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“Ainda estamos aqui. Ditadura nunca mais”, diz Lula em evento do 8/1


 

Publicado por Fernando Miller

Em discurso proferido na solenidade que marca o segundo aniversário dos atos golpistas de 8/1, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que “ainda estamos aqui, ao contrário do que planejavam os golpistas”, em referência ao alegado plano de golpe de estado de 2022. A data é lembrada como um dos maiores ataques à democracia — o STF (Supremo Tribunal Federal) já condenou 375 réus pelos eventos, com acusações formais contra 1.682 envolvido

“Ainda Estou Aqui” também é o título de um filme dirigido por Walter Salles, cuja performance de Fernanda Torres foi premiada com um Globo de Ouro no último domingo (5).

“Hoje é dia de dizer em alto e bom som, ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos, que a democracia está viva, ao contrário do que planejaram os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui, mulheres e homens de diferentes origens e crenças, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para afirmar, em alto e bom som: ditadura nunca mais, democracia sempre”, declarou Lula. “Sempre seremos implacáveis contra quaisquer tentativas de golpe”.

Em tom descontraído, Lula se dirigiu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usando o apelido “Xandão”, amplamente difundido entre o público.

Lula destacou que esse apelido “sempre vai acompanhá-lo” e ainda brincou, afirmando que não adiantaria o ministro ficar bravo com isso.A menção ao apelido veio como parte de um momento mais leve em um discurso que abordava temas sérios, como a defesa da democracia e a importância de combater retrocessos institucionais.

O mandatário ressaltou a importância do papel de Alexandre de Moraes na condução das investigações relacionadas aos ataques às instituições ocorridos em 8 de janeiro de 2023, consolidando o ministro como uma figura central na preservação do Estado de Direito.

O gesto de Lula ao usar o apelido de “Xandão” também reforça o reconhecimento popular que o ministro conquistou nos últimos anos. Moraes se tornou um dos principais nomes à frente das ações contra grupos extremistas e antidemocráticos, atraindo tanto elogios quanto críticas intensas. Ao se referir a ele de maneira informal, o presidente ressaltou a conexão que a sociedade brasileira construiu com a figura do ministro.

A solenidade marcou um momento de reafirmação do compromisso do governo e das instituições com a democracia. Ao mencionar Alexandre de Moraes de forma descontraída, Lula aproveitou para reforçar a unidade entre os Poderes e o respeito ao trabalho desempenhado pelo Judiciário no enfrentamento às ameaças contra o regime democrático. O episódio reforça a narrativa de fortalecimento das instituições e a relevância da atuação conjunta para proteger a democracia brasileira.

Em seu discurso, possivelmente o melhor do 3º mandato, o presidente ainda citou a música “O Bêbado e o equilibrista”, de Aldir Blanc, que cita nominalmente “Marias” e “Clarices”, em referência a Maria de Souza, mãe de Betinho e Henfil, dois perseguidos pela ditadura militar e a Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 no DOI-Codi de São Paulo.



Leia na íntegra o discurso:

"Hoje é dia de dizermos, em alto e bom som, que ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui, mulheres e homens de diferentes origens, crenças, partidos e ideologias, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer, em alto e bom som: ditadura nunca mais, democracia sempre!

Estamos aqui para lembrar que, se estamos aqui, é porque a democracia venceu. Caso contrário, muitos de nós talvez estivéssemos presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado. E não permitiremos que isso aconteça outra vez. Se hoje podemos pensar de forma diferente e expressar livremente nossos pensamentos, ideias e desejos, é porque a democracia venceu. Do contrário, a única liberdade de expressão permitida seria a do ditador e de seus cúmplices, usada para mentir, semear o ódio e incitar a violência contra quem pensa diferente.

Se hoje estamos aqui, é para renovar nossa fé no diálogo entre opostos, na harmonia entre os Três Poderes e no cumprimento da Constituição. É porque a democracia venceu. Caso contrário, a truculência tomaria o lugar do diálogo, todos os poderes seriam concentrados nas mãos dos fascistas, a Constituição seria rasgada e os direitos humanos seriam suprimidos.

