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Música do ex comparando Lula a Bolsonaro viraliza
O BRASIL NO RITMO DE #LULALIVRE— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) September 6, 2019
Lindo vídeo e linda música para embalar a luta pela liberdade de @LulaOficial, que é feita de amor verdadeiro por um Brasil livre e soberano! pic.twitter.com/60sgwxZci3
Revista Fórum - Um música comparando o ex-presidente Lula com o atual, Jair Bolsonaro, viralizou nas redes nesta sexta-feira (6).
Em um ritmo que mistura forró e arrocha, a música tem como refrão o verso “você ganhou meu coração trapaceando, eu não quero mais você. Não vem com essa de já ir se acostumando, ninguém gosta de sofrer”, diz a letra, no clipe que mescla imagens de Lula e do desmonte promovido por Bolsonaro.
Ato # Moro Mente ao vivo
Moro mentiu como juiz e mente agora como ministro, dizem Juristas pela Democracia
A Associação Juristas pela Democracia lançou na noite desta segunda-feira, 19, a campanha #MoroMente, com a participação de centenas de pessoas na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco; objetivo é explicar as ilegalidades cometidas por Sérgio Moro na Lava Jato; "ABJD cobra dos poderes constituídos respostas à sociedade. Não aceitaremos que se naturalizem os graves fatos revelados como se lícitos fossem."
247 - Centenas de pessoas participaram na noite desta segunda-feira, 19, na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, em São Paulo, do lançamento da campanha #MoroMente, organizadada pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).
No documento divulgado durante o ato, os Juristas pela Democracia, que reúne advogados, juízes, desembargadores, membros do Ministério Público e demais operadores do Direito, apontam os crimes cometidos pelo ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, na operação Lava Jato, e denunciam as arbitrariedades cometidas por Jair Bolsonaro.
"Os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como exemplo, foram os mais violentos e midiáticos, sendo em tudo excepcionais: nos prazos, na prisão antecipada, no uso de provas e testemunhas, e nas negativas aos direitos políticos e civis, desrespeitando até mesmo decisão obrigatória das Nações Unidas", diz o documento.
Leia, abaixo, a carta na íntegra:
CARTA PÚBLICA DA CAMPANHA #MOROMENTE
1. O Brasil vive uma crise institucional sem precedentes.
2. Um governo eleito no pleito mais controverso da história, com perfil explicitamente autoritário, neoconservador e fundamentalista religioso, impondo retrocessos vertiginosos a direitos e conquistas democráticas, atuando por meio de decretos e medidas provisórias como forma de consolidar um projeto antipopular e antinacional.
3. Um governo liderado por um Presidente que constrange o seu povo diariamente, das mais diversas formas, envergonhando a todos com preconceitos incontidos, palavras chulas e desconcertantes, violentando o acúmulo de civilidade conquistado com muita luta social.
4. Bolsonaro planeja destruir os espaços de participação social, projeta interferir na autonomia escolar e universitária, decide dilapidar o patrimônio ambiental e multicultural, aposta em arruinar as relações com outras nações. Mais que isso, orgulha-se em servir aos interesses de outra nação e projeta raiva, ódio e discórdia entre o povo brasileiro.
5. No centro deste deprimente retrato, está o sistema de justiça, setores do Poder Judiciário, Ministério Público e Polícia Federal emparedados diante das evidencias espantosas que demonstram o cometimento de crimes contra a democracia e a soberania nacional.
6. O Brasil tornou-se famoso pela utilização do sistema de justiça com fins alheios ao devido processo legal. Algo que já era percebido e denunciado por juristas , mas que agora revela-se nas minúcias.
7. Os documentos obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald e sua equipe confirmam a desconfiança de todos nós, juristas, de que a força-tarefa anticorrupção serviu para maquiar a interferência política e a desestabilização democrática por intermédio de procedimentos judiciais supostamente legítimos, uma espécie de “lawfare à brasileira”. Sob o pretexto de combater a corrupção a qualquer preço, procuradores e juízes violaram leis processuais e garantias constitucionais, como a presunção de inocência.
