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Carta para Arthur do Val : a condição feminina na guerra e na paz


Refugiados ucranianos chegando na Polônia


Jamil Chade

Senhor deputado, Confesso que não conhecia seu nome, e nem sua denominação de guerra. Mas os áudios indigestos que vazaram com seus comentários sobre a situação na Ucrânia me obrigaram a escrever aqui algumas linhas sobre o que eu vi em campos de refugiados e filas de pessoas desesperadas para escapar da guerra e da pobreza ao longo de duas décadas.

Não estou acusando o senhor e sua comitiva do que estará exposto abaixo. Mas considero que, sem entender essa dimensão do sofrimento humano, fica impossível justificar uma viagem como a que o senhor faz para ajudar a defender um povo.

Ao longo da história, a violência sexual é uma das armas de guerra mais recorrentes para desmoralizar uma sociedade. Ela não tem religião, nem raça. Ela destrói. Demonstra o poder sobre o destino não apenas das vidas, mas também dos corpos e almas.

Percorrendo campos de refugiados em três continentes, o que sempre mais me impressionou foi a vulnerabilidade das mulheres nessa situação.

Dia Internacional da Mulher. Em 8 de Março de 2021, dia de lutas e de quase nenhum motivo para comemoração !

 










Dia Internacional da Mulher. Em 8 de Março de 2021, dia de lutas e de quase nenhum motivo para comemoração !

 

Não nos mande flores



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Liana Cirne Lins

Dia da Mulher não é dia de flores e bombons. Não é dia de parabéns.

Porque o Dia da Mulher é dia de luta até no nome: Dia Internacional de Luta das Mulheres, principal data da agenda feminista mundial.

Com mulheres no plural, porque o feminismo não se realiza se não for para todas as mulheres, médica, juíza, empresária, faxineira, balconista. E o feminismo tem que dar as mãos principalmente para as mulheres que estão na base da sociedade, pretas e periféricas.

Não queremos bombom. Queremos o fim da divisão sexual do trabalho, a exploração não remunerada do nosso tempo de trabalho dedicado aos serviços domésticos, administração da casa, organização do lar.

Queremos o fim da exploração do nosso tempo de trabalho para criação e educação dos filhos e filhas.

Educar exige tempo, além de amor e dedicação. E esse tempo precisa ser dividido de modo justo e equânime entre mães e pais.

Não é natural que homens cumpram menos atividades relativas aos filhos e filhas porque estão fazendo inglês, ou pós-graduação, ou viajando a trabalho, ou trabalhando para concluir um relatório, enquanto a mulher não pode fazer uma pós-graduação, aprender outra língua, viajar a trabalho e receber uma promoção porque tem boa parte do seu tempo dedicado a cumprir, sozinha, as tarefas que deveriam ser divididas equanimemente entre os dois.

Não é natural.

Então não nos mande flores.

Porque as flores nós temos usado para velar as mulheres que foram assassinadas pelos companheiros ou ex-companheiros, cujos corpos servem de estatística para o Brasil ser o quinto país no ranking mundial do feminicídio.

A cada uma hora e meia uma mulher é vítima de violência doméstica. E não temos estatísticas sobre a violência moral.

O homem que dá o bombom é o mesmo que diz que a mulher está gorda, feia, velha, que olha para outras mulheres como forma de acinte, para que sua companheira se sinta diminuída e tenho seu ego destruído a cada golpe de palavra.

E enquanto você está lendo esse texto, mais uma mulher foi estuprada, nesse relógio doentio que registra um estupro a cada onze minutos.

Não nos mande flores.

Se você acha que a esquerda tem que se unir em torno de figuras machistas e racistas, insensíveis ao feminismo antirracista, e que a "esquerda identitária" (sic) é o novo fascismo (sic). Se você não entende que nada une mais a direita e a esquerda do que o racismo e o machismo, não nos mande flores.

A gente não quer essas flores, nem estar nesse tipo de ex-querda que aceita nos ver mortas, estupradas, exploradas e submissas.

