobre o conteúdo racista do Hino do Rio Grande do Sul.
A vereadora tentou passar uma descompostura em Matheus e seus colegas de bancada que não se levantaram durante a execução do hino. O vereador pediu uma questão de ordem e afirmou:
“Nós, como bancada negra, pela primeira vez na história da Câmara de Vereadores, talvez a maioria daqui que já exerceram outros mandatos não estejam acostumados com a nossa presença, não temos obrigação nenhuma de cantar um verso que diz: ‘povo que não tem virtude acaba por ser escravo’”, disse.
Matheus disse ainda ser historiador, “faço mestrado na UFRGS, a nossa instituição, a Universidade Federal, é uma das mais importantes do nosso estado, fruto da luta de muitos de nós aqui, já reconhece a não obrigatoriedade das pessoas terem que tocar o hino devido a esse conteúdo racista dele em solenidades oficiais e acho que seria muito importante a Câmara de Porto Alegre também começar a se perguntar sobe esse tema”.
Ao final, o vereador completou: “Nós não temos obrigação disso e nós precisamos fazer um movimento na sociedade pra reverter a existência de uma frase de cunho racista no Hino do Rio Grande do Sul”.
A presença de pessoas negras multiplicou por cinco. Enquanto em 2016, apenas um candidato negro foi eleito, o já falecido Tarciso Flecha Negra, agora em 2020 foram cinco pessoas negras eleitas. Além de Karen Santos (PSOL), conquistaram assento na Câmara o jovem Matheus Gomes (PSOL), Laura Sito (PT), Bruna Rodrigues (PCdoB) e Daiana Santos (PCdoB).
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Vereador dá aula de história em Porto Alegre ao se negar a cantar “ hino racista ” do Rio Grande do Sul
A vereadora Comandante Nádia tentou passar uma descompostura em seu colega da bancada negra do PSOL e ouviu uma aula.
O vereador Matheus Gomes, da bancada negra do PSOL de Porto Alegre, deu uma aula de história à sua colega, a vereadora Comandante Nádia, durante a posse, nesta sexta-feira (1º), sobre o conteúdo racista do Hino do Rio Grande do Sul.
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Aos 94 anos, morre Eva Sopher, presidente e protetora do Theatro São Pedro
Da Redação
Em entrevista ao Sul21 em agosto de 2011, Eva Sopher revelou que teve dois grandes amores na vida. O primeiro foi Wolfgang Klaus Sopher, com que se casou, em março de 1946 – três meses depois de conhecê-lo. “Tinha certeza de que havia encontrado a pessoa certa”. Com ele, teve duas filhas, quatro netos e seis bisnetos. A segunda grande paixão, no entanto, não foi tão súbita; foi construída ao longo de 43 anos.
Em 1975, foi convidada para assumir a direção do Theatro São Pedro e, consequentemente, sua restauração. Como uma das primeiras funções oficiais, foi designada para levar até Brasília o orçamento das obras. Sentada com seu marido, teria escrito um valor chutado em um folha de caderno de uma das filhas. A quantia chegava perto de Cr$ 17,5 milhões. “E foi o que eu levei para o presidente Geisel”, disse, em entrevista. Ao ver o orçamento entregue em uma folha de caderno, o presidente, segundo Eva, poderia ter pensado duas coisas: “Ou são loucos ou são sérios”.
O Theatro foi reaberto em 1984, e dona Eva selou sua ligação com a estrutura. Ficou à frente da direção por quase quatro décadas, quando, com mais de 80 anos, sua capacidade física foi comprometida por doenças respiratórias. Na noite da quarta-feira (07), Dona Eva “foi viver com os anjos”, como escreveu sua filha Renata em postagem no Facebook. Ela faleceu por conta de uma broncopneumonia, que evoluiu para falência orgânica múltipla e parada cardiorrespiratória. O velório será entre 11h e 18h desta quinta-feira (08) no São Pedro.
Trajetória
Ainda menina, Eva trocou, aos 13 anos, a Alemanha nazista de Adolf Hitler pelo Brasil. Em São Paulo, aprendeu português e artes plásticas e cênicas. Com 16 anos, começou a trabalhar na galeria de arte Casa e Jardim, de Theodor Heuberger, fundador da organização sem fins lucrativos Pró-Arte, que produzia eventos culturais. Mudou-se para o Rio em 1943 e, três anos depois, casou-se.
Em 1960, Wolfgang assumiu a direção regional da Zivi Hercules (que depois se tornou a fabricante de produtos de consumo Mundial) e os dois se mudaram para Porto Alegre. Eva recebeu a tarefa de coordenar as atividades da Pró-Arte na Capital, movimentando a cena cultural gaúcha com concertos, peças de teatro e espetáculos de dança. Só deixou a organização pelo São Pedro. Além da restauração do prédio e da organização da programação cultural, foi responsável pela criação da Fundação Theatro São Pedro, em 1982.
Assim, a área anexa ao Theatro foi erguida para sediar um complexo cultural, com um novo teatro, um teatro-oficina, uma concha acústica, salas de ensaio, restaurante e estacionamento. Batizado de Multipalco, o projeto foi inaugurado em 2006.
Em 2015, ela recebeu a Medalha Goethe, dada pela Alemanha a personalidades que se destacaram de maneira especial na promoção do intercâmbio cultural internacional, mas não pôde ir receber o prêmio pessoalmente, impossibilitada pela idade avançada de fazer uma viagem longa. Em 2016, foi afastada da direção por conta de um acidente vascular cerebral (AVC) e vinha se dedicando a cuidar de sua saúde desde então.
Postado em Sul 21 em 08/02/2018
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