Política dos EUA de Guerra ao Terror resultou em 900 mil mortes, estima estudo (Foto: TECH. SGT. Donald S. Mcmichael/Creative Commons)
Robert Bridge
O Ocidente tomou uma posição extrema contra a Rússia por causa de sua invasão à Ucrânia. Essa reação expõe um alto grau de hipocrisia, considerando que as guerras lideradas pelos EUA no exterior nunca receberam a resposta punitiva que mereciam.
Se os eventos atuais na Ucrânia provaram alguma coisa, é que os Estados Unidos e seus parceiros transatlânticos são capazes de atropelar um país em estado de choque – Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria, para citar alguns dos pontos críticos – com impunidade quase total. Enquanto isso, a Rússia e Vladimir Putin estão sendo retratados em quase todas as principais publicações da mídia hoje como a segunda vinda da Alemanha nazista por suas ações na Ucrânia.
Primeiro, vamos ser claros sobre uma coisa. A hipocrisia e os padrões duplos por si só não justificam a abertura das hostilidades por nenhum país. Em outras palavras, só porque os países do bloco da OTAN vêm abrindo caminho de destruição arbitrária em todo o mundo desde 2001 sem sérias consequências, isso não dá à Rússia, ou a qualquer país, licença moral para se comportar de maneira semelhante. Deve haver uma razão convincente para um país autorizar o uso da força, comprometendo-se assim com o que poderia ser considerado “uma guerra justa”. Assim, a pergunta: as ações da Rússia hoje podem ser consideradas “justas” ou, no mínimo, compreensíveis? Deixarei essa resposta para o melhor julgamento do leitor, mas seria inútil não considerar alguns detalhes importantes.