Não nos mande flores.

Nos ouça mais, não nos interrompa, não se aproprie de nossas ideias, respeite que não é não, entenda que não ser desejado por uma mulher faz parte da vida, divida com justiça o tempo de educação dos filhos e da casa, não minimize a importância da nossa luta política e venha fazer parte desta luta, respeitando nosso protagonismo.

Estamos nas ruas, marchando por transformação. E as flores que cabem nessa marcha somos nós, que somos a própria primavera feminista.


     

Liana Cirne Lins   Professora da Faculdade de Direito da UFPE





Elas nunca fraquejaram

Fernando Brito 

Um sujeito que se refere à filha mais nova como resultado de “uma fraquejada” não precisa e mais nada para sublinhar sua misoginia.

Mais que ninguém, porém, as mulheres provaram o quanto são fortes, sendo sempre a maior resistência àquele que pregava o ódio e a intolerância. 

É bom lembrar que as últimas pesquisas de 2018, mesmo com toda a “onda” bolsonarista, indicavam que as mulheres rejeitavam mais que aprovavam o candidato.

Portanto, se ele está lá, a culpa é nossa, os homens, entre os quais a maioria tolerou – quando não apoiou – um homem que odeia as mulheres.

A luta feminina pela igualdade de direitos – na educação, no trabalho, na vida social, na liberdade, na escolha política (o voto feminino nem 100 anos tem aqui) – e por ser soberana sobre seu próprio corpo vem de longe e não terminará tão cedo.

Até mesmo no direito à vida, porque há dois anos tergiversam sobre quem matou e manou matar uma delas, Marielle Franco.

Mas hoje são as mulheres que precisam que os homens que de uma delas vieram não deem nenhuma fraquejada – sem aspas – e se somem à resistência contra o assédio indevido, a opressão e a agressão às mulheres, patrocinadas por esta gente que assaltou o poder em nosso país.















Origem do 8 de Março - Dia Internacional da Mulher


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Lutar sempre, mas sem perder a ternura !




No Dia Internacional da Mulher relembre as Mulheres que fizeram História



Estela Aguiar 

Antes de nós, vieram outras mulheres. Outras que às marchas, conquistaram seus direitos, sua voz, sua própria perspectiva de vida. Antes de nós, veio Dandara, que lutou pela liberdade de homens e mulheres escravizados no Brasil colonial. Esposa de Zumbi do Palmares, Dandara dominava técnicas da capoeira e teria lutado ao lado de homens e mulheres nas muitas batalhas consequentes a ataques a Palmares, quilombo que protegia escravos que conseguiam fugir e almejavam uma vida liberta.


Antes de nós, veio a Simone de Beauvoir, que deu base para a luta feminista ocidental, questionando o casamento e a submissão da mulher quanto ao seu parceiro. Escritora, filósofa, intelectual, ativista e professora, Simone foi também questão do ENEM de 2015.



Antes de nós, veio Maria Quitéria de Jesus, que entrou para o exército brasileiro disfarçada de homem para lutar contra os portugueses na Guerra da Independência. Nascida na Bahia, ela foi a primeira mulher a integrar uma unidade militar no Brasil.


Antes de nós, veio Coco Chanel que revolucionou a moda na década de 20, na produção de roupas confortáveis para representar a liberdade feminina, como por exemplo, a própria calça para mulheres.

Durante à marcha, Angela Davis, que lutou nas Panteras Negras contra a segregação racial que aconteceu no Estados Unidos na década de 60. Negra, mulher, ativista, feminista e, acima de tudo, lutadora, a educadora e professora americana, com 75 anos, continua lutando por uma sociedade mais igualitária.

Durante à marcha, a paquistanesa e ativista Malala Yousafzai ficou famosa mundialmente ao ser baleada na cabeça por grupo de talibãs na saída da escola em 2012, quando tinha apenas 15 anos. O motivo torpe foi seu questionamento contra a proibição de estudos para mulheres em seu país. Em 2014, a ativista se tornou a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz pela sua luta ao direito de estudar para as mulheres de seu país.