Se hoje podemos nos guiar pela ciência e vacinar nossas crianças, é porque a democracia venceu. Caso contrário, doenças já erradicadas, como o sarampo e a poliomielite, estariam devastando vidas, e novas pandemias repetiriam a tragédia da COVID-19, quando centenas de milhares morreram pela demora na compra de vacinas e pelas fake news contra os imunizantes.

Se as obras de arte estão aqui de volta, restauradas com esmero por homens e mulheres que dedicaram mais de 1.760 horas de suas vidas a essa tarefa, é porque a democracia venceu. Caso contrário, essas obras estariam destruídas para sempre, e tantas outras, como a tela de Di Cavalcanti, teriam o mesmo destino, vítimas do ódio de quem não suporta a arte, a cultura, a história e a memória de um povo.

Estamos aqui porque é preciso lembrar, para que ninguém esqueça e para que nunca mais aconteça. Se hoje podemos contar histórias e vê-las contadas livremente no cinema, no teatro, na música e na literatura, é porque a democracia venceu. Caso contrário, a arte seria submetida à censura, proibindo-nos de ver, ouvir e ler tudo o que julgassem subversivo.

Hoje estamos aqui para garantir que ninguém seja morto ou desapareça em razão de sua causa. Estamos aqui em nome daqueles que não podem mais estar, em nome de todas as Marias, Clarices e Eunices. Democracia para poucos não é democracia plena. Por isso, a democracia será sempre uma obra em construção.

A democracia será plena quando todos os brasileiros, sem exceção, tiverem acesso à alimentação de qualidade, saúde, educação, segurança, cultura e lazer. Quando tiverem as mesmas oportunidades de crescer e prosperar, e os mesmos direitos de sonhar e ser felizes. Quando todos forem iguais perante a lei e a pele negra não for mais alvo da truculência dos agentes do Estado.

Quando os povos indígenas tiverem direito às suas terras, cultura e crenças. Quando as mulheres conquistarem igualdade de direitos e o direito de estar onde quiserem, sem serem julgadas, agredidas ou assassinadas. Quando todas as religiões forem respeitadas e viverem em harmonia. Quando qualquer pessoa tiver o direito de amar quem quiser, sem sofrer preconceito, discriminação ou violência.

Essa é a democracia plena que queremos construir no Brasil. Minhas amigas e meus amigos, a democracia precisa ser cuidada com todo o carinho e vigilância por cada um de nós, sempre. Seremos implacáveis contra qualquer tentativa de golpe. Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Ninguém foi ou será preso injustamente. Todos pagarão pelos crimes cometidos, inclusive aqueles que planejaram o assassinato do presidente, do vice-presidente da República e do presidente do STF.

Defendemos e defenderemos sempre a liberdade de expressão, mas não toleraremos discursos de ódio, fake news que coloquem vidas em risco ou incitação à violência contra o Estado de Direito. Seremos intransigentes na defesa da democracia. Renovaremos sempre nossa fé no diálogo, na união, na paz e no amor ao próximo. Seguiremos trabalhando, dia e noite, para construir um Brasil mais desenvolvido, justo e democrático. Porque a democracia venceu. Muito obrigado!"


 Postado em DCM em 08/01/2025


"Somos filhos de um Brasil que vale a pena", diz Fernanda Torres a Lula (vídeo)


 

247 – Em uma demonstração de reconhecimento e apoio à cultura brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou, nesta segunda-feira (6), a atriz Fernanda Torres pela sua inédita conquista no Globo de Ouro. Fernanda foi a primeira brasileira a receber a estatueta de Melhor Atriz em Filme de Drama na prestigiada premiação internacional.

A homenagem do presidente ocorreu por meio de uma ligação emocionante, onde Lula expressou sua admiração: “Somos filhos de um Brasil que vale a pena, Fernanda. Um milhão de parabéns para você, querida”.

Além da ligação, Lula também compartilhou suas felicitações através de um tweet oficial:
"Não podia ter momento melhor para o Brasil levar o Globo de Ouro pela atuação da Fernanda Torres, dois dias antes do ato em defesa da democracia. Eu e a Janja parabenizamos essa grande artista mais uma vez. O país inteiro vibrou. Somos filhos de um Brasil que vale a pena, Fernanda."
A atriz, emocionada, respondeu à mensagem do presidente durante a ligação: “Tão bonito vir esse prêmio agora, em uma hora dessas. Uma coisa tão linda para a cultura, para a arte, que foi tão atacada, Lula. E durante a tua Presidência, isso é uma coisa muito linda”. Fernanda Torres destacou a importância do reconhecimento artístico mesmo em tempos de adversidade.