8. Mas as revelações são muito mais graves. Os procuradores da Lava Jato, hipervalorizados pela mídia hegemônica, com o tempo conquistaram poderes e competências excepcionais para criar uma força-tarefa especial, atraindo para uma só repartição judicial, na cidade de Curitiba, processos judiciais que não deveriam originalmente ser julgados ali. Desta forma esses processos, forçosamente conexos, foram submetidos a um mesmo juiz.
9. Foi assim que Sergio Moro se consagrou herói nacional, legitimando-se como saneador da corrupção sistêmica, centralizando todos os processos e desfrutando de popularidade jamais vista na magistratura.
10. O estilo do juiz de primeiro grau sempre foi singular, destoando da discrição recomendada pela lei da magistratura. A extravagância de comparecer a eventos sociais e premiações, além de sua forte presença nos meios de comunicação, produziu grande poder midiático e o constrangimento das demais instâncias do judiciário, em parte inebriadas pela comoção popular midiaticamente forjada, em parte convencida das mentiras comunicadas por aquele que, subterraneamente, atuava na chefia de um conluio entre colegas do Judiciário e membros do MP e da PF.
11. Moro Mentiu. Moro Mente!
12. Esse alinhamento entre a instância judicial de Curitiba, a mídia empresarial e a opinião pública criou condições para que a lei penal fosse aplicada de forma cada vez mais arbitrária. Exemplo são as chamadas “conduções coercitivas”, transformadas em espetáculos midiáticos, e as longuíssimas prisões preventivas a fim obter delações premiadas que, espelhada no modelo estadunidense, foram negociadas com ampla margem de liberdade e abuso pelos acusadores. Acrescenta-se ainda que a mídia empresarial obtinha semanalmente informações privilegiadas de inquéritos e processos sigilosos, vazados criminosamente por agentes públicos que estavam obrigados a protegê-las, o que era utilizado para a construção de um clima manipulado de indignação pública.
12. Os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como exemplo, foram os mais violentos e midiáticos, sendo em tudo excepcionais: nos prazos, na prisão antecipada, no uso de provas e testemunhas, e nas negativas aos direitos políticos e civis, desrespeitando até mesmo decisão obrigatória das Nações Unidas.
13. Os diálogos divulgados sugerem que o juiz Moro orientava clandestinamente os trabalhos da acusação, chefiando e subordinando os procuradores, o que contraria a Constituição brasileira, que obriga a imparcialidade dos magistrados. Aquele que acusa não pode ser o mesmo que prolata a sentença, e o juiz/acusador Moro atuou ao mesmo tempo em um dos lados do processo, o que é uma violação primária do Direito.
14. O conjunto de informações reveladas até o momento confirma o que os juristas pela democracia já sabiam desde muito: que no Brasil uma trama complexa e perversa sequestrou a autonomia e a independência do Poder Judiciário.
15. Esse conluio comprometeu o destino político do Brasil desde 2016 e talvez muito antes. Num cenário de crise econômica e desestabilização política, as eleições presidenciais de 2018 foram, em grande medida, também decididas pela Lava-Jato e pelo juiz Moro, abrindo espaço para a eleição de Jair Bolsonaro, que posteriormente premiou o juiz que condenou Lula, fazendo dele seu Ministro da Justiça.
16. A campanha #MoroMente busca explicar à sociedade brasileira as consequências para a justiça quando um magistrado assume um dos lados do processo, desequilibrando a balança para condenar previamente adversários e desafetos políticos. A campanha também visa conscientizar sobre os riscos que a democracia corre quando o povo é enganado por fake news e pelo uso arbitrário e perverso do direito.
17. É com este compromisso que a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), entidade jurídica criada para defender o Estado Democrático de Direito, vem a público dizer, em alto e bom som: Moro Mente! Mentiu como juiz, mente agora como Ministro.