Durante à marcha, tivemos a companhia iluminada e meteórica da ex-vereadora, Marielle Franco. Socióloga, feminista e defensora dos direitos humanos brasileira, a mulher de fibra que lutou por Brasil com justiça, amor e igualdade. A cria da maré, como gostava de ser chamada, foi assinada em 14 de março de 2018.

No dia Internacional das Mulheres é necessário relembrar o quanto é preciso reafirmar as conquistas, reafirmar os espaços que ouçam nossa voz.

Neste dia simbólico, é essencial obter conhecimento de diferentes áreas. E por este motivo, abaixo selecionamos seis obras literárias escrita por mulheres que mudam perspectivas, que trouxeram sonhos e um mundo com mais amor.

Malala a menina que queria ir para a escola – Autora: Adriana Carranca
O que é lugar de fala? – Autora: Djamila Ribeiro
Harry Potter – Autora: J. K. Rowling
Raça e Classe – Autora: Angela Davis
A hora da Estrela – Autora: Clarice Lispector
Quarto de Despejo – Autora: Carolina de Jesus





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Stella Senra à juíza Carolina Lebbos : De mulher para mulher / Dia Internacional da Mulher



Stella Senra à juíza Carolina Lebbos: De mulher para mulher





Carta à juíza Carolina Lebbos


por Stella Senra*

Senhora juíza,

Nos últimos tempos temos visto um grande número de juízas, mulheres que, como a senhora, se tornaram conhecidas pelo rigor — ou melhor, pela dureza — de suas sentenças.

Se tomo a decisão de lhe escrever, é também nessa mesma condição: de mulher para mulher.

Essa curta afirmação — de mulher para mulher — parece óbvia, mas não é.

Colocando-me me aquém dos muitos estereótipos que tem definido o termo “mulher”, refiro-me ao sentido animal, o mais cru do termo: à carne, ao sangue, às entranhas que dão origem à vida.

Refiro-me, portanto, a seres capazes de um amor irrestrito.

Também esta expressão “amor irrestrito” exige maior precisão.

Se quiser saber o que pretendo dizer, deixe sua sala de juiza federal (responsável pela custódia do Presidente Lula), dê um pulo ao presídio e vá até a fila da visita aos prisioneiros.

Lá verá quase unicamente mulheres, em filas que dobram esquinas; dentre elas mães, uma maioria de mães, mas também esposas, namoradas, filhas…

Qualquer que seja o crime, lá estarão elas: para além do mal, cuidando; para além do mal, amando.

É nesse plano das entranhas que estou me colocando para me dirigir à senhora.

E o que me motivou foi a pungente fotografia de Ricardo Stuckert que circulou na internet, da família Lula da Silva no velório do menino Arthur, neto do presidente Lula.

Habituados a vermos a representação fotográfica do presidente sufocado pelos abraços de seus admiradores não nos espanta, à primeira vista, esse amontoado de braços e cabeças, num enlace tão estreito que mal conseguimos distinguir, ao centro, a cabeça de Lula.

Mas logo percebemos, recuada ao fundo do quadro, uma pequena figura solitária que chora; e de imediato ficamos sabendo que o motivo de tal enlace não é a alegria do encontro.

É uma grande dor, a mais profunda, a dor da perda, aquela que faz de todos os corpos um só corpo, um sólido bloco de dor.

Esta foto me fez pensar na senhora, que concedeu 1:30 hs ao presidente para estar com sua família na despedida do netinho.

E como tal medida temporal não foi extraída da letra da lei, posso me perguntar que aritmética lhe teria servido para chegar a esse número.

Que contabilidade lhe teria inspirado?

Seria a senhora conhecedora de alguma “medida” para o sofrimento humano?

De um número capaz de definir o rugir da dor de uma família?

A dor é selvagem. Não escolhe, não poupa. É devastadora.