Lula também mencionou a influência de Fernanda Montenegro, mãe de Torres e renomada atriz brasileira, ao afirmar: “Eu fico imaginando o orgulho da filha querida, da filha artista”.

A conquista de Fernanda Torres no Globo de Ouro ocorre em um contexto político sensível, dois dias antes do ato em defesa da democracia, que marca dois anos dos ataques à Praça dos Três Poderes em Brasília. O presidente destacou a relevância do momento artístico frente aos desafios democráticos: “E sobretudo isso acontecer para você faltando dois dias para a gente fazer o ato em defesa da democracia”.

Em resposta, Fernanda Torres enfatizou o simbolismo do momento: 

“Exatamente em nome da Eunice Paiva, uma mulher defensora dos direitos humanos, Lula. É muito simbólico”, referindo-se à esposa de Rubens Paiva, personagem que ela interpretou nas telas. A atriz ressaltou a importância de defender os direitos humanos através da arte e da atuação. Assista:



Postado em Brasil 247




Com o Presidente Lula o Brasil voltou e melhora a vida do povo brasileiro

 







Lula acertou de novo / Coletivo de judeus publica nota em apoio às falas de Lula sobre massacre em Gaza


Lula e Benjamin Netanyahu (Foto: Ricardo Stuckert

Lula acerta ao dizer que não há na História nada semelhante ao que está acontecendo na Faixa de Gaza, a não ser “quando Hitler resolveu matar judeus”

Aline Alves

A declaração do presidente Lula sobre a investida de Israel sobre o povo palestino, realizada ontem na Etiópia, não deveria ser convertida em polêmica tantas décadas depois dos horrores da Segunda Guerra Mundial, se houvesse alguma honestidade intelectual por parte dos críticos. Hollywood explorou à exaustão o tema do nazismo, e isso poderia ter servido à conscientização geral sobre o assunto, mas o resultado foi a mercantilização da barbárie, a banalização da violência, e um desconhecimento sobre o nazismo e o Terceiro Heich, que foram reduzidos a inimigos derrotados da América.

Não pretendo aqui dar conta de descrever o que foi o nazismo, em razão da sua densa complexidade, apenas lembrar de elementos científicos – para que não restem dúvidas, ainda mais em um tempo em que é preciso resgatar a ciência para que ela volte a ter significado para o desenvolvimento humano – que demonstram que Lula acerta em sua declaração sobre a situação da Palestina, ao dizer que não há na História nada semelhante ao que está acontecendo na Faixa de Gaza, a não ser “quando Hitler resolveu matar judeus”. A mídia hegemônica, assim como Hollywood, em seu empenho em deseducar mais do que promover um real debate, prontamente rejeitou a comparação entre Israel e a Alemanha nazista, no entanto a História mostra que não há aqui nenhum equívoco. Em Reactionary modernism: technology, culture and politics in Weimer and the Third Reich, o historiador Jeffrey Herf apresenta sua análise sobre o nazismo e observa que ele é construído sobre dois pilares, grosso modo: a regressão e a modernidade, posta à disposição da primeira. A Alemanha nazista contava com alta tecnologia para desenvolver o que precisava para realizar o projeto do Terceiro Reich: resgatar os tempos do império alemão e cumprir sua utopia racial. Leitor de Adorno e Hoeckheimer, Jeffrey Herf identifica no nazismo a “dialética da modernidade” quando aponta que o avanço da ciência, em vez de promover o desenvolvimento humano, muitas vezes promoveu regressão. Isso está nítido nas malhas ferroviárias alemãs sendo usadas para transportar judeus, ciganos, gays, comunistas, deficientes físicos para os campos de extermínio, na tecnologia aplicada ao cinema em serviço da propaganda nazista e no potencial bélico utilizado para atacar os inimigos do Reich.