18. É com a disposição de restabelecer a verdade dos fatos que a ABJD cobra dos poderes constituídos respostas à sociedade. Não aceitaremos que se naturalizem os graves fatos revelados como se lícitos fossem.
19. Esperamos: Que o Parlamento constitua CPIs para averiguar responsabilidades e eventuais crimes cometidos por servidores públicos; que sejam verificadas as condições contratuais dos acordos de leniência de empresas estatais e nacionais no contexto da Lava Jato; que sejam tornadas públicas as investigações e os documentos que protegem autoridades que participaram do conluio entre MP e judiciário; que sejam correicionados os juízes que atuaram contrariamente à lei, violando o princípio basilar da imparcialidade e as garantias do devido processo legal. Que seja devolvido ao povo brasileiro a confiança no poder judiciário contaminado pela corrupção funcional e pela mentira.
Ninguém está acima da Lei e a verdade histórica prevalecerá.
Com relação a Moro nós fizemos duas representações no CNJ:
1) Quando ele impediu o cumprimento do HC do Lula em julho de 2018
2) Quando ele aceitou o cargo de Ministro sendo juiz, em dezembro de 2018
Com relação a Dallagnol fizemos 3 representações:
1) sobre as palestras em fevereiro de 2018
2) Sobre a Fundação Lava Jato em maio de 2019 (e fizemos junto com a AJD uma carta à PGR pedindo providências)
3) Sobre as revelações do The intercept em julho de 2019
. Com relação a ambos fizemos uma representação na PGR também em julho de 2019 após revelações do TIB.
. Fizemos uma Petição ao STF no âmbito do inquérito que investiga a ação contra ministros, para pedir a investigação do caso do TIB como ação contra ministros. Julho de 2019
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Juiz pode driblar ? ! ? Só rindo . . .
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Documentário : Bom dia, presidente Lula !
A vigília mais longa da História agora virou filme. O mini-documentário " Bom dia, Presidente Lula ! " retrata a persistência da Vigília Lula Livre, que se fixou em Curitiba nos arredores da Polícia Federal desde que o ex-presidente foi trazido para cumprir esta prisão política.
A resistência destes quase 400 dias é relatada através de um mosaico de rostos que constroem a mobilização no seu cotidiano. Muitos e muitas, principalmente, mulheres, guerreiros e guerreiras vieram de longe, de outros estados, para tecer com o fio da História a luta pela liberdade do Lula.
Eles garantem: a Vigília só termina com o ex-presidente sendo libertado e voltando às batalhas pelos mais pobres do país.
O filme é um curta-metragem de duração de 14 minutos, idealizado e produzido pelo Comitê Lula Livre. A narrativa é acompanhada de muita música, elemento cultural que energiza aqueles que se mantém em vigília.
Vídeo : O samba da democracia e liberdade, o clipe Lula Livre
COLETIVO DE RESISTÊNCIA REÚNE ARTISTAS E LANÇA SAMBA LULA LIVRE
Brado em defesa de Lula contagiou um grupo de cantores, músicos e compositores que militam na cena independente de São Paulo e que, como todos os democratas, sentiram chegar a hora de apoiar, de maneira poeticamente radical, a luta pela libertação do ex-presidente. O fruto dessa consciência é o samba LULA LIVRE, de autoria do compositor Teju e imediatamente abraçado pelo Coletivo de Resistência, como passou a se denominar o grupo. Assista ao clipe.
Por Gilvandro Filho, para o 247 - Esta semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa um ano na prisão sem que nenhuma das acusações a ele lançadas tenha sido provada. Uma avalanche de arbitrariedades perpetradas por um Judiciário parcial e, em muitos dos casos partidários, produziu a figura de um preso político em pleno regime democrático. Uma situação tão absurda que é condenada pelo mundo todo. Não se entende, aqui ou lá fora, como a democracia foi tão aviltada como no caso do processo contra Lula.