Pode acontecer a todos e a qualquer um de nós. Por ela sofremos. Mas sofremos também quando ela atinge o outro.

Seja ao nosso lado, seja distante de nós — mas próximo pela mesma condição de seres humanos.

O sentido de humanidade infelizmente não é distribuído de forma equitativa pra todos; mas não é tampouco passível de ser medido, não é objeto de nenhuma matemática, de nenhuma contabilidade.

Por isto não pode ter sido ele que lhe ajudou a estabelecer tão precisamente a “cota” do presidente Lula.

Aqui se trata de amor irrestrito, (que, portanto, também não pode ser medido), de carne, de sangue, de entranhas — coisas concretas e também incomensuráveis que se objetivam, no entanto, de modo palpável no mundo das mulheres.

Mesmo dentre os animais, as fêmeas que dão a vida cuidam e defendem seus filhotes até a conquista de sua autonomia.

É o que me deixa perplexa, com uma pergunta que não sei responder: de que matéria serão feitas suas entranhas, juíza Lebbos?

Stella Senra

*Foi professora da PUC-SP. Mantém o site stellasenra.com.br.



Postado em Viomundo em 08/03/2019



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Minha homenagem às mulheres como Stella Senra, Marisa Letícia, Marielle Franco, Malala Yousafzai,  Gleisi Hoffmann, às vitimas de feminicídio, à minha mãe e minha irmã, às primas, às amigas maravilhosas e às leitoras deste blog, enfim a todas que unem sabedoria com coração e ternura em suas batalhas diárias.


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Dia Internacional da Mulher 8 de Março de 2018



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Recomendo os 2 filmes abaixo :

1. Norma Rae mostra a luta das mulheres por melhorias e mais direitos no Trabalho.





2. As Sufragistas  mostra a luta das mulheres pelo Direito ao Voto.

















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Temer citou como "papel" da mulher os "afazeres domésticos"




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GLEISI PEDE VOTO DE CENSURA À FALA MACHISTA DE TEMER



Líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse já ter 15 assinaturas e pediu apoio para chegar às 27 necessárias para que o documento, em protesto contra o discurso de Michel Temer na cerimônia que "supostamente deveria fazer homenagem às mulheres", conforme disse Gleisi, seja colocado em votação na Casa. 



" Pensar em uma mulher vinculada apenas ao papel do lar é retroceder a história em pelo menos 70 anos. Por isso o discurso proferido ontem pelo presidente Michel Temer foi um insulto, para nós mulheres e para a sociedade, contra a história, contra as nossas conquistas, contra a nossa inteligência e a nossa participação social", disse a senadora; a visão de Temer " é a visão que está dirigindo as políticas públicas para as mulheres ", completou. 

Em cerimônia no Palácio do Planalto pelo Dia Internacional da Mulher, Temer citou como "papel" da mulher os "afazeres domésticos", a ida ao supermercado, cuidar dos filhos e do orçamento familiar. Ele recebeu uma enxurrada de críticas pelo discurso (leia aqui). Hoje, a equipe do Planalto tentou consertar a situação defendendo " igualdade de direitos " nas redes sociais, mas ele também foi criticado.

Assista.







Postado em Brasil 247 em 09/03/2017


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Gente que faz a diferença ! Quem é a 'freira tuiteira' argentina que provoca polêmica - e admiração - na Espanha


Irmã Lucía rodeada de crianças em um jogo de futebol
Lucía tem uma ONG focada na pobreza infantil


Pablo Esparza 
Da BBC Mundo na Espanha


Lucía Caram não é só mais uma das pessoas que alcançaram a fama com o apoio das redes sociais.

A freira argentina, que tem mais de 180 mil seguidores no Twitter - seu perfil é o @sorluciacaram - e é figurinha carimbada em debates da TV espanhola, é conhecida por suas polêmicas declarações combinando religião e política. Desperta críticas e admiração.

Nascida em Tucuman, em 1966, ela vive na Catalunha e, em 2015, recebeu o prêmio "Catalã do Ano", oferecido pelo jornal Periódico de Cataluña.