Dos mesmos recursos dispõe o Estado de Israel, e da mesma forma os utiliza: tecnologia altamente avançada (tivemos, inclusive, uma ideia desse avanço quando a ABIN paralela usou aparelhos de espionagem israelense) utilizada para a eugenia, que parece dar o tom do que seria a pátria ideal para judeus, concepção essa adotada por parte desse Estado de Israel e de setores do sionismo radical (importantíssimo lembrar aqui que essa não é a concepção geral da comunidade judaica, que tem em grande parte se manifestado criticamente em relação aos ataques de Israel contra os palestinos, sofrendo, inclusive, severas retaliações pelo mundo, como é o exemplo do jornalista Breno Altman). É com essa tecnologia que, aos olhos de todo o mundo, mais de 30 mil palestinos foram assassinados por Israel desde outubro passado, sendo 40% das vítimas crianças. Esse número é importante para compreendermos que não há espaço aqui para tergiversar; a mídia hegemônica tem dito que não cabe a comparação entre a Alemanha nazista e o atual Estado de Israel, uma vez que ele não tem um projeto eugênico. Fica o questionamento: quem consegue matar 30 mil pessoas em 4 meses apenas para se defender? Quem, em legítima defesa, mata algumas dezenas de opositores (no caso, integrantes do Hamas) e cerca de 12 mil crianças? Como um Estado com técnicas tão avançadas erra o alvo 30 mil vezes, isso sem contar com os feridos? Como um Estado que se defende mantém suas cidades de pé, enquanto o território do adversário tem 95% da população desabrigada?

O que estamos testemunhando é a exata utilização de técnica avançada para a realização de limpeza étnica, com o propósito de se construir uma utopia racial que, desta vez, só é possível se o povo palestino não existir mais. É o resgate de um passado mítico que confere a um povo uma suposta superioridade, se coloca como a única forma possível de vida na terra, e que exige o extermínio de tudo e todos que não se incluam nessa raça e seu passado. Como esse tipo de racismo se estabeleceu como princípio do sionismo mais radical é uma questão que pode e deve ser analisada com mais profundidade, até para que sejamos capazes de evitar uma nova onda de ódio aos judeus, e também para que não nos percamos do debate científico e honesto. Mas o ponto a que quero chegar aqui é que Lula acertou ao criticar o ataque do Hamas aos kibutz israelenses, e acerta novamente em condenar o genocídio promovido por Israel contra os palestinos; acerta também ao compará-lo a outro momento histórico, o do nazismo, com o qual compartilha métodos e objetivos. E acerta sobretudo ao fazê-lo diante de todo o mundo, como o líder cujo vulto alcança todos os cantos do planeta. Acredito que poderíamos fazer apenas uma observação sobre um ponto da fala de Lula, se o que está acontecendo no presente já se repetiu em outro momento histórico além do nazismo, e lembraríamos, por exemplo, da devastação colonial pela qual passaram a América Latina, África e Oriente Médio; podemos ir mais atrás e lembrar da Inquisição Católica, das Cruzadas, do Império Romano. Mas sem esquecer que nenhum desses episódios contou com tanta sofisticação técnico-científica quanto a que estamos testemunhando neste exato momento.


 Aline Alves é professora, escritora e artista plástica. Doutora em Teoria Literária pela UFRJ.






Coletivo de judeus publica nota em apoio às falas de Lula sobre massacre em Gaza


O coletivo Vozes Judaicas por Libertação publicou uma carta em apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que virou alvo de críticas por suas falas sobre o ataque de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza.

No último domingo (18), em entrevista coletiva antes de deixar a Etiópia rumo ao Brasil, Lula comparou o massacre promovido pelas forças militares de Israel contra a Faixa de Gaza ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou o presidente.

Após a fala, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, anunciou, nesta segunda-feira (19), que Lula seria considerado "persona non grata" no país. O termo é um instrumento jurídico utilizado nas relações internacionais para indicar que um representante oficial estrangeiro não é bem-vindo.

Para o coletivo Vozes Judaicas por Libertação, é impossível comparar e hierarquizar genocídios, dado que a “a experiência vivenciada por cada povo afetado é inigualável”. Ao mesmo tempo, no entanto, "a contradição de o povo judaico ser ora vítima e agora algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no imaginário de muitos de nós".

O grupo ainda afirma que “enquanto coletivo de judias e judeus, temos antepassados que foram vítimas do Holocausto nazista, e entendemos que nosso imperativo ético é nos posicionarmos contra o genocídio do povo palestino e contra a utilização da nossa defesa como justificativa”.