Mas, Lula não está só. Ele foi encarcerado na Polícia Federal e isolado por um grupo de juízes – entre eles o que o mandou prender, retirando-o de um processo eleitoral do qual era franco favorito, e que, eleito o candidato beneficiado com a prisão do líder popular, foi de imediato convidado para o cargo de ministro da Justiça. Mas, os gritos de LULA LIVRE nunca deixaram de ecoar, de norte a sul do País. Os "BOM DIA, LULA", "BOA TARDE, LULA" e "BOA NOITE, LULA" transformaram-se em senhas nacionais para manter viva a chama da lula pela sua libertação.
Na política, na intelectualidade, nos movimentos sociais, entre os estudantes, no meio dos trabalhadores da cidade e do campo, o nome de Lula ecoa com fé e com esperança. Nas artes, que tanto receberam de apoio e incentivo nos dois governos do ex-presidente, não poderia ser diferente.
Esse brado em defesa de Lula contagiou um grupo de cantores, músicos e compositores que militam na cena independente de São Paulo e que, como todos os democratas deste país sentiram chegar a hora de apoiar, de maneira poeticamente radical, a luta pela libertação do maior presidente do Brasil de todos os tempos. O fruto dessa consciência é o samba LULA LIVRE, de autoria do compositor Teju e imediatamente abraçado pelo Coletivo de Resistência, como passou a se denominar o grupo.
"Lula está preso pelo que fez de certo e não de errado, por pensar o Brasil como uma nação soberana, por desafiar nossa relutância em superar a escravidão, nunca usurpou o poder em benefício próprio e está sendo usurpado por ele. Se não há crime, a condenação sem crime é o crime que um dia terão de responder" sentencia Teju, idealizador do projeto e autor do samba Lula Livre". "Enquanto Lula estiver na cadeia nossa democracia estará suspensa. A verdade vence ao tempo da história, mas precisamos faze-la acontecer, é essa a intenção do meu samba e desse coletivo de artistas", explica o compositor e ativista, que tem uma longa estrada na música e foi um dos destaques do festival da TV Cultura de 2005.
Do coletivo fazem parte 22 integrantes, entre cantores, compositores, poetas e letristas, produtores e jornalistas. Desses, 12 gravaram o videoclipe que estreia hoje na internet, através do Jornalistas Pela Democracia, plataforma digital do Brasil 247. Um trabalho que contou com a produção executiva de Joel Rimonato, Imagens e Direção de Edgar Bueno, edição e finalização de Elise Pereira. O vídeo foi gravado no local mais apropriado para uma homenagem a Lula, que é o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Participaram da gravação os cantores e compositores: Márcia Cherubin, Susie Mathias, Marília Calderón, Ariane Brito, Beth Amin, Teju, Adolar Marin, Sander Mecca, Max Gonzaga, Joca Freira, Márcio Policastro, Fernando Cavallieri, Élio Camalle, Marco Vilane e Kléber Albuquerque. Na ficha técnica do samba estão Teju (voz e violão), Daniel Altman (violão de 7 cordas) e Clayton Santana (percussão e cavaco).
Vídeo da canção em inglês sobre Lula : “ Você não está sozinho : A voz deles é a sua voz. É a vez do povo.”
Ator norte-americano Danny Glover quando visitou Lula na prisão
Joaquim de Carvalho
O músico e produtor brasileiro Daniel Téo, nascido em Chapecó-SC e radicado nos Estados Unidos há sete anos, compôs uma música no dia em que Lula foi preso, 7 de abril. O tema serviu como trilha sonora do vídeo produzido pelo próprio Daniel e sua equipe. A letra, traduzida:
Você não está sozinho
Juntos nós somos mais fortes
Nós conhecemos um caminho melhor para a vitória
Vocês conseguem me ouvir?
