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Greta Thunberg e Leonardo DiCaprio se unem pelo meio ambiente


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Mari Dutra

A ativista Greta Thunberg e o ator Leonardo DiCaprio se comprometeram a atuar juntos em prol da preservação do meio ambiente. O encontro entre os dois ambientalistas ocorreu durante a jornada de Greta pela greve climática nos Estados Unidos, quando ela não perdeu a oportunidade de conhecer Hollywood.

“Existem poucas vezes na história da humanidade em que as vozes são amplificadas em momentos tão cruciais e de maneiras transformacionais, mas Greta Thunberg se tornou uma líder do nosso tempo. A história nos julgará pelo que fazemos hoje para ajudar a garantir que as gerações futuras possam desfrutar do mesmo planeta habitável que tão seguramente tomamos como garantido”, escreveu DiCaprio em uma publicação no Instagram, onde compartilhou fotos com a ativista.



As fotografias receberam mais de 4 milhões de curtidas, um número bastante acima da média mesmo para o astro de Hollywood. Entretanto, a publicação feita por Leo no dia primeiro de novembro vai além dos likes e trata-se de um verdadeiro compromisso de cooperação em prol do meio ambiente.

“Espero que a mensagem de Greta seja um alerta de que o tempo de inação acabou para os líderes mundiais em todos os lugares. É por causa de Greta e de jovens ativistas do mundo todo que estou otimista sobre o que o futuro reserva. Foi uma honra passar um tempo com Greta. Ela e eu assumimos o compromisso de apoiar um ao outro, na esperança de garantir um futuro melhor para o nosso planeta”, conclui o texto.

Insultada por Bolsonaro, Greta Thunberg, a " pirralha ", é personalidade do ano da Time


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Um dia após ser insultada por Jair Bolsonaro, que a chamou de “pirralha”, a ativista sueca Greta Thunberg, de 16 anos, foi eleita personalidade do ano de 2019 pela Time, uma das mais conhecidas revistas de notícias semanais do mundo. Greta tem travado uma batalha mundial em defesa do meio ambiente e cobrado das autoridades medidas concretas para combater as mudanças climáticas.

247 - A ativista sueca Greta Thunberg, de apenas 16 anos, foi eleita personalidade do ano de 2019 pela revista Time, por conta da luta mundial que trava em defesa do meio ambiente. Greta tem gerado a ira de lideranças políticas, inclusive de Jair Bolsonaro, por denunciar o descaso de governos com a implementação de políticas ambientais. 

Além de sofrer ataques de Bolsonaro, Greta também já foi insultada por Donald Trump, que chamou a garota de “histérica”. Lembrando que o presidente dos EUA anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. 

Ativismo precoce

A jovem ganhou destaque mundial ao mobilizar protestos no dia 13 de agosto de 2019, que ficou lembrado pela “greve pelo clima”. A ação atingiu milhares de pessoas, em diversos países. 

Na sequência, Greta discursou na Assembleia Geral da ONU e disparou contra governantes que não cumprem acordos ambientais: “Vocês roubaram os meus sonhos e infância”, disse a jovem. 

Pelo seu ativismo, ela também foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz de 2019, que teve como vencedor o premiê da Etiópia, Abiy Ahmed.









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Ladrões de sonhos. Ladrões de vidas.




"A rebelião ambiental dos jovens deverá se constituir no mais importante evento sócio-político da primeira metade do século XXI e se evidenciará como um fato singular na história da humanidade, pois unirá, pela primeira vez, as jovens gerações em torno de uma causa comum planetária, de uma causa comum de toda a humanidade. Greta Thunberg é o símbolo e a encarnação dessa rebelião", constata Aldo Fornazieri

Aldo Fornazieri

O discurso de Greta Thunberg na ONU, no dia 23 de setembro passado, foi o mais importante, o mais contundente e de maior alcance histórico pronunciamento produzido por alguém nestas duas primeiras décadas do século XXI. Ele expressa a síntese de um grito desesperado e de uma rebelião promovidos por milhões de jovens ao redor do planeta que estão perdendo o direito de sonhar, pois este lhes está sendo roubado por todo um sistema predador do mundo, encabeçado pelas elites políticas e econômicas de todos os países. 

Este grito desesperado não tem sons apenas humanos, mas tem sons de todas as espécies, tem o som da biodiversidade, tem o som de vários ecossistemas que já estão sendo destruídos para sempre. É um grito que traz o desespero da vida que queima na Amazônia, da vida que se esvai no fundo dos mares, da vida que é roubada nas periferias das grandes cidades do mundo. 

A rebelião ambiental dos jovens deverá se constituir no mais importante evento sócio-político da primeira metade do século XXI e se evidenciará como um fato singular na história da humanidade, pois unirá, pela primeira vez, as jovens gerações em torno de uma causa comum planetária, de uma causa comum de toda a humanidade. 

Greta Thunberg é o símbolo e a encarnação dessa rebelião. As suas atitudes poderão dar-lhe o Prêmio Nobel da Paz na próxima sexta-feira. Tanto as suas atitudes, quanto o discurso que ela pronunciou na ONU exprimem a inaudita coragem desta jovem, a sua desmedida ousadia. É um contraste avassalador com a mediocridade, a hipocrisia e a decadência das gerações de líderes políticos que proliferam hoje em todos os países. 