Confira a carta na íntegra:
Dando um passo além nas contínuas denúncias dos crimes cometidos por Israel contra os palestinos, o presidente Lula causou furor ao fazer uma comparação entre o que ocorre hoje em Gaza e o que Hitler fez com os judeus durante o nazismo.

A comparação entre genocídios é sempre delicada pois a experiência vivenciada por cada povo afetado é inigualável. Cada um representa uma narrativa singular e dolorosa na história das comunidades vitimadas. Logo, não há como estabelecer qualquer hierarquia entre genocídios. É impossível estabelecer uma métrica objetiva para determinar o 'pior' genocídio da história. Categorizar historicamente vítimas maiores ou menores é uma perigosa armadilha de reprodução de racismo.

A contradição de o povo judaico ser ora vítima e agora algoz é palpável, tenebrosa e desalentadora. Lula externou o que está no imaginário de muitos de nós. Uma comparação que causa muita dor a judias e judeus de todo mundo, que tiveram as suas vidas cindidas pelo genocídio dos judeus na Europa, e agora veem um crime similar sendo cometido, supostamente em seu nome. Enquanto coletivo de judias e judeus, temos antepassados que foram vítimas do Holocausto nazista, e entendemos que nosso imperativo ético é nos posicionarmos contra o genocídio do povo palestino e contra a utilização da nossa defesa como justificativa.

Se a criação e fundação de um Estado judaico foi uma medida de sobrevivência num mundo sitiado, ela logo se tornou um pesadelo. O Estado de Israel não trouxe emancipação verdadeira aos judeus pois a sua existência é mantida às custas da negação da autodeterminação dos palestinos. As lideranças israelenses seguem promovendo um massacre contra palestinos e ainda ameaçam a vida de judeus e judias em todo o mundo. Israel representa hoje a maior fonte de insegurança para todos os judeus do planeta ao usar nossa identidade como fachada e justificativa para sua campanha de terror.

Por isso, defendemos e acreditamos que as palavras de Lula são de grande importância pois levantam questões relacionadas à urgência da ação, como um chamado definitivo dirigido a todos para agir diante do que ocorre em Gaza neste momento. Frente à incapacidade da ONU e de várias organizações internacionais em conter a violência perpetrada por Israel em Gaza, destaca-se a importância vital da postura demonstrada por líderes internacionais como Lula, que levantam suas vozes contra o que é já considerado por incontáveis especialistas como um genocídio contra o povo palestino.

As palavras têm poder. Se a forma como Lula se expressou na ocasião foi pouco cuidadosa – tropeçando justamente neste ninho de comparações forçadas – sua fala tem o objetivo de atingir a imaginação e provocar uma crise moral sobre Israel. O pedido de impeachment protocolado pelos deputados bolsonaristas é uma medida descabida, assim como as acusações de antissemitismo – cujo real objetivo é deslegitimar o governo e a diplomacia brasileira. Não acreditamos que judeus brasileiros estão em risco por causa de sua declaração.

Apoiamos as colocações do presidente Lula e cobramos que a radicalidade de suas palavras seja colocada em prática. Seria um gesto diplomático de relevância gigantesca romper todas as relações entre o estado brasileiro e Israel, em especial as relações militares que também fortalecem a barbárie em terras brasileiras, com a compra de armas e tecnologias de controle social que são usadas para atingir a vida do povo negro nas favelas. Convocar o embaixador brasileiro em Tel Aviv foi um passo ainda insuficiente nessa direção.

Por fim, convidamos a todas e todos, mas principalmente ao governo brasileiro a atender as demandas do movimento internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), liderado pelas bases da sociedade civil palestina. O povo palestino tem pressa e nossas ações têm poder."

Edição: Lucas Estanislau

 

Postado em Brasil de Fato


 



Lula celebra volta de brasileiros e diz que “relatos são emocionantes” (vídeo)




247 - Decolou de Tel Aviv há pouco, nesta sexta-feira (13), o quarto voo com brasileiros repatriados em meio à guerra entre Israel e Palestina. Embarcaram no avião 207 repatriados brasileiros e quatro pets.