Deus, não existem muros para os sonhadores
Eles não podem nos impedir de sonhar
Ei, você aí no vale
Venha para o topo do monte
Vamos unir nossas mãos
Vamos cantando descer a avenida por:
Tutu, Gandhi, Parks, King, Joseph, Douglas, Paine, Anthony.
Por Lula, Lennon, Malala, Dalai Lama, Mandela, Simone, Guthrie!
Você precisa acordar!
Ignorar o barulho em volta, irmã
Você tem a visão
Não desista por causa do medo
Nós estaremos lá de pé
Eles não podem nos dividir
Ei, você aí no vale
Venha para o topo do monte
Vamos unir nossas mãos
Vamos cantando descer a avenida por:
Tutu, Gandhi, Parks, King, Joseph, Douglas, Paine, Anthony.
Por Lula, Lennon, Malala, Dalai Lama, Mandela, Simone, Guthrie!
Postado em DCM em 25/08/2018
Bruxelas - Bélgica
Paris - França
Estrasburgo - França
Londres - Inglaterra
Genebra - Suíça
Berlim - Alemanha
Nova York - Estados Unidos
Buenos Aires - Argentina
Só Lula traria democracia, soberania, desenvolvimento e dias melhores . . .
Janio de Freitas, na Folha, dizendo pouco e dizendo bem:
A ministra Cármen Lúcia
quer que o Brasil
“volte a ser um país gentil”.
Mas gentil com quem?
Com os negros, os índios,
os brancos pobres,
os milhões com ganho
abaixo de meio salário mínimo,
as crianças que nascem
para logo morrer
por falta de saneamento,
os assassinados por
certeira bala perdida,
os que têm fome
e não têm remédio,
gentil com quem?
O primeiro afazer para
o desejo samaritano
da ministra seria
apagar toda, toda a
História do Brasil.
Nela não há,
em página alguma,
o país a que voltarmos.
De posse do presente,
e só dele, porque
nos últimos tempos
e ainda agora
destruímos o futuro,
restar-nos-á
rogar aos céus
o raio que nos parta.
Não demonstramos competência para mais, em meio milhar de anos.
Lula aos blogs : “ Lutem o bom combate ”
Lula com jornalistas e blogueiros progressistas
Fernando Brito
O ex-presidente Lula enviou, ontem à noite, carta aos blogueiros. Nela, além de repassar toda a longa história de perseguição midiática que sofreu e sofre, destaca o papel da “blogosfera” na luta ”contra o pensamento único que a elite econômica tenta impor ao povo brasileiro”.
Ao gesto gentil de Lula, sem procuração de meus companheiros para fazê-lo, digo apenas que não é favor, nem virtude.
São apenas, surrupiando a frase de outro jornalista, Samuel Wainer, as nossa razões de viver.
Eis a carta, na íntegra:
A história ensina que numa guerra, a primeira vítima é a verdade.
Encontro-me há mais de 100 dias na condição de preso político, sem qualquer crime cometido, pois nem na sentença o juiz consegue apontar qual ato eu fiz de errado. Isso porque setores da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário, com apoio maciço da grande mídia, decidiram tratar-me como um inimigo a ser vencido a qualquer custo.
A guerra que travam não é contra a minha pessoa, mas contra a inclusão social que aconteceu nos meus mandatos, contra a soberania nacional exercida pelos meus governos. E a principal arma dos meus adversários sempre foi e continuará sendo a mentira, repetida mil vezes por suas poderosas antenas de transmissão.
Tenho sobrevivido a isso que encaro como uma provação, graças à boa memória, à solidariedade e ao carinho do povo brasileiro em geral.
Dentre as muitas manifestações de solidariedade, quero agradecer o espírito de luta dos homens e mulheres que fazem do jornalismo independente na internet uma trincheira de debate e verdade.
Desde que deixei a Presidência, com 87% de aprovação popular, a maior da história deste país, tenho sido vítima de uma campanha de difamação também sem paralelo na nossa história.