Irmã Lucía mora no convento de Santa Clara de Manresa, em Barcelona, e de lá desenvolve seu ativismo social. Um de seus principais trabalhos é uma fundação contra a pobreza infantil.

Até aí, nada muito incomum. Mas a freira da Ordem Dominicana define a si própria como a monja cojonera - a última palavra faz menção, em espanhol, a uma espécie de mosca com fama de irritante.
Inquieta

" Na minha conta do Twitter, deixo claro: sou uma freira inquieta e inquietante. Mas sou sobretudo uma mulher de fé e creio ser urgente humanizar a humanidade. Por isso dedico-me a trabalhar para que todo mundo mereça viver decentemente ", diz a irmã Lucía à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC).

A freira diz que a mídia é aliada em sua luta contra a injustiça social


Quando questionada sobre por que se descreve como inquietante, ela vai além:

" Minha fonte de inspiração é o Evangelho. E o Evangelho é inquietante. Jesus entra no Templo (de Jerusalém) e diz (aos vendilhões): " Transformaram a casa do meu pai em uma caverna de bandidos ". Quando alguém denuncia temas sociais, torna-se incômodo. Creio que o único Mandamento é o da justiça social ".

Mídia como arma

Irmã Lucía usa os meios de comunicação para esse trabalho.

"Admito que meu caso é atípico no que diz respeito ao protocolo para uma freira. Mas minha vida foi colocada de pernas para o ar pelos mais pobres", afirma a religiosa.

A religiosa disse que origens latinas inspiraram luta por justiça social


" A mesma paixão que me estimula a rezar e a ter deixado meu país e minha família para trás para trabalhar pelas pessoas é a mesma que me anima a explicar o que estou vivendo. Para que as pessoas me ajudem, os meios de comunicação são grandes aliados para que sejam ouvidas as vozes das pessoas com quem trabalho diariamente ".

Há alguns dias, a freira causou controvérsia quando sua ONG, a Fundação Invulnerables, publicou um vídeo de uma entrevista de Lucía com o ator pornô mais famoso da Espanha, Nacho Vidal.

Ela foi criticada pelo que foi interpretado por alguns como uma provocação.

" Gravei a entrevista há quase um ano e o objetivo era ver como duas pessoas que pensam diferente e que têm um estilo de vida diferente podem tentar se entender ", defende.

Entrevista com ator pornô Nacho Vidal gerou imensa polêmica

" Foi uma entrevista amável e tentaram tirá-la de contexto. Mas creio que foi libertadora para muita gente. Sim, falei com Nacho e não foi nada demais. Poderei conversar com Donald Trump e sei que não serei compreendida, porque sua violência contra os mais pobres me enoja ", acrescenta.

" Mas o problema aqui seria me recusar a dialogar. Não tenho como objetivo conversar com Trump, mas precisamos ser capazes de dialogar com pessoas que são opostas a nós. Não podemos excluir mais gente da sociedade ".

José e Maria

A freira também causa desconforto por suas opiniões religiosas controversas. Recentemente, afirmou em um programa de TV que " Maria estava apaixonada por José, que eram um casal normal e que o normal era que fizessem sexo ".

As declarações pareciam pôr em dúvida o dogma da virgindade da mãe de Jesus Cristo, e os mais críticos pediram que ela fosse excomungada. A diocese de Vic, onde está seu convento, desautorizou-a publicamente.

Em uma carta enviada à agência de notícias Efe, Irmã Lucía respondeu com um pedido de desculpas, mas também disse que sua declaração tinha sido alvo de uma leitura " fragmentada, ideológica e perversa ".

Freira encontrou Francisco em março do ano passado


" Reconheço que às vezes tenho incontinência verbal e que não sou prudente. Mas sempre penso na boa fé das pessoas e não nos mal-intencionados ", diz.

" Não tenho medo das pessoas, mas sim dos fundamentalistas e os que querem ver algo mau onde não há ", acrescenta.