O presidente Lula usou suas redes para elogiar a ação: "Ao todo, a operação coordenada pelo governo federal já repatriou mais de 700 cidadãos e cidadãs. O Brasil continuará trabalhando para trazer de volta para casa todos aqueles que manifestarem esse desejo".

Presidente Lula discursa na 78º Assembleia Geral da ONU em 19/09/2023





Lula conclama ONU a atuar pela paz e contra as desigualdades

247 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na 78ª Assembleia Geral da ONU, conclamou o órgão mundial a atuar pela paz e contra as desigualdades. Lula falou sobre a fome mundial, criticou o neoliberalismo e os países ricos pela falta de multilateralismo internacional e pela crise climática. Confira na íntegra.

Discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da 78ª Assembleia da ONU
Meus cumprimentos ao Presidente da Assembleia Geral, Embaixador Dennis Francis, de Trinidad e Tobago.

É uma satisfação ser antecedido pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres.

Saúdo cada um dos Chefes de Estado e de Governo e delegadas e delegados presentes.

Presto minha homenagem ao nosso compatriota Sérgio Vieira de Mello e 21 outros funcionários desta Organização, vítimas do brutal atentado em Bagdá, há 20 anos.

Desejo igualmente expressar minhas condolências às vítimas do terremoto no Marrocos e das tempestades que atingiram a Líbia.

A exemplo do que ocorreu recentemente no estado do Rio Grande do Sul no meu país, essas tragédias ceifam vidas e causam perdas irreparáveis.

Presidente eleito 3 vezes. Dificilmente haverá outro caso assim !

 












Da calamidade de Bolsonaro à esperança de Lula


Brasil foi submetido ao maior desafio havido em nossa história. Temos esperança de que o novo presidente pode refazer o que foi destruído, avalia Leonardo Boff

Leonardo Boff

Durante os quatro anos da administração do presidente Jair Bolsonaro, o país viveu afetado por todas as pragas do Egito. Das muitas opções possíveis para algum problema, o presidente geralmente escolhia a pior. Psicótico, era apático face às desgraças infligidas ao povo, particularmente aos mais vulneráveis. O auge de seu orgasmo psicótico foi atingido quando proibiu água, vacinas e remédios aos indígenas, tidos por ele como sub-humanos. Por isso, provavelmente, deverá enfrentar um processo de genocídio, já encaminhado pelos próprios indígenas, junto ao Tribunal Penal de Crimes contra a Humanidade em Haia. Foi o presidente mais corrupto de nossa história, não só em termos monetários, mas em termos da corrupção da mente e do coração dos brasileiros para o ódio e o desprezo.

É de todos conhecida a lista das omissões, dos crimes comuns e contra a humanidade, das violações das leis e da Constituição perpetradas por esta figura dia-bolica (que separa contrariamente a sim-bólica que une) de forma continuada e sem qualquer escrúpulo. De passo, cabe reconhecer que, a nossa democracia por ser de baixa intensidade junto com a maioria de suas instituições, não se revelou à altura do desafio antidemocrático e antinacional para enfrentar tais desvarios. Deixemos de lado as atrocidades cometidas por este presidente, cujo nome deve constar no livro dos crimes cometidos contra o seu próprio povo.

A gravidade do desastre produzido em todos os campos é de tal magnitude que talvez somente uma reflexão histórica e sociológica não sejam suficientes para decifrá-lo. Demanda uma indagação filosofante, coisa que tentei em alguns artigos anteriores. Utilizei-me de duas categorias, uma ocidental, a da sombra, e outra oriental a do karma, dialogando entre elas.

Talvez se faça necessária uma pequena referência aos pressupostos teóricos desta leitura: à física quântica e ao pensamento ecológico moderno nos ajudem a entender este sinistro fenômeno.

Sabemos hoje que todos os seres estão inter-retro-conectados, todos estão envolvidos em redes de relações. Cada relação deixa uma marca entre os seres relacionados e assim surge uma história, a cosmogênese. Experiências dramáticas deixam marcas que, não raro, procuramos recalcar, mas que permanecem no inconsciente coletivo. Jung chama a isso de sombra. Algo parecido ocorre com o karma. Cada ação deixa uma marca que provoca uma correspondente reação. Tanto Jung quanto o filósofo japonês Daisaku Ikeda convergem nesta acepção. Em outras palavras, não há apenas a sombra e o karma individual. Elas podem assumir um caráter coletivo presente no substrato e no inconsciente de cada povo.