Trata-se, sabemos todos, da tentativa de apagar da memória do povo brasileiro a ideia de que é possível governar para todos, cuidando com especial carinho de quem mais precisa, e fazer o Brasil crescer, combatendo sem tréguas as desigualdades sociais e regionais históricas.
Foram dezenas de horas de Jornal Nacional e incontáveis manchetes dedicadas a espalhar mentiras – ou, para usar a linguagem da moda, fake news – contra mim, contra minha família e contra a ideia de que o Brasil poderia ser um país grande, soberano e justo.
Com base numa dessas mentiras, contada pelo jornal O Globo e transformada num processo sem pé nem cabeça, um juiz fez com que eu fosse condenado à prisão, por “ato indeterminado”, usando como pretexto a suposta posse de um imóvel “atribuído” a mim, do qual nunca fui dono.
Contra essa aliança espúria entre alguns procuradores e juízes e a mídia corporativa, a blogosfera progressista ousou insurgir-se. Sem poder contar com uma ínfima parcela dos recursos e dos meios à disposição dos grandes veículos alinhados ao golpe, esses homens e mulheres fazem Jornalismo. Questionam, debatem e apresentam diariamente ao povo brasileiro um poderoso contraponto à indústria da mentira.
Lutaram e continuam a lutar o bom combate, tendo muitas vezes apenas o apoio do próprio povo brasileiro, por meio de campanhas de financiamento coletivo (R$ 10 reais de uma pessoa, R$ 50 reais de outra).
Foram eles, por exemplo, que enfrentaram o silêncio da mídia e desvendaram as ligações da Globo com os paraísos fiscais, empresas de lavagem de dinheiro e a máfia da Fifa. Que demonstraram a cumplicidade de Sérgio Moro com a indústria das delações. Que denunciaram a entrega das riquezas do país aos interesses estrangeiros. Tudo com números e argumentos que sempre são censurados pela imprensa dos poderosos.
Por isso mesmo a imprensa independente é perseguida por setores do judiciário, por meio de sentenças arbitrárias, como vem ocorrendo com tantos blogueiros, que não têm meios materiais de defesa. Enfrentam toda sorte de perseguições: tentativa de censura prévia, conduções coercitivas e condenações milionárias, entre outras formas de violência institucional.
E agora, numa investida mais sofisticada – mas não menos violenta – agências de “checagem” controladas pelos grandes grupos de imprensa “carimbam” as notícias independentes como “Fake News”, e dessa forma bloqueiam sua presença nas redes sociais. O nome disso é censura.
Alguns desses homens e mulheres que pagam um alto preço por sua luta são jornalistas veteranos, com passagens brilhantes pela grande imprensa de outrora, outros sem qualquer vínculo anterior com o jornalismo, mas todos movidos por aquela que deveria ser a razão de existir da profissão: a busca pela verdade, a informação baseada em fatos e não em invencionices. Lutaram e lutam contra o pensamento único que a elite econômica tenta impor ao povo brasileiro.
Quantas derrotas nossos valentes Davis já não impuseram aos poderosos Golias? Quantas notícias ignoradas ou bloqueadas nos jornadões saíram pelos blogues, muitos deles com mais audiência que os sites dos jornadões?
Mesmo confinado na cela de uma prisão política, longe de meus filhos e amigos, impedido de abraçar e conversar com o povo brasileiro, tenho hoje aprovação maior e rejeição menor que meus adversários, que fracassaram no maior dos testes: melhorar a vida dos brasileiros.
Eles, que tantos crimes cometeram – grampos clandestinos no escritório de meus advogados, divulgação ilegal de conversas entre mim e a presidenta Dilma, todo o sofrimento imposto à minha família, entre muitos outros –, até hoje não conseguiram contra mim uma única prova de qualquer crime que seja. A cada dia mais e mais pessoas percebem que o golpe não foi contra Lula, contra Dilma ou contra o PT. Foi contra o povo brasileiro.
