Morel Felipe Wilkon
Como será o mundo de regeneração?
Muito se fala a respeito do mundo de regeneração. Nós estamos vivendo em plena transição planetária. Nosso planeta está deixando de ser um mundo de provas e expiações para se tornar um mundo de regeneração.
É um novo ciclo que está se iniciando, uma nova era para o nosso planeta. É claro que, como todo ciclo natural, não há uma mudança brusca. Nós vemos, por exemplo, que as estações do ano se sucedem gradativamente. Nós estabelecemos datas para marcar o início de cada estação, mas a mudança de uma estação para outra é sempre gradativa. O mesmo acontece com os dias e as noites. Não escurece de repente. Há um período de alguns minutos em que o Sol se põe e começa a escurecer aos poucos.
Hoje nós vivemos esse período de transição. O mundo de expiações e provas está acabando e o mundo de regeneração ainda não está plenamente implantado. Por isso nós vivemos um período tão conturbado. O antigo modelo de mundo já se esgotou, não funciona mais – e ainda não foi implantado um modelo novo para substituí-lo.
Há um agravante: A enorme quantidade de espíritos que há muito tempo não reencarnavam e que estão reencarnando agora. A Terra está passando por uma limpeza profunda. Sabemos que tudo, antes de manifestar-se no plano físico, começa no astral. Milhões e milhões de espíritos estão recebendo a sua última chance de permanecer na Terra. Estão sendo resgatados das profundezas para reencarnar.
Os distúrbios que nós vemos na sociedade tendem a se agravar nos próximos anos. A banalização da violência, o total desrespeito pelo sexo, a desobediência às normas da sociedade, o consumismo desenfreado e o ódio gratuito são algumas das maneiras de esgotar o Mal que ainda está presente em nosso planeta.
Por outro lado, cada vez mais nós veremos surgir movimentos em defesa de determinados grupos de pessoas, em defesa dos animais e do planeta. Uma geração com menos preconceitos, livres de antigos tabus, livres de antigos medos, mais prática e intuitiva está surgindo.
Nós vemos instituições desmoronando. O ensino cada vez mais fraco. O desinteresse dos jovens pelos paradigmas da geração anterior. Vemos exageros nas experimentações sexuais, tanto hetero como homossexuais, e uma grande relutância em fazer algo contra a vontade.
Isso, num primeiro momento, traz muitos resultados negativos: Há cada vez mais conflitos em família e em sociedade. Mas a geração atual de jovens está preparando o tiro de misericórdia no antigo modelo de sociedade. Mesmo sem querer, eles são os instrumentos da mudança necessária. Imagine que você tem uma casa velha sobre um terreno e que construir uma casa nova sobre este mesmo terreno. Você precisará destruir a casa velha para começar a construir a casa nova. A geração atual, em sua maior parte, está encarregada de destruir a casa velha.
Como será, efetivamente, o mundo de regeneração?
A Terra continuará sendo um mundo de provas. O que não teremos mais são expiações. Estamos nos reajustando com nós mesmos e uns com os outros, antigos inimigos se encontram para sanar as desavenças – seja dentro da mesma família, seja através de obsessões: a obsessão é uma oportunidade de reajuste. Quando alguém procura atendimento espiritual para a obsessão, quase sempre é porque chegou o momento do reajuste: já há condições para desfazer os laços de ódio que ligam esses espíritos encarnados e desencarnados.
Continuaremos tendo provas. Continuaremos com nossas falhas, mas dispostos a melhorar, dispostos a fazer o bem, a nos tornar seres melhores para tornar esse mundo um mundo melhor.
Depois que esse período de transição for superado, não teremos mais os grandes problemas de desonestidade que temos hoje. Não precisaremos cercar nossas casas de muros e grades. Haverá menos leis e um maior cumprimento das leis. Teremos consciência de que somos seres imortais, e vamos viver conscientes de que essa existência é uma passagem. Será raro ver alguém totalmente desprovido de recursos. Ficaremos menos doentes e haverá cura para as doenças. Viveremos mais e melhor. O cuidado com o meio ambiente será natural por parte de todos, não precisará haver campanhas para isso.
Teremos mais poderes mentais. Assim como hoje há alguns grandes médiuns, que se comunicam com espíritos superiores, haverá comunicação com seres de outros planetas. Nossa consciência, depois disso, será expandida, compreenderemos melhor o nosso papel na Creação. Compreenderemos o que Jesus quer dizer com “amar a Deus”, pois teremos uma maior compreensão de Deus.
Não existirá o apego como nós conhecemos hoje. Ninguém sofrerá terrivelmente para adquirir bens, para acumular bens, para ajuntar tralhas e colecionar bugigangas. As relações de família vão mudar, pois haverá a consciência de que nossos papeis familiares são passageiros, só os laços de amor é que importam. O mesmo em relação aos relacionamentos conjugais: não haverá a possessividade de hoje, não será considerado errado relacionar-se com outras pessoas, desde que haja consenso e respeito: não sendo mais o sexo um fator determinante para a união dos casais, o ciúme doentio e o sentimento de posse serão superados.
Haverá a união de pessoas especificamente para ter filhos, sem a necessidade de um relacionamento conjugal entre elas. Espíritos mais elevados poderão, assim, planejar e cumprir cuidadosamente a reencarnação de grupos para missões especiais, sem a necessidade do casamento como nós o entendemos.
A maior parte das pessoas poderá trabalhar em algo que gosta, perto de sua casa, ou em sua própria casa, sem a visão deturpada de hoje de trabalhar apenas em busca do sustento.
A educação será totalmente diferente do que nós estamos acostumados. Sala de aula será um espaço para debates e experiências, sem as exigências arcaicas do ensino atual. Farão parte do currículo o que nós entendemos hoje como sendo espiritualidade: a vida do espírito e suas implicações no convívio em família, em sociedade e em relação ao universo.
Continuarão existindo problemas. Precisaremos de provas por muito tempo ainda. As provas são o estímulo necessário para que nós avancemos passo a passo. Sem provas, nós permaneceríamos estagnados. Mas teremos uma maior compreensão de que os problemas são, na verdade, oportunidades de crescimento. Contaremos com a colaboração de mais pessoas quando estivermos em grande dificuldade e seremos estimulados a superar a nós mesmos.
Nossos dois grandes defeitos, o orgulho e o egoísmo, irão nos acompanhar, ainda, por muito tempo. Mas não seremos dominados por eles, e teremos a perfeita noção de que a reencarnação é uma oportunidade de superarmos, gradativamente, essas duas características.
Em termos planetários, nós também percebemos que passamos por uma transição. Experimentamos mudanças climáticas que são o prenúncio de um planeta de condições mais amenas, com climas mais agradáveis, sem os grandes contrastes que nós conhecemos hoje. Não teremos catástrofes naturais como temos hoje.
Viveremos num mundo muito parecido com a antiga noção do paraíso terrestre. Quem viver verá!
Mas nós precisamos nos conscientizar, cada vez mais, de que nós não podemos depender dos outros. Temos que nos libertar da velha noção de que só temos que esperar, que Deus vai fazer tudo – ou então que os espíritos superiores vão fazer tudo. Não! Temos que parar de esperar tudo de mão beijada. Nós temos que fazer a nossa parte. Nós temos que nos transformar naquilo que nós queremos ser. Nós temos que colaborar para a mudança que queremos ver no mundo. Nós temos que ajudar o nosso próximo a se conscientizar das suas próprias forças, para despertar essas forças e descobrir – ou redescobrir – o prazer imenso que é estar vivo, existir – essa é a maior bênção.