Voltando ao nosso tema: somos herdeiros de uma tormentosa história de sombras: a do genocídio indígena, a colonização que nos impedia possuir um projeto próprio, a escravidão, a mais grave, que reduziu pessoas humanas a escravos e usados como animais na produção, sombra de nossa república e democracia frágeis que nunca foram includentes, pois a conciliação das classes endinheiradas nunca fizeram um projeto nacional para todos, apenas entre elas com a exclusão das grandes maiorias de negros, pobres, indígenas e outros.

Essas sombras desumanas trabalharam no inconsciente coletivo, provocando quilombos e revoltas, todas elas exterminadas a ferro e fogo para manter as vantagens “de elite do atraso” (Jessé Souza). Elas trabalharam também no inconsciente das minorias endinheiradas, geralmente na forma de medo e insegurança. Ao dar-se conta de que as sombras das classes humilhadas começaram a ganhar força história a ponto de terem eleito um dos seus representantes à presidência, Lula, logo foram por todos os meios rebaixadas, reprimidas, combatidas até lhe cortar o caminho por um golpe civil-militar em 1964 de sob outra forma, repetido em 2016 com o impeachment de Dilma Rousseff. As motivações eram as mesmas: garantir o seu poder e fortunas.

Na pessoa medíocre, sem projeto pessoal nenhum e manipulável estas classes encontraram o representante ideal que precisavam. Elegeram o ex-presidente, sempre sustentado por elas, pois, com sua economia ultraneoliberal, aliada a uma política de extrema-direita, acumularam, apesar da pandemia do Covid-19, como nunca antes na história. Fizeram de tudo para garantir-lhe a reeeleição (figurativamente, fizeram-lhe comprar a arena de futebol, comprar o time, comprar gandulas, comprar o juiz, e ainda assim perderam). Há uma força maior que a maldade arquitetada.

A força kármica (abstraindo as muitas reencarnações) segundo Ikeda impregna com sua sombra a história e as instituições, positiva ou negativamente. Arnold Toynbee que entreve um longo diálogo com Ikeda, prefere outra categoria e não a kármica, ao dizer que a história carrega um próprio peso que são os fracassos e sucesso de um povo. Ele gera também uma sombra no inconsciente coletivo que se projeta nas redes sociais e conforma o destino de um povo.

Voltando ao tema em tela: com o atual governo tivemos que penar sob o peso de nossas muitas sombras sombrias que se expressavam pelo ódio, pela mentira, pelas fake news, pela distorção da realidade. Ganhou corpo na figura sinistra do ex-presidente, cuja megasomba tinha o poder de suscitar e animar a sombra coletiva de um povo já fragilizado. Criou um campo kármico ou forjou o gabinete do ódio e todas as formas de obscenidades políticas e éticas.

O destino quis que essa insensatez, cujo projeto era levar-nos ao mundo do pré-iluminismo, pois esse promovia a escola para todos, os direitos humanos e as liberdades modernas, avanços civilizatórios, que foram sistematicamente negados pelo bolsonarismo.

O Brasil foi submetido ao seu maior desafio havido em nossa história. Foi humilhado internamente e envergonhado externamente. Mas nunca esmoreceu esperança, aquele motor interior, maior que a virtude, que nos faz nunca desistir, que nos sustenta nos enfrentamentos e nos faz levantar quando caídos. Esse princípio-esperança nunca morre porque é ele o vigor secreto de toda vida que recusa morrer e sempre reafirma a força intrínseca da vida, nos força a rasgar caminhos novos e mundos “ainda não experimentados” (Fernando Pessoa). O esperançar de Paulo Freire e a esperança esperante, que nunca desistem, sempre insistem e criam a condições histórica para que a utopia viável se torne realidade. Passamos pela prova.

A magna calamidade de Bolsonaro foi vencida pela esperança esperante de Lula. Temos esperança de que o novo presidente com a equipe de excelência que articulou, pode refazer o que foi destruído e, muito mais, abrir rumos novos, bons para nós e para o mundo, pois, pelo Brasil passará, seguramente, futuro ecológico da vida e da humanidade. 







Vídeo acima gentilmente cedido por Rolando Malvásio.



Amanhã . . .