Greta Thunberg percebeu todo o alcance da grande tragédia em que toda a humanidade está se afundando. As metas ambientais das Conferências Internacionais e da ONU não estão sendo cumpridas. Por isso, na ONU, ela teve a ousadia de dizer aos líderes políticos que eles são hipócritas, que eles são ladrões de sonhos, que eles são ladrões de vidas: “Vocês roubaram os meus sonhos e a minha infância com suas palavras vazias... E como se atrevem vir aqui e dizer que estão fazendo o suficiente?... Se vocês realmente entendem o que está acontecendo e continuam falhando em agir, vocês são um mal”. 

Poucos líderes políticos pelo mundo afora se salvam dessa dura advertência, dessa jeremiada de Greta. Não foram apenas criminosos ambientais como Trump e Bolsonaro que foram afrontados pelas suas duras recriminações. Hipócritas como Macron e outros líderes também foram desmascarados. Agora não será apenas Jerusalém que estará sob a ameaça de destruição pelos pecados de um povo. Agora é todo o planeta que está em risco pelos pecados de toda a humanidade. Todos nós precisamos nos sentir culpados para que isto impulsione mudanças em nossas atitudes cotidianas e para que isto estimule a nossa indignação e o nosso engajamento na rebelião dos jovens.

A humanidade, principalmente as grandes empresas, o grande capital, não têm o direito de continuarem a exercer uma relação predatória contra os recursos naturais. O grande capital não tem o direito de continuar destruindo as condições de vida na Terra pela sua busca criminosa e insana de lucros. 

A crise ambiental, é certo, é uma crise do modo de produção predatório orientado por objetivos de uma exploração econômica desmesurada que não considera a sustentabilidade dos recursos naturais e nem as consequências sociais e ambientais de sua ação. Mas ela é fruto também de uma concepção errada e destrutiva da relação do homem com a natureza e da relação dos seres humanos entre si. Ela é produto também de uma apropriação brutalmente desigual dos recursos naturais, que sacramenta tanto a desigualdade entre países, quanto a desigualdade dentro de cada país. 

Em face desse modo de produção predatório, as maiores vítimas da crise ambiental e dos efeitos que ela já produz hoje, são os mais pobres, aqueles que moram nas periferias das grandes cidades. De forma crescente essas populações sentirão os efeitos dos desastres ambientais, dos eventos extremos, como enchentes, tempestades, furacões, secas, falta de água, falta de comida etc.. Estudos de modelos e projeções científicas indicam que nos próximos anos aumentará exponencialmente o número de refugiados ambientais, em sua maioria, pobres.

Desta forma, o enfrentamento da crise ambiental tem duas grandes dimensões, dois grandes vértices: 1) a mudança da atitude da humanidade em face do aquecimento ambiental, da degradação do meio ambiente e da necessidade de sustentabilidade; 2) a mudança do sistema econômico e social e do modo de produção, colocando sob foco da crítica e do ataque o capitalismo predatório. Não haverá uma solução adequada para a crise ambiental sem enfrentar o capitalismo predador e seu modo de produção. Há laços inextrincáveis entre a crise ambiental e a crise social e eles precisam ser evidenciados, fazendo com que as duas lutas andem juntas. A luta ambiental precisa ser também uma luta por justiça social, por igualdade. 

Neste sentido, é forçoso dizer que a maior parte das esquerdas precisa se reposicionar diante da crise ambiental. Se Greta Thunberg foi violentamente atacada pela extrema-direita, ela foi também criticada por parcelas da esquerda e ignorada pela maior parte desta. Greta está na frente do seu tempo porque a maioria dos líderes políticos e dos partidos estão no passado. Se líderes como Trump e Bolsonaro são francamente criminosos e predadores ambientais, se a maioria dos líderes políticos de direita e de centro são hipócritas diante da crise ambiental, a maioria dos líderes de esquerda são indiferentes. Por isso, há uma urgência na atualização da pauta e dos programas dos partidos e movimentos de esquerda para que a crise ambiental ocupe um lugar central das preocupações e das ações. 

Não basta mudar propostas e atualizar programas. É preciso mudar também o modelo de liderança. Os grandes desafios, os grandes dramas e as grandes tragédias da humanidade e da sociedade precisam de líderes com um novo perfil, líderes mais ousados, líderes que saibam assumir o risco da desmedida de suas ações, pois as desmedidas das tragédias assim o exigem. 

Os jovens que estão ingressando hoje no ativismo político e social devem perceber que o modelo de liderança de camisas de punhos de renda não serve mais. A adocicada cordialidade parlamentar e a política meramente declaratória não são capazes de responder aos graves desafios de hoje. A grotesca agressividade da extrema-direita não pode ser enfrentada com a lacrimosa repulsa ao ódio e os com apelos infantilizados à civilidade. O mundo em que vivemos é brutal para a grande maioria das pessoas. Ele precisa ser enfrentado por líderes ousados, com ações de desmedida coragem.


 Aldo Fornazieri   Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política (FESPSP)






Líderes do futuro : Ativista sueca de 16 anos é capa da TIME






Marise Araujo

Na capa da TIME e já fazendo pose de rainha das notícias sobre o ambiente nessa 2ª década do séc XXI, Greta Thunberg, a menina sueca de 16 anos que está mostrando ao mundo e à sua geração que cuidar do ambiente já e agora é lutar pela sobrevivência do nosso planeta. Ver imagem no Twitter.