Fernando Brito
Foi apresentado, ontem, o resultado do mais ambicioso programa de construção aeronáutica brasileiro, desenvolvido pela Embraer em conjunto com a Força Aérea Brasileira, com participação, também, dos governos da Argentina, de Portugal e da República Checa.
O KC-390 é o mais moderno avião de transporte misto – militar e multipropósito – desenvolvido hoje no mundo.
Na ilustração acima, você vê do que ele é capaz.
Vai substituir, aqui e em muitos países, o velho Hércules C-130, avião americano concebido no início dos anos 50 que, com novas e novas versões, todas a hélice, ainda são as aeronaves de transporte da maioria das forças armadas pelo mundo.
O projeto quase foi pro brejo com a crise de 2008/2009, se o Governo brasileiro não o tivesse segurado com firmeza.
Dá para se ter ideia do que isso representa em termos de afirmação tecnológica para o Brasil?
Os coxinhas vão dizer que o dinheiro investido teve participação do Estado brasileiro.
Os americanos, que não são otários, subsidiam um milhão de vezes mais sua indústria aeronáutica, porque sabem que ela vai lhes dar lucro e afirmação geopolítica.
A direita, aqui, em matéria de avião, gosta mesmo é de jatinho e aeroporto perto da fazenda.
E é pena ver que uma parcela inexpressiva de ex-militares, que ainda estão no tempo do ronca, como dizia a minha avó, esteja mais preocupada em quem dá o que para quem, feito o Jair Bolsonaro.
Parabéns aos engenheiros, técnicos e militares envolvidos neste projeto, que não é de paisinho, mas de um país do tamanho do Brasil, continental e cheio de desafios.
Assista abaixo a apresentação do KC-390, que vai voar ainda este ano.
E um palpite, humilde, nestes tempos de seca: será que vamos ter uma versão para combate a incêndios florestais, com o compartimento de carga segmentado para operar com carga líquida? Com esta velocidade, alcance e capacidade de operar em pistas rudimentares, um só esquadrão poderia cobrir todo o Brasil, com imensas vantagens operacionais.
Postado no blog Tijolaço em 22/10/2014