 












Lula divulga “ Carta para o Brasil do Amanhã ”


“ É com a força do nosso legado e os olhos voltados para o futuro 
que dirijo esta carta para o Brasil do amanhã ” 

Afirmou Lula em seu perfil de Twitter.
Lula divulgou nesta quinta-feira, 27, a “Carta para o Brasil do Amanhã” (baixe aqui).

“O Brasil precisa de um governo que volte a cuidar da nossa gente, especialmente de quem mais necessita. Precisa de paz, democracia e diálogo. É com a força do nosso legado e os olhos voltados para o futuro que dirijo esta carta para o Brasil do amanhã”, afirmou Lula em seu perfil de Twitter.

Veja abaixo a integra do documento:





















Veja o documentário “ 580 dias - A prisão e a volta triunfal de Lula ” do jornalista Joaquim de Carvalho

 



Clique no link abaixo para ler :




No final do vídeo aparecem os nomes, na ordem alfabética, de todas as pessoas que patrocinaram este documentário, inclusive esta editora do blog.




Minha ajuda foi um grãozinho de areia e, de grão em grão, a Tv 247 e Joaquim de Carvalho conseguiram produzir mais um documentário importante e histórico, para que arbitrariedades e injustiças não se repitam no futuro.

Por questões éticas, isolei apenas meu nome da lista, pois não tenho autorização para mencionar os outros patrocinadores neste blog.

Veja o documetário e compartilhe. Esta luta vale a pena !




Veja o documentário “ 580 dias - A prisão e a volta triunfal de Lula ” do jornalista Joaquim de Carvalho

 



Clique no link abaixo para ler :




No final do vídeo aparecem os nomes, na ordem alfabética, de todas as pessoas que patrocinaram este documentário, inclusive esta editora do blog.




Minha ajuda foi um grãozinho de areia e, de grão em grão, a Tv 247 e Joaquim de Carvalho conseguiram produzir mais um documentário importante e histórico, para que arbitrariedades e injustiças não se repitam no futuro.

Por questões éticas, isolei apenas meu nome da lista, pois não tenho autorização para mencionar os outros patrocinadores neste blog.

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Artistas do Paraná : Sem medo de ser feliz !

 






Artistas do Paraná : Sem medo de ser feliz !

 






Lula emociona : Linda e emocionante propaganda política !


 


 

E no Brasil . . . 21/08/2022

 


Diário, a minha esperança é Deus. Quer dizer, Deus, não. Um poder acima dele: os pastores. Só os malafaias, macedos, santiagos, sônias e maltas é que podem me salvar de não perder no primeiro turno.

Tem uns evangélicos progressistas que não dão a menor bola pra mim. Mas os que seguem esses megapastores são mais fáceis de convencer. Com um discurso do bispo na orelha e umas feiquenius no celular, o cara cai na minha conversa fácil, fácil.

É esse eleitor que tá me salvando. Ele não se importa muito que mais de 30 milhões tão passando fome, que morreram quase 700 mil de covid, que a inflação passou de 10%, que o mercado de trabalho está precário do que nunca, etc... Ele quer é um governo que seja contra gays, demônios e comunistas.

Por isso, enquanto o Outro fala de livro, eu falo da Bíblia. Enquanto o Outro fala de trabalho, eu falo de Deus. Enquanto o Outro fala de saúde, eu falo de milagre.

Eu sei que o governo não tem nada a ver com Bíblia, Deus e milagre, mas e daí? É o que temos pra hoje, pô!

E vou te contar, Diário: não sou só eu que estou atrás do voto das ovelhas. Nessa eleição, 902 candidatos que colocaram as palavras “pastor”, “irmão” ou “bispo” na frente do nome. Tem mais santo na urna eletrônica que na Capela Cistite.

Por isso, toda noite eu rezo uma oração chamada Pastor Nosso. Eu que inventei. Ela é assim:

Pastor nosso que estais no púlpito,
santificada seja vossa conta bancária
e venha a nós o vosso eleitor
assim no primeiro como no segundo turno.
O voto para esta eleição nos dai hoje
que nós lhe entregaremos o MEC
assim como perdoaremos
os seus impostos e taxas.
E não nos deixeis ficar sem imunidade parlamentar,
mas livrai-nos da cadeia,
Amém.