Sangue latino-americano

Quinta de sete irmãos, a freira argentina diz que sua combatividade está ligada a sua origem latino-americana.

" Levo a América Latina no meu sangue, e a luta por justiça social tem origem na Argentina e na igreja latino-americana. Vivi nos tempos da ditadura militar, um momento de muitos confrontos, e ali nasceu minha vocação ", conta.

" O papa Francisco, que vem da América Latina (é também argentino), é minha grande referência. Para mim, ele é uma brisa de ar fresco. Uma pessoa que me disse para seguir trabalhando quando lhe contei sobre o trabalho com os mais pobres ". 

Para o entusiasmo de um e raiva de outros, irmã Lucía seguiu o conselho.



Postado em BBC Brasil em 07/03/2017




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Escolhi a Irmã Lucía Caram para marcar este dia
 8 de Março de 2017, Dia Internacional da Mulher, mas poderiam ser outras milhões de mulheres, igualmente, lutadoras e inspiradoras.

Sofremos, todos os dias, ao redor do Mundo, em pleno Século XXI, muita violência, desrespeito e preconceitos. 

Ainda faltam muitas coisas mudarem, em relação a nós mulheres, no Mundo todo, para que possamos "comemorar" a passagem deste dia ! 

Aliás, o melhor seria não precisarmos de um "Dia da Mulher" para refletirmos que todos somos seres humanos, não importando se homem ou mulher e que apenas temos especificidades físicas legadas pela natureza.

Naquilo que mais importa, a Alma ou Espírito, somos iguais, sem gênero sexual, sem cor de pele, sem cheiro, apenas Pura Energia ! 


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Mulheres possíveis !







Martha Medeiros

Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. 

Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado algumas vezes por semana, decido o cardápio das refeições, telefono para minha mãe, para minha sogra, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, faço academia, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas! 

E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic. 

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a dizer não. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer não. 

Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero. 

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. 

Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. 

Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. 

Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. 

Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra. 

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. 

Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. 

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. 

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.






Martha Medeiros


Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar "the big one", aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. 

Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir, às vezes, que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo para o alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha. 

Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascinante. 

Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham. 

Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. 

E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra. 





Martha Medeiros

Qual o elogio que uma mulher adora receber? Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns 700: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.

Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara. Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação, e ela decorará o seu número. 

Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito, da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.

Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta. 

Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios. Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical. Agora quer ver o mundo cair? Diga que ela é muito boazinha. 

Descreva uma mulher boazinha. Voz fina, roupas pastéis, calçados rente ao chão. Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana. Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor. Nunca teve um chilique. Nunca colocou os pés num show de rock. É queridinha. Pequeninha. Educadinha. Enfim, uma mulher boazinha. 

Fomos boazinhas por séculos. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas. Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos. 

A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho. Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa. Quietinhas, mas inquietas. 

Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas. Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais. 

Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen. Ser chamada de patricinha é ofensa mortal. Quem gosta de diminutivos, definha. 

Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa. Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. As boazinhas não têm defeitos. Não têm atitude. Conformam-se com a coadjuvância. PH neutro. 

Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos. 

Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que somos hoje. Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos. 

As “inhas” não moram mais aqui. Foram para o espaço, sozinhas. 



8 de Março : Dia Internacional da Mulher




No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica,que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano. Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem às mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Objetivo da Data 

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. 

O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. 

Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. 

Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.









Essas mulheres maravilhosas... Minha homenagem !


Irmã Tereza de Calcutá


Irmã Dulce




Irmã Dorothy Stang




Angelina Jolie


Audrey Hepburn


Maria do Espírito Santo (defensora das florestas brasileiras assassinada por posseiros) 



Lygia da Veiga Pereira pesquisadora de células-tronco retiradas de fluído amniótico





Uma das muitas "palhaças" do grupo Doutores da Alegria



June Scharnberg  ( com seu espírito desprovido de preconceitos deu-me a grande oportunidade de minha vida). Parabéns por seu aniversário neste dia especial de 8 de Março