Mais do que acreditar na minha inocência – porque leram o processo, porque checaram as provas, porque fizeram Jornalismo – os blogueiros e blogueiras progressistas estão contribuindo para trazer de volta o debate público e resgatar o jornalismo da vala comum à qual foi atirado por aqueles que o pretendem não como ferramenta capaz de lançar luz onde haja escuridão, mas apenas e tão somente como arma política dos poderosos.
A democracia brasileira agradece, eu agradeço a vocês, homens e mulheres que fazem da luta pela verdade o seu ideal de vida.
Hoje a (in)justiça brasileira não só me prende como impede sem nenhuma razão que vocês possam vir aqui me entrevistar, fazer as perguntas que quiserem. Não basta me prender, querem me calar, querem nos censurar.
Mas assim como são muitos os que lutam pela democracia nas comunicações e pelo jornalismo independente, e não caberiam aqui onde estou, essa cela também não pode aprisionar nem a verdade nem a liberdade. Elas são muito mais fortes do que as mentiras mil vezes repetidas pelo plim-plim, que quer mandar no Brasil e no povo brasileiro sem jamais ter tido um único voto. A verdade prevalecerá. A liberdade triunfará.
Forte abraço,
Lula.
Postado em Tijolaço em 27/07/2018
NESTE SÁBADO
Festival Lula Livre reúne no Rio gerações e estilos musicais em defesa da democracia
Programação musical terá nomes como Ana Cañas, Beth Carvalho, Noca da Portela, Nelson Sargento, MC Carol e Renegado, além de Chico Buarque, Gilberto Gil, Jards Macalé, Chico César e Odair José.
TVT e RBA, site e rádio, transmitem Festival Lula Livre neste sábado
Além de ato-show com mais de 40 artistas confirmados, evento contará com performances, atividades lúdicas e oficinas
RICARDO STUCKERT
São Paulo – Em parceria com a Fundação Perseu Abramo, a TVT e a Rádio Brasil Atual fazem a transmissão do Festival Lula Livre, direto da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro neste sábado (28), a partir das 17h30. Você poderá acompanhar pelo canal digita 44.1 e pelo FM 98,9 na Grande São Paulo e também pelo site da RBA – e nas páginas dos veículos nas redes sociais (YoutTube, Facebook e Twitter).
A programação do evento conta com mais de 40 nomes da música brasileira. Entre as presenças confirmadas, estão Chico Buarque, Gilberto Gil, Jards Macalé, Ana Cañas, Beth Carvalho, Gang 90, Chico César, Noca da Portela, Nelson Sargento, Odair José e Manno Góes. Além deles, estarão nomes da nova geração como Filippe Catto, Realidade Negra Rap, Tomaz Miranda, Francisco El Hombre, Cecilia Todd, Marcelo Jeneci, Lyza Milhomem, Marcos Lucenna, Maria Rivero e MC Carol.
Além do ato-show, a partir das 14h terão início atividades lúdicas na praça diante dos Arcos da Lapa e do Circo Voador, com abertura do trombonista Ju Storino e o Palhaço Zé Catimba. Um cortejo vai reunir artistas, poetas, músicos e circenses. Na sequência, haverá apresentação de um bloco carnavalesco, coletivos musicais, performances artísticas, tendas culturais e oficinas de pipa, stencil, bordados, entre outras.
A iniciativa nasceu a partir de um manifesto idealizado por Chico Buarque, Martinho da Vila, Ziraldo, Leonardo Boff e mais de 800 signatários no total. O texto aponta que “todo o julgamento do presidente Lula foi um erro jurídico sem limites”. Segundo o documento, não é possível aceitar que o ex-presidente, líder em todas as pesquisas, não participe das eleições. "Inadmissível é mantê-lo preso num flagrante desrespeito às regras mais elementares da Justiça.”
Será transmitido, também, no Canal TV 247, no YouTube.
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